Te Encontrei escrita por Four


Capítulo 5
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Hey Hey o/
Mais um capítulo para vocês ^^
Boa leitura.



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No dia seguinte, eu e Luana decidimos sair para tomar um sorvete. O tempo estava quente, era final de semana, o que era um dia maravilhoso para tomar sorvete. Fomos na sorveteria Iceflur, uma sorveteria na qual eu e Luana amamos.

– Será que ele vai me ligar? - Luana estava tomando seu sorvete de morango com pedaços de chocolate. Ela estava comentando sobre o Pedro, o garoto supeman da festa. - Dei meu telefone a ele, mas até agora nada.

– Talvez sim, talvez não. Não sei. - Respondi calmamente. - Não precisa ficar ansiosa.

– Eu não to ansiosa. - Corrigiu Luana. - Eu só... acho que ta demorando muito.

– Ansiosa. - Falei.

– Eu não to ansiosa!

– Uhum. Ta bom... - Falei, tomando meu sorvete de chocolate com calda de caramelo, o meu favorito. - Ta, mas me conta ai desse cara, como ele é?

– Ele é muito legal. - Começou Luana - Tipo, tem os mesmos gostos que os meus, tanto na musica quanto nos livros. Sem contar que ele ama animes. Cara... Ele é muito legal.

Revirei os olhos, sorrindo.

– É... Parece que minha amiga está apaixonada.

– Eu? Que nada... - Ela respondeu com um pequeno sorriso. - Agora me fale de você, vi o senhor conversando com um garoto.

– E daí?

– E daí que ele era um gatinho. - Falou ela, com um sorriso largo em seu rosto.

– Conheci ele em um ônibus. Ele ficou me encarando lá, mas nada mais que isso. - Falei. - Daí, bum! Esbarro com ele na festa.

– Destino?

– Não. - Respondi secamente.

– Vai dizer que não se interessou?

– Não. - disse novamente. - Ele não faz o meu tipo.

– Ui, e qual é o seu tipo, senhor "o difícil"? - Ela disse, fazendo sinal das aspas com os dedos.

– Não sei, mas com certeza não é ele. - Respondi, pegando mais uma colherada do sorvete. - Sem contar que ele tem cara de hétero.

– E se ele não for?

– Mesmo se ele não for. Não vai rolar nada. Não quero ter nenhum relacionamento agora. Muito menos ficar apaixonado. Já disse isso a você.

– É, eu sei. Mas a gente não escolhe quando, e com quem vamos nos apaixonar. - Falou ela, tomando seu sorvete. - O amor é assim. Acontece inesperadamente.

– Amor, amor... Aff, esquece isso. Não to afim dele e ponto. - Respondi, me irritando já. - Quem ta apaixonada aqui é você, não eu.

– Eu não estou apaixonada! - Ela se defendeu.

– Ta, ta. Sei. - Falei, sorrindo debochadamente.

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Eu e Luana não somos muito de sair de casa, isso todo mundo já sabe. Mas, sempre quando saímos, arrumamos um jeito de ir juntos. Não importa o lugar. Pode ser shopping, cinema, festas, ou até enterros.

Em toda a minha vida, eu só havia ido a um enterro, que era de uma pessoa que eu mal conhecia. O tio de Luana.

Poderia ter ido ao enterro da minha vó, por parte de mãe, que morreu a 7 anos atrás vitima de câncer, mas meus pais não deixaram eu ir.

– É melhor você não ir - Disse meu pai - Funerais são bem tristes, Eric.

E realmente são.

A cerimônia do velório do Tio da Luana, Henry, foi totalmente deprimente. Muitas pessoas, a maioria mulheres.

– Tio Henry era um garanhão - Luana disse em voz baixa, ao meu lado.

Henry era jovem, o que era triste. Ele morreu vitima de acidente de carro. Ele estava embriagado, bateu em um poste e morreu na hora.

A cerimônia ocorreu em uma igreja enorme, o que era estranho porque Luana disse que o tio dela era Ateu. Mas, aonde mais organizar um funeral, não é? O problema foi os discursos. Apenas um membro da família, que era o primo de Henry, se levantou e começou a falar sobre a infância de Henry, de quando os dois brincavam de carrinhos feitos de madeiras. No fim, o homem disse "Henry agora está no céu, ao lado de Deus." Nessa hora, percebi que Luana estava furiosa. Fiquei preocupado, pensando que ela ia dizer algo, mas ela não disse nada. A cerimônia acabou com a igreja toda cantando "Wake me up when september ends"

– Fala sério, meu tio nem conhecia Green Day. - Luana disse com raiva, saindo do funeral. - Wake me up when september ends, Ah, pelo amor!

– Calma, foi só uma musica. - Falei.

– Não foi só a musica! - rebateu ela. - Foi tudo aquilo. Toda aquela farsa... Foi como ter matado ele de novo. " Ao lado de Deus" Porra! Você, mais do que ninguém, deveria entender isso, Eric.

– Sim, mas não posso falar nada da família dele, Luana. - Respondi. - Talvez essa foi a maneira que eles encontraram de resgatar a presença dele.

– Não acredito que você esta defendendo eles!

– Não to defendendo ninguém. - Rebati. - Só acho que você deveria ser um pouco mais compreensiva, assim como eu estou sendo. Você está tirando as suas conclusões por causa de uma musica que tocaram lá!

– Acho que você está confundindo ser compreensivo como ser um idiota!

Trocamos olhares por uns segundos e depois, Luana soltou uma pequena gargalhada.

– Desculpa, Eric. É obvio que eu estou muito emotiva agora. - Ela disse.

Sorri, entendendo. Luana era muito apegada ao Henry, foi como um segundo pai para ela.

– Eu entendo. - Passei a mão pelo ombro dela, e continuamos a caminhar. - Então, como você quer que seja seu velório?

– Olha, quando eu morrer, eu não que ninguém se vista de preto - Luana começou. - Também não quero que chorem naquela porra, se não eu volto a vida e mato todo mundo. E, quanto a musica, quero uma musica bem animada, que o povo cante e dance,tipo The Pretty Reckless. - Ela ergueu o olhar para mim. - Messed up world, por exemplo.

– Nossa - Sorri. - Vou providenciar.

– E você? Como vai querer o seu velório?

– Quero que toquem With Me, do Sum 41. Quero que seja em um lugar como um jardim, cheio de árvores e plantas, perto de um grande lago. - Continuei. - Também quero que coloquem todos os meus CD's e livros enterrados comigo.

Ela sorriu.

– Você pensou em tudo também.

– Isso é ser uma pessoa profunda. - Disse. Soltamos uma gargalhada e continuamos a nossa caminhada até as nossas casas

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– Cheguei! - Disse, entrando em casa.

– Me segue, Adam! - Gritou meu tio. Ele e Adam estavam jogando video game. - Precisamos ir naquela entrada ali.

– Parece uma criança. - Falei. - Você não acha que está grandinho de mais para perder o seu tempo jogando vídeo game? Não deveria estar trabalhando ou fazendo algo do tipo, tio Luke? Coisas de gente grande, sabe?

– E você não deveria ser menos maduro? Está parecendo sua mãe falando.

– Por falar nela, onde ela está?

– Ela foi no aeroporto com o seu pai.

Aeroporto?

– Mas o que ela foi fazer no aeroporto?

Antes de ele me dar uma resposta, ouço o barulho de um carro se aproximando. Abro a porta e vejo meus pais saindo do carro. Logo em seguida, uma das portas do banco de trás se abre e... Não acredito nisso... Me matem por favor... é o Ash?!

– Ash?

– Em carne e osso. - Ele sorriu, se aproximando. - A quanto tempo, rosinha.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Não gostaram? Preciso mudar alguma coisa?
Comentem o que acharam.
Semana que vem te mais o/



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