Damaged Merchandise [One Shot] escrita por Eloise Bruno


Capítulo 1
Mercadoria Danificada


Notas iniciais do capítulo

Capítulo não betado.



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Os homens de branco a seguraram bruscamente e a arrastaram pelos braços até uma ala branca com várias cabines. Cada uma contendo um espelho que ia do chão até o teto, onde outros dois homens idênticos aos que a seguravam guardavam cada uma das portas. Ela tentava coletar qualquer informação reconfortante que seus olhos pudessem assimilar naquele curto período de tempo em que homens sem face marchavam a carregando contra sua vontade pelo extenso corredor.

Ela não entendia o que estava acontecendo, em um minuto estava em seu colégio, no meio de uma discussão com algumas garotas - que não valiam a pena, mas que mesmo assim a tiraram do sério a ponto de começarem uma briga -, que debocharam de sua aparência. E no próximo, homens vestidos de branco de sem face a arrastaram para este lugar sem seu consentimento ou dar importância a seus protestos.

Eles pararam abruptamente de marchar quando chegaram à frente de uma das inúmeras cabines onde, como em todas as outras, dois homens estavam parados em cada uma das extremidades da porta. Eles a jogaram sem o menor cuidado para dentro. Ela tentou protestar, pedir explicações, mas de nada adiantou, os homens sem face continuaram ali, parados na entrada da cabine, sem mexer um único músculo. Ela tentou sair, mas o os dois homens que estavam até então como estátuas ao lado da porta ficaram ombro a ombro com os dois que a haviam trazido, formando uma barreira.

Ela se afastou cambaleante, até sentir o frio do espelho em suas costas. Os dois homens da ponta voltaram a suas posições originais. Ela estava atordoada, não sabia o que estava acontecendo, muito menos onde estava. Para piorar subitamente um chiado foi surgindo em seus ouvidos, como quando ligamos a televisão. Logo o chiado se intensificou, ficando cada vez mais doloroso e lentamente se tornando em vários sussurros confusos e embaralhados, ecoando dentro de sua cabeça.

Ela cedeu sobre seus joelhos e tampou os ouvidos o mais forte que conseguiu, mas o som não parecia estar vindo de fora, estava apenas em sua mente. Em meio aos sussurros uma voz foi ficando lentamente nítida. Ela olhou para os homens de branco que continuavam ali, mas eles continuavam parados, como manequins horripilantes. A voz finalmente se fez entender e formou uma frase que ela pudesse entender.

“Você tem três minutos e quatro segundos para se trocar antes de ser levada para a próxima fase, não exceda o tempo limite ou haverá punição.”

Depois disso a voz, os sussurros e o chiado silenciaram-se completamente. Ela tirou as mãos dos ouvidos e pôs-se em pé novamente. Os dois homens que a haviam trazido deram as costas para a cabine e saíram marchando pelo mesmo caminho de forma sincronizada. Ela ficou um tempo estática no lugar, sem saber o que fazer. Até que o aviso de punição começou a martelar em sua cabeça.

Ela rapidamente retirou suas roupas e as deixou espelhadas pelo chão mesmo. Ela olhou em volta procurando o que vestir, mas tudo o que encontrou foi um pequeno cabide com uma espécie de biquíni branco na parede esquerda da cabine. Aquilo só podia ser uma piada, tinha que ser. Sequer havia a parte de cima do conjunto. Ela ficou olhando para a peça por um tempo não acreditando no que estava acontecendo, até que o chiado e os sussurros voltaram a fazendo derrubar a peça no chão junto com as outras roupas.

“Você só tem mais um minuto e quatro segundos”

Quando a voz e tudo o mais silenciou-se, ela rapidamente pegou a peça branca sem pecar muito mais sobre isso e a vestiu. Ela olhou para o espelho a sua frente. Ela não era muito alta, cerca de 1,60 de altura, olhos castanhos bem escuros quase negros, cabelos castanhos igualmente escuros que batiam no meio de suas costas. Ela não era magra, mas também não era tão gorda, tinha ganhado alguns quilos a mais nos últimos meses. Sua pele era clara e suas maças do rosto naturalmente rosadas. Tudo parecia normal se não fosse por aquelas coisas espalhadas por sua pele.

Ela odiava olhar para elas. Normalmente ficavam escondias em baixo das roupas, mas mesmo assim, ela detestava olhar para elas no espelho. Suas coxas, panturrilhas, braços, ombros, cintura e seios estavam cobertos por elas. Ela desviou o olhar do espelho, não suportando ver a si mesma refletida ali com todas aquelas... marcas.

É mesmo... Ela tinha começado aquela discussão com aquelas garotas por causa dessas malditas marcas. Ela havia sido descuidada e deixou que elas aparecessem, aquelas idiotas viram e começara a provoca-la dizendo que era estranha, anormal, nojenta e.... fora dos padrões.

Isso a atingiu como um raio. Lembrou-se de uma história que sua mãe contava quando era criança. Sobre as terríveis criaturas sem rosto que espreitam a sociedade chamadas de “padrões”. Sua mãe lhe dizia que eram terríveis, e que se alimentavam da futilidade existente nas pessoas. Eles podiam entrar na mente das pessoas e faze-las enlouquecer se quisessem. Se não se enquadra-se em suas regras eles a levam para um lugar estranho e você nunca mais era visto novamente, e aqueles que voltavam nunca mais eram os mesmos.

Ela riu consigo mesma, aquilo não podia ser possível. Tudo o que sua mãe havia lhe contado era apenas uma história para assustar as criancinhas, certo? Ela não teve muito mais tempo par pensar sobre isso. A porta se abriu e os dois “guardas” a retiraram de dentro da cabine com tanta delicadeza quanto os que a haviam arrastado até lá. Eles a guiaram pelo restante do corredor, onde haviam outras pessoas a sua frente e pelo som dos passos atrás também, todos sendo segurados e arrastados pelos supostos “padrões”, todos usando o mesmo tipo estranho de peça única fornecida pelos homens sem face, as meninas com aquilo que parecia ser a parte de baixo de um biquíni e os meninos com o que parecia ser um calção de natação que ia até a metade das coxas.

Eles seguiram até onde as cabines acabavam. Logo depois que elas acabavam havia uma placa grande pendurada no teto com duas correntes.

“Avaliador de danos”

As coisas só ficaram mais confusas, danos? Que danos? O que era tudo aquilo para onde a estavam levando? Ela também não teve tempo para tirar conclusões. Os homens que a seguravam a colocaram no que aparentava ser uma esteira, atrás das pessoas que estavam sendo puxadas a sua frente, todos formando uma fila indiana. Algemas de plástico saíram das laterais da esteira e prendera-se nos tornozelos de todos. Ninguém ali parecia entender o que estava acontecendo. Murmúrios revoltados se espalhavam por todo o local. Até que novamente o compilado de sussurros e chiados atingiu não só seus ouvidos como também os de todos as pessoas que estavam na esteira.

“Silêncio! Vocês agora serão submetidos a fase de avalição. Se seus danos forem considerados não tão ruim, após uma série de procedimentos poderão voltar para suas vidas normais. Caso não sejam... Descobrirão depois. Mantenham-se parados enquanto a esteira estiver em movimento, do contrário haverá punição”

A voz cessou e todos puderam tirar a mão dos ouvidos e voltar a respirar. Mas isso não tornava as coisas melhores. Eles estavam prestes a ser julgados por alguém ou algo que nunca viram antes e se não forem aprovados sequer sabiam o que aconteceria com eles.

A garota olhou para a frente tentando avistar as pessoas que estavam a sua frente. Uma garota muito acima do peso estava bem a sua frente, e mais adiante um garoto que aparentava ser completamente normal, sem nada estranho, talvez fosse bastante magro, mas nada que a garota pudesse achar alarmante. Afrente deste garoto havia um garoto negro, Ela o observou melhor e viu que em sua mão esquerda faltavam três dedos. A garota tentou olhar para trás de si, moveu-se o máximo que as algemas lhe permitiam. Um garoto de muletas com apenas uma perna estava atrás dela. Ele não parecia perceber que ela o estava encarando, provavelmente estava perdido em pensamentos desesperados sobre tudo o que estava acontecendo e o motivo pelo qual estava aqui. Ela podia dizer isso só olhando, por que se sentia exatamente da mesma forma.

Luzes acenderam de repente e a esteira começou a se mexer. Paredes de luz como scanners são formados na esteira, e ela começa a se mover. A cada um metro eles passavam por um scanner vermelho sem entender o que estavam fazendo. Uma vez ou outra uma buzina era soada por um dos bastões que projetavam os scanners. Ninguém ali entendia o que significava quando você passava por um scanner e a buzina soava, muitas delas tocavam simultaneamente. Ela sequer sabia quantas pessoas estavam ali com ela. Mas sabia de uma coisa: O scanner já havia apitado duas vezes para ela.

Finalmente e a esteira chegou ao fim e junto com ela os scanners, mas inda não havia acabado. Assim que ela chegou à beira da esteira outra algema emergiu da lateral da esteira e prendeu-se em seu pulso. Ela desesperadamente tentou puxar seu braço de volta, mas não foi necessário a algema soltou-se tão rápido quanto havia se prendido em seu pulso. Mas ela deixou algo para trás. Uma espécie de etiqueta escrita:

Mercadoria danificada

Danos: - Acima do limite de peso ideal.

– Estrias espalhadas por todo o corpo.

Condição: Irreparável.

A garota estremeceu. O que significava aquilo? O que eles queriam dizer com irreparável? Novamente sua linha de raciocino foi interrompida por outros dois homens sem face a arrastando para outro corredor logo a frente. Ela e todas as outras pessoas seguiram por aquele corredor mal iluminado até chegarem a uma bifurcação. Outras duas placas penduradas por correntes se encontravam em cima das passagens. A da direita dizia “reparável” e a da esquerda “irreparável”. As pessoas começaram a se dividir, algumas indo para a direita e outras para a esquerda. Ela viu a garota que estava a sua frente na esteira gritar por alguém. Um garoto esquio que aos olhos dela não teria qualquer motivo para ser arrastado para cá pelos padrões. Até que ela ouviu o que a garota estava gritando e a ficha caiu. Ela estava gritando por alguém chamado “Stacy”. Que obviamente era o garoto de cabelos negros gritando em resposta. Os gritos de ambos logo foram contidos pelo que ela imaginava ser os padrões falando na cabeça deles.

Assim que foi encaminhada para o corredor a esquerda os perdeu de vista. Tudo aquilo já a estava enlouquecendo. Era cruel de mais, não sabia quanto tempo mais aguentaria daquilo. O corredor foi começando a ficar mais íngreme, como uma rampa, cada vez mais para o fundo. A sua respiração começou a acelerar novamente. Para onde a estavam levando? Ela olhou para frente e viu que o garoto com apenas três dedos estava a sua frente, com os pés arrastando no chão. Ele havia desmaiado, mas os padrões não apreciam se importar, continuaram a puxa-lo como se fosse um pedaço de carne.

Eles finalmente chegaram a um lugar enorme, cheio de janelas estranhas com luzes fluorescentes que ofuscavam sua vista. Depois de alguns segundos seus olhos já haviam se acostumado com a iluminação, logo que ela olhou ao redor e percebeu o que realmente eram aquelas janelas, ela desejou ter ficado sega novamente. Aquelas enormes janelas de dois metros tinham pessoas dentro, eram celas.

Ela começou a se debater, tentando se livrar do aperto sobre-humano dos padrões, mas não importa o que fizesse eles não a soltavam. Mas já era tarde, antes que ela pudesse perceber eles a jogaram em umas das celas e fecharam o vidro. A garota rapidamente se levantou e bateu de punhos cerrados contra o vidro, mas não importava o quanto tentasse, o vidro não cedia. A cela tinha todas as paredes espelhadas exceto a que tinha o vidro, dentro dela havia uma cama parafusada a parede, uma pia, uma privada e um pequeno bloco de madeira a frente da pia, provavelmente para quem não alçava a pia. O que a fazia perguntar se eles mantinham crianças ali também.

Ela olhou para as celas a sua frente, onde as outras pessoas que estavam com ela na esteira eram presas em celas, e outras que pareciam estar lá a muito tempo. Aqueles que vieram junto com ela protestavam, choravam, e clamavam por ajuda. Já os que aparentavam estar ali antes estavam quietos. Alguns olhando para as paredes espelhadas sem se mexer e outros apenas sentados olhando um ponto fixo no horizonte, parecendo estar em algum estado de choque.

A garota olhou para as paredes ao seu redor tentando achar outra saída ou alguma coisa que pudesse quebrar o vidro. Ela pegou o bloco de madeira e o jogou com força contra ele, mas nada aconteceu, o bloco apenas quicou e caiu no fazendo um baque contra o chão metálico. A garota o pegou novamente e jogou-o contra o vidro, e mais uma vez e mais uma vez, mas como antes ele apenas rebateu e caiu aos seus pés. Ela sentiu seus olhos arderem em lágrimas e seus joelhos vacilarem. Ela caiu sobre eles deixando as lágrimas caírem incessantemente sobre o bloco de madeira. Uma voz parecida com a dos padrões começou a ecoar em sua mente, repetidas vezes e tão dolorosa quanto a delas, mas não era nenhum tipo de Padrão diferente ou mensagem, era sua própria voz.

“Eu sou uma inútil, nunca mais vou sair daqui. Vou ficar olhando para o meu reflexo horrível até o último dos meus dias. Talvez eu mereça estar aqui, talvez eu devesse apenas aceitar que eu sou exatamente isso que eles dizem que sou: Irreparável...”

Seus olhos foram se fechando lentamente a deixando cada vez mais próxima da escuridão absoluta a que se resumiria o resto de sua vida naquela cela, mas antes que ela os cerrasse por completo ela ouviu um grito ecoar pelo corredor. E logo em seguida vários padrões correm para o local. Ela se levantou rapidamente e espremeu sua bochecha contra o vidro na tentativa de ver o que estava acontecendo.

O que ela viu foi um garoto loiro sem o braço direito correndo a todo vapor tentando fugir dos padrões, e até mesmo chutando e socando alguns pelo caminho. Como ele conseguia fazer isso? Ela mal pode se mexer quando eles a estavam prendendo, imagine bater neles. O garoto não aparentava ser mais forte que ela, na verdade era bem magro, mas mesmo assim ele continuava seguindo em frente derrubando os homens sem face um após o outro. Ele parecia estar gritando para alguém, ele gritava avidamente para todas as pessoas que estavam presas, algo sobre “negar” e “não aceitar”, mas nenhum deles respondia, nem mesmo o que tinham sido colocados nas celas a pouco tempo como ela.

Depois de alguns segundos olhando pasma para o que estava acontecendo ela finalmente reagiu, começou a gritar e a bater no vidro com tanta força que quase podia sentir seu osso se partindo, esperando que o garoto a ouvisse, que olhasse para ela e que percebesse que precisava de ajuda. O garoto parecia ter ouvido o chamado desesperado dela e se dirigiu até sua cela, derrubando qualquer padrão que ficasse no caminho.

O garoto começou a dizer coisas inestendíveis enquanto tentava conter os padrões que não paravam de surgir. Até que as palavras finalmente fizeram sentido depois de muito tentar formar uma frase enquanto chutava a cara daquelas coisas.

“Você precisa negar a avalição para quebra o vidro”

Negar a avaliação? Mas como ela faria isso, não tinha como mudar os resultados feitos por aquelas coisas, não tinha como deixar de ser horrível apenas querendo. Ela olhou para o espelho tentando achar uma maneira de negar aquilo que via no espelho, mas era impossível. Estava bem ali, refletido em todas as cores o ser horrível que ela era.

“Não seja estupida, não á nada de errado com você. Só por que você é diferente não significa que seja ruim. Você é ótima do jeito que é, agora quebre o vidro antes que seja tarde”

Ela olhou para ele, tentando ver algo nele, qualquer coisa que dissesse que ele estiva mentindo, apenas tentando faze-la se apressar para que pudessem ir logo, mas ela não era isso, ele estava sendo sincero. A garota cravou os dentes no rótulo em seu pulso e fez questão de pisar em cima dele quando pegou o bloco de madeira mais uma vez nas mãos e se concentrou no padrão que estava com as mãos no pescoço do garoto. Tomou coragem e jogou-o com tudo. Ao contrário das outras vezes o bloco atravessou o vidro o fazendo em estilhaços e acertou em cheio o padrão.

Ela saiu da cela e começou a ajudar o garoto a lutar contra os padrões. Eram muitos deles, sequer conseguiam se mexer, e já estavam ficando cansados. Ouviram um barulho alto vindo da rampa, pensaram ser mais padrões, já estavam em seu limite se mais deles chegassem iria ser seu fim.

Mas o que apareceu não foi padrão nenhum, foram dúzias de pessoas vestidas com peças estranhas. A garota reconheceu o garoto a quem sua amiga chamava de “Stacy”, a amiga que o chamava assim e várias outras pessoas incluindo crianças partindo para cima dos padrões, ajudando-os a tirar as pessoas de suas celas. Era difícil por que muitas delas não escutavam mais, estavam convencidas demais, mas com o número certo de vozes elas foram cedendo. Lentamente uma a uma as celas foram sendo quebradas e as pessoas saiam correndo e esmagando qualquer padrão no caminho. Eles não tinham mais poder para controlá-los com o chiado e os sussurros, não podiam fazer mais nada. Eles subiram a rampa, ajudando aqueles que não podiam subir sozinhos e rapidamente chegaram até a rampa.

Eles ouviram então uma sirene alta tocar e luzes vermelhas piscando em todos os lugares. E a mensagem “Protocolo de emergência: Trancando todas as saídas” ecoar repetidamente. Foi então que todos entraram em pânico. Todos tentavam passar de uma só vez pela esteira. Mas ninguém conseguia já que as pessoas ficavam puxando umas às outras, até que a esteira se mexeu e empurrou todos para trás.

O garoto com um braço só havia usado a mesa de controle da esteira para liga-la novamente. Todos pararam de gritar e prestaram atenção nele. Ele logo coordenou grupos de pessoas para passar antes. Aqueles que não pudessem correr e as crianças deveriam passar primeiro. O restante passaria depois. O garoto com três dedos ajudou o garoto de muletas que estava atrás de mim na esteira a passar e várias crianças ajudavam como podiam também. A garota reconheceu o garoto que estava ajudando um garotinho sem o pé direito a passar pela esteira. Era aquele que estava na esteira a frente da amiga de Stacy mais cedo, e pode perceber por que aqueles malditos padrões o trouxeram para cá. Seu olho direito e parte de seu rosto haviam sofrido uma queimadura grave. Quanto mais pensava sobre isso mais ficava enojada pelos padrões estarem fazendo aquilo com pessoas boas como ele.

Quando todos já haviam passado o restante deles começou a atravessar rapidamente e começaram a correr em direção a saída. Atravessaram o corredor extenso das cabines sem nem pensar em voltar para pegar as roupas. Eles avistaram a grande porta pela qual haviam entrado ela estava realmente se fechando lentamente. Boa parte das pessoas já haviam passado ela e o garoto sem braço eram uns dos últimos a passar. Cerca de dez segundos até a porta fechar completamente.

Dez...nove...oito...sete...seis...cinco...quatro...três...dois...um.

A garota mergulhou sem pensar duas vezes seguida pelo garoto de um braço só. A porta se fechou logo depois que ele passou, a alguns milímetros de seu ombro.

“Às vezes é bom não ter um braço”

Aqueles que estavam perto o suficiente para ouvir riram quase sem folego do comentário do garoto. Eles finalmente estavam fora, olhando para o céu novamente, a garota pensou que jamais veria as nuvens novamente ou que sentiria o sol em sua pele. Foi então que se deu conta que ainda estava usando só aquela peça branca e cobriu seu corpo sentindo-se envergonhada. O sentimento de vergonha por mostrar aquela pele marcada surgiu em sua mente novamente.

“Ei! Você é mesmo teimosa não é mesmo? Já lhe disse que você é ótima como está! Você viu o que fez lá dentro? Foi selvagem como um tigre e o que é um tigre sem suas listras?”

Ela ficou perplexa com as palavras do garoto, ele então suspirou em negação e foi até um vaso de plantas que havia ao lado da porta e sujou seus dedos na terra. Aproximou-se da garota e fez duas linhas em cada bochecha.

“Pronto! Agora tem bigodes como um tigre, melhor assim?”

A garota olhou para a porta de metal e encarou seu reflexo. E depois soltou uma risada que fez com que o garoto corasse.

“Obrigada.”

Todos eles ficaram um tempo em silêncio até que Stacy e sua amiga apareceram ao pé da escada dizendo que acharam um telefone público e que a polícia já estava a caminho. Finalmente todos eles poderiam estar livres novamente.


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Notas finais do capítulo

Então lindios o que acharam? Me saí bem para a minha primeira onde shot? Bom eu sei que é difícil fugir dos padrões e de tudo aquilo que diz que tem algoberrado com você, mas por favor nunca aceitem, neguem até não aguentar mais, pois ao contrário da fic na vida real o vidro é muito mais dificícil de quebrar. Enfim gritem, chorem, berrem, esperneiem, riam, mas acima de tudo COMENTEM. Nos vemos na próxima >30 bjinhus de atum com maçã pra tus.



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