I Want You Here escrita por Lisbeth


Capítulo 1
Capitulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Uma pequena one shot, que me veio a cabeça agora pouco.
Uma das coisas mais profundas que já escrevi.
Espero que gostem.

Escutem essa musica ao ler, que é uma base para o texto:
https://www.youtube.com/watch?v=SWww880E9wU



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Prendi minha respiração e ao mesmo tempo abri meus olhos. Eu podia ver tudo, eu podia sentir o ar começar a ficar escasso. Meus olhos começaram a arder, por conta do sal da água e meu corpo começou a se debater por instinto, porém eu lutava contra ele. Abri minha boca e uma grande quantidade de água entrou, me fazendo temer a morte.

Entretanto eu a queria, eu não podia mais, eu não iria conseguir. Tudo desmoronou com aquela simples – não tão simples assim – noticia. Ele não estava mais comigo... Como suportar isso?

Como a mente é traíra nessas horas, eu o vejo, ali debaixo da água comigo. Mas eu sei que não é real, ele não estaria sorrindo, como se nada tivesse acontecendo. Ele lutaria pra me salvar. Meu corpo se debate mais, mas eu tento me manter de baixo d’água.

Sinto os primeiros sinais de insuficiência respiratória, fora a imensa quantidade de água que eu já engoli. Meus olhos se fecham e meu corpo começa a se acalmar.

Tudo escurece e sinto meu coração bater cada vez mais lento, então ele volta a minha mente. Ele está falando alguma coisa, porém eu não consigo escutá-lo, eu não consigo entender. Estou muito fraca até mesmo para vê-lo, sua imagem vai ficando embaçada.

Não! Eu quero gritar, mas nenhum musculo meu se moveu. Ele sumiu, tudo sumiu! As dores, a magoa, o ressentimento, o medo, as náuseas. Tudo...

Senti meu corpo subir, senti por um último instante a brisa, a diferença entre a parte que estava na água e a que ficou exposta. E isso foi o adeus, o adeus que ninguém que me conhece sabe que eu dei.

Talvez eles vejam alguma notícia, sobre o corpo de uma jovem encontrado perto de alguma praia. Talvez eles me reconheçam... talvez até mesmo eles pensem que sumi, que me deem como desaparecida. O mais provável é que só se dessem conta que eu morri, anos depois.

Porque a probabilidade deles pensarem que quero ficar sozinha é grande, eu costumava ficar semanas sem dar notícias...

Uma batida bem fraca ocorreu no meu peito. Eu não entendia porque meu corpo estava lutando, eu não queria lutar, eu queria morrer, queria ir encontra-lo. Lá é meu lugar, ao seu lado. Sempre foi. Outra batida, ainda mais fraca.

Uma luz cegou-me por alguns segundos. Então eu o vi, seu semblante era triste, magoado... Diria até que decepcionado.

Ele não ficou feliz que vim atrás dele? Ele não me queria aqui com ele? Eu queria chorar, mas eu não conseguia. Nada acontecia, ele ficou me observando, sem dizer nada e sem se mexer. Por que isso não acabava logo? Por que eu não podia me mexer para ir até ele? Por que Deus?

Tudo ficou escuro novamente. Eu não sentia mais a água em volta do meu corpo, eu estava numa espécie de cama fofa... Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto e finalmente consegui me mover. Consegui abrir os olhos.

- Não! Não! Não!

Comecei a gritar me debatendo na cama. Olhei em minha volta, um bip constante apitava. Tudo voltou, todas as dores, todos os sentimentos. Eu estava de volta ao hospital...

Alguns enfermeiros entraram, e tentavam me controlar, mas eu só sabia gritar pela morte. Eles não podiam me manter longe dele. Por que ninguém entendia? Eu estava farta de ser salva.

Qual é o número dessa tentativa? Eu nem estava mais contando...

Eu só queria ir pra perto dele.

Só queria senti-lo em meus braços novamente.

O meu único e mais perfeito amor...

O meu filho, meu querido e amado filho...


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
Eu ainda estou tentando me recuperar.

Comentem...