Nephilins - Interativa escrita por Rorschach


Capítulo 4
Capítulo 4 - Encontro no Templo


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou gigante. Alguns irão gostar disso, outros não, mas espero que aproveitem.
A propósito, existe uma nota de agradecimento do George R. R. Martin que cabe perfeitamente para capítulos grandes. Parafraseando ele: O diabo está nos detalhes.
Por isso, espero que não tenha errado em muita coisa nesse capítulo.
Espero que gostem õ/



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O restaurante estava mais vazio que o comum naquele dia, afinal, era uma sexta-feira e era por volta de uma e meia da tarde, nesse horário as pessoas já haviam acabado de almoçar e agora somente o bar do restaurante tinha movimento.

Há pouco tempo ele havia acabado de sair de uma briga com alguns delinquentes que tentaram assaltá-lo enquanto ele aproveitava o horário de folga. Agora Elliot estava atrás do restaurante fazendo uma das coisas que mais gostava: fumar. Mais especificamente, ele fumava um cigarro de menta, um dos seus sabores preferidos.

Distraído, ele olhou para o relógio em seu pulso, viu que já estava atrasado e que deveria voltar ao trabalho, deu uma tragada no cigarro, suspirou, e abriu a porta dos fundos do restaurante, fechando-a logo em seguida.

Assim que passou pela dispensa, que se localizava logo antes da saída, ele atravessou a porta que separava a dispensa do balcão do bar. A primeira coisa que viu foram os cabelos loiros de Rebekah, que lembravam uma cascata a Elliot, devido as pequenas ondulações no final. Ela estava olhando para um bloco de anotações em cima do balcão e girava um lápis constantemente por seus dedos enquanto dava pequenas mordidas no lábio, coisa que era de costume quando estava fazendo algo que necessitava de sua atenção.

Elliot desviou seu olhar para o bar, percebendo que tinha poucas pessoas no local, na realidade, haviam somente um pequeno grupo, que conversavam sobre algo relacionado a tecnologia ou algo do tipo, alguma coisa que Elliot não dava a mínima, para falar a verdade.

Ele se aproximou de Rebekah, e logo seus olhos azuis se desviaram do bloco de anotações e se dirigiram a ele, ela olhou para ele e suspirou, como se estivesse decepcionada, e disse:

— Droga, Ellie, quantas vezes tenho que dizer? — Elliot não havia entendido o que ela quis dizer com aquilo, mas se irritou com o apelido, como sempre fez.

— O que eu fiz dessa vez? — Perguntou, curioso.

— O cigarro. — Disse Rebekah, tirando o cigarro da boca de Elliot com a mão direita — você não pode fumar aqui dentro, Ellie. — Ela chamou assim claramente para irritá-lo, dessa vez, ele percebeu pelo sorriso em seu rosto.

— Desculpe, loirinha. — Ele foi quem provocara agora, sabia que ela também não gostava do apelido. — O que está fazendo?

— Nada demais, algumas contas. — Disse ela, voltando a ficar imersa em suas contas e apagando o cigarro em um cinzeiro que tinha próximo ao balcão, Elliot sentiu o ligeiro cheiro do cigarro uma última vez antes da campainha da porta tocar quando foi aberta.

Uma jovem de aproximadamente vinte e quatro anos entrou, acompanhada de outra que pareceu ter quinze para Elliot, ambas eram muito belas, e ele pensou em qual seria a relação delas. A menor lia um livro que ele não conhecia, mas provavelmente falava sobre anjos e demônios, coisa em que Elliot nunca acreditou e nunca deu muita bola. Sempre achou fantasioso demais acreditar em algo do tipo. Enquanto isso, a mais velha olhava para o restaurante como se estivesse analisando e vendo se estava tudo certo, parecia até mesmo um pouco incomodada, como se alguma coisa fosse acontecer a qualquer hora.

Rebekah levantou o olhar de suas contas quando elas se aproximaram, e deu um belo sorriso quando a menor veio falar com ela, Rebekah se levantou e passou pelo balcão, indo de encontro a jovem e se abaixando um pouco quando a abraçou.

— Ravie! Quanto tempo! — Disse ela, no meio no abraço.

A menina parecia uma irmã menor para Rebekah devido a sua aparência, ambas tinham os cabelos dourados e olhos azuis, apesar dos da menina serem bem mais marcantes, mas a diferença mais gritante era corporal. Enquanto Rebekah possuía um corpo de deixar qualquer pessoa com inveja — e que qualquer homem não resistiria — devido as suas curvas, que eram visíveis mesmo sobre a roupa de garçonete, a menor parecia ainda não ter atingido todo o seu potencial físico, por causa da pouca idade. Entretanto, aquilo não era ruim, seu rosto inocente combinava com o porte físico.

— Como você me encontrou? Eu não havia dito que trabalhava aqui! — Perguntou Rebekah.

— Bem, você havia dito que trabalhava em uma lanchonete com um garçom muito gato — a pequena olhou para Elliot depois de volta para Rebekah, e deu uma piscadinha para ela — eu só fui ligando os pontos.

— Que seja — cortou o assunto —, vem, quero te apresentar uma pessoa.

As três se aproximaram de Elliot, que agora olhava para o bloco de anotações de Rebekah com outro cigarro na boca, prestes a acendê-lo. Ela se aproximou e tirou o isqueiro da mão dele e suspirou.

— De novo, Elliot? Que seja, aqui, quero que conheça uma pessoa. — Disse ela, apontando para a menor com o rosto inocente. — Essa é Ravenna Claire. Ravie, esse é Elliot Mitchell, mas você pode chamar ele de Ellie que ele não se importa, não é, Ellie? — Terminou ela, rindo.

— Não. Me. Chame. De. Ellie. — Respondeu ele, suspirando e fazendo ambas rirem, e vendo a risada de Rebekah, ele se lembrou do quanto gostava daquele som.

— Prometo não chama-lo se você prometer não me chamar pelo nome completo. Detesto que me chamem assim. — Disse ela, lançando um olhar fulminante para Rebekah, que se percebeu, ignorou.

— É um prazer te conhecer, Ravenna. — Respondeu ele, como de praxe.

— O prazer é meu. — Disse ela, com um sorriso inocente no rosto. — Eu também tenho alguém que quero te apresentar, essa é Bina Ashira — ela virou-se um pouco de lado, para que Rebekah pudesse ver a sua acompanhante, não que houvesse necessidade, devido a seu tamanho, era mais por educação. — Mas prefere que a chamem de Ash. Ela talvez saiba de algo sobre o seu pai.

Diferentemente de Ravenna, a mais velha não havia falado nada enquanto as duas conversavam, provavelmente ela era muito tímida ou algo do tipo, o que Elliot duvidava, já que alguém tão bonita quanto ela dificilmente teria dificuldade em se comunicar com as pessoas. Outra diferença, dessa vez física, eram os cabelos, enquanto os da menor eram dourados, os dela eram castanhos e estavam presos por uma trança logo abaixo dos ombros, seus olhos verdes pareciam carregar tamanha sabedoria que seria difícil definir quanta, ela parecia para Elliot, atemporal.

Rebekah se aproximou dela e apertou sua mão, enquanto olhava de forma avaliativa para Bina, como se estivesse julgando-a. Coisa comum quando Rebekah conhecia novas pessoas, ela havia feito o mesmo com Elliot tempos atrás, e provavelmente havia feito o mesmo com Ravenna.

— Rebekah, certo? Muito prazer. Podemos conversar? — Rebekah acenou com a cabeça, simplesmente, sem se apresentar devidamente e ambas se dirigiram para um das mesas vazias do restaurante, onde poderiam conversar com privacidade. Restavam então Elliot e Ravenna. A menina olhava para o cardápio do restaurante com cara de curiosidade e um pouco chateada ao mesmo tempo.

— Vocês não tem nada vegetariano? — Perguntou ela.

— Vegetariano? — Perguntou Elliot, um pouco perplexo. Definitivamente alguém usando jeans e uma blusa com um zumbi como estampa não pediria uma comida vegetariana. — Tenho quase certeza que não, mas se quiser eu trago um alface pra você — Brincou ele.

Ravenna olhou para ele e fez uma cara como se dissesse “sério?”, e suspirou.

— Então, como você conheceu a Rebekah? — Ele disse, rodando o pequeno cigarro de menta entre os dedos, já que não podia acendê-lo.

— Eu passei pela cidade onde ela morava, antes de vir pra cá. Eu acabei passando um tempo lá e nós tínhamos alguma coisa em comum e tal, o resto é história.

— Você tinha falado algo sobre o pai dela. Ele estava desaparecido ou algo do tipo?

Ravenna olhou nos olhos de Elliot, desviando o olhar logo depois, voltando-o para a mesa onde as outras duas conversavam.

— Antes fosse.

Elliot não entendeu, mas antes que a menina pudesse explicar, a porta do restaurante se abriu mais uma vez, e entraram dois homens vestidos com casaco preto e calças jeans surradas. Vira e mexe algumas pessoas daquele tipo entravam no restaurante, querendo ou não, aquele era um lugar mal localizado da cidade. Eles já pareciam bêbados antes mesmo de entrar no local, e foram cambaleando até o bar.

— Vá e fique com as meninas. — Disse Elliot.

Ravenna assentiu e sentou-se junto com as outras, embora não tivesse tirado o olhar dos homens. Elliot se aproximou, passando pelo balcão do bar e perguntando aos dois homens o que eles queriam.

— O melhor Whisky que você tiver. — Respondeu o menos bêbado dos homens.

Elliot pegou-o, claramente ele não havia pego o melhor whisky, mas mesmo assim ainda era um dos melhores que o restaurante tinha. Ele serviu dois copos, encheu-os e deu as homens. Eles provaram, mas pelo visto não tinham aprovado a bebida, um dos homens jogou o copo no chão, estilhaçando-o em mil pedaços, ele levantou-se, pegou a garrafa, e também jogou-a no chão, atraindo a atenção das poucas pessoas que estavam no restaurante. Enquanto isso, Elliot limpava outro copo com um pano em frente ao homem.

— Essa é a pior... — ele havia soluçado e ficado um tempo sem falar, até retomar a fala — merda, que eu já provei.

— Esse whisky custou cinco mil dólares, seu animal. Vai pagar à vista ou no cartão? — Apesar da cena, Elliot apenas continuava a limpar o copo, como se nada houvesse acontecido.

De repente, o outro homem se levantou, dessa vez com um arma em mãos, sem pensar duas vezes, ele atirou, mirando bem no centro do tórax de Elliot.

E então havia o barulho de uma garrafa se quebrando as costas de Elliot, mas a ele mesmo, não havia acontecido nada.

"Merda, lá se vai meu disfarce. Logo quando eu comecei a gostar daqui." Pensou ele, fazendo cara de tédio.

Não havia sangue, ou ferimento algum, a bala havia literalmente atravessado o corpo de Elliot, entretanto, ele parecia não ligar para isso. O bandido atirou mais quatro vezes, mirando partes diferentes do corpo dele, mas apenas acertavam as garrafas na estante as costas dele. E novamente, nada havia acontecido ao seu corpo. Elliot se aproximou, atravessando o balcão com seu corpo, literalmente falando. Como se não houvesse balcão nenhum que os separava ali, ele simplesmente andou, passando por dentro da peça de madeira e saindo a frente do bandido, que agora estava perplexo.

Elliot lançou o pano que estava em suas mãos diretamente no rosto do homem, e enquanto isso, aproveitou para desarma-lo com um movimento rápido que acabou por torcer a mão do bandido.

Elliot pegou a arma que havia caído no balcão e calmamente apontou-a para os homens, eles levantaram as mãos, se rendendo. Durante toda a ação, Elliot mantinha a calma, já havia enfrentado muitas pessoas daquele tipo do tempo em que passou na rua, bandidos, estupradores, qualquer um que lhe atrapalhasse, para dizer a verdade.

— Fora. — Disse ele, apontando com a arma para a porta.

Ambos começaram a correr e passaram pelas portas tão rápido que nem pareciam estar bêbados. Mas antes que pudessem comemorar, eles voltaram, mas não por opção.

Poucos segundos depois que saíram um deles foi arremessado e literalmente teve o tórax esmigalhado contra a porta, quebrando-a e caindo em cima dela, com um enorme rasgo no peito. A sua frente, estava o outro homem que estava junto dele, mas agora, ele estava completamente desfigurado, sua boca havia alargado, mostrando muito mais dentes do que o normal, e ele tinha saliva escorrendo pela boca, mas o mais marcante eram os olhos vermelhos. Atrás dele, estavam outras diversas pessoas com esse mesmo tipo de olhos. O mais irônico era que todos tinham uma idade avançada, pareciam ter saído de um asilo.

— Vamos, temos que sair daqui. — Quem havia dito era a mulher de cabelos castanhos de antes. Sem que ele percebesse, as três mulheres estavam agora atrás dele, e se dirigiam a porta de trás do restaurante, Elliot segui-as, ele não sabia o que estava acontecendo, sabia que conseguiria se virar se aqueles dois tivessem trago mais gente, mas agora ele só pensava em proteger Rebekah, um pensamento incomum, diria.

— Precisamos achar uma Igreja, ou templo, qualquer coisa! — Disse Bina, enquanto saíam pela porta de trás para a rua.

— Tem um templo abandonado a algumas ruas daqui, serve? — Perguntou a menor, Ravenna.

— Como você conhece esse lugar? Você nunca veio aqui antes. — Questionou Rebekah, curiosa, agora, eles estavam correndo pela rua atrás de Ravenna, que parecia conhecer a cidade com a palma da mão.

— Eu decorei o mapa. — Respondeu, dando de ombros.

— Você decorou o mapa da cidade inteira? — Perguntou Elliot, um pouco perplexo.

— Sim, porque?

— Porquê? Como assim porque? É um mapa inteiro!

— Eu tenho memória fotográfica. — Respondeu Ravenna dando de ombros mais uma vez, como se aquilo finalizasse a discussão.

Quando Elliot olhou para trás ele viu um arco totalmente dourado nas mãos de Bina, que atirava flechas com tamanha maestria que nem parecia humana. Acertando demônios com facilidade, embora sem muita eficiência, devido ao seu número extenso.

Assim que viraram a esquina da igreja, Ravenna deu de cara, literalmente, com um daqueles demônios, um senhor negro com os cabelos brancos mas com os olhos totalmente vermelhos. Ela deu um encontrão com ele e acabou caindo, quando olhou em seus olhos começou a se apoiar nas mãos e se movimentar para trás. Foi então que o homem saltou, tentando abocanhar Ravenna. Elliot iria para cima do velho, mas seria tarde demais para alcança-la.

Pouco antes do velho se aproximar o suficiente de Ravenna, Elliot ouviu um estalo, e quando deu por si, o velho estava no chão com suas mãos no pescoço, parecendo sem ar enquanto tentava sair das amarras. Elliot sempre achou a pulseira de Rebekah um adereço interessante, mas nem tão interessante assim. Ela havia acabado de virar um chicote, entretanto manteve seu formato de cobra e agora estava sufocando o homem.

Todavia, agora Rebekah tinha menos uma mão para se defender, e justamente agora um dos outros demônios havia se aproximado pelo lado direito dela, mas para sua sorte, uma flecha produzindo uma luz fraca acertou diretamente na cabeça deste e ele caiu, já inerte, no chão.

— Rápido, estamos quase lá! — Disse Bina, subindo os degraus da igreja, ela forçou a porta, mas parecia ter sido bloqueada com alguma coisa, e enquanto tentava abri-la, os demônios se aproximavam.

— Sai da frente! — Disse Rebekah, e fez um movimento com as mãos, a metros da porta, e mesmo assim, ela abriu com força, lançando as barricadas improvisadas que travavam a porta a alguns metros para trás.

Elliot havia vindo para proteger Rebekah, mas pensando agora, talvez ela não precisasse de proteção.

Todos entraram e logo depois ela voltou a controlar os objetos com a mente e empilha-los contra a porta de novo, deixando-a novamente no estado em que estava. Exaustos — principalmente Rebekah — eles caíram no chão, cansados e arfando devido a correria.

No entanto, eles não estavam sozinhos.

Duas pessoas se adiantaram para o grupo, e todos voltaram a se levantar e encarar os dois, mas diferentemente dos outros, eles não possuíam os olhos vermelhos ou a boca escancarada.

— Por Deus! Grace! — Disse Bina, correndo e abraçando um dos jovens, enquanto o resto das pessoas ficavam observando a cena. A menina retribuiu o abraço. — Eu fiquei super preocupada com você! Era pra gente se encontrar no restaurante! Está tudo bem com você? Você está machucada? O que aconteceu?

— Tá tudo bem mãe, não se preocupe. — Começou Emily, um pouco envergonhada quando percebeu que os olhares de todos repousavam sobre ela. — Eu fui visitar um casa de repouso antes de ir, mas acabou que aconteceram algumas coisas, como você pode ver.

Após a adrenalina ter passado um pouco, só então Gillian se deu conta do que ela havia falado.

— Pera aí, mãe?! Essa é a sua mãe? O anjo?! — Perguntou ele, com a perplexidade voltando a seu rosto.

Elliot riu um pouco mais alto do que queria, e acabou atraindo as atenções do pessoal.

— Eu também não estou entendendo muita coisa aqui não, primeiro, anjo? Como assim? Tá brincando né? E dois, com todo respeito, Ash, mas você não tem o corpo de uma pessoa que poderia ter tido um filho na sua idade. Você é bem mais... Qual seria a palavra certa?

— Gata? — Disse Gillian.

— Isso, gata.

— A propósito, você não é o garçom brigão de hoje cedo?

— Você brigou de novo Ellie? — Suspirou Rebekah.

— Homens. — Falou Ravenna, revirando os olhos.

Antes que qualquer explicação pudesse ser dada, um barulho pôde ser ouvido por todos os jovens ali. O som reverberou e ecoou através das paredes do templo e chamou a atenção deles. As palmas soavam como um sino através do silêncio do local. Seguindo o som, todos olharam para o altar, e pouco antes dele, estava uma cadeira, e sentado nele estava um velho barbudo que parecia cansado, ele sentava-se na cadeira de forma desajeitada e batia as mãos também desajeitadamente. Apesar de velho, ficava claro que por baixo de suas roupas ele era um guerreiro, devido aos músculos dos braços e das pernas, seus olhos estavam fechados, mas assim que os abriu, todos claramente fixaram sua atenção nele. Diferentemente dos outros demônios, ele tinha apenas a pupila de seus olhos vermelha e o resto normal, assim como a sua face. Se não fossem pelos olhos, ele seria apenas um velhinho normal.

Ele parou de bater palmas, e olhou diretamente para Bina, mantinha um olhar sério, mas demonstrava indiferença, não parecia ter ódio ou gostar dela.

— Já faz tempo, Ash. — Em meio ao silêncio, a voz rouca do homem pareceu cortar a ferro o próprio ar.

Quando o homem pronunciou o nome dela, Bina pareceu retesar seu corpo, como se tivesse acabado de receber um choque, mas como toda mãe, ela guiou Emily para atrás dela protetoramente, embora não tenha respondido ao velho.

— Quem é ele? — Sussurrou Emily para a mãe.

Bina não tirou os olhos do homem desde que o vira da primeira vez, como se tirar os olhos dele fosse basicamente a mesma coisa que dar uma brecha para atacar, tanto que respondeu a filha ainda olhando para o homem. Todos estavam perplexos demais para falar ou fazer qualquer coisa, apenas mantinham seus olhares fixos naquela figura.

— Belphegor. Um dos sete príncipes do inferno.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso, espero que tenham gostado c:
E eu acho que as tretas de verdade vão começar logo hein HOHOHO