- Lucas, tu sabe muito bem o que eu penso dessas tuas atitudes. Tudo bem a gente sair pra se divertir um pouco, tomar um chop ou algo do tipo. Mas se drogar já é demais, tu não acha não?

- Du, tu não me entende.

- Não mesmo, lek. Tu sempre teve tudo que queria, cara... e se mete com isso.

- Já que tu tá tão preocupada, me faz um favor. - Du o fitou e João Lucas prosseguiu- Me deixa em paz, melhor pra ti.

Du balbuciou algo que Lucas não entendeu e deu de costas.

- Tu vai ficar bem? - João Lucas pareceu preocupado-

Ela não respondeu, apenas o olhou pela última vez antes de dar de costas novamente e sair pelas ruas.
Sabia que voltaria a qualquer ligação dele, por que era a única pessoa que realmente se importava com ela, mesmo que de uma maneira diferente.

Lucas havia se sentido mal por tratar sua amiga de uma forma tão seca. Mas não queria metê-la em mais um problema dele. Já estava cansado das tretas que Du sempre dava um jeito de livrar sua cara. Ela era apenas uma garota, por mais que aparentasse ser forte, não era tanto assim. Ele não a ligaria, pelo menos não agora. Deu partida no carro e saiu na noitada.

Du entrou em casa e como sempre estava tudo do mesmo jeito. O ar exalando infelicidade. Pelo menos o clima não estava tão pesado. Seu pai viajara a negócios e não volta antes de duas semanas.

- Pensei que não voltava hoje. Mas se não voltasse, não é a primeira vez que dorme fora de casa.- Sua mãe saiu do quarto, vestia apenas um hobbie-

- Boa noite pra você também, mãe. - Revirou os olhos-

- Seu pai ligou, perguntou como estão as coisas e tudo mais. Ele tá chateado com seus gestos.

- Ele não é meu pai, tá legal? E se tiver chateado, melhor ainda.

- Não fala assim dele, Eduarda! Você tem que ter respeito por nós!

- Porque? Um cara que queria abortar a filha, que passou a infância inteira renegando ela. Eu devo ter respeito por ele?

- Claro que sim! Você vive aqui debaixo do nosso teto!

- Eu vou pro meu quarto.

- Eduarda Botticelli! Volta aqui, já! - Sua mãe gruniu-

- Me erra! - Bateu a porta do quarto, entrando em seguida e dando de costas para a mãe, enfurecida do outro lado. -