F.R.E.E – New Moon escrita por Isa H


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e, se alguém ler isso, comente.
Comentários fazem autores felizes.
Kissus da Isa.



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Dois meses atrás. Forks, Washington.

Eu me remexia em minha cama em uma tentativa inútil de encontrar o “lado certo” da cama e finalmente poder dormir. Soltei um suspiro desistindo de tudo e simplesmente me sentei abraçando o travesseiro em busca de contato.

Me levantei e andei até a cadeira que eu havia colocado próxima da janela com esperanças de encontrar um único par de olhos dourados. Encostei as pontas dos dedos no vidro e suspirei. Eu estava cansada dessa vida, cansada da pressão que Charlie colocava em mim, cansada dos convites de Jake e principalmente cansada de ter esse sentimento de culpa.

Ainda me lembro de suas palavras ditas em alto em bom som.

− Você não é boa para mim – repeti as palavras que tanto me machucam lembrando-me do sentimento de estar sem mais argumentos.

Uma raiva tomou conta de meu corpo enquanto eu me xingava de todos os modos possíveis. Isso iria mudar e mudaria agora. Arrumei minha mala com todas as roupas que eu mais precisava e deixei algumas ali mesmo. Teria que me livrar delas mais cedo ou mais tarde, principalmente da maldita blusa azul.

Naquela noite eu fiquei acordada pensando nas justificativas que teria de dar ao Charlie. Sem mais delongas peguei meu álbum de fotos que ganhei de Renée no meu último aniversário e observei a escrita me lembrando da primeira foto. Ele realmente fez de tudo para cumprir com sua palavra.

Será como se eu nunca tivesse existido.

Um sorriso irônico surgiu do nada em meus lábios. Edward Cullen simplesmente não fez o serviço completo e eu era a prova viva disso.

Suspirei e peguei a primeira caneta que vi pela frente. Escrevi as duas únicas palavras do modo mais legível que consegui Adeus, Cullen. Alice provavelmente me vigiava em suas visões e eu estava tirando vantagem disso surpreendendo até a mim mesma.

A manhã finalmente tinha chegado e com isso meu incrível bom humor. Logo depois de minha higiene matinal peguei minha mala e comecei a arrasta-la para a cozinha.

Encontrei Charlie lendo seu jornal úmido e bebendo seu costumeiro café. Ele não tirou os olhos do jornal quando percebeu minha presença, mas franziu a testa e disse:

− Acordou cedo hoje, Bella.

Eu respirei fundo olhando para ele de modo sério.

− Eu estou indo embora, Charlie – soltei de uma vez e ele congelou.

Soltou o jornal na mesa e me olhou como se eu tivesse acabado de dar um tiro em sua cabeça.

− Por quê? – ele pergunta me encarando e eu logo me arrependo de meus atos.

− Porque tudo nessa cidade me lembra de algo doloroso. O Colégio me lembra deles, não apenas do Edward – um nó se formou em minha garganta e meu lábio tremeu quando pronunciei seu nome – As pessoas da cidade me lembram de como a família deles era unida. E até mesmo Sue, que nesse momento está na droga de La Push, me lembra de Esme que era como uma mãe para mim – eu só percebi que estava gritando quando Charlie me olhou assustado.

− Bella... – ele começou

− É como dizem, pai. Seja a mudança que você quer ver no mundo – e lá estava ele, abaixando o rosto sem mais argumentos – Seja feliz e siga sua vida. Vá ver Sue, pesque aos finais de semana, mas acima de tudo não se preocupe comigo, eu sei muito bem me cuidar – talvez eu tenha sido muito dura, mas não me importei na hora, eu estava tentando sair da cidade o mais rápido possível.

O café da manhã foi um evento demorado e o silencioso. A costumeira camada de nuvens daqui já passava a me incomodar e eu batia os pés impaciente e louca para sair dali.

− Adeus, pai – falo já cansada e ele se coloca de pé forçando um sorriso.

Eu o abracei com todas as minhas forças, sentia que aquilo era uma despedida e que eu nunca mais o veria novamente. Esse sentimento era horrível e acabava comigo de dentro para fora, pisquei algumas vezes tentando me livrar disso e me afastei de Charlie olhando no fundo de seus olhos chocolate.

− Se cuida e tente não colocar fogo na cozinha – sorri de lado e ele balançou a cabeça enquanto exibia um sorriso.

− Mantenha contato − ele pede colocando as mãos em meus ombros – Tão parecida com Renée – ele murmura baixinho e solta um suspiro.

− Pode deixar, Charlie.

E com aquela frase me viro e começo a caminhar em direção a minha picape Chevy 53 sem ter ideia para onde eu vou.

Um lugar sem lembranças.

Presente

Passei a mão pelos cabelos mais uma vez enquanto respirava fundo. As lágrimas marcavam meu rosto enquanto eu tirava o avental esverdeado e o jogava do outro lado do balcão. Não estava em condições de trabalhar hoje e estava muito claro já que Jullian, em outras palavras meu chefe, me encarou e bufou acenando para que eu desaparecesse de sua frente. Sem me importar muito eu simplesmente gritei:

− Vai se sujar seu velho imundo.

A reação dele não foi muito amigável já que estalou os dedos das mãos e me olhou com ódio tentando me fazer recuar, mas eu simplesmente revidei jogando uma Mocca em seu rosto.

Saí pela porta da frente ignorando os olhares chocados que os clientes do local lançavam em minha direção. Minha cabeça passou a latejar assim que os primeiros raios de sol de Phoenix tocaram minha pele. Sim, eu estava de volta ao meu tão amado calor.

Caminhei por quatro quarteirões enquanto piscava tentando conter as lágrimas. Finalmente cheguei ao meu apartamento. Os tijolos brancos já estavam começando a amarelar, mas ainda me lembravam da palavra “lar”. Me sentei na curta escada que me levava até a porta e deixei finalmente as lágrimas rolarem.

Ele estava morto. Charlie está morto. Meu pai morreu.

Essas eram as únicas coisas que se passavam pela minha mente enquanto eu limpava o rosto com a palma das mãos. Charlie faria realmente muita falta, sabia que suas correspondências não apareceriam magicamente na minha porta me contando como estavam as coisas em Forks.

Não sei quanto tempo fiquei com a cabeça baixa, mas já estava escurecendo e torço para que um assassino passe aqui e me mate de uma vez por todas.

− Isabella Swan? – uma voz me fez erguer a cabeça e encarar aqueles olhos verdes claríssimos.

− Infelizmente, sim – respondi enxugando uma lágrima que teimava em escorrer.

− Ótimo – ela abriu um breve sorriso – você vai vir com a gente agora ou vai morrer em cinco minutos. Pode escolher.

− No momento eu prefiro morrer – falo forçando um sorriso sarcástico enquanto observava a garota passar a mão no cabelo ruivo e colocar um chapéu que estava segurando.

− Olha Ana, ela sabe brincar – outra voz me fez virar me deparando com uma garota de coturnos militares que estreitava os olhos esmeralda enquanto observava suas luvas meio dedo como se fossem a cura do câncer – Nós também sabemos brincar, Isabella. Então vamos fazer assim: Você vem com a gente e eu não reduzo seu tempo de vida de cinco minutos para um segundo – alguma coisa em sua voz me fez encolher e acabei me lembrando do olhar faminto que James lançou para mim no campo improvisado dos Cullen.

Me coloquei de pé e a garota de coturnos começou a caminhar.

− Vamos, Bella – a ruiva enlaçou um braço no meu sorrindo completamente animada – Você vai adorar o que temos para você – ela abriu um sorriso alegre e eu tentei retribuir, mas acabou saindo como uma careta arrancando gargalhadas da suposta Ana.

Ela e sua animação me lembram Alice e eu imediatamente me arrependi de ter deixado a mensagem do álbum de fotos.


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