Se Eu Pudesse Voltar escrita por keell


Capítulo 4
Novas sensações


Notas iniciais do capítulo

Em cada capítulo procuro evoluir mais... Eu gostei muito do desfecho deste capítulo, saiu melhor do que o esperado...
Espero que gostem...
Boa leitura a todos!



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Naquela noite eu estava me sentindo estranho, a presença de Eduardo me fazia bem, mas me assustava ao mesmo tempo, não sei ao certo descrever a sensação que sinto quando estou perto dele, mas não conseguia tirá-lo da cabeça. Sempre sorrindo, espontâneo, ele era diferente de todas as pessoas que eu já conhecera, embora o pouquíssimo tempo de convivência, eu já ansiava pela hora de poder vê-lo e conversar com ele. Algo nele me chamava a atenção e eu fantasiava coisas em minha mente que eu não costumava fazer.

Não tive dificuldades para encontrar o lugar e às 20:00 em ponto, desci do carro e fui até a porta. Ele morava em uma casa grande, de dois andares. Eu toquei a campainha, e o próprio veio me atender mais que depressa com um sorriso no rosto.

_ Você é muito pontual hein – disse ele saindo de casa e fechando a porta. Achei estranho o fato dele não ter nem me convidado a entrar, mas tudo bem, o combinado era a gente sair, e não ficar na casa dele.

_ Eu tenho uma neura com essas coisas de horário – eu disse. Nós rimos e entramos no carro. Então começamos a andar pela cidade a procura de um barzinho, ou algum lugar que pudéssemos nos distrair. Durante todo o percurso nós fomos conversando, ele sempre falador, e eu mais escutava do que falava, mas eu me sentia bem assim, gostava daquilo tudo.

Resolvemos parar no Sentinela’s, um barzinho não muito freqüentado, muito menos por mim, mas o ambiente era agradável. Entramos nos sentamos e logo veio um garçom nos atender.

_ Boa noite, em que posso ajudá-los? – perguntou o garçom com toda a elegância. E parece que ele tinha alguma coisa que puxava os olhos de Eduardo para si. Ele era loiro, dos olhos claros, confesso que ele realmente era boa pinta.

Eduardo logo disse na frente:

_ Nos traga o cardápio por gentileza?

O garçom nos entregou o cardápio e disse que estaria a disposição para o que precisássemos, deixando-nos a vontade para fazer nossas escolhas. Optamos por beber cerveja, e pedimos a primeira. O garçom trouxe e nos serviu, então nós brindamos e começamos a beber. Estava tudo muito divertido, parece que a cada copo que eu tomava eu me soltava mais e mais nos assuntos. Lembro-me que ao pedir a terceira cerveja, Eduardo perguntou ao garçom seu nome.

_ Jhonata senhor.

_ Pode parar de me chamar de senhor Jhonata, que idade você tem?

_ Eu tenho vinte. – respondeu o garçom meio sem graça.

_ Então, somos praticamente da mesma idade, eu tenho vinte e um, e o Cássio também, não somos tão mais velhos que você para nos tratar com tanta formalidade! – disse Eduardo olhando-o fixamente nos olhos.

_ É que isso são normas da casa. – explicou o garçom.

_ Mas com a gente não precisa disso, me chama pelo nome, eu me chamo Eduardo, e esse é Cássio, estamos combinados?

_ Se VOCÊ prefere assim. – disse o garçom pegando na mão do Eduardo.

_ Muito melhor. – disse Eduardo, nós rimos e o garçom virou-se indo em direção ao balcão.

 _ Ele é lindo não é? – comentou Eduardo baixinho comigo.

_ O quê? – eu sinceramente me espantei com a pergunta.

_ Pode falar, só estamos nós dois aqui. Olha pra ele, todo perfeito, lindo de rosto, estou imaginando como deve ser o resto.

Eu confesso que fiquei sem resposta, mas imaginei que fosse efeito do álcool em sua mente.

_ Você namora? – ele perguntou.

_ Sim, quer dizer, eu ainda acho que sim!

O tempo passou, continuamos bebendo e esquecemos das horas. Me recordo que foram cinco cervejas que tomamos ali naquele barzinho. No final pedimos a conta e nos despedimos de Jhonata.

No caminho de volta pra casa Eduardo me perguntou se eu tinha o costume de freqüentar a praça principal da cidade. Era uma praça bonita, grande, tinha muitas arvores e um lago enorme no centro. Eu disse que não, mas Eduardo disse que gostaria muito de conhecê-la. Então o levei até lá.

Ao chegar, descemos do carro e eu apresentei a ele toda a praça. O céu estrelado, a lua brilhava linda lá em cima, nenhuma nuvem se quer pra atrapalhar a paisagem que eu sozinho jamais havia percebido, mas aquela hora já não havia muita gente ali, ela estava quase deserta. Então Eduardo disse que queria me dizer algo, e nos sentamos em um banco um pouco afastado de tudo. Mas mesmo assim Eduardo enrolou até não haver mais ninguém a nossa vista.

_ Cássio... olha! Primeiramente eu te chamei pra vir aqui porque já haviam me dito que essa hora a praça fica deserta. E eu não esbarrei em você no Shopping aquele dia sem querer, na verdade eu já o observava já tem um tempo.

Nunca em toda a minha vida eu senti o coração bater tão forte quanto aquele momento. Minha boca ficou totalmente seca, meus pensamentos não estavam em ordem em minha mente. Um sentimento de desconfiança começara a se fazer forte dentro de mim, e ele continuou.

_ Eu senti que posso confiar em você, desde o início eu senti isso. Então por favor espere eu terminar de falar tudo o que eu tenho pra falar pode ser?

_ Sim, pode falar. – Eu estava completamente assustado.

_ Cássio, eu gosto muito de mulher, muito mesmo. Mas eu gosto de homens e muitas vezes muito mais do que mulheres. E desde que eu te notei já não te tiro mais da cabeça. – cada palavra que saia da boca dele fazia com que ele se aproximava mais de mim. Comecei a suar frio, minhas mãos trêmulas.

_ Eduar...

_ Me deixa terminar, você disse que seria assim! Então, eu estou gostando de você.

Eu fui em um outro mundo na hora, e quando voltei me peguei em um caloroso e intenso beijo na boca. Eduardo se aproximou, disse o que tinha de dizer, e me beijou, sem que eu pudesse falar nada antes. Mas eu confesso que eu gostei do beijo. Mas não queria, e nem podia demonstrar pra ele que eu correspondia aos sentimentos dele. Eu sou homem, eu namorava. Pra mim aquilo tudo, por mais prazeroso que parecesse, era um absurdo. Então me afastei, disse que as coisas não poderiam ser assim, que teríamos que ir com calma, que éramos amigos e foi então que ele me olhando dentro dos olhos, fez a pergunta que o meu próprio silencio respondeu:

_ Cássio, olha pra mim e fala que você não quer isso, que você não me deseja. – colocando uma de minhas mãos no pênis dele, continuou. – você realmente não quer cara?

...

O silêncio tomou conta do meu ser, eu não conseguia responder aquela pergunta, e nem conseguia tirar a mão do pênis dele que parecia cada vez maior. Eu não conseguia mais encará-lo nos olhos, mas ele segurou em meu queixo, e foi levantando minha cabeça devagar, e me beijou novamente. Dessa vez me entreguei por completo, meu corpo estava sendo tomado por um calor incomum, jamais sentido antes ao beijar qualquer garota se quer. Ele me apertava com força, parecia ser seu ultimo beijo, foi intenso demais. Me deixei levar por aquele tesão que corria por todo o meu corpo. Foi mágico aquele momento.

_ Olha, é hora de irmos, amanhã você trabalha cedo, e eu tenho uma entrevista pra fazer. Vamos?

Eduardo me disse isso, e parecia tomar conta da situação, tudo aquilo que pra mim era novo, pra ele parecia normal. Então eu dei uma boa olhada no relógio, nos levantamos e fomos pro carro. Eu o deixei em casa e foi só aí, no momento em que eu me encontrava sozinho é que eu fui cair em mim. “EU HAVIA BEIJADO UM HOMEM”, eu já havia imaginado isso com Eduardo, fantasiado isso de varias formas, mas realmente aconteceu com a gente e eu gostei. Como vai ser de agora em diante? E Marcela? Como ficaria nessa história toda? Como me olharia se ficasse sabendo de toda essa situação?

Mais uma noite que eu fora pra casa de cabeça quente, entrei em casa e nem cumprimentei meus pais, fui direto pro quarto, me deitei na cama e mais uma vez não dormi, pensando no que acontecera no parque. Pensando em ligar pro Eduardo mas com medo, muito medo, foi quando o meu telefone tocou, era ele, me disse as seguintes palavras.

_ Você é muito melhor do que eu imaginava! Vou querer mais, muito mais. Estou pensando em você agora aqui no banheiro, vou desligar o telefone, pois vou precisar das duas mãos. Beijos.

Não me deu tempo de falar nada, só fez o tesão que eu estava sentindo por ele aumentar ainda mais. Não conseguia tirar aquilo tudo da cabeça e foi então que passei a noite em claro, tentando achar uma solução, um caminho, uma resposta. Pois toda a ação tem uma reação, e com o acontecido, eu iria aprender que a recíproca era verdadeira!

 


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Notas finais do capítulo

Como será que vai ficar a situação de Cássio agora que ele começou a se envolver com Eduardo? E a relação dele com Marcela, como vai ficar daqui pra frente?
Dê a sua opinião, o que você acha que vai acontecer agora?
Mandem reviews, isso faz com que a inspiração flua com mais falicidades...
Ja escrevo o próximo.
Aguardem...



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