Blondie and Cotton Candy escrita por Boo


Capítulo 20
Capítulo 19 — Revela-te ou devora-me


Notas iniciais do capítulo

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE
Boa leitura~



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Capítulo 19 — Revela-te ou devora-me

 

Anteriormente:

 

Jogou-a sobre a grande escrivaninha, com um olhar feroz e faminto, nem se preocupando com o espaço em que estavam.

— Você já é minha, Loira. Toda minha.

— Natsu... Eu acho que estou me apaixonando por você. [...] Você não... sente o mesmo, não é? - deu um sorrido carregado de tristeza, a mão na testa representando seu mais forte pensamento. Por que eu falei isso?, perguntava-se. - Tudo bem. Esqueça isso, eu falei demais. - virou o rosto.

— Lucy, eu... eu quero você! Eu amo você, loira. [...] EU NÃO PENSO EM VOCÊ COMO ALGO DESCARTÁVEL! Você é... você é...!

— O quê? Uma amiga preciosa e amada?

— Lucy... - o olhar sofrido dela o quebrou. - Não é como se isso fosse pouco...

— Ah, por favor.

[...]

Natsu não removeu os dedos de cima do desenho da salamandra. Nem mesmo para virar a metade que sobrara da Smirnoff Red mini. Nem mesmo para jogá-la no chão. Nem mesmo para secar as lágrimas que ameaçavam tomar sua face.

— Eu estou tão perto... Mas agora, justo agora, eu não quero morrer. Se ele me pegar, tudo vai acabar. Mas eu preciso proteger a Lucy, pai. Eu preciso. Assim como preciso continuar a missão de vocês. Vocês me perdoam por ser fraco? Eu achei que depois dela eu iria conseguir seguir com meus objetivos da forma mais clara possível. E agora não cheguei a um resultado concreto. A doutora ajuda, sabe? O tio Atlas também. Mas eu preciso me esforçar mais. [...] Eu sou um idiota, não é? Devo estar levemente bêbado, não é possível. - riu um riso amargo e sem vontade. - Falar com túmulos, onde já se viu... Tinha parado de fazer isso quando garoto. Olha... Eu vou vingar vocês. Ou no mínimo cumprir a minha parte. Mas vou pedir paciência, falou? E se pudessem... se puderem... - sentia-se estúpido por pensar em falar o que falaria. - Me ajudem, por favor

[...]

— Sabe... Essas coisas recentes mexeram um pouco comigo. Talvez eu esteja perto de chegar a concluir o que meus pais mais desejavam. Sei que, se ainda estivessem vivos, eles já o teriam feito.

[...]

— Desculpa. Eu não precisava ter feito aquilo. - Lisanna pediu, segurando o punho dele. - Mas de que outro jeito eu consigo sua atenção? Eu tenho que vir até você de algum jeito, não?

— Olha, você não tem coisas a fazer? [...] Você quer conversar? Ok. Me diga depois que faculdade você está fazendo. O que você gosta de fazer. Teremos assunto, você fala mais e eu fico na minha. É assim que se aproxima de uma pessoa. E já que você é uma estranha pra mim agora... - O rosado soltou o braço.

[...]

— Eu quero a verdade, Sting. É tudo o que eu quero e ele não me dá nada. Mas todo mundo diz que há mais. E veja... Sei que isso não é assunto para se ter quando você está indo embora, mas... Eu nem ao menos sei o verdadeiro nome dele.

— Lucy. Eu acho que é ele quem tem que te falar. No entanto, acredite, é só porque ele não está pronto.

—___x____

 

“Pra que somar se a gente pode dividir”

 

— Natsu... Acorda.

Lucy cutucou o rapaz, que roncava baixinho, sem parece por um segundo que estava prestes a acordar.

— Você quem pediu pra eu te acordar mais cedo, idiota. "Tenho que chegar mais cedo na facudade". - imitou-o, fazendo uma voz grossa e cara de besta. - Ainda por cima ficou até tarde mexendo no computador, fala sério!

A loira passou a mão sobre o mouse, o cursor aparecendo na tela, antes escura. O email do rapaz apareceu, despertando sua atenção. O laptop do amigo sempre a atraira, como um grande guardador de segredos. Antes que percebesse, já estava lendo, sem conseguir refrear a curiosidade. O email que estava lá havia sido enviado por uma tal de Doutura Thompson.

"Querido Autumn,

 

Recebi notícias preocupantes de Atlas. Parece que o Dragão Negro conseguiu finalmente hackear nossas conversas e achar sua localização. Ele quer usar Zeref contra você."

O texto era muito mais longo, mas Lucy apenas fechou a tela, o coração acelerando. Só por isso, conseguiu assimilar algumas informações:

1. Natsu estava com problemas.

2. Autumn era o nome dele. Por isso estava no laptop, por isso Porla dissera que se chamar de Natsu não era uma mudança e tanto, afinal eram duas estações, e por isso Sting dissera que essa era uma estação importante para o primo.

3. Natsu escondia muitas coisas e não estava nem perto de contar para ela.

Pôs a mão na cabeça, frustrada com as informações. Bufou e foi preparar o café dos dois, para se distrair. Fez panquecas, ovo e um suco de laranja, no qual pôs bastante gelo. Depois de servir a mesa, voltou ao quarto do amigo.

— Natsu. - falou alto no ouvido dele. O rapaz se remexeu. - NATSU! - Lucy gritou.

— AAAH!

O rosado levou em um único movimento, pondo o dedo no ouvido dolorido, a expressão de susto contrastando com o sono.

Porra, Luce! Como você me apronta uma dessas?!

— Você pediu pra eu te acordar mais cedo. Eu tentei antes e não deu certo, então agora estou te acordando de uma forma mais eficaz. Não se preocupe, o café já está pronto, vá tomar seu banho. Não vou te esperar. - informou, seguindo para a cozinha.

— Como ela pode ser tão chata a essa hora da manhã...? - Natsu resmungou, reparando que a amiga já estava vestida.

E então seu olhar recaiu sobre o laptop. Não lembrava de tê-lo fechado à noite. Na verdade, não lembrava nem de ter dormido. Só estava fazendo coisas e se viu esgotado pelo cansaço, quase desmaiando na cama.

Abriu o monitor e deu de cara com o email. Percebeu que nem chegara a lê-lo, provavelmente só o abrira e dormiu em seguida. Começou a leitura, arregalando os olhos progressivamente.

"Ele acredita que pode chantageá-lo usando sua família, mas você não pode ceder a ele. Vamos fazer o possível para que ele não chegue a você. E não fale com Zeref, em hipótese alguma. Não sabemos quais as intenções dele.

Tome cuidado. Estamos quase lá. Lembre-se que precisamos que faça contato com alguém do serviço pessoal de Raul Castro.

Contate os professores da faculdade logo, por favor, estamos esperando eles.

Com afeto,

Eva."

Uma sensação ruim se apoderou do rapaz, que logo foi para o chuveiro, tentar tirar isso de si. Após um banho de 15 minutos e se trocar, Dragneel enfim se sentou à mesa, vendo a loira terminar o café.

— Que cara feia, não gostou do café da manhã? - Lucy perguntou, observando a expressão do amigo, incomodada. - Da próxima vez acorde mais cedo e faça você mesmo. - Ela disse de uma vez, irritadiça.

— Mas o que você tem?! Levantou com o pé esquerdo? Eu só estou pensando em umas coisas, o café parece ótimo.

—Ah...! - Lucy pareceu compreender, silenciando-se. Natsu estranhou, olhando-a atentamente.

— Tem alguma coisa te incomodando?

— Não, nadinha.

Lucy era uma excelente mentirosa, porém ele sempre conseguia lê-la muito bom. Semicerrou os olhos, acusadoramente.

— Sei. 'Tô de olho.

— Não ligo. - deu de ombros, levantando.

— Ora, sua...!

Natsu fez cara feia, mas percebendo a hora, engoliu a comida, querendo chegar logo na faculdade. Fez sua higiênie e seguiu para a moto, esperando a amiga para partir.

O fizeram sem mais delongas, prontos para mais um dia de estudos.

[x]

 

Lucy saiu de seu prédio, olhando o grande campus com atenção. Pela hora, supunha que Natsu seria liberado em poucos minutos. Talvez até já tivesse sido, mas ela não conseguia vê-lo e, convenhamos, achar um rapaz alto e de cabelos róseos não é muito difícil.

Estranhava não ter esbarrado com ele na hora do almoço. Comera com Levy e Flare, no entanto Erza e Gray comeram juntos e Natsu não estava com eles. Se perguntava onde diabos estava o amigo, que nem mensagem mandava para ela.

Ao mesmo tempo, não queria estar sendo tão carente do Dragneel, no entanto não estava bem sozinha há tempos, afinal a confusão com a família a desestabilizara. Família... Não podia mais dizer isso. Não era mais uma Heartfilia. À exceção dos documentos, não se identificava como tal. Teria que resolver isso logo, fosse no cartório ou outro órgão.

Ficou um tempo perdida em pensamentos, se despediu dos amigos que passaram por si, enquanto contemplava o campus. Pensou em sentar, estava há mito em pé. Quando finalmente chegou ao banco, mudou de ideia. Iria até o prédio do rosado, não tinha como ele ainda estar em aula, conhecia o horário dele.

Foi até a entrada, cogitando esperar do lado de fora, afinal, não conhecia bem o prédio de Medicina e Biologia. Uma jovem de longos cabelos platinados, vagamente familiar, passou por ela. Se não se enganava, era colega de Natsu.

— Com licença.

— Sim? Ah, a amiga do Nat. - A garota comentou, um brilho malicioso no olhar.

Um estalo ocorreu em sua mente. Não era tão vagamente assim. O nome era Angel, e ela e Natsu já tinham ido para a cama juntos várias vezes. As bochechas de Lucy enrubeceram, a queimação de raiva.

— Oi, Angel. Você sabe se ele já foi liberado?

— Já, sim. - Angel disse, em tom de superioridade, e ia seguir caminho quando Lucy segurou seu punho. Arqueou uma sobrancelha. - Pois não?

— E onde ele está, sabe? Se puder me dizer seria de muita ajuda. Por favor, eu estou esperando ele para voltar para casa, sabe. - alfinetou, a língua afiada.

Angel riu, olhando Lucy de cima a baixo.

— Não precisa tentar me deixar com inveja. O Nat sabe que sempre que quiser alguém para acalmar aquele fogo, pode me chamar, não ia se contentar com umazinha que nem você. E permita-me deixar uma coisa clara: só meus amigos podem me chamar de Angel. Para você é Sorano. Ele está na última sala desse andar, está ocupado. Que eu saiba, não pode interromper. - E, dizendo isso, partiu.

Lucy engoliu em seco, se sentindo derrotada. Por um momento, teve medo de que a ocupação de Natsu fosse estar se agarrando com alguém. Torcia para que ele não tivesse esquecido dela a esmo e fosse ficar se enrolando até tarde.

Mesmo assim, decidiu ir. Chegando na sala, ouviu a voz do amigo, assim como várias outras. Uma de uma senhora que aparentava ser idosa, outra de uma mulher extremamente jovem, a de um homem com voz estranha e, por fim, a de um homem de voz grave.

Eles discutiam em vozes alteradas.

— Se fosse fácil assim, Ooba, teríamos resolvido isso no século passado! - disse o homem de voz estranha.

— Vocês que são teimosos, Ichiya, já avançamos tanto... Ah, gire, seu imbecil!

Após a frase da velha, a loira ouviu um barulho de rodinhas, e o homem reclamar que o perfume dela não era bom, por isso ela fazia essas loucuras.

— O Natsu tem razão, precisamos falar logo com Eva e Atlas, além disso temos nos empenhado pouco em descobrir o que falta para a cura ficar completa... Somos doutores e professores, muitos ainda pesquisadores, é difícil ter tempo, você sabe. - disse a voz de mulher jovem.

— De fato, Kyouka. Estamos em compromisso com você, Natsu, vamos nos adiantar com nossas tarefas. - A voz mais grave respondeu.

— Obrigado, Jura, pessoal. Conto com vocês.

Lucy esperou as vozes irem diminuindo e bateu à porta.

— Quem deseja?

— É, com licença... - Lucy chamou, timidamente, espiando para dentro. Seu olhar capturou Natsu. - Eu estou te esperando há bem uns quarenta minutos, gostaria de ir para casa...

O rapaz bateu a mão na testa e suspirou.

— Desculpa, Luce. Estou indo.

Ela fechou a porta e esperou, em um minuto ele já estava ao seu lado. Enganchou seu braço ao dela.

— Foi mal, 'tava resolvendo umas coisas da faculdade.

Lucy resistiu ao impulso de arquear as sobrancelhas. Aquilo não parecia ter nada a ver com o curso. Assentiu, contrariada.

— Natsu! - Lisanna chamou.

— Agora não.

— Mas você disse que–

O rapaz sinalizou que era para ela mandar mensagem, e seguiu seu caminho com Lucy, que apenas ia com ele, em silêncio. Natsu sempre escondia alguma coisa, enquanto ela sempre era verdadeira com ele.

Por que ele não lhe contava nada?! Seria falta de confiança? Ou, pior, será que ele escondia coisas realmente ruins? Sting disse que o primo era bom e nunca faria nada ruim, mas como acreditar nisso? Ele parecia correr risco de vida! O email da Dra. Thompson não deixava dúvidas de que ele mexia com algo perigoso.

Quem era Zeref? O que ele tinha a ver com Natsu? O que Dragneel tinha a ver com curas e uma doutora? Isso tinha a ver com ele fazer Biomedicina? Quem eram Eva e Atlas?! Tinha tantas perguntas, não aguentava mais segurar isso.

Ia jogá-lo contra a parede hoje, descobrir tudo. E se ele se recusasse a responder, ia falar com Levy e descobririam juntas. Agora não procuraria informações sobre Natsu. Pesquisaria Autumn Dragneel. E Igneel e Rose. E Sting e Atlas. Sua feição era decidida.

— Está tudo bem, Luce? Você parece com raiva.

— Tudo ótimo, Nats. - Outra mentira.

— Não está tudo ótimo e você sabe. Me conta, o que foi?

— Mais tarde a gente conversa. Tenho trabalho para fazer. - E calou-se.

Natsu franziu as sobrancelhas, confuso, mas também fez silêncio.

[x]

 

— Pronto, já teve seu tempo. Já vi que você terminou o trabalho. - Natsu não esperou resposta, puxando-a até seu quarto. - Podemos conversar?

— Não sei. Você está pronto para isso? - Lucy inquiriu, firme.

— Do que você está falando?!

— Que tal começar a me contar as coisas sobre a sua família, hein? As tantas coisas que você disse que um dia ia me contar e até agora nada? O seu verdadeiro nome? O porquê do meu pai dizer que seu destino está selado? O que Porla quis dizer com sua mãe virar uma puta no final? O porque de Sting ter uma arma aqui? Que tal um pouco de verdade, Natsu?! Se é que eu posso te chamar assim... Eu moro com alguém que eu não conheço, é isso? Eu não sei nada do meu melhor amigo, a pessoa que é meu chão, a quem eu confio minha vida. Não sei NADA!

Terminou de falar arfando, o rosto transtornado e contorcido em fúria, medo, dúvidas. Natsu não tinha palavras, ficou apenas com a boca aberta, encarando-a assustado com a chuva que ela jogou sobre ele.

— Lucy, eu...

— Você o que, hein? - Ela acusou, pondo o dedo na cara do amigo.

— Eu não quero te envolver nisso... - Natsu começou, devagar. - Não sei se contigo te contar essas coisas, minha própria tia não está tão envolvida e...

— Então você nunca vai me contar nada?! Sua vida pode estar em risco e você nunca vai me envolver?!

— Você não entende! Não preciso te fazer passar por isso! - O rapaz falou, exasperando-se, abaixando o dedo da amiga.

— Não, eu saí de casa e larguei o que conhecia por você, mas você não precisa me fazer passar por isso, e sim pela ignorância e medo!

— Para com isso, Lucy!

— Não, Atummn, para você! - gritou, sem aguentar mais esse joguinho.

Natsu paralisou por um segundo. Parecia extremamente confuso. E então lembrou do seu laptop fechado e do email pela manhã, quando ela começou a agir estranho. A raiva tomou conta de si, como ela ousa mexer nas minhas coisas?!

— Você me chamou de quê?!

— Autumn, não é esse o seu no–

— CALA ESSA BOCA! - Dragneel rosnou, furioso, jogando a garota na parede com força.

Ai! Você 'tá me machucando, Na... - Não conseguiu concluir, sem saber ao certo como chamá-lo.

— Olha aqui, loirinha, se você não ficasse fuxicando–

— Fuxicando?! Se você me contasse as coisas, talvez fosse mais fácil. Existe uma relação de confiança aqui, ou não?!

— EU NÃO ESTAVA PRONTO! - continuava explodindo, as respirações furiosas se mesclando. - Por que você tem que ser tão enxerida?, odeio essa mania de sabe tudo! Ninguém te deu o direito de mexer nas minhas coisas!

— Você não odeia nada, seu imbecil, só está com medo!

— De você?! - questionou, com um riso amargo. - Eu não tenho medo de você! - rugiu, quebrando mais a distância, testa com testa.

— Então tem o que por mim, hein?!

— Eu... - Ele se embaralhou, surpreso com a pergunta repentina, que não cabia em nada na discussão. Só então notou os lábios rosados entreabertos a milímetros da sua boca, o peito arfante subindo e descendo, chamando-o, o corpo arqueado inconscientemente clamando por contato. - O que você está fazendo? - virou o rosto para o lado, a raiva se dissipando.

— Estou te fazendo uma pergunta, Dragneel.

— Olhe aqui, sou o Dragneel errado, você não me quer, esqueceu? Não sou loiro. - perguntou, mesmo assim colando seu tórax ao corpo dela, sentindo os seios tocarem seu corpo.

— Desde quando eu não te quero?

Silêncio. A discussão parecia não ter acontecido, porque o diálogo estava perigoso como muitas vezes fora no passado.

Os pensamentos de Lucy pareciam transparecer em sua expressão, pois Dragneel sentiu o corpo pegar fogo.

— Você 'tá destruindo o meu auto controle. - murmurou o rapaz, agarrando a coxa esquerda de Lucy.

— E você acabou de acabar com o meu... - disse, antes de pular nele, as pernas se fechando ao redor da cintura masculina, os braços enlaçando o pescoço.

Natsu selou seus lábios, sustentando-a e puxando-a pela bunda cheia, a saia permitindo um contato maior. Lucy gemeu em meio ao beijo carregado de luxúria, puxando os fios da nuca do rapaz, que enlouqueceu com sua reação.

Ele a jogou na cama e começou a beijar-lhe o pescoço com desejo, chupando-o e mordiscando com sensualidade. Ela chamou-o pelo nome, o nome que conhecia tão bem, enlouquecendo-o.

Natsu...

Luce... Não sei se consigo me controlar... Eu quero você e quero agora, como quero há tanto. Quero te fazer minha. - O rosado falou com a voz baixa e rouca, os olhos profundamente enegrecidos de luxúria, a mão acariciando o baixo ventre da loira.

— Estou esperando isso há muito tempo. Eu quero que você me faça sua de todas as formas possíveis, Natsu. Quero implorar por você.

— Você já me tem. - Ele disse, sorrindo, tirando a blusa dela, os corpos unidos e se movendo no ritmo da paixão e do desejo.

E amaram-se até o dia chegar ao fim.

[x]

 

Natsu abriu os olhos, e a primeira coisa que viu foi uma Lucy completamente nua ao seu lado. Sentiu seu corpo enrijecer, a vontade de tê-la crescendo absurdamente sem nem dar tempo para pensar no que acontecera. Agarrou-a sem delicadeza e beijou-a com volúpia, despertando-a.

— Na... Natsu... - chamou em meio ao beijo, puxando o corpo também nu dele em direção ao seu.

A loira sorriu, lembrando das tantas horas que passaram sendo um do outro. O relógio na cabeceira marcando 4h da manhã. Mordiscou a orelha do rapaz, acariciando o peitoral nu.

— E aí, foi como você sempre imaginou, garoto mais gostoso de Magnólia?

— Não. - Ele deu de ombros, fingindo não gostar das carícias. Lucy arqueou uma sobrancelha. - Foi muito melhor. - arrancou uma risada dela. - Você é definitivamente muito gostosa, Luce. Eu quero você de novo... - sussurrou, a mão descendo pelas curvas femininas.

— Ah, é? Mas tem uma condição.

— Qual?

— Você tem que me contar as coisas. - A jovem sentenciou.

Natsu suspirou com a resposta. Ficou por cima da garota, atiçando-a com o contato.

— Meu nome é Autumn Dragneel. Nasci em 1996, tenho 19 anos. Meus pais eram cientistas, trabalhavam principalmente na área médica. Em 1993 eles começaram a pesquisar a cura para HIV, que na época ainda matava muito, além de todos os estereótipos que eles eram tão contra.

Parou de falar, para então beijá-la profundamente, com ardor, as mãos passeando pelo corpo de Lucy, que puxava-o para si, querendo sentí-lo mais perto. Ele acariciou os cabelos femininos com afeto, logo depositando um selinho delicado em seus lábios.

— Eles trabalhavam junto com Acnologia, um cientista muito competente, porém muito arrogante. Quando ele soube do projeto dos meus pais, quis desanimá-los, avisando que era impossível. Até mesmo hoje acredita-se que seja, não é? No entanto, em 2002 eles estavam muito perto de resultados positivos e estavam muito esperançosos de que conseguiriam.

— E então?

— Acnologia tentou sabotá-los diversas vezes, alegando que eles não podiam fazer isso. E então contatou o governo. Nessa época, já se ganhava muito com o coquetel anti-AIDS, e o governo foi contra a pesquisa, tentou fechá-la. É claro que também tentaram comprá-la, a patente e tal, mas meus pais sabiam que não seria distribuído gratuitamente, que iam usar para fazer dinheiro, e não era isso que eles queriam. Eles queriam que todos pudessem ser curados, e para isso resolveram que ao finalizar entregariam a outro governo, talvez um mais igualitário.

Natsu parou de falar, respirando pesadamente. Lucy, percebendo, acariciou sua face com carinho, dando forças a ele. Selou seus lábios demoradamente e inverteu suas posições, ficando por cima do rapaz, o lençol sem cobrir seu corpo.

— Olhe para mim. - Ele fitou-a, encantado com sua beleza e com a postura igualmente sexy e maternal que ela assumia. - Eu estou aqui. Está tudo bem.

Natsu passou a fazer carícias em suas costas esguias.

— Bem... Nesse ano, eles deixaram tudo que conseguiram comigo e me deixaram sob os cuidados do meu tio Atlas. Disseram que me amavam muito e, dia sete de julho eles sumiram. Precisaram fugir. Me deixaram com Atlas porque sabiam as coisas que ele fazia... Bem, ele já fora guarda costas e também trabalhava como assassino de aluguel. Ele amava muito a família e com certeza me protegeria. Foi ele quem treinou Sting e o melhor amigo dele, Rogue. Os Dragões Gêmeos, mestres nos negócios e na violência.

"Eu achei por muito tempo que meus pais só tinham me abandonado, e com o tempo me explicaram os motivos deles, que aceitei. A missão de terminar o que eles começaram ficou para mim, Atlas conseguiu o contato da parceira deles, Eva Thompson, e fiz o possível. Vim morar em outro país, caso Acnologia, agora conhecido amplamente na ciência como Dragão Negro, resolvesse vir atrás de mim e buscar algo que tivesse sobrado do trabalho dos meus pais. Fiquei com a tia Camille e achei que estava seguro."

Ele fez uma pausa.

— Descobrimos no ano passado que meus pais estavam mortos. Já desconfiávamos, mas conseguimos registros. A morte deles, datada um ano exato depois do sumiço deles, havia sido registrada como acidente aéreo. No entanto, Atlas e seus contatos descobriram mais. Descobriram o que Jude descobriu, Lucy. Que eles foram torturado até a morte. A queda foi forjada. Agentes nacionais e Acnologia torturaram-nos em busca de detalhes sobre a pesquisa, formas de continuá-la, o que tinham feito com os dados. E eles não revelaram nada.

"Fizeram meu pai observar minha mãe ser... abusada... por todos eles. Várias vezes. Violentamente. Obrigaram-na a fazer muitas coisas. Principalmente Acnologia. Ele desprezava as pessoas, achava-as todas inferiores, mas sempre desejara minha mãe, que permanecia impossível para ele. Então ele aproveitou toda a fragilidade para fazê-la dele de maneira humilhante muitas vezes. Ela jurou amor eterno ao meu pai. Então finalmente mataram-no na frente dela. Ela já ia morrer, ou de inanição ou pela depressão e surtos por ver a morte do meu pai. Até que ele deu o golpe de misericórdia, um tiro, e até nisso conseguiu ser cruel."

Natsu começou a chorar, sem conseguir falar mais. Abraçou Lucy com força, soluçando, e ela apertou-o assustada. O relato a assustara muito, e nunca vira o amigo tão fragilizado.

— Ei, ei, eu estou aqui.

— Agora ele vem atrás de mim, Lucy... Eu não consegui concluir o trabalho dos meus pais e ele me achou. Ele é impiedoso... E ainda quer usar o...

— Zeref, não é? Quem é Zeref?

— ... Meu irmão adotivo. - respondeu fraco.

A loira arregalou os olhos. Agora entendia o quanto o amigo sofrera na vida e se sentia mal por já tê-lo julgado tantas vezes. Abraçou-o mais forte, chorando também. Levantou o queixo do rapaz e lhe deu um beijo apaixonado e reconfortante.

— Está tudo bem, Natsu... Está tudo bem...

— Lucy... Prometa que ficará ao meu lado, e que quando eu disser que deve ir, você irá.

— Eu prometo que vou fazer o que puder por você, Natsu. Eu te amo, você é meu melhor amigo e a pessoa mais importante para mim. - Ela disse, as testas coladas.

— Você é a mulher mais incrível desse mundo, Lucy... Eu amo você com todas as minhas forças.

Ela sorriu, era bom importar tanto para algo querido, embora ainda desejasse que ele a amasse de uma forma diferente da que amava.

— Eu preciso te contar mais uma coisa, Lucy.

— Ei, você já falou demais. É hora de descansar. - falou, em voz mansa.

— Não, é importante. - Ele segurou o rosto dela entre as mãos. - Eu venho tentado evitar isso desde que te conheço, ainda mais sabendo que o Sting e você tinham algo. Ele acabou de ir embora, mas... Mas não consigo mais. Você se doou a mim e... E eu também me apaixonei por você.

O coração dela acelerou.

— Não sei se é o momento de manter isso... As coisas podem complicar muito agora. Só sei que eu te quero mais que tudo. Quero te amar a todo momento. Quero partilhar dor e amor contigo. E quero ser reconfortado apenas por você quando sofro, como agora. Quero que você me dê amor. É a única que pode fazer passar.

Sem saber o que dizer, Lucy apenas beijou-o. Um beijo que repetia o que ela dizia há pouco. "Eu estou aqui". Natsu, ainda com o rosto cheio de lágrimas, retribuiu com necessidade e puxou o corpo feminino de encontro ao seu, para que pudessem continuar o que começaram.

— Nesse momento eu preciso do seu amor, Luce... Até não poder mais. E dormir abraçado contigo até a tarde chegar.

— E é isso que você terá, Natsu. - Ela disse, inebriada de paixão, a luz do sol começando a surgir.

[x]

 

Levy rondou a casa, olhando pelas janelas. Batera na porta, tocara a campainha. Nada. Estava com Wendy, as duas trazendo lanches. Já passavam das 17h e não tivera notícias dos amigos desde a tarde anterior, o que deixava a jovem muito preocupada. Ela resolveu ir até a casa de Jellal, preparar lanches com Wendy e levar para o casal de amigos.

A janela de madeira do quarto de Natsu estava aberta, . Arregalou os olhos, a pele tingindo-se de vermelho rapidamente. Ela tapou os olhos de Wendy tão logo percebeu o que via.

— O que foi, Levy?

— N... não olhe para isso, Dy, não quero estragar sua linda pureza. - gaguejou, ainda corada.

— É o quê?

Levy observava o rosado e a loira abraçados, despidos sobre o lençol, os corpos cheios de marcas e os cabelos bagunçados. Dormiam tranquilamente, alheios à preocupação das azuladas.

— E eu preocupada com eles, francamente!

— O que foi, Levy? - Wendy tornou a perguntar.

— Eles passaram o tempo juntos, mesmo. Vou já acabar com essa farra. - riu, maldosa, antes de esmurrar o vidro com violência.

Natsu levantou de um pulo, derrubando Lucy para o lado, olhando atento e assustado para os lados. Ao focalizar Levy, ele estreitou os olhos em fúria. Saiu da cama, despertando enfim a jovem ao seu lado, e abriu a janela.

— Bom dia, Levy. - cumprimentou, pausadamente, sibilando.

Seu olhar mostrava que queria agarrar o pescoço da jovem e só não o fazia com muito, mas muito autro-controle.

— Boa tarde, Natsu. Quase boa noite. Estávamos preocupadas com vocês, mas parece que os senhores estavam muito bem. - sorriu, cínica.

— Boa tarde, meninas. - Lucy disse, coçando os olhos. - Desculpa preocupar vocês.

A loira enrubesceu ao perceber-se nua. Pediu um momento e foi se trocar. Natsu sorriu para a amiga baixinha, provocativo.

— Vai ficar aí vendo eu me trocar?

— Cala a boca, Natsu! - inflou as bochechas, dando a volta e batendo na porta para Lucy abrir.

As jovens entraram, trazendo os lanches, e se encontraram com os amigos já vestidos. Começaram a comer, elogiando as moças, e logo a azulada soltou um comentário.

— Lisanna veio falar comigo hoje, Natsu. Perguntou porque você não foi, se eu sabia de você. Disse que tentou falar contigo, mas sem sucesso.

— Ah... Deixa ela para lá.

— Ela foi atrás de você ontem, também. Vocês voltaram a se falar? - Lucy perguntou, curiosa.

— Ela vem pedindo uma segunda chance. Talvez seja a hora de dar. Ela me disse umas coisas que me fizeram repensar um pouco sobre continuar afastando-a.

— Que ótimo! - Levy comentou, sorridente.

— Não faço ideia do que vocês estão falando, mas que legal. - Wendy disse, genuinamente contente pelo amigo que lhe lembrava tanto um irmão mais velho.

— Falando em segunda chance. E o Loke? - A azulada maior perguntou. - Ele apareceu lá na faculdade hoje, sorte que você não foi. Ficou agindo estranho, esperando, depois trocou palavras com Lisanna e foi embora. Acho que percebeu que você não foi.

— Nem me fale. Ele me mandava mensagens todo dia, bloqueei ele em tudo quanto é lugar. Ele sabe que não pode vir aqui, mas já até mandou cartas. Nem li.

— Aquele maldito! - Natsu rosnou.

— A mãe dele me mandou uma mensagem muito estranha há uns dias. Disse que queria ver nós dois, entretanto tenho medo de que ela tenha feito isso a pedido do meu pai. Ela não parecia querer ajudá-lo, mas nunca se sabe. Eles estão na França novamente, todavia ela disse que vem para cá em alguns dias. Eu não respondi.

— Talvez seja interessante ver o que ela quer dizer. - Fernadez ponderou, pelo pouco que ouvira. - Parece uma pessoa sensata.

— Sensata é você, espertinha! - Lucy riu.

E passaram a tarde conversando.


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Notas finais do capítulo

É REAL, EU VOLTEI E CONSEGUI ESCREVER
Eu me adiantei um capítulo no meu planejamento sem perceber, mas vai assim mesmo.
Enfim, yay, perdão pelo sumiço, eu sou uma péssima escritora que teve bloqueio por MUITOS MESES e que agora tá com a vida ferrada, mas que ama escrever e teve um surto de criatividade meio tosca.
Boo ♥