Ouço a sirene dos carros de polícia soando nos meus ouvidos quando eles passam no meu lado rapidamente, mas acho que é por causa de uma perseguição. Não sei o porque estou no meio da chuva andando para o nada... Vou para um beco, jogo o meu cigarro que já estava pequeno no chão e piso para apaga-lo. Vou andando até escutar um som de música-clássica de piano e não resisto em entrar. Começo a tentar andar no meio de um monte de caixas de papelão vazias, que não sei o motivo de tudo isso. Quando eu chego ao final do monte de caixas eu vejo uma garota com uma mão para o lado meio dobrada , uma em sua clavícula e estava andando para o lado e para o outro. Acho que ela estava dançando sozinha dança de salão, ao som da música clássica que tocava em um rádio ao lado dela. Dou um passo para frente e tropeço fazendo um estrondo.

– Q-quem está aí? - Ela para a música e encara para a minha direção.

– O-oi... Desculpe, eu já estava de saída... - Fiquei totalmente vermelho, ela achou graça.

– Alexandra Adams - Ela desce do palco e vem na minha direção - , mas pode me chamar de Sandy! - Esse nome me é familiar...

– E-er... - Eu me esbarrei em uma das caixas - Samuel Baker, mas me chama de Sam! - Ela me encara com os olhos semi-cerrados.

Ela me lembrava muito alguém, e acho que ela acha o mesmo. Comecei a ficar com receio e muito corado, então do nada minhas pernas se moveram e fui para fora do teatro.

– Sam! Sam, cadê você?!

Rapidamente, no beco eu fui para atrás de uma caçamba de lixo me escondendo dela.

– Sam - Pela sua voz, era de choro. - Cadê você? Por favor, não me deixe de novo!

Do nada veio um flash-back na minha cabeça.

– Sandy, que tal irmos almoçar em uma lanchonete depois da escola, em? - Corei um pouco.

– Desculpa, Sam. Mas hoje eu tenho que estudar bastante para a prova de amanhã...

– Tudo bem.

– Ah, Sam confessa logo que você ama a Sandy desde o nono ano! - Gwen aparece entre nós.

Naquela hora eu fiquei completamente vermelho e saí disparando da escola, e a Sandy foi atrás de mim.

– Sam! Não me deixe!

Comecei a correr ao lado de um lago, até eu me cansar e parei.

– Sam!

– Sandy, cuidado voc...

Ela caiu no lago. Dez anos depois nunca mais amei uma garota novamente.

– E-eu estou aqui... - me levanto e fico de cabeça baixa.

– Sam... - Ela me abraça. - Nunca faça mais isso, com ninguém! - Ela me solta. - Venha! - Ela pega minha mão e me leva para dentro do teatro, em cima do palco. - Sam, por favor... Dance a última dança comigo!

– E-eu... - Ela colocou a música, pegou os meus braços e colocou um na cintura dela e outro ela segurou para o lado meio dobrado. Ela coloca a mão no meu peito.

Começamos a dançar, era fácil acompanha-la. Quando a música chegou a fim nossas bocas se selaram.

– Obrigada... - Ela abaixa a cabeça. - Obrigada por dançar a última dança comigo! - Ela se transforma em pequenas estrelas e vai para o céu, se encaixando com as que já estavam lá.

– Nunca esquecerei, Sandy... Nunca esquecerei da nossa última dança! - Olho para a janela o céu estrelado com os olhos marejando.