Eu, você e elas escrita por Lola Carvalho


Capítulo 1
O primeiro jantar


Notas iniciais do capítulo

Fanfic nova no pedaço! o/
Espero que vocês gostem! :3

Boa leitura!



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Nada naquele dia parecia ser diferente. Patrick Jane, o consultor da CBI, havia passado o dia dormindo em seu sofá e dentro de algumas horas, iria buscar sua pequena Charlotte na creche da CBI.

Teresa Lisbon, a chefe da unidade de crimes graves, por sua vez, preenchia relatórios e se preparava mentalmente para pegar o trânsito das seis da tarde para buscar sua filha, Violet, na escola.

Kimball Cho, Van Pelt e Rigsby fuçavam no computador, para matar o tempo, já que os criminosos pareciam ter tirado um dia de folga.

Entediado, Jane levantou-se de seu sofá e foi até a sala de sua chefe.

- Me conta de novo por que você não põe sua filha aqui na creche do CBI? – ele perguntou

- Me conta de novo por que você entra no meu escritório sem bater na porta? – ela devolveu

- A porta estava aberta – explicou-se

- Não importa. É meu escritório. Você não vê o Cho, Rigsby ou Van Pelt fazendo isso.

- E agora você quer que eu-

- Papai! – Charlotte entrou na sala de Lisbon correndo e se agarrou as pernas do pai

- Acho que o mal é de família – Lisbon murmurou para si mesma

- Charlotte, o que faz aqui? – Jane perguntou pegando a menina no colo – Não vá me dizer que você fugiu de novo.

- Eu queria te ver – a menina argumentou

- Charlotte! Já não te disse que não era para você fazer isso?

- Já, mas... É tão chato ficar lá, papai. Você não tem ideia!

- Não importa. Você tem que aprender a obedecer.

- Charlotte, graças a Deus! – a professora da creche entrou desesperada no escritório de Lisbon – Desculpe-me, senhor Jane, eu-

- Está tudo bem Lilian. Essa pequena aqui é realmente difícil de controlar – o loiro sorriu – Charlotte, obedeça a tia Lilian, e não fuja! Se não serei obrigado a te pôr de castigo. Estamos entendidos?

- Está bem... – Patrick ia coloca-la no colo da professora, mas ela o impediu – Não! Deixa eu dar um beijo na tia Teresa.

Patrick então a colocou no chão e ela logo correu para o outro lado da mesa.

- Tia Teresa, a Violet vai vir para cá hoje?

- Sim, ela vem.

- Oba! – a menina exclamou, beijou a bochecha de Teresa e logo correu para a sua professora, que saiu do escritório fechando a porta atrás de si.

- Bem... Onde paramos mesmo? Ah, sim! Por que não põe a Violet aqui na creche da CBI?

- Porque coloquei ela em uma boa escola. Muito melhor do que a creche do CBI – ela respondeu – Aliás, por que você não põe a Charlotte em uma escola de verdade?

- A CBI é uma boa creche, e faz Charlotte ficar perto de mim – ele respondeu evitando olhá-la nos olhos

- Você está mentindo – acusou

Patrick olhou diretamente nos olhos verdes e enormes da agente e desviou-o, em seguida, para a janela.

- Não consigo – ele confessou – Sei que a Charlie devia estar matriculada em uma escola de verdade – ele enfatizou – mas eu não consigo.

- Por quê? – Lisbon se atreveu a perguntar. Patrick olhou-a novamente nos olhos antes de responder.

- Porque pais e... mães lá, indo buscar suas crianças, rindo, brincando... E eu não consigo.

- Jane...

- Me sinto culpado por não poder proporcionar uma vida normal para minha filha, mas...

- Tenho certeza que ela não te culpa.

- Claro que não. Ainda não. Ela tem só seis anos e ainda pensa que eu sou um super herói com poderes mágicos – Teresa riu da afirmação dele

- Você já não acha que está na hora de seguir em frente? Reservar um futuro melhor para você e Charlotte?

- Mas e você? – ele ignorou as perguntas dela

- O que tem eu?

- Não vai seguir em frente? Arrumar um namorado que trate você e a Violet bem?

- Jane, não tente mudar de assunto! – Patrick, porém, nada respondeu.

Após alguns segundos de silêncio, Lisbon fez menção de falar algo, mas Jane fora mais rápido.

- Está tudo bem com a Violet?

- Sim, ela está bem. Obrigada por perguntar.

- Ela ainda pergunta do pai?

- Sempre – Teresa largou a caneta que havia prendido entre os dedos, afinal, pelo andar da carruagem, essa conversa não acabaria tão cedo – Todas as noites ela me pergunta coisas sobre ele – Patrick se sentou a cadeira, na frente da mesa dela.

- E como você está com tudo isso?

- Bem, eu acho. Já não sinto mais tanta falta dele, como quando ele faleceu. Já faz três anos.

- Sim, eu sei.

O telefone de Lisbon começou a tocar dentro de sua bolsa, e assim que ela viu quem estava lingando, atendeu prontamente.

- Lisbon.

- Boa tarde, senhora Lisbon. Quem fala é Monica da escola da Violet.

- Oi Monica. Está tudo bem? A Violet está bem?

- Bem... A Violet está com crise de tosses. Nós achamos melhor dispensá-la das próximas aulas. Tem como a senhora vir busca-la?

- Claro, claro. Estarei aí em vinte minutos – e dito isso ela desligou

- A Violet está bem? – Jane perguntou

- Não. Crise de tosse de novo. Eu vou lá busca-la – ela pegou sua bolsa e saiu da sala, em direção aos outros membros do time – Cho, avise ao Minelli que precisei dar uma saída, vou buscar minha filha na escola – Cho assentiu

- Está tudo bem, chefe? – perguntou Van Pelt

- Ela está com crise de tosse, mas vai ficar bem. Obrigada por perguntar.

..........

Chegando na escola, Lisbon se dirigiu para a diretoria e logo que sua pequena a viu, saiu correndo em sua direção, lançando-se aos seus braços.

- Mamãe! - exclamou

- Violet, como você está se sentindo? – a menina tossiu algumas vezes – Aqui, come isso e você vai ficar melhor – Lisbon entregou a ela uma pequena embalagem plástica com mel e a menina logo colocou na boca.

- Senhora Lisbon! Que bom que chegou. Violet estava aflita...

- Obrigada por ter me ligado. Eu já vou indo. Tchau!

- Tchau! Até amanhã.

.............

Apesar de sentir muito pela tosse de sua filha, Lisbon ficou aliviada sabendo que não teria de pegar aquele trânsito infernal de Sacramento e não teria que aguentar os pais solteiros que davam em cima dela na porta da escola de Violet.

Assim que entrou no escritório, Violet saiu correndo para os braços de Rigsby.

A menina simplesmente o amava! E Rigsby se deleitava na companhia dela também.

- Titio Way! – exclamou

- Pequena Violet! O que andou aprontando para sair mais cedo da escola?

- Estava com tosse – a menina respondeu sinceramente

- Está melhor?

- Estou. A mamãe me deu mel... Quer? – Rigsby riu

- Não, obrigado.

- Tia Grace! – Violet correu até a ruiva

- Olá, pequenina.

- Você parece com a minha barbie nova – a Violet brincou com uma mecha do cabelo de Van Pelt.

- Bem, obrigada – respondeu Grace.

- E eu e o tio Cho não ganhamos beijo? – Patrick perguntou

- Claro que ganha, né, tio Paddy – ela estendeu os braços para ele a pegar no colo e então se inclinou para beijá-lo na bochecha – Cadê a Charlie?

- Daqui a pouquinho ela chega – A menina se desvencilhou dos braços de Patrick e correu para a mesa de Cho

- Oi titio Kimball – ela beijou-o no rosto – O que você está lendo?

- Um romance. Quando você souber ler eu te empresto.

- Uau! – Jane disse para Lisbon, após ter observado toda a cena – Eu já sabia que a Violet é uma menina encantadora, mas a ponto de fazer Cho emprestar seus preciosos livros pra ela...

- O que posso dizer? – Lisbon respondeu, entrando na brincadeira – Ela puxou todo o charme da mãe.

- Sem dúvida – Jane retrucou e o ar do escritório ganhou aquele clima mais elevado, como sempre acontecia com as conversas entre Jane e Lisbon.

- Bem, eu vou para meu escritório terminar aqueles relatórios – ela chamou a filha com um gesto de mãos, e a menina correu para a mãe, seguindo-a até sua sala.

............

Lisbon, uma mulher preparada para todas as situações como sempre, mantinha guardado em uma gaveta alguns brinquedos de Violet. Desse modo, toda vez que a menina ia para lá, ela tinha com o que brincar.

A menina se parecia muito com ela. Tinha cabelos negros e olhos verdes. Ela possuía uma personalidade forte, já dava para perceber, mesmo em seus poucos anos de vida. Ela se parecia muito com o pai.

Largando a caneta sobre a mesa e decidindo em sua mente encerrar o expediente por aquele dia, Lisbon arrumou suas coisas e pediu para que Violet guardasse seus brinquedos.

Teresa saiu primeiro da sala, enquanto sua filha terminava sua tarefa, pretendendo ir ao banheiro, mas foi interrompida pela curiosidade ao ouvir Charlotte com a voz embargada de choro.

- Papai, eu não quero mais ficar aqui! Vamos para casa. Por favorzinho...

- Mas olha só que gostoso e macio é esse sofá – Teresa o viu colocar a menina sobre ele – Você não acha?

- Não! – a menina cruzou os braços – Eu quero ir para casa. Para a nossa casa de verdade e não para aquele hotel.

- Charlotte, não... – Patrick tentou mais uma vez convencer a menina, impedindo que ele se tornasse emocional de mais e acabasse chorando, mas foi interrompido pela menina

- Eu não quero ficar mais nem um minuto aqui ou lá no hotel. Quero minha casa!

Patrick respirou fundo. Ele não tinha ideia do que diria para a filha.

“Não podemos voltar para casa pois eu não consegui limpar o sangue da sua mãe da parede”. “Não podemos ir para casa porque eu não suporto a ideia de estar naquela casa sem sua mãe”, ele pensava.

Mas não podia dizer a uma menina de seis anos nenhuma daquelas coisas.

E foi quando Teresa interferiu na conversa.

- Charlotte! – ela disse chamando a atenção dos dois – A Violet está aqui, você não quer ir lá falar oi para ela? – a expressão de raiva já havia deixado o rosto de Charlotte quando ela viu a agente, mas ela ainda estava arredia e nada respondeu – Sabe, eu acho que vou comprar uma pizza de peperoni no caminho para casa – os olhos da menina brilharam ao ouvir aquelas palavras. Lisbon sabia que pizza de peperoni era o ponto fraco da pequena – Estava pensando se, talvez, vocês não quisessem vir conosco, para jantar lá em casa.

- Lisbon... Obrigado, mas-

- Eu insisto – Lisbon o interrompeu – Uma pizza é muita coisa só para mim e para a Violet. Por favor.

Violet saiu correndo do escritório, depois de ter escutado parte da conversa.

- A Charlie e o tio Patrick vão lá pra casa? – perguntou entusiasmada

Lisbon olhou para Patrick esperando uma resposta.

Esta era sua “Santa Teresa” em ação. Embora ele soubesse que o problema estaria resolvido por hora. Depois que saíssem da casa dela, Charlotte provavelmente ainda estaria irritada com ele.

Mas, que sabe, até lá ele não descobrisse uma saída para isso?

- Ficaríamos muito felizes de jantar na casa de vocês.

Charlotte, que já se havia esquecido de sua saudade de casa, correu até Violet e as duas se abraçaram e pularam, comemorando.


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber o que acharam da história, please :)
De qualquer forma, obrigada por lerem até aqui! :D
Beijinhos e até o capítulo que vem!



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