A.l.é.x.i.a escrita por Gwen Stacy Parker


Capítulo 9
Afraid


Notas iniciais do capítulo

GEEENTEEE!
Aqui é a Gwen! Estou postando pelo meu pc que foi concertado (ponham- se de pé, irmãos!).
Ah é, esse é o primeiro contato. Não quero assustá- los. Bom, agora eu vou poder falar mais com vocês e reponder os comentários, já que ele não vai ficar com aquela merda de interrogação no lugar das letras acentuadas o/
Enfim, desculpem pela demora, eu fiquei sem celular por um boooom tempo (ele quebrou) e não pude ter NENHUM contato com a Scar. Então ficou muuito difícil. Mas agora tudo está resolvido e eu vou poder voltar! Prometo que não vamos mais demorar.
A gente ta meio enrolada, mas vamos fazer o máximo para não ficarmos um tempão sem postar!
Esperamos que gostem do capítulo!



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Nova Iorque. Torre dos vingadores. 5:30h da manhã. 2035.

–Aléxia-

–Aléxia!- minha mãe gritava enquanto eu corria aos prantos para o meu quarto. Estava quase chegando. Só mais um pouco- Eu só quero conversar!
Abri a porta, entrando no quarto igual a um foguete. Fechei e tranquei rapidamente, receando que minha mãe viesse a arrombá-la.
–Eu não quero conversar!- minha voz estava nem alta, nem baixa. Estava firme e eu falei como uma autoridade que nem sabia que tinha. Não gostava de gritar com a minha mãe, sabia que tinha que ter respeito.
Deitei na minha cama e soltei um grunhido.
–Por favor, loirinha- ela implorou e percebi que estava muito mal. Eu odiava saber que tinha uma grande parcela de culpa por ela estar mal- Deixa eu cuidar de você, é a única coisa que me resta.
Ui. Essa doeu, porém não iria cair nessa.
–Se quer cuidar de mim… por favor, por favor, por favor, vá embora. Falo com você logo- supliquei e ouvi o seu suspiro profundo do outro lado.
–Tudo bem, quando quiser falar comigo… -ela deixou a frase no ar como se estivesse pensando- Estarei no andar do Clint.
Ouvi seus passos e quando tive certeza que ela fora embora, destranquei a porta e comecei a pensar.
Estava tentando lembrar do que havia acontecido, de como havia perdido o controle desse jeito. Dessa vez a Fênix me dominou do pior jeito possível: fazendo-me de fantoche, tirando minha sanidade.
Céus, como eu odiava isso.
–Alex…- Ashley entrou no quarto acanhada, como se, no fundo, não quisesse estar ali. Caminhou até mim e sentou-se em minha cama- Como…Como você…
Olhei para ela meio zangada. Eu já não tinha explicado o suficiente? Já não tinha explicado que não foi minha culpa? Que tudo passava de um mal entendido que eu mal tive a intenção de começar?
Mas aqui estava ela, insistindo no assunto com os olhos marejados e me olhando aterrorizada. Como se eu fosse um monstro.
Eu sou um monstro.
Pelo menos era o que todos pensavam de mim agora.
–Eu não vou explicar mais nada- respondi com a voz meio rouca- Faz meia hora que a garota foi para o hospital e que estão me perguntando a mesma coisa! Droga!
Levantei-me da cama rapidamente, estava cansada, ainda era de madrugada e sequer era ouvida. Estava com raiva dessas pessoas. Por que não acreditavam em mim? Eles já viram coisas bem confusas nesse mundo. O próprio Banner era uma bomba ambulante! Stark já criou uma coisa que quase acabou com o mundo! Por que ficaram tão abalados com isso?
–Alex…- ela sussurrou e então tive a certeza absoluta de que estava morrendo de medo. Não consigo acreditar que ela está com medo de mim.
–Me deixa, Ashley- exclamei e abri a porta num rompante, morrendo de vontade de achar algum lugar para descansar e ficar longe de tudo e todos. Inconscientemente, fui para a sacada na ala principal da torre e fiquei olhando o nascer do sol. Por um momento, tudo ficou em paz. Fechei os olhos tentando aproveitar a situação. Eu sabia que minha mãe estava na torre, alguns andares abaixo, mas não tinha a menor vontade de ir falar com ela.
–Eu não acredito que seja sua culpa- ouvi uma voz masculina e virei-me para trás rapidamente. Era o Capitão- Você parecia bem perdida depois de tudo.
Encarei-o meio duvidosa. Ele ainda estava usando a roupa do jantar e (aposto meu rim nisso) estava voltando do hospital. Ele se aproximou e pôs o cotovelo na “barra” que nos separava da morte e ficou bem do meu lado. Ao invés de sentir-me nervosa, como no jantar, senti-me a vontade, como se sua presença me acalmasse.
–Sabe, problemas para controlar a raiva todo mundo tem- ele observou e olhou para frente, fixando os olhos azuis em alguma coisa.
–Como ela está?- perguntei aflita e ele pareceu surpreso. Olhou para mim durante alguns segundos, fazendo-me tremer e querer abraça- lo. Eu estava desesperada por um abraço paterno.
–Ela está bem- ele respondeu e suspirou- No que é considerado “bem” na situação- disse e soltou uma risada triste- Quando saí estava em uma cirurgia, mas vai sobreviver.
Assenti meio preocupada, mas sabia que ela iria sobreviver. Scarlett era forte. Ficamos alguns minutos só olhando o sol.
–Não foi você- ele disse de repente, como se tivesse feito uma descoberta histórica, e eu o encarei confusa- Não foi você que começou.
–E por que acha isso?- perguntei confusa.
–Se tivesse começado, não estaria tão preocupada- ele respondeu pensativo e ergueu uma sobrancelha- Além do mais, parece que eu sei o que você está sentindo. Como se fosse uma conexão.
Você nem imagina, meu caro Rogers.
–Deixa pra lá- ele continuou e balançou a cabeça- Provavelmente é coisa da minha mente.
–Provavelmente- respondi e ele sorriu. De repente, uma vontade absurda de contar-lhe toda a verdade surgiu.
–Steve!- a voz de Sharon se fez presente- Onde você está, amor?
E do mesmo modo que a vontade veio, ela foi embora assim que ouvi Sharon gritar por ele.
–Tenho que ir- ele disse apontando com o dedo para o interior da torre- Falo com você depois…Tudo bem?
–Aham- respondi e ele buscou minha mão, dando um aperto nela. De repente, me senti completa.
–Adeus, Alex- ele disse com o olhar aliviado, diferente de segundos atrás e eu sorri, vendo-o se afastar.
Voltei a olhar para Nova Iorque inteira. Minha preocupação diminuiu um pouquinho. Porque agora, com essa vista espetacular, percebi que eu tinha pais incríveis e que ambos me entendiam, mesmo que um não soubesse quem eu era de fato.
Agora, tinha mais alguém que acreditava em mim.

–Steve-

Eu não queria ter saído dali. Aliás, eu sentia que não podia ter saído dali. Talvez eu estivesse somente agindo como o Capitão América, ajudando os que precisam mas, no fundo, tinha a certeza de que eu havia ido falar com Aléxia por um instinto diferente.
Ao mesmo tempo em que sentia necessidade de ajudar aquela menina, ficava receoso em me aproximar. Afinal, ela era prima da Natasha.
–Onde você estava, amor?- Sharon questionou no segundo em que pisei no último degrau da escada, logo tocando o chão.
–Estava na sacada- respondi simplesmente caminhando até ela, que cruzou os braços.
–Não estava com a Aléxia estava?- ela perguntou cética, com a cara amarrada.
Sharon mudara muito desde quando Christopher nasceu. Antes ela era a mesma mulher carinhosa e simpática que conheci quando Bucky nos atacou, mas de uns tempos para cá, Sharon tem se mostrado intolerante. Não gosta mais de sair conosco para os típicos passeios de domingo e fica fora quase o dia todo. Não a reconheço mais por um tempo, mas faço de conta que tudo está na mais perfeita ordem. Chris não merece passar por problemas familiares desnecessários no momento.
Ao invés de contar a verdade a ela, preferi ficar quieto e evitar outra discussão, somente indo em direção ao elevador.
–Seu silêncio já é uma boa resposta- ela insistiu, parando ao meu lado e encarando a porta metálica, que logo se abriu.
Entramos no elevador e eu apertei o botão do térreo, onde Christopher e Marrie me esperavam. Clint e Bobbi estavam na Torre com Wanda e Visão, que cuidavam de Natália, mas Marrie pediu para ir ao hospital, e obviamente que eles não negariam.
Natasha, pelo o que eu sabia, também estava aqui.
–Recebeu mais notícias?- questionei quebrando o silêncio sepulcral que havia se instalado ali. O silêncio é uma das piores coisas do mundo.
–Ela vai ter que passar por mais duas cirurgias, pelo o que eu soube- Sharon começou, sem me encarar- O estrago foi grande, Steve.
–Mas ela vai ficar bem- assegurei, falando mais para mim mesmo do que para ela. Scarlett tinha que sobreviver. Aléxia não poderia carregar essa culpa pelo resto da vida apesar de, ao meu ver, ela não ter tido total culpa.
–Os médicos não têm tanta certeza- ela rebateu, atraindo a minha atenção.
–Como assim?- questionei, sentindo meu coração apertar. Conhecia Scarlett desde que ela era bebê, sabia que no fundo ela era frágil- ela tinha que ter alguma coisa vinda de Pepper-.
Além do mais, colocava-me no lugar de Tony.
–A primeira cirurgia não resolveu muito bem, além de que talvez ela precise de uma transfusão- Sharon explicou e então eu encarei-a.
–Mas ela tem o Extremis, isso teria que fazê-la mais forte- falei recordando-me dos poderes que ela tinha.
–Isso também pode ser sua ruína, até porque qualquer sangue seria rejeitado pelo organismo dela, exceto o de Pepper ou Robert, mas nenhum deles tem o mesmo tipo sanguíneo dela- Sharon explicou-me, encarando a porta do elevador, que abriu-se no exato momento em que ela acabou de falar.
Logo avistei Christopher e Marrie, que conversavam um pouco afastados do meu carro. Com certeza ele estava fazendo ela se distrair.
Eu não tinha dúvida nenhuma de que ele era meu filho.
–Vamos, crianças- Sharon fez-se presente atraindo a atenção dos dois, que viraram a cabeça em nossa direção.
–Crianças, tia Sharon?- Marrie questionou com um biquinho, caminhando ao lado de Sharon para entrar no carro. É, Chris tinha conseguido distrai-la.
–Você tem 15 anos, querida- Sharon justificou-se, abrindo a porta para Marrie entrar. Pelo canto do olho pude ver Christopher aproximar-se.
–Você encontrou com a Alex, pai?- ele me perguntou com a voz baixa, provavelmente para a mãe não ouvir.
–Sim, ela está bem- falei, já sabendo o que ele questionaria- Apesar de sentir-se um pouco culpada.
–Mas a culpa não foi dela- ele começou, encarando-me- Aliás, nem dela nem de Scarlett, a culpa foi dos poderes delas.
–É, tem razão, filho- falei realmente concordando com o que ele havia dito. Nem Aléxia, nem Scarlett têm culpa de seus poderes. Se não os tivessem, teria sido uma discussão normal.
–Mas ela vai ficar bem, não vai?- ele perguntou parando em frente ao carro, onde Sharon e Marrie já estavam nos esperando.
–Vai, sim, meu filho- falei, colocando a mão em seu ombro.
Ela tem que ficar bem.

–Robert-

Balancei a cabeça pela quinta vez em menos de uma hora, negando a oferta de ir para casa descansar.
–Não posso, tia Jane- comecei encarando a morena- Tenho que ficar até receber mais notícias.
–Tudo bem, então, não vou insistir- ela suspirou, lançando-me um sorriso terno antes de ir sentar ao lado de Thor, que falava algo com Hilary enquanto a abraçava.
Comecei a olhar envolta, sentindo um frio na espinha. Odiava hospitais, odiava ver pessoas doentes, ainda mais se fossem da minha família. Mas dessa vez era diferente. Minha irmã não estava doente, estava machucada, quebrada, cortada, inconsciente. Assim que cheguei até ela na torre, quando tudo aconteceu, pensei o pior. Tentei aliviar minha mãe em vão, pensando que Scarlett estivesse morta.
Um dos meus piores medos, com certeza, é perder aqueles que amo. Scarlett é minha irmãzinha insuportável, que me entende como ninguém e que conseguiu se parecer ainda mais com meu pai do que eu. É a única que sabe dos meus principais segredos e que faz questão de me subornar de vez em quando.
Era Scar que jogava futebol ao meu lado, que trapaceava para nós ganharmos e que gostava de entrar comigo na escola para mostrar para todos que tinha um irmão "gatinho".
Seria impossível viver sem ela.
–Ela vai ficar bem- Zachary se aproximou, sentando ao meu lado. Seu tom de voz era incerto, como se ele precisasse daquilo tanto como eu.
–Sei que vai, minha irmã é forte- falei levantando a cabeça e desviando os olhos do chão para encara-lo.
–Pelo pouco que conversei com ela, percebi que é bem inteligente- ele observou, levando-me a concordar. Imediatamente lembrei de um dia em especial, onde Scarlett e eu estávamos no laboratório do papai e…
–Robert? Como ela está?- uma voz tirou-me de meus devaneios e olhei para cima, identificando imediatamente quem era.
Noah.
O namorado da Scarlett.
Por alguma razão sem sentido, eu não gostava desse cara. Minha mãe dizia que era natural, coisa de irmão mais velho, mas eu não acreditava muito nessa justificativa.
Pude perceber que ele parecia desesperado e seus olhos estavam marejados. Mordia os lábios numa espécie de tique nervoso e olhava para os lados.
–Ela…- hesitei um pouco antes de falar. Deveria encoraja-lo ou falar a verdade? Escolhi a primeira opção- Ela vai ficar bem.
Noah era um cara (Deus me livre e guarde) atraente. Seus olhos eram azuis excepcionalmente fortes e seu cabelo era negro, já a sua pele era absolutamente branca (Senhor, acabei de descrever… a Branca de Neve?). Era bastante alto e musculoso. Ao ouvir as minhas palavras, seus ombros relaxaram e ele permitiu que uma lágrima rolasse pelo seu rosto.
–Sente-se- Zachary, que eu havia esquecido que estava do meu lado, disse e Noah se sentou, agradecendo com um movimento de cabeça.
–Ela é forte. A Scar que eu namoro há 1 ano não poderia me decepcionar desse jeito- ele murmurou e respirou fundo, como se estivesse controlando a si mesmo para não chorar- Vou falar com seus pais.
Assenti e acompanhei-o com o olhar, até chegar do outro lado da sala, onde meu pai abraçava minha mãe, que chorava copiosamente, com lágrimas nos olhos. Eu realmente esperava que esquecessem tudo aquilo que aconteceu antes de virmos parar aqui. Sabia que se amavam mais que tudo.
Meu celular emitiu um bipe e eu peguei para checa-lo.
“Soube o que houve com a sua irmã. Me ligue em qualquer hora, gato. Estou aqui para o que precisar".
Era Hela, minha namorada. Digitei imediatamente a resposta.
“Pode deixar, obrigado”.
Assim que bloqueei o celular, parei um minuto para pensar. Como Hela sabia o que havia acontecido com a Scar?
Então a resposta veio imediatamente, assim que encarei a televisão da sala de espera. Um repórter estava na frente da Torre, sendo praticamente atropelado por milhares de outros repórteres e cinegrafistas.
"Estamos aqui em frente a Torre dos Vingadores, onde uma das herdeiras de Tony Stark, Scarlett Stark, teria se machucado gravemente e levada com urgência para o hospital mais próximo. Até agora não sabemos ao certo o que ocasionou a tragédia, então só nos resta desejar força para a família Stark".
Idiotas.
Estava pronto para socar a televisão quando Pietro correu até ela, desligando-a. Olhei para ele em agradecimento, tombando a cabeça para trás.
Fechei os olhos, concentrando-me em qualquer coisa que pudesse me deixar calmo. Involuntariamente, meus pensamentos foram para Alex, o jeito que ela sempre dava um sorriso quando as coisas estavam piores, sua irritação com as minhas piadas, o jeito que ela segurava minha mão quando o que eu mais queria era fugir de todos. Ela me acalmava…
Mas… olhe o que ela fez com a minha irmã! Ela… ela… ela a destruiu! Não consigo suportar essa ideia, apenas não consigo. Eu…
Então meu celular começou a tocar, no começo eu ignorei, mas o barulho se tornou tão irritante, que eu não tive como fazer isso. Então silenciei, pensando que era o suficiente… mas ele tornou a tocar.
Praguejando, peguei o celular e olhei no visor, já selecionando os palavrões certos.
Natasha.
Natasha? A tia Natasha?
–Alô?- atendi meio confuso, o que ela queria? Defender a filha?
–Robert?- a voz dela ecoou, parecia meio animada, metade desesperada e metade ansiosa.
–Praticamente em pessoa- respondi- O que foi?
–Sua mãe e seu pai não me atendem. Eu tenho que falar com vocês!- ela exclamou e eu franzi o cenho. Ouvi a voz de Aléxia mandando a mãe parar de enrolar lá no fundo e meu coração começou a acelerar, o efeito que ela tinha em mim era instantâneo- É sobre a sua irmã.
Rapidamente, fiquei mais atento.
–O que tem ela?- perguntei aflito, um pouco grosso até.
–Temos a cura.


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Notas finais do capítulo

É ISSO! Final bombástico, não acham???? Esperamos que vocês fiquem satisfeitos com ele. Até maaaaaaais! Obrigada pelos comentários e por todo apoio!