O pequeno garoto de quatorze anos andou até o fim da floresta e parou, foram 350 passos que deu para chegar ao destino, lá estava sua aldeia, Berk.

Nenhum dragão andava por ela, nenhum filhote saltava pelas cabeças dos vickings, era possível ouvir o barulho da ferraria, fazendo armas para matar aquela especie tão magnifica, Soluço sentiu vontade de vomitar, ele está sozinho novamente, sem mãe, sem amigos, sem dragões, sem sua aldeia e sem pai… O castanho levantou a cabeça rapidamente, ele tinha seu pai, Stoico ainda está vivo!

POV Soluço.

Corri até a ferraria, mesmo que estivesse com vontade de ver meu pai tinha que esperar, não podia simplesmente correr até ele e o abraçar, isso não seria Vicking o suficiente e mesmo que minha meta fosse não ser escolhido para o treinamento de dragões ( Matar eles) se eu mostrar fraqueza o que me espera é o exílio.

–Soluço porque demorou tanto?- Perguntou Bocão me olhando desconfiado, provavelmente pensando que estava preparando alguma engenhoca.- Não me diga que estava fazendo aquele catapulta ?

Por um segundo não soube do que ele estava falando e então me lembrei que foi com a catapulta que acertei Banguela, se o ataque é daqui a uma semana então ela já está pronta.

–Não, eu apenas dormi até tarde .- Disse pegando meu avental.-O que tenho que fazer?

–Você está estranho hoje Soluço..- Bocão coçou o queixo e deu de ombros resmungando algo sobre como crianças dão trabalho, interiormente concordei, as crianças de Berk no meu tempo tem dragões .- Mas você é sempre estranho.

Ele parou de falar provavelmente querendo uma resposta, antigamente eu era bem sarcástico, na verdade ainda sou, mas a vida como chefe não me permite muito sarcasmo, me lembro de uma vez que fui irônico com Melequento e ele pensou era verdade, o que aconteceu não importa, digamos apenas que demorou um mês para vê-lo novamente, ah, Bocão ainda espera uma resposta.

–Hei!!- Falei tentando parecer ofendido.- Eu estou apenas sendo tudo isso.

Apontei para meu corpo magro, eu preciso fazer exercícios logo sou apenas pele e ossos, como a Astrid pode olhar para mim nessa época? Ah é, ela não me notava, apenas quando Banguela apareceu…

–Soluço você vai…

–Ai.- Exclamei ao bater o martelo na minha mão direita.

–Eu avisei.- O velho ferreiro deu de ombros e riu, percebi que mesmo rindo ele parecia tenso, todos da ilha parecem, provavelmente porque dragões podem atacar a qualquer momento, não lembrava de como a expreção corporal era assim, provavelmente porque nessa época deve ser normal, no antigo futuro não nos preocupávamos muito, as ilhas vizinhas nos temiam e os dragões nos amavam, é claro que podemos ser atacados, mas nossa vigilância é muito bem feita ninguém pode passar por Melequento e Coruja , mulher de Melequento, eles são muito bons em vigiar a ilha e lideram os outros vigilantes muito bem, meu primo mudou muito com os anos, o que provavelmente não vai acontecer aqui.

Pov Autora

Depois de algumas horas ajudando Bocão, o moreno abriu a porta da pequena sala que ficava ao final da ferraria e suspirou, ele passou bons momentos naquele lugar, está na hora de fazer uma limpeza.

Soluço pegou os papeis espalhados pela sala e os juntou, lá estavam planos para mecanismos que iriam ajudar a vila e de armas, separando tudo em duas pilhas cada uma colocada em bolsos diferentes, na primeira pilha estavam desenhos e planos de desenvolvimento, na segunda planos para armas que ele iria queimar.

–Bocão estou indo.- Avisou o pequeno e se afastou da ferraria indo direto para casa, lá ele pegou dois cadernos e os colocou no bolso.

O Herdeiro de Berk saiu rapidamente de casa e voltou para a floresta, tendo o cuidado de não ser notado, se alguns de seus amigos... se algum dos adolescentes de Berk, eles não eram mais seus amigos pensou Soluço, o visse certamente daria problema, o castanho correu até a clareira e se sentou perto do lago retirando tudo o que possuía de dentro das roupas; dois cadernos; um lápis de carvão; uma adaga; pilhas de planos e objetos de seu alter-futuro; a espada de fogo; um colar de ouro; uma grande pintura e algumas bombas de gás.

As bombas de gás foram colocadas em uma pequena caverna dentro da clareira assim como a pintura, em que o garoto passou bastante tempo observando (https://www.howtotrainyourdragon.com/images/uploads/pages/_1095/dragonpedia_new_mainimage_v3.jpg) , e os desenhos.

Depois de guardar tudo em seu devido lugar o menino colocou a adaga de volta no colete e voltou a se sentar perto do lago, pegou o primeiro caderno com capa marrom e escreveu na frente “ Como treinar o seu dragão” , na primeira pagina desenhou vários dragões que conheceu ao longo dos anos, mas o que mais se destacou foi um dragão completamente preto com grandes olhos, a prole profana dos raios e da própria morte, o fúria-da-noite, na pagina seguinte ele começou a escrever o livro.

“ Dragões não são como pensamos, eles são muito mais, são amigos que podemos guardar pela eternidade, fieis e leais, nesse livro vou apresentar uma visão deles que muitos não tiveram a oportunidade de conhecer.

Meu melhor amigo é um dos dragões mais temidos do mundo, ele é um fúria-da-noite , a prole profana do raio e da própria morte, também conhecido como Banguela.

Infelizmente nunca tive a oportunidade de conhecer outro Fúria e penso que talvez Banguela seja o único da especie, espero que algum dia encontre outros, você deve estar pensando que sou louco, talvez seja, mas não sou o único a montar um dragão, isso mesmo montar, eu voo pelos céus em um dragão, assim como meus amigos.

Dragões são seres espetaculares, eu fui o primeiro a montar em um e pude conhecer muito deles, espero que aprecie a leitura e que nunca comente desse livro com ninguém, o mundo ainda não está preparado para esté conhecimento.”