Nephilins - Interativa escrita por Rorschach


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma Reunião Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, e fico feliz que tenham pessoas que gostaram da história, de verdade.
A propósito, eu tenho um problema(?) que algumas pessoas não gostam, eu demoro um pouco pra apresentar um personagem TOTALMENTE, normalmente eu nunca conto a história, ou suas manias logo de primeira, ou até mesmo a relação com os outros personagens. É um defeito, anyway, mas quem não os tem? -q Gosto que os leitores vão se acostumando aos poucos com os personagens.
Enfim, espero que gostem õ/
PS: Esclarecendo a dúvida da maioria de vocês, sim, eu sou homem AUSHAUHSUHAS
PS²: Vi que algumas pessoas gostam de músicas temas, infelizmente eu não coloco-as na história(na maioria das vezes :v), mas quem estiver curioso(ninguém -q) pra saber a do Zach, eu acho que seria Take Me To Church - Hozier. Sério, que música foda.



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Alice não fazia ideia de como as coisas haviam acabado dessa forma. Ela acabava de entrar em casa com um garoto todo sujo de poeira e terra — e um pouco de café, por culpa dela — que ela nem mesmo conhecia. Virou-se antes de passar pela porta, olhando Zachary uma vez mais e fazendo um sinal com o dedo indicador em direção aos lábios, querendo que ele fizesse silêncio, não que ela acreditasse que as pessoas ainda estavam dormindo, depois de todo aquele barulho.

Mas para sua surpresa, seus pais realmente estavam dormindo, ela estranhou, mas decidiu deixar para lá. Ela passou pelo quarto deles enquanto levava Zach em direção ao banheiro da sua casa, para que ele pudesse se limpar. Ela sorriu sozinha, pensando o quão anormal era aquilo tudo.

— Ei — sussurrou Zach — do que está rindo?

— Nada, nada. — Ela respondeu, balançando a mão direita como se para afastar um inseto. — Você está com fome? — perguntou ela, ainda sussurrando.

Eles haviam enfim chegado ao banheiro, e antes de Zachary entrar, ele parou na porta e respondeu fazendo um sinal com a cabeça.

— Um sanduíche viria a calhar. — Disse ele.

— Certo, eu vou preparar alguma coisa, tome um banho enquanto isso. — Falou ela, já se afastando do cômodo.

“Ai meu Deus” pensou ela “eu trouxe um alienígena para dentro de casa”, apesar da preocupação, ela não conseguia parar de rir enquanto andava pela casa, indo em direção a cozinha. Se os pais dela acordassem, com toda certeza ela estaria muito ferrada. Parou um pouco antes de dobrar no corredor que levava a cozinha, virando-se para olhar para o banheiro mais uma vez enquanto se apoiava na parede, Zachary ainda não havia trancado a porta e Alice conseguia ter uma pequena visão do corpo de Zach enquanto ele tirava a camisa.

Bem, talvez ele fosse um alienígena, mas era um alienígena muito atraente.

***

Zachary finalmente ia poder tomar um banho quando percebeu que não havia toalhas no banheiro, ele foi atrás de Alice, com cuidado para não acordar as pessoas na casa, tamanho cuidado esse que ele ficou olhando para trás repetidas vezes durante todo o trajeto até a cozinha, até que virou-se lentamente quando percebeu que havia passado pela porta e começou dizendo, ainda dando uma olhada nas costas.

— Ei, Alice, me arruma uma toa-

Antes que Zachary pudesse terminar sua fala, ele foi interrompido por um golpe de água gelada na nuca, ele teve que manter o mais difícil autocontrole que ele já havia tido na vida para que não gritasse. Virou-se, lentamente, mordendo os lábios para evitar que gritasse, e para sua surpresa, quem segurava o copo em sua direção não era Alice, e sim uma outra garota.

Ela tinha os cabelos negros presos em um coque por uma presilha em formato de cobra, eram bem parecidos com os de Alice, pensou Zachary — tirando a cor chamativa, claro — tinha os olhos verdes, assim como Zachary, a diferença era que os dela eram de longe muito mais delicados, um pouco puxados dos lados, e suas curvas — tanto do rosto quanto do corpo — eram bem expressivas.

— Acho que os humanos não gostam muito de mim, pelo visto. — Disse Zach, mais para si mesmo do que para a garota ali — já é a segunda vez em menos de uma hora.

A menina nada disse, apenas abriu a geladeira como se nada houvesse acontecido, e voltou a colocar água em seu copo.

— E a quem devo agradecer pelo banho gelado?

— Não que te interesse — começou a menina, fechando com força a porta da geladeira — mas meu nome é Liev.

— Vejo que já conheceu a minha prima — Disse uma voz atrás de Zach, que ele reconheceu como sendo de Alice.

— Sim, um doce de pessoa. Quis até me dar um banho, juro. — Respondeu Zach, e Alice riu quando Liev revirou os olhos e ameaçou atirar o copo na cabeça dele.

Alice jogou uma toalha bem no meio do rosto de Zach que a segurou antes de cair e voltou a andar em direção ao banheiro resmungando algo do tipo “espero que ela tenha sete anos de azar por jogar água na cara de um anjo”. Ela sorriu e começou a preparar alguma coisa para ele comer. Quando olhou para Liev, ela sorria, um sorriso que tinha significado apenas para as duas.

— Interessante, você gosta dele. — Começou ela, olhando profundamente nos olhos de Alice.

— O que?! Não! Live, não tem nada a ver, você está vendo coisa onde não tem.

— Sei...

Antes que a conversa pudesse continuar, a campainha da casa tocou, e Liev foi correndo em direção a porta antes que tocasse outra vez. “Quem toca a campainha de uma pessoa a essa hora da manhã?” pensou Liev, antes de abrir a porta e dar de cara com um anjo. Literalmente.

A pessoa parada a sua frente tinha o tipo de beleza que poderia ser definido como “angelical”. Ela era jovem, talvez uns vinte e quatro ou vinte e cinco anos, tinha longos cabelos loiros e bem penteados, seus olhos verdes e o nariz empinado — no bom sentido — mostravam toda a imponência dela. Assim como as curvas de seu corpo que ficavam bem definidas mesmo sobre as camadas de roupa. Liev havia ficado impressionada, mas não ia deixar transparecer isso, obviamente.

— O que você quer? — Perguntou ela, ríspida.

— Meu nome é Nora, vocês viram um rapaz ruivo, da minha altura, que parece ter uns 19 anos?

“Que vadia, ela nem pediu desculpas por tocar a campainha de alguém a essa hora” pensou Liev, mas decidiu relevar. Ao lembrar do rosto de Zach, Liev fez uma careta que provavelmente pareceria estranha a mulher que estava ali, e antes que ela pudesse perguntar outra coisa, Liev foi fechando a porta e dizendo:

— Não, desculpa. Passar bem.

— Espera, espera, espera! — Era Alice que falava vindo apressada da cozinha até a porta — Nós vimos ele sim, mas antes, qual seu grau de parentesco com ele mesmo?

— Nós somos... amigos. — Disse a loira, por fim.

— Certo... Ele está tomando um banho agora, mas pode entrar, pode esperar por ele no sofá.

***

— Um anjo? — Perguntou Alice, pelo o que pareceu ser a décima vez.

As meninas estavam todas no sofá, enquanto Nora explicava algumas coisas para elas.

— Sim. — Respondia Nora, automaticamente.

— Tipo, de verdade?

— Sim, de verdade.

— E auréola?

— Não, isso é mentira, anjos não tem auréola.

— E asas?

— Ah sim, as asas são o maior orgulho dos anjos.

— E eu tenho seis delas — disse Zach, enquanto andava em direção a elas. Ele continuava sem camisa — que Alice tinha colocado para lavar depois que Zach atirou ela pela porta do banheiro —, e sobre a pele Alice conseguiu ver pequenas cicatrizes que ficavam espalhadas pelo abdômen e tórax definidos.

Assim que viu Zach, Nora levantou-se do sofá, ignorando as meninas, e manteve a postura séria, olhando diretamente no rosto de Zachary, como fazem os militares.

— Comandante. — Disse ela, simplesmente.

— Ah, vamos lá Nora, ambos sabemos que títulos não funcionam quando se é um caído.

Nora sorriu e correu para Zach, envolvendo ele em um abraço que parecia carregar anos de sentimentos, como se eles não se vissem a décadas. Eles começaram a conversar enquanto Liev se aproximava de Alice.

— Com ciúme prima? Ela está dominando seu namorado bem no meio da sua casa. — Provocou Liev, enquanto sorria.

— Cala boca, Live. — Respondeu Alice, cutucando-a com o cotovelo.

Bruscamente, ambos os anjos pararam de falar e olharam para o céu, o barulho dos trovões estava cada vez mais alto, e Alice nem mesmo havia percebido que tinha começado uma tempestade. Não estava nem mesmo chovendo. Os trovões pareciam estar cada vez mais perto, e isso estava começando a assustar Alice.

Zachary virou-se para Nora, olhando profundamente em seu rosto, como se para gravar na memória as suas feições, e disse:

— Nora, tire-as daqui.

— Não, espera, Zach, eu posso ajudar! — Insistiu ela.

— Nora, isso é uma ordem!

— Não foi você mesmo que disse que títulos não funcionam para os caídos?

Apesar da resposta malcriada, Zachary sorriu para Nora, e ela retribuiu o sorriso, mas logo as feições sérias voltaram para os rostos dos dois.

— Leve-as ao terraço então, e venha encontrar comigo depois.

— Tudo bem. — Respondeu a loira, apesar de ainda parecer um pouco rebelde quanto a ordem.

— O que é isso? O que está acontecendo? — Perguntou Alice para Nora, preocupada, enquanto ela as conduzia para o terraço.

— Miguel. Ele está vindo. — E depois voltou a manter o silêncio.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu vou apresentando os personagens aos poucos, e sim, esse capítulo não teve muito ação. Maaas, eu juro que no próximo capítulo eu vou apresentar a maioria(alguns -q) dos outros personagens, mas não se preocupem porque eu não esqueci deles, se eu aceitei a ficha é porque eles tem um papel para a história.
*cof* então comentem para que eu não esqueça deles *cof*
Espero que vocês tenham gostado do capítulo, e até o próximo õ/