Te Encontrei escrita por Four


Capítulo 15
Conversas


Notas iniciais do capítulo

HEY HEY GENTE
QUE SDDS DESSE SITE
Pois é, infelizmente não morri. Para a tristeza de muitos e a para a alegria de poucos u_u
D e s c u l p e m o meu sumiço e a minha demora para postar capítulos novos. Como eu disse e irei dizer muitas vezes aqui: Não estou com muito tempo.
Mas
Eu não irei desistir da fic, fiquem tranquilos.
É claro, demorará para que eu poste capítulos novos a partir de agora... Talvez duas semanas, talvez um mês............................... MAS não irei desistir dessa bagaça, e irei até o fim dessa fic.
Pronto. Falei o que tinha que falar.
Agora chega de blablabla
CAPÍTULO 15 FINALMENTE!
Boa leitura.



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Olho o celular. Nada. Nenhuma mensagem de Gustavo. Meu Deus, eu sou muito besta, penso. Claro que ele não estava querendo segundas intenções pedindo seu numero, idiota.

– Eric? - Luana faz com que eu saia de meus pensamentos. Ela me olha como se estivesse procurando por algo em meu rosto.

– Oi?

– Sua vez.

– Ah.

Estamos jogando Monopoly a algumas horas para passar o tempo, juntamente com Adam, que ganhou duas partidas seguidas. Estava tão desligado que acabei esquecendo da minha vez de jogar.

Jogo o dado sobre a mesa. Cinco.

Ando cinco casas e, para minha tristeza, paro no espaço do canto do tabuleiro que diz "Vá para a cadeia". Ponho minha peça no espaço marcado "Cadeia". Nesse momento Ash entra em casa.

– Oi, oi. - Ash diz assim que nos ver. Ele aparentemente está cansado por conta do trabalho. Seu cabelo está bagunçado, e sua pele brilha um pouco por causa do suor. - E ai, Luana.

– Oi. - Diz Luana com um sorriso tímido.

– Quer jogar com a gente, Ash? - Convido, mesmo sabendo a resposta.

– To cansado, rosinha. - Por incrível que pareça, naquele momento, o apelido "rosinha" não me incomoda. - Vou tomar um banho e ir direto para cama dormir um pouco. Boa noite para vocês. - Ash se vai, subindo as escadas.

– Ele parece exausto. - Fala Luana.

– Sim. - Concordo. - Ele trabalha de sete da manhã até agora, então, né.

– Onde ele trabalha? - Ela pergunta.

Dou de ombro.

– Ele não me contou.

– Ei! - Adam se intromete. - Sua vez de jogar, Lu.

– Acho que eu não quero jogar mais, Adam.

– Nem eu. - Falo. - Cansei.

– Af. - Adam diz num tom aborrecido.

– Você iria ganhar de qualquer jeito, Adam. - Luana lança um sorriso a ele, apertando suas bochechas - Outro dia a gente joga mais.

– Ta bem. - Adam arruma o jogo e coloca de volta na caixa.

– Preciso falar com você sobre uma coisa. - Luana diz de repente.

– Ué, pode falar.

– É meio pessoal... - Ela faz uma pausa e olha para Adam, depois volta a olhar para mim. - Podemos conversar no seu quarto?

– Tudo bem.

Seguimos para o meu quarto.

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A adolescência não é fácil. É o período na qual você começa a mudar em vários sentidos e a pensar em vários assuntos. Um desses assuntos é sobre o sexo.

Para as garotas a puberdade é um pouco complicado pois além das famosas espinhas no rosto, chega uma hora em que se tornam "mocinhas" e aprendem a conviver com um demônio alojado no útero que carinhosamente chamamos de cólica. E nessa fase que o assunto do sexo entra na cabeça, e que muitas imaginam como será a primeira vez.

Para os garotos é um pouco diferente. Na puberdade não enfrentam qualquer problema a não ser: não parar de pensar em sexo. Não digo que todos os garotos são assim, mas a grande maioria sim. Os desejos são maiores comparados a das garotas, e a única maneira que encontram para conter todo esse desejo é a famosa punheta.

A conversa sobre sexo para as meninas é um pouco restrito, diferente dos garotos que na rodinha entre os amigos os assuntos sobre peitos e bundas é bem natural. Ambos aprendem sobre sexo por meio de bate papos com os amigos, palestras no colégio, aulas de biologia, internet etc.

O problema é quando seus pais querem conversar sobre esse assunto com você.

Todos dizem que as meninas tem mais facilidade em conversar sobre sexo com as mães, e os garotos com os pais, porem é mentira. Não importa o se é menina ou menino, não há nada tão constrangedor do que falar sobre sexo com os seus pais. E eles também se sentem constrangidos conversando sobre isso com você. É um show de vergonha alheia.

– Posso entrar? - Meu pai abre um pouco a porta e coloca metade do seu corpo para dentro do meu quarto.

– Pode. - Respondo levantando meus ombros. Estava deitado de barriga para baixo em minha cama, mexendo em meu celular. - O que eu fiz dessa vez?

– Bom... Nada - Ele se senta em minha cama. - Ou você fez alguma coisa? Bom, isso não importa agora. Quero falar com você sobre outra coisa...

Não estou dando muita atenção a ele, mas estou ouvindo cada palavra que ele diz.

– ...Porém não sei como conversar sobre isso com você. É complicado e um pouco constrangedor.

– Aff, fala logo. - Falo sem olhar para ele.

– Você está gostando de alguém? - Ele solta. Solto uma gargalhada e largo meu celular. Depois de quase morrer em risos, volto a olhar para ele e então percebo que ele está falando sério.

– Por que essa pergunta agora, tão de repente? - Pergunto ainda sorrindo.

– Sei lá, só acho que deveríamos conversar mais sobre esses assuntos, sabe? Coisas de pai e filho.

– Não, pai. Não estou gostando de ninguém. - Minto. Na época eu estava gostando sim de uma pessoa. Um garoto da minha escola. Mas dizer para meu pai que seu filho era gay, naquele momento, não era uma boa hora.

– Nem paquerando ou algo do tipo? - Ele insisti.

– Não. - Respondo rapidamente. - Nem paquerando nem nada.

– Então ta certo.

– Ta bom. - Pego meu celular e volto a mexer. Meu pai ainda está ali, sentado em minha cama, me observando. - O que você está vendo no seu celular? Pornô?

– Que?! Não!

– Se estiver saiba que isso é super normal...

– O que você está falando?!

– ... Ainda mais para a sua idade, por você ser menino e...

– Pai, chega! Onde você quer chegar? - Pergunto nervoso.

– Eu só quero conversar com você sobre essas coisas e...

– Sim, mas isso é um pouco vergonhoso, está bem?! Não acho que você queira realmente conversar sobre isso comigo.

– É, é. Você está certo. Certíssimo. - Ele balança a cabeça, mais nervoso do que eu. - Sua mãe meio que me obrigou a falar com você sobre essas coisas. Disse que era para lhe explicar sobre algumas coisas, as mudanças que estão acontecendo com você, como usar o barbeador e como aparar os pelos do seu...

– Já entendi! - Levanto minha mão, interrompendo-o. - Olha, eu realmente estou me saindo bem sozinho, pode deixar. Caso eu tenha alguma duvida pode ter certeza de que você será a primeira pessoa não qual eu vou recorrer.

– Ótimo. - Ele bate palma levemente e se põe de pé, indo em direção a porta. - Caso sua mãe pergunte - Ele se vira para me olhar. -, diga que eu conversei bastante com você a respeito disso, ok?

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Tiro meu celular do bolso. Sem mensagens.

– Relaxa. - Luana sorri debochada. - Com o Pedro foi a mesma coisa. Quando menos esperar ele te mandará uma mensagem.

– E quem disse que estou esperando uma mensagem do Gustavo?

– Você olha seu celular de cinco em cinco minutos desde a hora em que o Gustavo pediu seu numero. - Luana se joga em minha cama de barriga para cima. - Não adianta negar, senhor.

– Você não veio aqui só para falar da minha vida, não é? - Pergunto, apoiando minha mão na cintura.

– Talvez - Diz Luana. Semicerro os olhos em sua direção e Luana sorri. - Brincadeira.

Ela se coloca sentada em minha cama, e me sento ao seu lado.

– Então... - Ela começa. - Você acha que já está na hora de eu e o Pedro darmos um passo adiante do nosso relacionamento?

– Não. Na minha opinião está muito cedo. - Digo, mas continuo. - Mas é você que sabe.

– Ta - Ela olha para o chão. - Mas não sei se estou pronta.

– Então, pronto. - Olho para Luana, ela parece perdida. - Ele não está te pressionando, está?

– Não. Quer dizer, um pouco. - Ela responde meio confusa. - Eu gosto do Pedro, e eu também tenho que entender o lado dele por ele ser um garoto e...

– Luana, esse argumento de "...Por ele ser garoto" É tão idiota que eu não estou acreditando que acabou de sair da sua boca. - Falo. - Tenho certeza de que o Pedro colocou isso na sua cabeça.

– Não!

– Claro que sim. - Digo, ignorando-a. - Pensei que o Pedro fosse diferente.

– Você não entende.

– Luana, é você que não entende. Virgindade é única. Você então juntos a pouco tempo!

– Eu tenho medo de perder ele.

– Ai meu Deus, Luana! Você está parecendo aquelas garotas mimimi, pelo amor.

Por um segundo penso em ter visto alguém na porta do meu quarto. Deve ter sido só impressão. Me levanto com ajuda de minhas muletas e encosto a porta. Volto a olhar para Luana. Estou certo de que Pedro está colocando coisas na cabeça de Luana para levá-la a cama, e ele está conseguindo. Uma coisa que eu sei sobre Luana é que ela é influenciada a fazer coisas facilmente, e isso é o pior defeito dela.

Suspiro e me sento novamente na cama ao lado de Luana.

– Olha, Luana. - Seguro suas mãos. - Se ele gostar mesmo de você, com certeza irá esperar o tempo que for necessário. - Digo, encarando-a nos olhos. - Se você não quer, não faça. É o único conselho que eu posso te dar. Você não precisa provar nada a ele dando o que você não quer. O amor é provado no dia a dia, com respeito e fidelidade.

Sei que não tenho nada a ver com a vida dela. Sou apenas um amigo que nunca namorou sério e que não entende nada sobre esse mundo de relacionamento, mas falei o que eu achava certo, e agora é com ela.

Luana concorda com a cabeça.

– Entendi. - Ela sorri de lado, um pouco tímida com aquilo. - Você tem razão.

– Eu sempre tenho. - Brinco, tentando sair daquele clima tenso, e funciona. Luana solta uma pequena gargalhada, mas é o suficiente para saber que está tudo bem.

– Idiota. - Diz ela, sorrindo.

– Eu sei. - Concordo.

– Eric, o jantar está pronto! - Minha mãe grita do primeiro andar.

– Já vou! - Respondo a ela. Depois volto a olhar para Luana. - Vai jantar aqui?

– Na verdade estou indo agora para casa. - Ela se levanta da cama e se espreguiça. - Prometi a minha mãe que iria para casa cedo. Se eu não for, ela irá surtar como da ultima vez.

– Af - Reviro meus olhos. - Tudo bem. Te levo até a porta.

Luana me ajuda a me colocar de pé. Meu tornozelo já não está doendo tanto como antes, mas não posso forçar muito. Só de pensar que daqui a uns dias finalmente retirarei esse gesso me dá uma felicidade enorme.

Levo Luana até a porta, e de lá ela vai embora. Dessa vez sozinha. Lá se vai minha criança, penso. Sorrio da minha própria piada. Sou muito retardado.

(...)

Depois da janta vou para o meu quarto. Termino o livro "Cidades de papel" e decido ir tomar banho logo em seguida. Assim que saio do banheiro volto para o quarto, decidido a ir dormir. Pego meu celular para perguntar se Luana chegou bem em casa, e vejo que há Duas mensagens novas. Uma de Luana e outra de Gustavo.

Meu coração acelera.

Decido responder a Luana primeiro.

"Cheguei em casa."

"Já ia mandar uma mensagem para você."

Luana não demora muito para responder.

"E ai, o que faz?"

"Acho que vou dormir. E você?"

"Pretendo fazer o mesmo. Gustavo já falou com você?"

"Por incrível que pareça, sim. Mas ainda não o respondi."

" E o que você está fazendo aqui? Vai falar com ele! Ande!"

Sorrio revirando os olhos. Visualizo a ultima mensagem de Gustavo, e em seguida o respondo.

"Ta ai?"

"Agora estou."

São onze da noite, então imagino que Gustavo esteja dormindo. Mas, para minha surpresa, ele fica online. Gustavo começa a digitar e eu começo a ficar nervoso de repente. Se você age assim virtualmente, imagina pessoalmente, Eric. Balanço a cabeça, envergonhado comigo mesmo. Gustavo finalmente me responde.

"Pensei que já estivesse dormindo."

"Pensei o mesmo de você."

"Durmo tarde, haha."

"Já eu não posso dizer o mesmo. Me pergunto por que ainda estou acordado."

"insônia?"

"Talvez."

"Entendo."

Uma nova mensagem chega. É de Luana. Ignoro Gustavo e visualizo a mensagem de Luana.

"E ai?"

"E ai o que?"

"Como vai a conversa entre você e o Gustavo?"

"Normal."

"Do que estão conversando?"

"Nada de interessante."

"Manda print da conversa."

"Sério mesmo?"

"Sério."

Vou até a conversa minha com o Gustavo e, como Luana pediu, tiro print da conversa. Em seguida mando o print a Luana.

"Nossa."

"O que?"

"Que conversa morta."

"Fazer o que, né?"

"Puxar assunto(?)"

"Eu não sou de puxar assunto, Luana."

"Eric, pelo menos uma vez na vida enfie seu orgulho no meio do seu rabo e puxe assunto com o garoto!"

"Está bem, mas o que eu digo?"

"Sei lá... Pense."

Mordo meu lábio. Vou até a conversa com Gustavo. Ele está online. Penso no que dizer e começo a digitar.

"E ai, o que faz?"

Em menos de 5 segundos Gustavo visualiza a minha mensagem. Ele estava esperando eu dizer algo? Me pergunto. Gustavo começa a digitar.

"Estou deitado, de bobeira, conversando contigo. E você?"

"Conversando com você e uma amiga."

"Luana?"

"Exato."

"Ah, sim."

Fico ali, olhando para a tela, pensando no que dizer, até que Gustavo começa a digitar.

"E como vai o tornozelo?"

"Melhor. Já, já vou tirar esse inferno de gesso que incomoda de mais."

"Imagino haha."

"E você, está ansioso para a final? Soube que jogará contra o colégio Heisei."

"Sim, sim. Eles passaram para a final. Falaram que eles são bons, mas somos melhores. Tenho certeza de que vamos ganhar."

"Espero que sim. Estou torcendo por vocês."

"Pensei que não gostasse de futebol."

"E não gosto. Mas mesmo assim estou torcendo para vocês ganharem esse jogo."

"Está bem, então. Obrigado pela torcida."

"Não precisa agradecer."

"Se puder, apareça lá. Beleza?"

"Pode deixar."

"Ótimo."

Uma nova mensagem. Nem preciso adivinhar que é de Luana.

"E ai? E ai?"

"A conversa está fluindo."

"Yay! Mande a conversa, já!"

"Ok, ok."

Tiro print novamente da minha conversa com Gustavo, e mando para Luana.

"Finalmente uma conversa decente!"

"Só que agora não sei mais o que dizer."

"Pense. Sei que pensará em algo. Agora eu irei dormir. Vou deixar você conversar com o seu príncipe em paz."

"Aff. Ok. Até amanhã, beijos.

"Até. Beijo, beijo."

Só foi Luana se despedir que uma nova mensagem de Gustavo chega.

"O que fará amanhã?"

"Acho que alguém com o tornozelo machucado não fará muita coisa."

"É mesmo, haha. Tinha esquecido. Foi mal."

"Tudo bem. Mas respondendo a sua pergunta, ficarei o tempo todo em casa. Provavelmente lendo ou assistindo televisão. E você, o que fará?"

"Não sabia que gostava de ler. Bom, talvez sairei com meus amigos. Não sei ao certo."

"Entendo. E sim, amo ler."

"O que está lendo?"

"Terminei 'Cidades de papel' hoje. Pretendo ler 'Um dia' agora. Luana que me recomendou esse livro."

"Já li 'Um dia'."

"Sério? Meu Deus, todos já leram e eu não. Que morte."

"Morte é quando você acabar de ler 'Um dia'."

"Fiquei ainda mais ansioso para ler esse livro."

"É muito bom, recomendo."

O assunto para. Ficamos ali, online, sem que nenhum de nós digitássemos nada. É, parece que dessa vez o assunto acabou mesmo. Olho para a hora. São uma hora da manhã. Já estou com sono, então decido me despedir de Gustavo.

"Ei. Vou dormir, ok?"

"Ok. Eu também vou, não tenho mais nada para fazer."

Sorrio. Um sorriso bobo que, se eu não estivesse com sono, com certeza me sentiria idiota a ponto de me xingar.

"Então, está bem. Até, Gustavo."

"Até, Eric."

Deitei em minha cama com um sorriso no rosto. Será que ele me chamará assim que acordar? Será que teremos assunto para conversar? Será que vai ser assim todos os dias? Será que... Eu estou apaixonado?


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Notas finais do capítulo

O que acharam, pessoal?
Gostaram?
Odiaram?
Comentem.
Caso há algum erro ortográfico e tls AVISEM. Gradecido.
Até mais o/



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