il Mondo escrita por Getaway6738


Capítulo 1
Capítulo 1 - Estritamente Calculado


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma one shot curtinha. Ela não tem muito nexo, é quase como uma fração de momento na vida dos dois, sabe? Eu quis captar todo esse nervosismo e expectativas desse momento e espero que vocês gostem :D Enfim, bora ler?

Playlist: Essa é a musica que toca na fic, então se quiser ter um gostinho melhor de como ela aparece, é só colocar no repeat.
Nome: Il Mondo - Jimmy Fontana
Link: https://www.youtube.com/watch?v=vu-iNE_xD9I



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Alexander

Desde quando nascemos nos dizem que ninguém é perfeito. Mas, sabe, depois de tanto procurar, nós achamos aquela pessoa que é perfeita para nós. Ela não precisa ser um modelo de acertos constantes, até por que isso não existe. Ela só precisa preencher aquele estranho pedaço do seu coração que você nem sabia que existia até conhecê-la.

Hoje é o dia. Tudo tem que ser perfeito para ele. Ao menos hoje, eu vou tentar não quebrar nada, ou cair em algum lugar, ou bater o carro... Pela quinta vez. Minhas mãos estão suadas, meu coração bate numa velocidade que eu nem sabia que existia e eu tento tomar três vezes mais cuidado para não me perder no caminho até o píer.

- Você realmente precisava me vendar Alex? – resmunga, cruzando os braços a sua frente – E se você bater o carro de novo? Você sabe como a estrada é perigosa, e ela é duas vezes mais perigosa com você no volante.

- Essa deveria ser a hora em que você me coloca para cima, sabia? – solto uma risada nervosa, apertando o volante com um pouco mais de força – e além do mais a gente está quase chegando... Acho.

- Ao menos me conta para onde a gente está indo? – pede.

Tenho certeza que ele está fazendo aquela cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança, mas não posso olhar, por que se tirar os olhos da estrada por um segundo, eu posso acabar estragando tudo.

- Não. Não. Não, não, não – falo melodicamente, brincando e finalmente vendo o píer aparecer no horizonte – Além do mais a gente acabou de chegar, então relaxa ai que logo, logo você vai saber.

Estaciono o carro milagrosamente sem fazer nenhum estrago, e abro a minha porta. Os passos até a porta do passageiro nunca foram tão demorados. Olho-me no espelho retrovisor por alguns segundos, só para me certificar de que tudo está perfeito. Uso um terno cinza por cima de uma blusa social branca e uma calça também cinza. Meus cabelos estão maiores do que eu gostaria por que eu não me lembrei de cortá-los, mas ao menos a minha barba está feita, o que já é um grande progresso.

Coloco a mão na maçaneta e inspiro longamente. Vai dar tudo certo... Ao menos é o que eu espero. Abro a porta do carro e o ajudo a sair.

Só agora consegui reparar em como ele está lindo essa noite. Nathan veste sua costumeira blusa social com o primeiro botão aberto, e um cardigã azul-escuro por cima. Além disso, usa uma calça jeans azul escura e... Bom, não consigo ver seus olhos castanhos por causa da venda, mas acreditem em mim, eles são lindos. Seu cabelo loiro cortado e arrumado perfeitamente o deixa ainda mais encantador.

Nathan sempre foi muito organizado e metódico quanto a tudo em sua vida. De certa forma, acho que foi isso que mais me atraiu nele. Isso e seu sorriso, claro. Nós estamos juntos a seis anos, muito mais tempo do que eu imaginei ficar com qualquer pessoa na minha vida, e hoje, se tudo der certo e ele disser sim, vamos passar mais alguns vários anos juntos. Passei toda a tarde arrumando um jeito do píer ficar exatamente como eu queria, e então foi só questão de ligar as luzes de natal e rezar para que tudo desse certo.

- Preparado? – pergunto, andando lentamente com ele até onde eu planejei.

A única coisa que disse a ele antes de virmos aqui, foi que eu iria fazer uma surpresa para ele e que não iria contar nada.

- Preparado. E- eu posso tirar a venda? – responde com outra pergunta. Ele deve estar tão curioso quanto eu estou nervoso.

Está tudo certo? Eu liguei as luzes, comprei comida italiana para viagem, não esqueci o isqueiro e as velas, eu o trouxe aqui sem matar ninguém, eu peguei o celular... Droga, eu esqueci a porcaria do celular!

- Ainda não. Amor, espera só um pouquinho – falo enquanto me separo dele e corro em disparada em direção ao veiculo.

Caio na ida e após ele me perguntar se estou bem e soltar uma risada contida, pego o aparelho e volto correndo, mas dessa vez tomando o maior cuidado do mundo para não cair. Tentando não ofegar, paro em sua frente, conecto os fones ao celular, coloco um lado do fone em sua orelha e outro na minha e finalmente ligo a musica italiana preferida dele. Tudo pronto. Agora é a hora.

- Pode tirar – falo e o vejo tirar a venda com facilidade e abrir o maior sorriso que eu já vi em toda a minha vida.

O píer de Camden é o lugar mais lindo da cidade no verão. Hoje a noite ele não está tão cheio de barcos como costuma estar de dia, e entre as toras de madeira que são usadas para se ancorar os barcos, eu coloquei varias luzes de natal e as ascendi com uma bateria portátil (tive que comprar luzes novas duas vezes por que nas duas primeiras eu coloquei força demais e elas acabaram estourando). Isso somado a luz cálida da lua cheia e das estrelas refletindo no mar calmo, se transforma uma das coisas mais lindas que consegui fazer em toda a minha vida.

- Alex, eu... – cobre o rosto com uma mão sem saber o que falar, tentando me impedir de vê-lo corar – isso é lindo! E a musica...

Ele me abraça fortemente e eu sussurro em seu ouvido:

- Espera, tem uma coisa que eu quero te perguntar – minhas pernas estão tão bambas que eu não sei como estou conseguindo ficar em pé. Nate simplesmente arregala os olhos e volta a tapar o rosto, não acreditando no que está acontecendo.

Ajoelho-me no píer e levo a mão até o bolso do meu terno. Abrindo a mão para pegar a pequena caixinha preta que, depois de perceber que não está nesse bolso, ela provavelmente está no outro. Levo a mão até ele e sinto o vazio. Ok. Ela deve estar no interno, então. Abro o terno e procuro no ultimo bolso... A-a-a caixinha está no... É a caixinha está no carro. Droga, a caixinha está no carro!

- Eu... – coro intensamente e fito o chão, sem saber o que dizer – Eu...

- Você esqueceu no carro não é? – indaga, dando um sorriso misturado com risada.

- É – estava demorando para que eu esquecesse mais alguma coisa no carro. Como diabos ele sabe disso? – Eu vou lá buscar, espera só um pou...

- Não. Não. Não, não, não – me imita, fazendo um gesto para que eu me levante novamente – Você não vai a lugar algum.

Eu levanto derrotado e ele me abraça novamente, agora com toda a sua força, me fazendo esquecer completamente os malditos anéis. A música continua tocando em nossos ouvidos, ele entrelaça as mãos em minha nuca, eu coloco as minhas em sua cintura e ele me dá um beijo apaixonado, que só é interrompido quando o ar se faz necessário.

- Nate – falo muito sem jeito, fitando seus orbes intensa e apaixonadamente. Eu não falei que os olhos dele são lindos? – V-você quer...

- Quero – me interrompe, soltando uma risada tenra e me abraçando mais forte ainda.

A música, que está no repeat, começa a tocar novamente, e quase sem perceber, começamos a dançar silenciosamente no píer. Ficamos assim até que eu caí píer abaixo quando escorreguei numa madeira solta. Nate me ajudou, e depois de pegarmos uma toalha no porta-malas do carro - não ache estranho, com uma sorte como a minha, a citação “Não importa aonde você vá, sempre leve sua toalha” é bem razoável - sentamos na beirada do píer e comemos a comida que eu comprei mais cedo, escutando a mesma musica no celular dele, já que o meu está ocupado dançando com os peixes.

- Você já sabia que eu ia fazer isso, não é? – pergunto, pegando uma garfada de macarrão.

- De certa forma sim. Quase cem por cento de certeza – solta uma risada – Você não é lá essas coisas quando se trata de guardar um segredo, sabia? Mas eu gostei mesmo assim. Você esquecendo os anéis no carro e caindo píer abaixo foram as melhores partes da noite.

- Foi tudo estritamente calculado, tá? Desde o inicio. Você que não percebeu – solto uma risada e o puxo para mais perto de mim enquanto tento comer o prato improvisado de macarronada.

- Sei... – ironiza, comendo seu prato calmamente.

***

E para quem quer saber como são os personagens, é só clicar nos links :D

Alexander

Nathan


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Notas finais do capítulo

Então! Curtiu? Favorite, comente e se possível recomende que você vai estar me ajudando pra caramba. Eu respondo todos os comentários, então não seja tímida(o) e me escreva alguma coisa :D

Quer sua musica aqui na fic? Mande ela pelos comentários que eu posto aqui :DDD