Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 23
Capítulo 22 — Surpresa


Notas iniciais do capítulo

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE, NÃO É MESMO?
Seria uma boa desculpa dizer que eu tenho um bebê pra cuidar, o que é verdade, se eu não tivesse postado outra história nesse tempo. Maaas é verdade, desculpem a demora, fiz de corazon.
Boa leitura.



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Capítulo 22 — Surpresa

 

Anteriormente:

Era isso. Criaria algo novo com Lisanna, e seria uma boa amizade. No entanto, restava um questionamento. Ela o colocara contra a parede. Pediu para que admitisse que não sentia nada por ela. E, por mais que evitasse pensar nisso, ela mexia com ele, como sempre mexeu. Não da mesma forma, mas mexia. Mais uma vez, Strauss era seu primeiro amor. 

[...]

Mais que isso, Zeref podia simplesmente aparecer à porta, não é? Sentia falta dele, mas sabia que ele passara por momentos duros com Acnologia. Quem sabe não desejasse o mesmo que o cientista, agora? A última coisa que soube é que ele próprio se tornara um pesquisador renomado, e eles não se falavam desde então.

[...]

— Descobri que ele está casado com uma mulher chamada Mavis. Pedi para investigarem-na, parece uma mulher muito pura e justa. Ele não deve querer colocá-la em risco, por isso é possível que Acnologia esteja tentando manipular ele com ela. Sei que você ama seu irmão e sente falta dele, mas cuidado.

— Tudo bem, tio. - Natsu respondeu, pesaroso, porém sério.

[...]

E o corpo feminino foi tomado por soluços, enquanto o rapaz esfregava o shampoo em seus fios, acolhendo-a quando ela precisava. Naquela noite, Lucy chorou como nunca na vida. E Natsu esteve lá, cuidando dela.

— Eu também amo você, Luce. Eu vou cuidar de você, sempre.

Sting sorriu amargurado, recostado à porta do banheiro. Parecia que nenhum deles era feliz e nunca poderia ser. A vida parecia horrível e sem esperanças.

—_x__

"Quando você mantiver tudo dentro de você Só pode lhe ferir"

 

 

Lucy parou em frente ao espelho, analisando-se. O cabelo, há muito sem o corte gentil de Virgo, crescia bem mais do que estava acostumada. No entanto, não teve vontade de cortá-lo. Sentia-se bonita assim. Apesar da aparente boa autoestima, pensou que se a ideia do cabelo comprido desagradasse a Natsu, ela cortaria. 

Interrompeu o fluxo de pensamentos. Desde quando a opinião de alguém bastava para que mudasse? Por que estava tão frágil? Menina tola, que fingia não estar abalada com os acontecimentos recentes. Descobriu estar sendo traída pelo homem que amava, depois foi manipulada pelo pai para, em seguida, ser sequestrada e ferida em nome dele. Por fim, não só saiu de casa como abdicou de seu nome. Estava fazendo um bom papel de menina forte, divertindo-se e em sua relação com Natsu. Mas não era bem assim.

A faculdade era desgastante, precisava começar a trabalhar logo, arranjar a própria casa... Seu envolvimento amoroso com Natsu veio em um momento complicado, pois justo quando o esquecia, se envolveu em um relacionamento leve e pouco significativo, e tão logo ele acabou, Dragneel já chegou arrebatador, clamando de volta por seu amor. Ele era ótimo, e ela realmente o amava, mas também sentia que estava o usando para seu teatrinho de bem estar. Nem mesmo Natsu era capaz de perceber o quanto fingia, uma vez que mentia até para si mesma.

Bufou, um hábito antigo que, sem perceber, pouco seguia. Queria descanso. Queria uma bebida. Dormir e acordar outra pessoa. Queria acreditar que Dragneel era capaz de torná-la a mulher que uma vez fora, assim como ela fez com que ele recuperasse a alegria.

Mandou mensagem para Cana e Juvia. Levy não gostava muito de beber e Erza estava no trabalho. Juvia não era a melhor animadora quando bêbada, ficando extremamente melancólica, mas Cana saberia animá-las.

—---

Para: Alberona ♥️

Caaaana! Tá afim de dar um pulo no bar?

—---

Parou para pensar, sentia muita falta de Levy. Não, não queria pensar. Fechou os olhos, deitada sobre a cama. Precisava tanto se desligar. 

A campainha tocou. Lucy bufou mais uma vez, o corpo pesado. Gritou um "já vai!", levantando preguiçosamente. Abriu a porta, pouco paciente, e analisou o casal à sua frente.

— Pois não?

— Boa tarde. Ou será que já é noite? - A menina cumprimentou.

Ela parecia ter em torno de treze anos, muito pequena ao lado do rapaz de cabelos escuros e expressão fechada, que por sua vez parecia ter mais de vinte e cinco anos. Se não fossem tão diferentes, Lucy chutaria ser um casal de irmãos. Apesar da seriedade, havia algo de belo no rosto maduro, os olhos negros profundos. Ela, por outro lado, tinha cabelos loiros e olhos verdes muito belos, externando alegria e jovialidade.

— Olá. Posso ajudá-los?

— Essa é a casa de Au... Natsu Dragneel? - Mais uma vez, a pequena quem perguntou.

— Sim... - Lucy respondeu, cautelosa, ao perceber o vacilo da loirinha. - E quem seriam vocês?

— Meu nome é Mavis, e esse é meu esposo, Zeref Dragneel.

De repente a mensagem que a loira acabava de receber de Cana perdeu toda a importância.

[x]

Natsu esperava, nervoso, a albina sair de sua sala. Eles estudavam no mesmo prédio e a aula dela acabava mais tarde dessa vez, por isso Lucy foi embora primeiro. Os alunos começaram a sair. Esperou, mas Strauss não veio.

Ele foi até a porta da sala, avistando a jovem a conversar com o professor Bickslow animadamente.

Talvez seja melhor deixar pra outro dia, pensou. Não pretendia fazer barulho ao sair, mas fez.

— Natsu?

Droga.

— E aí? Me avisa quando terminar aí, queria trocar uma ideia. - tentou soar displicente.

Lisanna assentiu e tornou a conversar, encerrando o assunto rapidamente. Seguiu para fora da sala, localizando o antigo amigo em um banco. Sentou ao lado dele, fria.

— O que foi? Você não respondeu minhas mensagens, o que quer agora?

Dragneel inspirou fundo antes de encará-la, sabia que ela tinha razão em estar irritada, pisou feio na bola.

— Desculpa.

Ela achou não ter ouvido direito.

— Perdão?

— Desculpa. - Natsu repetiu. - Eu fui um babaca com você. Eu até hoje fico muito magoado por você ter trocado um dia tão importante pra mim por algo tão ínfimo. Mas minha reação foi exagerada, não devia ter acabado com nossa amizade. Você não é uma puta só porque quer transar com as pessoas. Não acho legal que você tenha sido a amante, tenha contribuído pra uma traição assim, mas não tem a ver comigo. Desculpa por ainda ser babaca com você, puramente por receio e rancor.

Lisanna estava sem palavras e só ouvia em silêncio. Os olhos marejavam. Ela segurou as mãos dele, sem conseguir falar nada.

— Eu te amava, amava demais. Como minha melhor amiga, como a mulher que eu sonhava em ter ao meu lado. E eu sei que você sabia disso. Não dá pra ignorar isso e a importância que teve, mas isso também ficou em suspenso por mais de ano, não dá pra gente agir como se nada tivesse acontecido. Mas eu estou verdadeiramente disposto a recomeçar. Sem preconceitos, sem raiva. A gente constrói algo novo. Você não é mais minha melhor amiga. Não é a mulher que eu amo. É minha nova amiga e precisamos nos conhecer de novo.

Lisanna não respondeu verbalmente. Ela o abraçou apertado, chorando silenciosamente. Ela estava verdadeira e imensamente feliz, apesar da forma que ele vinha tratando-a.

— Obrigada, Nat... obrigada!

Ele sorriu, correspondendo o abraço. 

— Tudo que eu queria era poder andar ao teu lado de novo. Eu.... eu sei que tenho sentimentos confusos por você. Mas eu nem ao menos experienciei eles convivendo contigo. Talvez seja só saudade. Eu me culpei tanto tempo pela nossa briga, quis tanto recuperar o que perdemos, que não percebi que os dois eram culpados e o que precisávamos era seguir em frente.

— Vai dar tudo certo, Lis. Eu sei que vai.

Ela se soltou do abraço, secando as lágrimas, quando recebeu uma mensagem. A feição murchou. Era de Loke.

— Sei que não gosta disso, mas... Loke é meu amigo. Por muito tempo despertamos o pior um no outro, mas também é muito bom tê-lo na minha vida. Não por curtição... ele é meu amigo de verdade. Cuidamos um do outro.

— Bem. - Natsu limpou a garganta, incomodado. - O problema não é a amizade de vocês. É a existência dele. Ele me parece tóxico e, ainda que se dizendo apaixonando, faz mal pra Lucy e persegue ela.

— Vou conversar com ele, tá bem?

Ele assentiu. Sentia-se mais leve, mais feliz. Mal sabia ele que não por muito tempo. Seu celular vibrou.

—---

Luce

Às 18h37

Vem pra casa. AGORA.

—---

Ele se sentiu estremecer. Boa coisa não era.

— Preciso ir, Lis. Até!

Sorriu e se afastou.

[x]

Um clima estranho pairava sobre a casa. Camille servira os convidados com chá e biscoitinhos, que apenas a mulher comeu.

— Sei que pareço muito nova, ouço isso sempre. - Mavis disse, sorrindo, ao terminar de mastigar. - Mas só sou um ano mais nova que o Ref.

Lucy achou que seria rude perguntar a idade dela, então supôs que teria, também, em torno de 25. Assentiu, bebericando seu chá, e olhou de relance para Zeref. Ele mirava uma foto de Natsu com a tia, uma olhar sofrido no rosto. A esposa, astuta, logo percebeu o que chamava a atenção da jovem. Ela sempre preenchia o silêncio, por isso aproveitou a deixa.

— Ref estava com muitas saudades de Natsu. Eles não se falam há tanto tempo... Ele vem dizendo pra mim, há duas semanas, que queria visitar. Finalmente conseguimos!

— Se já tem duas semanas, por que não avisaram?

A pergunta de Camille, apesar do tom cordial, era uma reclamação de forma a proteger Natsu.

— Natsu sabe que estão aqui? - inquiriu novamente.

— Não.

Pela primeira vez, Lucy ouviu a voz do Dragneel, assustando-se. Era uma voz gostosa, porém fria.

— Ele não sabe. Vim fazer uma surpresa, sei que ele ficará feliz. Assim como quando dei Happy a ele. - falou simplesmente.

A porta se abriu.

— Luce, o que foi?! - O rosado já chegou gritando, como era característico seu.

Ele estagnou ao ver o irmão. Lucy podia ver em seus olhos o conflito entre matar as saudades de seu irmão e ficar alerta por causa de alguma coisa relacionada a Acnologia. Se era uma estratégia ou não, o afeto venceu Natsu, como era de costume, e ele abriu um largo sorriso.

— Irmão! - exclamou.

Lucy se levantou, com uma bolsa nas mãos. Deu um beijo em Camille e se despediu, em voz alta:
— Vou deixar vocês terem privacidade no momento de família. Estou indo encontrar minhas amigas. Boa noite!

Despediram-se dela. O amigo se sentiu mais desprotegido para o encontro ao vê-la ir embora. Respirou fundo e abraçou Zeref com força, sendo prontamente correspondido. O mais velho sorriu.

— Oi, irmãozinho.

— E essa moça bonita, quem é?

— Me chamo Mavis, prazer. - Ela estendeu a mão do anel, arrancando uma risadinha do rapaz, que rebateu:

— O prazer é meu, esposinha.

— Você zomba de nós, mas e a garota Lucy? - Zeref também alfinetou. - Parece ser sua namorada, e você não me contou nada. - resmungou.

Assim como Natsu também já foi do tipo que só se abria e era gentil com Happy e a tia, Zeref fazia o mesmo com ele e Mavis. Para Natsu, isso era o bastante. A presença do irmão fazia-o feliz.

[x]

 

Lucy estava com uma senhora ressaca. Graças a tudo que era bom, era feriado. Levantou sem acordar o amante e foi para a sala. Por que acordou tão cedo? Dormiu no escritório, na rede, e Natsu no chão. O quarto do rosado fora cedido para o casal Dragneel.

Logo tratou de se vestir e sair. Não queria estar ali. 7h40 da manhã. Céus, o que ela faria a essa hora? Queria ir a algum lugar bonito, parecido com os que a mãe a levava. Foi à uma delicatessen, onde sentou-se só. Os quadros e fotos do início do século passado deixavam o lugar com um ar saudoso. O balcão, recheado dos mais deliciosos lanches, era bonito, cheio de vidraçarias. Pediu uma bebida quente de café com chocolate e um croissant de chocolate com avelã. Era o doce favorito da mãe.

Resolveu arriscar uma companhia. Ligou para Virgo. Chamou uma. Duas, três, quatro vezes. Desistiu, a governanta deveria estar trabalhando. Assim que apoiou o celular na mesa, ele tocou.

— Alô?

Olá, pequena. — A voz gentil respondeu.

Emotiva como estava, sentiu vontade de chorar. Engoliu, antes de responder.

— Tudo bem, Virgo? Será que você poderia passar o dia comigo?

Pedindo assim, do nada... — Ela parou, enfim percebendo quão estranho era o pedido. – Entendido, Princesa. Me passe o endereço por mensagem.

Como esperado de Virgo, ela entendia muito rápido e era eficiente. Uma mãezona, de fato. Em quarenta minutos a mulher estava lá, o cabelo tingido revigorando o rosto levemente cansado. Elas se abraçaram, e então a mulher sentou.

— Como vai, Princesa?

— Já disse para parar de me chamar assim, não trabalha mais para mim! – A loira pediu, envergonhada.

— Desculpe. Força do hábito.

A mais velha fez seu pedido e começaram a conversar banalidades. Lucy falou sobre a faculdade e sobre sua vida na casa de Camille, das amizades incríveis que fez, dentre outros assuntos pequenos. A governanta deu detalhes de como as coisas andavam na mansão Heartfilia, como estavam os funcionários queridos.

— E o Mestre Jude...

— Eu não quero saber. – Ashley cortou o assunto.

— É seu pai, Lu... Você é uma Heartfilia.

— Não. Eu sou Lucy Ashley, não tenho mais nada a ver com esse homem. – afirmou, a garganta doendo. O assunto mexia muito consigo.

— Saiba que a Sra. Layla também era Heartfilia, além de Ashley. Não posso justificar tudo que ele fez. Mas sua mãe era minha amiga e, mesmo nos momentos em que ele foi duro com ela, ela soube ver o bem e suas motivações. Mestre Jude era outro homem, é claro. Ele se transformou de forma terrível após a perda dela... Porém tenho certeza de que, se ela estivesse ao seu lado em espírito, te diria muitas coisas boas sobre ele, sobre como ajeitar as coisas. Não é sua obrigação resolver os estragos que ele causou, mas ele é seu pai e só tem a você.

A menina parou alguns segundos para refletir. O rancor falava alto, no entanto, a mulher que a criou tinha razão. Talvez... ele estivesse perdido, mas pudesse ser recuperado. Voltar para a vida que teve, com as pessoas que uma vez amou.

— Eu... Tudo bem, fale sobre ele.

— Mestre Jude mal sai do escritório. Fica lá dia e noite, só os empregados entram para trazer pequenas porções de comida, que ele raramente come. Apesar de estar inteiramente voltado para os negócios, as coisas andam mal. A fortuna dele o segura por muitos anos, claro, mas não com o mesmo estilo de vida. É parecido com quando a Sra. Layla morreu, mas pior. Se quer minha opinião... – esperou a loira confirmar. – É porque ele te perdeu, mas você não está morta.

Lucy levantou-se bruscamente e foi até o banheiro. Virgo apenas comeu seu sanduíche em silêncio e esperou pacientemente, apreciando o belo lugar. A lembrança de ir lá com Layla e Aquarius, amiga de longa data de sua senhora, invadia seu coração com ardor. Apesar de já ser gentil consigo no trabalho, fora da mansão Heartfilia, Layla a tratava como uma grande amiga. As três se amavam imensamente. Ah, como era feliz...

A loira ternou com os olhos vermelhos, pegou um copo d’água no balcão e sentou. Virgo se sentiu culpada.

— É hora da punição?

— Cala a boca. – A jovem riu. – Podemos ir até a casa de Levy?

— É claro.

No caminho Virgo comentou sobre as madeixas longas, perguntando se Lucy queria um corte. Lucy negou, recebendo então um elogio. Logo chegaram, sendo recebidas por uma Levy de pijama, com os óculos vermelhos de leitura.

— O que fazem aqui tão cedo? – inquiriu. – Entrem.

As mulheres se acomodaram no quarto da pequena, onde um livro repousava sobre a cama. Lucy cruzou as pernas no chão.

— Desculpe aparecer a essa hora. O irmão de Natsu foi visitar, e não me sinto bem vinda lá nesse reencontro de família.

As amigas se surpreenderam.

— Você não me disse. – Virgo respondeu.

— Não sabia nem que ele tinha irmão! Caramba, Lu, você devia perguntar ao Natsu se ele quer sua companhia nesse momento, vai que você está supondo e ele ficou é morrendo de saudades. Eu sou muito direta com Gajeel, ainda mais que sinto que estamos perto de um namoro! Pretendo pedi-lo em namoro na semana que vem.

As outras aplaudiram.

— Parabéns, Ley! – Lucy abraçou-a. – Gajeel é um cara sortudo.

— É, sim. – riu, convencida. – Mas o que mais vocês têm para contar, hein?

A loira não esperou. Afinal, foi para a casa da amiga com esse intuito. Parou de sustentar aquela máscara que segurava tão firmemente em sua face. A postura mudou, pesada, e ela desabou em um choro intenso, que assustou Virgo e McGarden.

— Ei, Lu! O que foi? – Levy abraçou-a, surpresa.

— E-eu... Virgo... Ley... Eu não a-aguento mais. Hic! – ela esfregou os olhos. – Eu ache-ei que era... f-forte! Mas eu não consigo! – soluçou novamente, o choro intenso.

— Respire, minha pequena. – Virgou tentou acalmá-la, acariciando a cabeça loira.

— J-juro que eu tentei... Tentei muito... Ficar bem. Fingir ficar bem. É difícil... Meu pai me fez tanto mal. Loke me fez tanto mal... eu os amava tanto... Eu só queria não ter passado por isso.

Virgo e Levy se entreolharam, preocupadas.

— Achei que N-Natsu poderia apagar tudo isso... Ele cuidou de mim e me deixou b-bem. Hic! Mas não foi o bastante! Minha vida ‘tá tão difícil...

As mulheres ficaram em silêncio até que ela desabafasse tudo que queria. Até que ela se sentisse leve e exausta. Proferiram palavras de encorajamento e amor, contudo sabiam que ela precisava é dormir.

Algumas horas se passaram e, quando ela acordou, Wendy, Juvia e Erza estavam lá, consigo. Ela sorriu. Sim. Precisava se divertir com as amigas. Elas lhe encorajariam. E o fizeram com todo carinho, mesmo que nem todas soubessem o quão estivera mal nos últimos meses. O que mais lhe revigorou foi o que Wendy lhe segredou.

— JJ chega amanhã.

 

[x]

 

A ligação conectou.

Fala, cous’!

— Sting? Que cê ‘tá fazendo aí, quero falar com o tio!

É assim que você me recebe? - O loiro alfinetou. – Como ‘tá a loirinha? Parabéns ao casal, saudades de vocês.

Oi, Natsu. — Rogue cumprimentou. – Atlas está vindo.

— Valeu, Rogue. Estamos bem, Sting, também sentimos sua falta.

Parem de melodrama, seus maricas do caralho. — A mão de Atlas empurrou os Dragões Gêmeos. – O que você tem para mim, rosinha? – Natsu respirou fundo.

— Zeref está aqui.

Silêncio sepulcral. A face de Atlas era um misto de preocupação e análise. Ele coçou os cabelos crespos antes de perguntar:

E como está?

— Ele veio com a mulher. Foram almoçar na rua agora. Ele não fez nada de suspeito, disse que ‘tava com saudades e quis me ver e apresentar Mavis.

Entendo. Tenha cautela, filho. – falou, sério.

— Pode deixar, eu terei.

A porta da sala bateu e Natsu reconheceu as vozes do casal.

— Preciso ir, tio.

Deu tempo de ver o ruivo assentir, então desligou.

— Natsu, trouxemos almoço para comermos juntos! – Zeref falou alto.

— Opa, vamos comer que eu ‘tô pegando fogo!

 

[x]

 

— Como foi seu dia? – Lucy perguntou, na rede.

Ela chegou para o jantar, comeu com todos e foi se deitar.

— Foi bom, com eles aqui. – Natsu respondeu, muito quieto. – E você, onde estava?

— Com as meninas.

— De novo? – questionou, incomodado.

— É, ué, acha que minha vida gira em torno de você? – Lucy brincou, fazendo o que sempre fez tão bem: esconder os sentimentos.

— Engraçadinha. ‘Tá tudo bem?

— Tudo sim, não se preocupe. Tenho aula cedo, vou dormir, ok? – avisou.

Como não houve resposta, ela fechou os olhos. Sentiu Natsu se espremer ao seu lado, o que fez um embalo começar.

Senti sua falta, Luce.

A mulher sorriu, quando Happy pulou sobre eles. Ela o acariciou.

— Também senti a sua.

Ainda de olhos fechados, ela deu um selinho no rapaz. O gato se aninhou ali. O que não podiam negar é que os três eram uma família completa. Assim, juntinhos, estavam confortáveis, mesmo apertados em uma rede, e isso bastava para recarregar as energias e mantê-los felizes.

— Eu amo você, Autumn.

Disse, o rapaz já levado pelo sono. Ali, em seus braços quentes, ela também adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Tá meio jogado, desculpa.
Boo



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