Pode ser um Incentivo escrita por JúliaC


Capítulo 1
O Único


Notas iniciais do capítulo

Gênero comédia. Não tenho culpa se nenhum se encaixou auhauhauh
~dedos cruzados para eu não me arrepender.



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Parece que perdi a habilidade de escrever.

Escrever é uma habilidade. Não é qualquer pessoa que tem a capacidade de escrever um verdadeiro texto. É por isso que por aí se veem tantas histórias tão comuns, tão banais, que pouco chamam a atenção. O problema não é a história ser comum, é a pessoa saber torná-la especial.

Sinto que perdi essa habilidade.

Para começar, sequer sei se um dia a tive. Eram diversos textos aleatórios, escritos simplesmente por prazer, jamais finalizados e postados. Um desperdício, na minha opinião, mas eu simplesmente não conseguia terminar ou ficar satisfeita. Em início, minhas histórias sempre foram sobre coisas sobrenaturais. Então eu enjoei e comecei a falar de amor. Mas o que entendo de amor? Deixei de lado. Agora, sobre o que escrevo? Sobre o que me vier à mente. Não são coisas boas e interessantes, são coisas bobinhas e sem nexo. Coisas que às quais nunca dou um fim.

Qual será que é o meu problema?

Já tive muita vontade de finalizar uma história. Pesquisei a fundo os temas que queria, nomes e seus significados, as palavras perfeitas, os cenários perfeitos, as datas. Quase não havia erros. Mas acabei de escrever? Não. Eu tinha tudo para dar certo: amava a história, os personagens eram adoráveis e eu tinha uma visão do cenário.

Aí, pum! É isso! Eu não sei escrever!

Parti em busca de um manual de como escrever uma história. Li alguns, mas a verdade é que aquilo não funcionava para mim. Eu lia história incríveis de vários personagens com personalidades diferentes, com passado, presente e futuro, desejos e sonhos e opiniões, e os personagens se encontravam e tudo se fundia, uma história perfeita como num mundo real. Eu imaginava que a autora teve de pensar em um personagem de cada vez.

Então eu pensei: “Fácil, consigo fazer isso”.

Fui lá, primeiro o personagem principal. Nome: John Smith (porque ninguém leria uma história do João da Silva). Idade: 16 e blá-blá-blá. Passado, presente e futuro (o futuro foi complicado, mas acho que consegui) terminados. Outra principal. Poxa, como é difícil cruzar o passado, o presente e o futuro dos dois, e ainda por cima incluir o vilão e os ajudantes…

Eu juro, quase consegui. Para falar a verdade mesmo, ainda tenho todo o enredo da história que eu queria escrever. Pra você ter uma ideia, eu já reescrevi essa mesma história umas quatro ou cinco vezes, e o começo nunca ficava bom.

Eu acho que o começo tem que ser o mais interessante, para chamar a atenção, para fazer com que a pessoa continue ledo. Mas não ficava do jeito que eu queria… O que eu fazia primeiro? Começava explicando o passado ou já introduzindo o presente dos personagens? Quer saber, é uma história complicada, vou logo mostrar quem é o vilão aqui… ARGH!!!

Escrevi umas cinco páginas no Word, salvei na pasta onde estava o enredo 1, o enredo 2 e mais as outras quatro versões do primeiro capítulo e deixei lá. Deve fazer uns quatro meses já.

Imagino se todos os autores daqui já passaram pela mesma coisa. Eu morro de vontade de finalizar a história, de criar os personagens perfeitos, de que alguém goste loucamente da minha história, mas no fim acho que não está bom o suficiente.

“Falando nisso, eu escrevo para ou pra mesmo?… Se eu escrever para, talvez achem muito formal e a história fique cansativa. Mas se eu escrever pra, ficará muito informal e poderá perder a essência rígida da história. Quer saber? Vou escrever dos dois jeitos e quem reparar, que repare!”. Brincadeira, não foi assim que pensei. Na verdade, sempre que vou escrever para ou pra, fico na dúvida se os leitores vão gostar. Nesse texto, acabei escrevendo dos dois jeitos também.

Sabe o que é uma pena mesmo?

A pessoa escrever o texto mais rico, interessante, único e maravilhoso de todo o site, e ter apenas cinco favoritos e três comentários. Então a pessoa vai ver a história mais comentada ou favorita do site, e olhe!: lá está aquele terrível clichê, possivelmente de um cara bandido ou a menina bandida, aquela sinopse sem graça e cansativa, ou a menina mais popular com o nerd, ou o popular com a nerd… Bem, tudo isso pode levar a uma boa história. Talvez a pessoa só não saiba fazer uma sinopse ou achou que poderia revolucionar os clichês. Mas você abre o primeiro capítulo e lá estão os erros ortográficos de dar dor no coração. Então, quantos favoritos tem? Uns trezentos e poucos. Comentários? Duzentos e poucos.

Isso sim é uma pena. Não que já tenha acontecido comigo, mas realmente já vi umas histórias boas por aí com poucos favoritos e poucos comentários e autores reclamando que isso acontece com eles. É uma pena pois a pessoa fica desmotivada a continuar a escrever.

Enfim, é isso.

Estou aqui apenas para reclamar um pouco de mim mesma e talvez criar coragem para voltar a escrever ou terminar a minha história maravilhosa (sinto muito, mas também é clichê. Um clichê revolucionário, creio). Estou me incentivando escrevendo sobre minha incapacidade de escrever.

O mais legal é que podemos postar o que quisermos. Seja um texto péssimo ou o mais perfeito, podemos postar. Quem sabe eu crio algum vergonha na cara e termine minhas histórias? Acho que não são tãããão ruins assim. E se forem, só me incentivarão a ter mais criatividade para mudar o que está ruim.

É isso que farei.

Acho que foi um bom incentivo a mim mesma, já que esse texto com certeza será postado. (Aqui tem um sorrisinho escondido nas entrelinhas.)


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Notas finais do capítulo

Puff, vamos pra próxima...