Se Eu Pudesse Voltar escrita por keell


Capítulo 11
O inesquecível feriado


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora.
Nesse capítulo vcs vao perceber como esse Eduardo é impertinente, totalmente sem noção.
Espero que gostem.
Boa leitura e leiam ate o fim.



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Bruno e eu já estávamos juntos a um mês e meio, tudo tão perfeito, finalmente eu encontrei a felicidade. Ninguém sabia, pois queríamos preservar nossa privacidade, decidimos que seria melhor assim. Não era fácil encontrar com ele todos os dias na loja e não poder abraçá-lo e beijá-lo. Era visível o nosso alto astral, tanto eu quanto ele estávamos sempre de bom humor, todo mundo percebia isso. Sempre sorrindo, mas sempre com descrição.

Lembro-me que tinha um feriado naquela semana, e ficaríamos de folga quatro dias. No fim do expediente, Bruno chegou perto de mim e falou bem baixinho:

_ Depois de amanha é feriado, pretende fazer alguma coisa?

_ Ainda não planejei nada. – respondi. – Tem algo em mente?

_ Foge comigo?

_ Como assim?

_ Vamos viajar? Só nós dois, pro interior? Respirar ar puro, ficar juntinhos todo esse tempo longe de tudo e de todos. Meu tio tem um sítio. Poderíamos ir pra lá. O que acha?

Achei fantástica a idéia. Ficar tanto tempo assim com a pessoa que a gente gosta sempre nos faz muito bem.

_ Eu passo na sua casa hoje a noite pra combinarmos. – ele me disse terminando de arrumar ultima pilha de roupa que faltava pra irmos embora. Nos despedimos e fomos cada um pra sua casa. O que eu não esperava é que Eduardo nos observava todo esse tempo, esperando uma brecha para agir.

A noite caiu e não demorou muito para Bruno chegar. Minha mãe o recepcionou, e o encaminhou até meu quarto. Eu o esperava deitado em minha cama lendo um livro, e parei ao notar sua presença.

_ Oi Bruno!

_ Oi Cássio!

_ Bem vou deixá-los a vontade. Tenho que terminar de lavar a louça. – Disse minha mãe saindo do quarto e fechando a porta. Bruno que até então estava em pé ao lado dela, trancou-a e veio em minha direção, sentou-se na cama, acariciou meu rosto e me de um beijo lento e intenso. Minhas mãos corriam pelo seu corpo esperando uma reação dele, mas sem sucesso.

_ Cássio seus pais estão em casa e eu não vim aqui pra isso! – ele interrompeu o beijo com meio sorriso. Eu o entendi e o encarei, mostrando que estava prestando atenção no que ele tinha pra falar.

_ Bom, o sítio no qual te disse mais cedo, fica a alguns quilômetros daqui, gostaria que saíssemos amanha quando terminar o expediente, então deixe sua bolsa arrumada hoje, e amanha ao sair da loja, só passe em casa, tome um banho e me espere, que virei te buscar, pode ser?

_ Sim, pode sim. Agora eu posso beijar meu namorado do jeito que eu quero beijar?

Bruno sorriu e me permitiu o beijo. Ficamos ali por mais alguns instantes e Bruno me convidou para tomar uma cerveja no Sentinela’s. Aceitei, troquei de roupa e fomos. Caminhando pela rua, conversando distraídos, nem notamos a presença de duas pessoas que se aproximavam.

_ Oi pessoal! Como vão?

Bruno e eu nos viramos praticamente na mesma hora, e vimos Eduardo com um rapaz de pele morena, estatura mediana, forte, tinha os cabelos pretos e penteados para trás, a barba mal feita. Balançamos a cabeça com o sinal de cumprimento e continuamos a caminhar. Mas Eduardo insistia em falar conosco.

_ Deixe que eu faço as apresentações. Esse é Willian, meu “amiguinho”. Willian, esses são Bruno e Cássio, o mais novo casal da loja onde trabalho.

_ Eduardo por favor, nos poupe de suas insinuações sem sentido. Se não tem nada de útil pra dizer, nos dê licença que precisamos ir. – Bruno disse aquilo, me puxou pelo braço. Mas Eduardo era mesmo muito inconveniente.

_ Me desculpe gente, foi só uma brincadeirinha. É que eu e o Willian estamos sem rumo hoje, e quando vi vocês vim cumprimentar, e perguntar onde estão indo. Falei tanto de vocês pra ele que ele ficou curioso.

O rapaz se mantinha o tempo todo calado, com a mão nos bolsos da calça jeans, e olhando para o nada, distraído.

_ Olha, estamos indo a um lugar que não é da sua conta Eduardo. – agora foi eu quem falei.

_ Hum, vão querer ficar sozinhos? Discutir relação?

_ Eu não sei de onde você tirou essa idéia estúpida, só vamos tomar uma cerveja no bar. – eu falei ironizando. E Eduardo mais que depressa completou.

_ Nossa, estava falando agora pro Willian que está muito calor hoje, acho que vamos com vocês até o bar. – disse Eduardo puxando Willian e andando junto com a gente, tentando fazer parecer que éramos amigos.

Ao chegar no bar, sentamos os quatro na mesma mesa e pedimos uma cerveja. Jhonata o garçom logo nos reconheceu e veio nos atender.

_ Boa noite, em que posso servi-los?

_ Nos traga uma cerveja e quatro copos por favor. – disse Eduardo olhando pra Jhonata. Notei que eles se olharam por um instante, Jhonata anotou o pedido sorrindo o tempo todo, e Eduardo sorria também.

_ E então Willian, no que você trabalha? – eu perguntei curioso. afinal queria saber mais a respeito da pessoa que estava sentada a mesa conosco.

_ Bem, eu sou enfermeiro, trabalho no pronto socorro local.

Bruno não estava se sentindo a vontade com toda aquela situação, mas Eduardo parecia se divertir com tudo aquilo. O tempo inteiro ele falava muito. O tempo foi passando e tomamos 3 cervejas, quando Eduardo disse que precisava ir ao banheiro. Mas antes que ele pudesse chegar lá, notei que ele foi até o balcão e conversou com Jhonata, deixou com ele um bilhete e se dirigiu ao banheiro. Voltou pra mesa, terminou de beber aquela, e disse que precisava ir embora.

Quando finalmente saiu junto com seu “amiguinho” Jhonata veio perguntar se precisávamos de mais alguma coisa. Pedimos uma poção de carne com fritas, sugerida pelo próprio Jhonata, e notei que ele a todo instante estava próximo a nossa mesa.

Bruno então voltou a fazer planos para nosso feriado, estava realmente empolgado:

_ Cássio, vai ser realmente um feriado inesquecível, o tempo inteirinho juntos. Dormir e acordar ao seu lado pra mim vai fazer um bem enorme.

_ Nossa nem fala. Estou muito ansioso.

Jhonata chegou com a poção bem na hora que Bruno estava repetindo que eu deveria deixar a mala pronta, e reforçando que sairíamos assim que o expediente acabasse. Colocou a poção na mesa e perguntou se precisávamos de mais alguma coisa.

_ Não muito obrigado. – respondeu Bruno.

Comemos e conversamos bastante, foi muito bom aquele momento ao lado dele. Terminamos, pagamos a conta e fomos embora. No dia seguinte, estávamos os dois muito ansiosos, e Eduardo estava agindo estranhamente, calado, observador o tempo inteiro. Mas não demos muita importância as atitudes dele. Pra gente o que mais importava era o feriado chegando e o tempo que passaríamos juntos.

Terminado o expediente, eu me despedi de todos da loja desejando um bom feriado, olhei pra Bruno querendo dizer que eu já estava indo, ele entendeu e balançou a cabeça positivamente. Eu mais que depressa fui pra casa, tomei um banho e esperei Bruno me pegar em casa para irmos para o feriado perfeito que nos esperava.

Saímos de casa por volta das 19:30, fomos ouvindo canções românticas e conversando, nos divertindo. Um carro veio nos acompanhando até a entrada do sitio, depois sumiu de nossas vistas. A estrada estava tranqüila, a lua cheia brilhava no céu que estava limpo, cheio de estrelas. Tudo parecia perfeito, muito perfeito. Chegamos ao sítio por volta das 22:30.

_ Tio Bill, chegamos – gritou Bruno ao descer do carro.

De dentro da casa saiu um homem mais velho, parecia ter seus 43 anos, tinha a pela morena queimada de sol, era alto, forte, um pouco calvo nas laterais do cabelo, mas era bonitão, deu um abraço apertado em Bruno que mais que depressa me apresentou pra ele.

_ Tio, esse é Cássio, um grande amigo meu. Vai passar o feriado comigo aqui.

_ Seja muito bem vindo a minha casa Cássio, fique a vontade, é tudo simples mas de coração.

_ Não senhor, eu tenho certeza que vou adorar tudo aqui.

Era noite, e por isso não dava pra ver nada que o sitio tinha pra oferecer. O tio Bill nos levou até onde nós dormiríamos, e disse que em breve o jantar estaria servido.

_ Bruno, e a mulher dele? -  até então eu não tinha visto nenhuma mulher ali.

_ Não mencione nada a respeito na frente dele, tem três anos que ele tem esse sítio, ele comprou depois que a mulher dele morreu. Ele se fechou pro mundo, isso aqui é tudo que ele tem. Largou tudo pra morar aqui, ele acreditava que seria mais fácil esquecer assim, pois nada aqui lembra ela.

_ Nossa que triste.

Nos aprontamos e fomos jantar. Tio Bill era extremamente extrovertido, conversava sobre tudo, contava piada, ele realmente queria me fazer sentir bem em sua casa. E estava conseguindo.

Deu a hora de dormir, eu estava cansado, me despedi de tio Bill, e fomos para o quarto, Bruno e eu. Fechamos a porta e Bruno juntou as camas de solteiro, apagamos a luz e tivemos ali nossa primeira noite de amor. A noite inteirinha foi maravilhosa, Bruno foi maravilhoso, ele parecia ficar cada dia melhor naquilo. Dormimos abraçadinhos.

Na manha seguinte tio Bill nos acordou cedo. Bateu na porta, Bruno separou as camas depressa e foi atendê-lo na porta:

_ Bom dia tio, porque está nos chamando tão cedo?

_ Bruno, porque não me disse que viria mais amigos seus pra cá? – ele disse sussurrando.

_ Mais amigos? – Bruno esfregou os olhos sem entender direito o que estava acontecendo, ele não quis me acordar e  foi ver de quem se tratava, ao chegar na cozinha:

_ Bom dia Bruno, você me desculpe não ter vindo ontem com vocês, mas é porque o carro do Willian deu problema, eu tentei te ligar, mas não consegui falar. Não foi fácil achar aqui.

Era inacreditável, Eduardo estava no sítio junto com o Willian. O pior é que tio Bill já tinha tido o primeiro contato com ele e o achou incrivelmente legal. Já tinha os instalados em um dos quartos e estavam tomando café juntos. Tio Bill era do tipo que não destrata nem um cachorro em sua casa, ele acha que as pessoas tem que ser bem tratadas na casa da gente para que sejamos bem tratadas na casa delas. Bruno ficou sem reação. Não estava crendo no que seus olhos viam.

Com a confusão eu acordei, fui até a cozinha ver o que estava acontecendo, e ao chegar dei de frente com Eduardo que estava indo em direção à seu quarto, e voltou pra mesa quando me viu.

_ Bom dia bela adormecida! Demorei mais cheguei. – ele disse com um sorriso de orelha a orelha.

Olhei pra Bruno, querendo uma explicação que ele não tinha pra me dar, mas pelo que pude entender naquele momento é que Eduardo e Willian tinham chegado pra ficar. Eles iriam sim passar o feriado no sítio do tio Bill junto com a gente. Só Deus sabe o que nos esperava naqueles quatro dias de feriado.


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Notas finais do capítulo

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Estou aceitando de tudo um pouco rs.
Obrigado!



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