– Cê é doido, lek. Nada a ver essa parada aí.- Du o olhou de lado-

– Claro que tem tudo a ver. Ela tá mais estranho do que nunca. Tem tudo a ver. E outra, eu vou seguir ele e vou descobrir onde ele se esconde com essa ninfetinha.

– Lek, você vai se meter em furada. Mas tu vai querer pegar ela?- Du o olhou séria.-

–Se ela for bonita.- riu de lado- Quero mostrar pra ele que se ele pode, eu posso. Eu vou acabar com a moral dele.

– Cara, tu vai se dar mal. - Du não tirava os olhos do vídeo game, mas sabia como o rosto de João Lucas estava: com audácia e algo que ela definia como "cara de criança quando vai aprontar. "-

–Du, por favor. Eu sei no que to pra me meter, tá legal? Eu sei. Agora que vai ser muito divertido, isso vai.

– Quer saber de uma coisa? - Du jogou o controle do vídeo game na cama e pegou sua bolsa. - Eu vou pra casa, tá legal? Fica aí, querendo passar a perna no teu pai.

– Tchau.

João Lucas provaria para si mesmo que seria capaz de pegar a garota do seu pai. Queria mostrar que em pelo menos uma coisa puxou a ele ou seria melhor que ele. Verificou se o "coroa" estava na império. Após obter a confirmação, dirigiu-se para o apartamento onde viu o pai uma vez. Queria vê-la cara a cara.

– É aqui que o comendador vem de vez em quando?- perguntou ao porteiro -

–Sim.

– É que eu sou o filho dele. E ele mandou eu pegar umas coisas que ele esqueceu.

–Tá. Pode ir lá.

–Qual o número do AP? É que ele me disse, mas sou avoado, sabe? -riu-

–107.

–Valeu aí.

João Lucas subiu, e entrou no corredor dos apartamendos vizinhos. Sentiu um frio na barriga, afinal é a primeira vez que veria aquela garota que até agora só havia ouvido falar, e bem mal.

Caminhou em passos firmes, até parar na porta do apartamento e respirar fundo para finalmente tocar a campainha.