Sos mi más bello error escrita por Giih Santiago


Capítulo 2
Goodbye employees


Notas iniciais do capítulo

Já to vendo que esse negócio de ter todos os capítulos prontos não vai prestar, vou sempre querer postar o próximo imediatamente laksjdskldjh mas ó gente, não se acostumem, só to postando esse um dia depois do outro pq ta no comecinho da fic, só por causa dissooo. Agora leiam, favoritem, comentem, recomendemm... sei lá começo de fic eu preciso saber o que estão achando. Gracias.



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Acordei sonolenta, dormi dez horas inteiras mas tinha a sensação que não consegui dormir de verdade nem por dez minutos. Era como se eu apenas tivesse fechado os olhos, e não havia descansado nada. Minha cabeça estava tão turbulenta que meus pensamentos me impediram de mergulhar num sono mais profundo.

A primeira coisa que penso ao abrir os olhos é em German, para variar. Tem sido assim desde o dia em que ele me beijou na cozinha. Você sabe o que é acordar todos os dias em quase três anos com a mesma coisa na cabeça? Era o pior tipo de tortura. Eu não entendo. Não entendo como depois de tanto tempo isso ainda não tenha passado. German entrou com tudo no meu coração e deixou uma cratera por lá, ninguém jamais vai conseguir preencher. Eu só queria parar de ficar pensando nele. Tem um lado dentro de mim que ainda tem esperança e isso me corrói, porque o outro lado sabe que eu e German... não vai rolar nunca. Eu também queria conseguir ficar com outra pessoa depois dele. Já tentei. Mas agora parece que ninguém é suficiente.

Se eu tivesse falado a verdade desde o início... Talvez não teríamos nos apaixonado, e eu estaria muito bem agora com uma pessoa que me amasse de verdade. Não que eu me arrependa. Na verdade, bem pelo contrário. Eu só não gosto das consequências. Mentir tanto, más consequências. Estou pagando pelos meus atos.

Suspirei e me levantei. Ainda de pijama, fui à cozinha e fiz café com pão na chapa. Todos os meus atos estavam sendo praticamente involuntários, como se meu corpo estivesse ligado no modo automático. Eu estava cansada demais para pensar. Depois de comer, tomei um banho e me arrumei para ir ao Studio. Antes de sair olhei no relógio, estava cedo, então resolvi ir andando mesmo. Agora, mais desperta, peguei minha bolsa e saí de casa.

Que dia da semana era hoje? Terça ou quarta? Eu não me lembrava. Tudo está tão bagunçado que meu cérebro resolveu deletar o meu calendário biológico para ocupar menos espaço. Ri sozinha com esse pensamento e balancei a cabeça. Sendo quarta ou terça, eu iria ao Studio primeiro. Se fosse quarta, iria para a casa da Vilu porque eu tinha que dar aula. Se fosse terça ficaria no Studio mesmo.

– Bom dia - cumprimentei alguns alunos, sorridente, e entrei na sala dos professores. Deixei a bolsa na estante e fui ver o calendário. Terça. Ótimo, ficaria um tempo à toa antes de começar a aula. O recesso não durou muito tempo.

Sentei-me na cadeira e apoiei a cabeça na mesa da sala. Estava preparada para fechar os olhos e descansar por uns segundos, mas então a porta da sala abriu bruscamente. Entraram três dos dez funcionários da limpeza que a gente tinha por aqui. Pareciam bravos.

– Senhorita Carrara - o mais velho deles disse.

– Sim? - respondi franzindo a testa.

– Nosso salário está atrasado de novo! Mas será possível que é tão difícil cumprir com um contrato?! - o cara falou um tanto alto. Quase gritando.

– Ah, é isso - falei para mim mesma, nervosa - Senhor Cartue e senhoritas Marie e Lisa, me perdoem, é sério, a situação está complicada, mas eu juro que até o fim do mês vamos pagar cada um de vocês e dos outros sete. - disse quase que implorando por compreensão. A situação do Studio estava saindo fora de controle.

– A questão, senhorita Carrara, é que nós todos temos famílias para sustentar e desse jeito não dá pra viver. A culpa não é nossa que o dinheiro desse lugar não está sendo bem administrado. - o homem de cabelos grisalhos se apoiou na mesa, me encarando. Ele estava realmente furioso, enquanto as duas outras ao lado estavam quietas, porém sérias. Engoli o choro. Às vezes, quando eu estou nervosa e cansada ao mesmo tempo, sinto uma vontade gigante de chorar. É um meio de aliviar a tensão.

– Eu.. eu vou falar com o Gregório, ok? Nos conhecemos faz tempo, vocês sabem que não vamos deixar de pagá-los. - falei baixo.

– É terceira vez que isso acontece! - ele berrou. - Eu preciso do dinheiro AGORA!

Me levantei da cadeira e respirei fundo, segurando minha cintura.

– Não temos dinheiro agora, senhor Cartue! - elevei o tom.

– Então, quer saber? Eu me demito! - o homem gritou e jogou o boné do uniforme da limpeza na mesa, saindo da sala dos professores no mesmo instante.

Respirei fundo novamente e voltei a me sentar, balançando a cabeça negativamente. As coisas estavam cada vez piores. Percebi que as duas moças ainda estavam paradas em frente a mesa, meio sem reação. Olhei para elas e indaguei mais calma:

– Vocês também vão se demitir?

– Hum... não - uma delas murmurou e a outra concordou com esta.

– Então, por favor, voltem ao trabalho - pronunciei as palavras bem calmamente para não dar um surto na frente delas. Ambas assentiram e saíram.

Apoiei os cotovelos na mesa e a cabeça em minhas mãos. Aquilo estava errado. Muito errado. Tínhamos o problema crescendo há muitos anos e devíamos ter tomado providências antes que tudo se agravasse. Agora estamos pagando por isso.

Um medo me invadiu. Por uns instantes, eu passei a acreditar nas palavras de Gregório: o Studio está destinado ao fracasso. Sim, eu estava desistindo.


xx

Pov Off

German levantou cedo naquela manhã para tentar planejar algumas coisas para o Studio. Nem tomou café, foi direto para o seu escritório e começou a analisar as estatísticas, os gastos e os ganhos. Tinha que haver alguma maneira. Ele já havia indicado a solução de cortar a amostra, mas no fundo sabia que não era suficiente. Não diria isso à Angie para não deixá-la mais nervosa, mas infelizmente uma hora ela ia descobrir por si própria.

Depois do ocorrido no Studio, Angie pegou seu celular e ligou para German, ela precisava urgentemente de ajuda.

– Alô, Angie? - ele atendeu.

– German, por favor, precisamos conversar - a voz da mulher era chorosa.

– Bem, vem aqui em casa então. Estou no escritório analisando alguns dados e acho que você podia me ajudar em algumas coisas.

Angie respirou fundo antes de responder. Ela mantinha seus olhos fechados.

– Eu estou indo - e então desligou. A mulher pegou a sua bolsa e rumou para a mansão em passos largos. Estava desesperada e precisava muito da ajuda do homem que amava.

Quando chegou à mansão, entrou pela cozinha e foi em passos lentos até o escritório, queria ser discreta, não queria ver Priscilla. Deu duas batidas de leve e abriu um pouco a porta, colocando sua cabeça pra dentro.

– Oi. - Angie falou baixo. German levantou a cabeça e tirou os óculos, olhando-a.

– Entra - ele se levantou. Angie entrou e fechou a porta. - Aconteceu alguma coisa? - deu a volta na mesa, aproximando-se um pouco dela.

– Sim - Angie murmurou. - German, eu desisto.

– Quê? Desiste de quê? - ele não entendeu direito o que ela quis dizer.

– Um funcionário da limpeza do Studio se demitiu. Os salários estão atrasados. German, não dá mais, o Studio está cada vez mais afundado, estamos perdendo alunos, agora funcionários, não vamos ter a amostra para tentar atrair um patrocínio, está tudo perdido, German - a mulher começou a falar rápido e embolado, por conta do choro que insistiu escapar justo agora. - Não dá mais. Estamos perdendo tudo! Eu desisto, German, eu desisto. - concluiu com a voz embargada.

– Angie, calma! - German sentiu um aperto por vê-la dessa maneira e colocou as duas mãos sobre seu rosto. - Calma, não precisa chorar - falou carinhoso e limpou as lágrimas dela com o polegar. - E não precisa desistir, Angie, nós vamos conseguir reerguer o Studio. Confia em mim. Ainda não está tudo perdido.

– Eu.. eu não estou.. chorando - a loira gaguejava e tentava se acalmar. German soltou uma risada baixinha e acariciou quase que imperceptivelmente o rosto dela com suas mãos que ainda estavam lá.

– Não está, é? - ele sorria levemente.

– N-não... quer dizer, sim, mas.. é o stress, me desculpa - Angie havia parado de chorar, mas ainda estava gaguejando e soluçando um pouco.

– Culpando o stress novamente, moça - German riu de novo e Angie abriu um sorriso triste, sem mostrar os dentes. - Acho que você precisa se distrair. Não acha que anda com muita coisa na cabeça, não? Algo me diz que essa explosão que você acabou de ter não foi só por causa do Studio. - o homem colocou uma mecha de cabelo de Angie para trás da orelha dela.

German nem imaginava que ele também atormentava a cabeça de Angie nesses últimos tempos. Passar muito tempo como ele estava afetando-a.

– Hum... não.. não é nada - Angie sorriu novamente sem mostrar os dentes, ela não falaria pra ele. - Eu estou melhor - respirou fundo - Não preciso me distrair, você tem razão, nós vamos conseguir.

– Vamos sim - por impulso, German beijou o rosto de Angie. Sentiu uma necessidade tão grande de o fazer que quando viu já tinha feito. Foi um longo e carinhoso beijo no rosto, ao que Angeles fechou os olhos, tremendo levemente. Mas ela não sabia se a tremedeira era por causa do choro de minutos antes ou por causa do beijo dele. Ao se afastar, meio receoso, German sorriu torto e Angie correspondeu da mesma maneira. - Sabe que eu tive uma ideia? Vem, senta aqui - German puxou a cadeira para Angie se sentar e puxou a sua cadeira para ao lado da dela, sentando-se também. Pegou uma folha em branco e uma caneta que estava sobre a mesa, e virou-se pra Angie. - Você pode me dizer quantos funcionários da limpeza temos?

– Hum... São dez. Por quê? - a loira respondeu sem entender. German sorriu e anotou no papel o número 10.

– Quanto cada um deles ganha por mês? - German balançava a caneta esperando a resposta de Angie.

– Mil e setecentos reais. Por quêeeeeeee? - ela perguntou novamente, curiosa.

– Você já vai saber - o homem sorriu e escreveu 1.700 no papel, depois disso multiplicou pelo 10 que ele havia escrito anteriormente. Deu 17.000. - Ahá! O Studio gasta dezessete mil reais por mês só com os funcionários.

– Sim...? E onde você quer chegar com isso? - Angie continuava confusa.

– Não sei se você vai concordar com isso, mas... A cada mês 17.000 do dinheiro do Studio é dedicado a essas pessoas. Se demitirmos todos os funcionários, teríamos o lucro de 17.000 a cada mês, e como faltam dois meses para a amostra, conseguiríamos 34.000, o suficiente para... - German disse sorrindo, esperando que Angie continuasse.

– Para fazer a amostra! É isso! German, você é um gênio! - ela exclamou, sorrindo grande. Ele riu divertido. - E para a amostra podemos chamar vários produtores e gravadoras para assistir, aí podemos conseguir algum patrocínio! - a loira falava animada.

– Isso aí! Viu, Angie?! Eu disse que arrumaríamos um jeito! - German disse rindo.

– Ah, meu Deus - a mulher mordeu os lábios, contente - Posso te dar um abraço? - ela riu.

– Pode sim - German riu junto e abriu os braços. Angeles abraçou-o com força, mais feliz que nunca. Porém infelizmente o abraço foi interrompido pela porta do escritório abrindo com tudo. Priscilla.

– Mas o que é isso?! - a mulher gritou vendo Angie e German abraçados. Angie se afastou de German como uma cara de assustada pelo fato da Priscilla ter aparecido. German ficou sério também e tentou se explicar, fingindo nem ter percebido o clima tenso que se formara.

– Priscilla, conseguimos arrumar uma solução para fazer a amostra do Studio - German sorriu forçado para sua esposa.

– Sério, meu amor?! - Priscilla fez questão de chamá-lo assim, sorrindo para ele, falsamente. Angie revirou os olhos discretamente. - Que bom! Agora a Angie já pode ir, não? - tentou falar apenas por falar, não deixando aparecer sua vontade de que Angeles sumisse.

– Ainda não, quer dizer, temos que ir ao Studio falar com o Gregório, certo, Angie? - German se virou para a loira que estava sentada na cadeira ao seu lado,

– Sim, isso - Angie se levantou e ajeitou a bolsa em seu ombro. German se levantou também.

– Espere aqui, vou pegar a chave do carro e já vamos - ele saiu do escritório, deixando Priscilla e Angie sozinhas.

Angeles respirou fundo, desviando o olhar da outra loira presente na sala. German era realmente desatento para deixá-las sozinhas assim. Angie estava nervosa, sabia que Priscilla falaria algo. E ela não estava errada nisso. Não deu dois segundo e Priscilla começou:

– Eu sei o que você quer com o German, Angie - Priscilla riu debochada. - Mas sinto te informar que você perdeu sua chance. Ele me ama agora. Da próxima vez que eu ver uma cena como essa que eu vi agora eu te juro que...

– Jura que o quê?! - Angie bufou, irritada - Priscilla, por favor, sua ameaças não significam absolutamente nada para mim. A única coisa que eu quero do German é ajuda. Mas, sinceramente, desejo do fundo do meu coração que um dia ele perceba o tipo de cobra que é a pessoa com quem ele se casou. - Angeles soltou o que estava engasgado e saiu do escritório. Se ficasse um segundo só mais no mesmo ambiente que Priscilla, voaria em seu pescoço.

German encontrou Angie na sala.

– Vamos? - ele abriu a porta de entrada.

– Sim - Angie respondeu ainda nervosa por causa da Priscilla e, antes de sair, olhou para o escritório rapidamente, com certa raiva. - Vamos. - disse e saiu da mansão.

xx

Pov Angie

– Vocês são loucos! - Gregório se exaltou. Revirei os olhos levemente e segurei minha cintura. Respirei fundo. German permaneceu sério. - Como assim demitir todos os funcionários? Esse Studio vai virar uma bagunça!

Ele tinha um pingo de razão. Mas aquilo era necessário.

– Gregório, isso é o de menos! Arrumar o Studio e limpar o chão não é tão difícil - eu estava quase implorando. - É a nossa única chance, faça isso pelos seus alunos. Com o dinheiro que vamos lucrar sem os funcionários temos condições de fazer a amostra e ainda sobra. Sem contar o dinheiro dos ingressos. Se fizermos cada ingresso por 20 reais e virem umas mil pessoas, vamos arrecadar 20.000! Não é muito mas é um bom começo. Pelo menos vamos sair do vermelho. É só isso que precisamos para recomeçar.

– O Studio está mergulhado em dívidas, dívidas com a empresa de luz, de água, de internet, telefone e sem contar as parcelas do ar condicionado, dos instrumentos e amplificadores que ainda não estão pagas. E com todas essas dívidas vocês estão preocupados com a amostra?!

– Gregório, vou explicar mais uma vez - German respirou fundo - Com a amostra podemos atrair mais alunos, gravadoras e produtores. Nosso lucro vai aumentar. Algum produtor pode querer patrocinar a gente e então pagamos as dívidas. Fim de problema - ele concluiu.

Era muito errado eu, no fundo, não querer que o problema do Studio se resolvesse porque se não eu não passaria mais tanto tempo com German?

– E se nenhum produtor nos quiser? - Gregório berrou.

– Para com o pessimismo, nossos alunos são talentosos e incríveis, vai chover produtores em cima da gente! - eu exclamei.

– Isso não é uma certeza - Gregório continuou falando alto - Vocês não podem tomar decisões baseadas nas consequências que vocês ACHAM que vai acontecer. Não podemos arriscar mais! Um errinho só pode nos levar à ruína definitiva!

Gregório tinha medo. Eu percebia o desespero em sua voz e em seu olhar. Eu o entendia de certa forma, mas ele precisava confiar mais na gente. É a única maneira.

– Muito pelo contrário, se não tentarmos as coisas não vão mudar tão cedo, Gregório - German mantinha a calma.

– E, aliás, não temos como ter certeza de nada, se formos nos basear na certeza já era, temos que tentar - continuei. - Existem tantos produtores procurando por novos talentos. Imagina o que vamos conseguir com a banda dos meninos, com a Violetta, a Francesca, a Camila, o Diego, a Ludmila...

– Não sei se devemos depender de algum patrocínio - Gregório voltou a implicar - Ficamos dependentes do umix e eles nos largaram. E agora aqui estamos. Não podemos passar por isso de novo.

– Não vamos ficar dependentes. Erramos com o umix, mas dessa vez o patrocínio vai apenas nos ajudar, vamos conseguir nos virar. - eu o olhava piedosamente.

– Eu não posso - Gregório murmurou, quase chorando. Aquele homem era estranho. - Eu não posso arriscar - disse por último e saiu da sala correndo, batendo a porta.

Respirei fundo, cabisbaixa, e levantei a cabeça para olhar para German. Ele fez o mesmo.

– E agora? - German se apoiou na mesa e cruzou os braços.

– É o seguinte: se formos pedir autorização do Gregório para tudo, não vamos evoluir nunca. Vamos continuar com a nossa ideia. Eu vou demitir os funcionários com ou sem a autorização dele. Não posso permitir que o Studio acabe. - respondi determinada. Era exatamente isso que eu iria fazer, afinal, quando Gregório percebesse eu já teria demitido os funcionários e não teria como voltar atrás. Não sabemos se o piso à nossa frente é firme, mas temos que dar esse passo.

(...)

– Diego! - Angie ia atrás do garoto pelo Studio. Ele parou e se virou para ela. - Preciso de um favor. Urgente.

– Diga - ele sorriu simpático.

– É... Seu pai. Preciso que o distraia. Sei lá, leva ele pra almoçar, só o tire daqui por uns instantes.

– E por quê? - Diego riu.

– Porque eu preciso fazer uma coisa que ele não me deu permissão. Mas é pelo bem do Studio. Por favor, me entenda... - juntei as mãos, implorando.

– Relaxa, pode deixar que eu ajudo - Diego sorriu - meu pai é meio cabeça dura mesmo. Só isso?

– Ai, obrigada - sorri grande - Sério, obrigada. Sim, só isso.

– Bem, então boa sorte com seja lá o que você vá fazer - Diego riu e se retirou. Ótimo, a primeira parte já estava completa.

Voltei para sala dos professores e me sentei, agora o que restava era esperar. German estava lá, do outro lado da mesa, com seus óculos e seu notebook, atento no que digitava. Olhei-o discretamente por uns instantes e sorri levemente. Charmoso. Ficava incrivelmente mais lindo quando estava concentrado e distraído com o que tinha ao redor. Não sei se fiquei encarando-o por muito tempo, mas acho que ele percebeu, e levantou o olhar. Arregalei os olhos levemente e desviei os meus olhos dos seus, enquanto pude perceber que ele soltou uma risada baixa. Respirei fundo, envergonhada, e peguei meu celular para disfarçar. Abri o Flappy Bird e fiquei jogando, até que a hora do almoço chegasse e eu fosse fazer o que precisava.

– Oh, merda – joguei o celular na mesa depois de morrer perto do meu recorde no jogo.

– Que foi? – German me olhou e riu.

– Esse jogo idiota – bufei. German riu novamente e se levantou, se aproximando e pegando meu celular.

– Ah, Flappy Bird! Meu recorde é 210. – ele me olhou sorrindo e puxou uma cadeira para se sentar ao meu lado. Soltei uma risada.

– Você joga isso? – falei rindo. Por essa eu não esperava.

– Não sou um homem tão sério assim, Angeles – German sorriu divertido e clicou play no jogo. – Vou bater seu recorde fácil fácil!

– Vai mesmo, meu recorde é oitenta. – ri e cruzei os braços, vendo-o jogar. E lá ia ele, passando por todos os canos sem bater, como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo.

– Olha, to quase lá – German sorriu sem tirar os olhos da tela do celular. Ele estava no 75. Ahhh! Será que ele achou mesmo que eu o deixaria bater meu recorde? Quando ele estava no 79, bati várias vezes o dedo na tela e ele morreu. – Angie! – German exclamou e eu soltei uma risada.

– Foi mal, eu não podia deixar – falei rindo e German me olhou como se me observasse rir, sorrindo logo em seguida. Parei de rir e acabei sorrindo também, enquanto o olhava. German abriu a boca para dizer alguma coisa, mas no mesmo momento a porta da sala dos professores se abriu. Olhamos para trás ao mesmo tempo e vimos Diego.

– Só pra avisar que já estou saindo com meu pai. Podem por o plano de vocês em ação! – o menino disse e se retirou.

– Sabe, eu não gostaria que a minha filha me enganasse pedindo pra almoçar comigo só pra me impedir de descobrir alguma coisa – German comentou pensativo quando Diego fechou a porta. Soltei uma risada.

– Cala a boca, German – me levantei – Vamos, está na hora de demitirmos todo mundo – sorri e saí da sala.

XX

Pov Off

Todos os funcionários finalmente haviam sido demitidos. Angeles explicou a razão e disse que eles podiam voltar depois da amostra, quando tiverem dinheiro. German vigiava a entrada do Studio, para avisar Angie se Gregório voltasse. Por sorte, Diego conseguiu enrolar o pai tempo suficiente para que tudo fosse feito.

German e Angie voltaram para a sala dos professores e se olharam, sorrindo satisfeitos.

– Será que vai dar certo? – Angie murmurou receosa.

– Te prometo que sim – German sorriu.

– O que vai dar certo? – Gregório entrou na sala de repente, e parecia que havia escutado tudo. Angie olhou nervosa para eles, mas relaxou rapidamente quando lembrou que tudo já havia sido feito e não tinha como voltar atrás. – Respondam! Aliás, onde estão os empregados da limpeza que eu não os vi por parte alguma?

– Gregório, nós... – German tomou a frente de Angie, começando a falar com calma e cuidado.

– Vocês os demitiram – o homem interrompeu-o. – Senhorita Angeles, sabe o que eu deveria fazer com você agora, por desobedecer a ordem do diretor? – Gregório aproximou-se de braços cruzados. Angie respirou fundo, ela não havia pensado nas consequências. Como sempre, agira sem pensar no que viria depois.

– Fala... – a mulher suspirou.

– Eu deveria demiti-la. – Gregório disse. – Demitiria esse homem também caso ele realmente trabalhasse aqui – apontou para German. Angie abaixou a cabeça. – Mas, eu não irei fazer isto.

– Não? – Angie ergueu a cabeça, aliviada.

– Não. Mas não pense que você não terá punição. – ele completou.

– E qual seria a punição? – indagou German.

– Como vocês despacharam as pessoas que cuidavam da limpeza do Studio, agora esse cargo é de vocês dois. Entenderam? – Gregório encarou os rostos confusos de Angeles e German. – A partir de hoje os dois ficarão aqui depois do horário de aulas fazendo o que o serviço da limpeza faz. Limpando.

– Você não pode nos obrigar! – German exclamou.

– Ou é isso, ou sua querida namoradinha perderá o emprego.


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Notas finais do capítulo

Eu disse que tenho mania de capítulo grande kkkkkkkk
Girls, lembram que o gregório vive falando que o German e a Angie são namoradinhos né? khfkjdhnfjds foi por isso que coloquei isso na frase final, mas eles não tão juntos hein não vão se confundir!



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