– Olá – Peeta Mellark disse num tom baixo, arrastado, que, mais tarde, Katniss iria descobrir que era seu tom corriqueiro. Ela não respondeu. Já Cato...

– E aí, bro – disse, levantando a mão e fazendo um high Five com Peeta como já fossem amigos íntimos. Com os homens é tão mais fácil...

Johanna estava quase desmaiando e se apoiou no primo.

– Melhor levá-la para casa – falou o garoto de cabelo loiro rebelde, de modo brincalhão.

– A gente te ajuda – Cato se ofereceu amigavelmente, e Katniss quis dar um murro na cara do amigo.

– Obrigado, vou precisar mesmo de ajuda. Não sei onde ela mora – Peeta disse, agora olhando para Katniss.

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Mais tarde, naquele dia, Everdeen percebeu que foi uma boa ideia ter ido com os meninos. Johanna estava numa situação tão critica que não acordava nem com água fria no rosto. Katniss, com muito esforço, a levou para o banheiro e deu-lhe um banho gelado e demorado. Vestiu uma camisola na amiga e deitou-a na cama. Após alguns minutos (longos minutos), Mason acordou atordoada.

– ONDE EU ESTOU? QUEM É VOCÊ? – Gritou.

– Calma, Jo, sou eu!! – Katniss tentou acalmar a amiga, que respirou fundo e voltou a se deitar.

Toc, toc.

– Pode entrar. – Katniss disse alto, e Peeta entrou.

– Queria ver como ela estava... ouvimos os gritos lá de baixo – o loiro disse um pouco envergonhado, se aproximando da prima, que voltara a dormir profundamente.

Katniss aproveitou o momento para observá-lo mais atentamente. Ela não era especialista, mas era notável que Peeta possuía um passado pesado, isso por conta do seu olhar e do seu jeito tão protetor... O garoto acariciou o rosto de Johanna com afeto e deu-lhe um beijo rápido, porém amoroso, na testa.

– Obrigado por ter dado um banho nela... Se ela acordasse e me visse no banheiro, com certeza não sairia de lá com vida – disse, sentando-se numa cadeira do lado esquerdo da cama, enquanto a morena estava do lado direito. Sorriu abertamente e abaixou o olhar para os próprios pés.

– Com certeza ela te mataria – riram. – E Cato? Já foi?

– Sim, ele disse que uma tal de Clove estava irritada.

Katniss arqueou uma sobrancelha e assentiu. Claro. Sempre a metida da Clove Hudson.

Cato sempre foi abobalhadamente apaixonado por ela e ano passado quando recebera uma chance, decidiu agarrá-la com toda a força. Basicamente ele é um cãozinho adestrado de Hudson. É, Everdeen a odeia.

– Tava demorando... – resmunguei e acho que ele não ouviu, pelo menos não demonstrou.

Johanna começou a murmurar algo sem sentido, provavelmente ainda estava sonhando, e virou de lado. Peeta voltou a atenção para a prima e sorriu de leve.

Para, Katniss, você tá parecendo uma doente mental!, a garota pensou, repreendendo-se.

– Se você quiser ir... Já está tarde. Essa brincadeira durou um bom tempo – Peeta alertou, apontando para o relógio pendurado na parede e Katniss levantou-se da cadeira imediatamente.

20:00. Meu Deus, já eram oito horas! E ela disse a Prim que voltaria para casa antes do almoço! Tinha que ir, já.

– É, já vou indo – pegou a mochila que estava no chão, pendeu-a no ombro e quando estava perto da porta do quarto, Peeta segurou sua mão delicadamente.

– Foi muito bom conhecer você – sussurrou perto do seu ouvido. Everdeen estremeceu e soltou sua mão da dele.

– O prazer foi meu. – E realmente foi.