Sobre amor, tartarugas e novas chances escrita por Blue Butterfly


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Nenhum personagem me pertence, a não ser Harriet.



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Era um dia normal. Para qualquer outra pessoa, não para Maura. Ao sair do carro a loira passou o polegar sobre a aliança que estava colocada em seu dedo anular. Era uma costume que tinha adquirido fazia hoje, exatamente, três anos. Era como um lembrete real de que aquilo que mais desejara na vida tinha se concretizado: casar com a pessoa que amava. A princípio, Maura achava que seria com alguém dos seus sonhos - exceto que ela nem sabia dizer realmente como essa pessoa era - mas acabou descobrindo, ao conhecer Jane, que aquilo que esperava ser a pessoa certa, era na verdade, a pessoa incerta.

Uma detetive mal-humorada, sarcástica e impaciente. E então ela se viu perdidamente apaixonada. Para alguém que nunca dava um palpite, ela tinha lançado um bem rápido: nunca funcionaria. Jane era hétero. Jane jamais se envolveria com ela, jamais suportaria o peso de uma relação assim. E por muitas noites Maura dormira acreditando nisso. Às vezes chorando, quando Jane lhe contava sobre encontros. Até que tudo começou ficar confuso. Os olhares. Os sorrisos. Os gestos. Os toques. A devoção. A forma de comunicação assertiva entre as duas. O entendimento. Maura deu o primeiro passo - teria que ser ela, talvez Jane demorasse o dobro de tempo para fazê-lo - e diante do medo da rejeição, surgia a surpresa da reciprocidade. E foi então que a loira entendeu que, melhor do que a pessoa dos seus sonhos, era essa pessoa de verdade, real, aquela que ela sentia sob o seu toque, que lhe amava e tirava do sério, que a fazia crescer, a fazia melhor. Então, desde que havia se casado, Maura desenvolvera esse hábito de tocar a aliança e senti-la sob seus dedos, só para ter certeza de que tudo era real, não apenas uma ilusão.

A médica entrou no café com um sorriso no rosto, ela estava feliz. Especialmente naquele dia. Como não poderia? Ela passou a língua entre os lábios ao se lembrar da manhã com Jane. Ela se sentia orgulhosa demais por tê-la, por ter sido escolhida. Por conhecer uma Jane que nenhuma outra pessoa conhecia.

A loira viu Angela servindo uma mesa ao voltar a atenção à cafeteria. Viu também policiais passeando ao redor com cafés nas mãos, conversando entre si, provocando um ao outro e rindo. Eles faziam isso o tempo todo. Stanley estava do outro lado do balcão, o rosto mal-humorado anunciando que não seria um bom dia para falar com ele - assim como nos outros dias. A regularidade de tudo isso fez Maura sorrir. Ela se sentia em casa. Bem, em sua segunda casa. Ela se sentia confortável em torno dessas pessoas agora. Ela deu alguns passos em direção ao Café e um policial - Larry, ela tinha aprendido o seu nome - acenou com a cabeça para ela. Ela acenou em resposta. O homem levantou um dedo pedindo-lhe que esperasse um minuto, após isso, ele voltou com um envelope nas mãos.

'Está endereçado para você, doutora. Chegou ontem.'

'Oh, obrigada, Larry.' Ela estendeu a mão para pegar o envelope e sorriu para o policial, e então ele se foi.

Enquanto Maura parava para ler o jornal, Angela parava para observá-la. Ela estava radiante, e se a Rizzoli mais velha não soubesse que a médica e sua filha tinham parado de tentar, ela diria que Maura estava grávida. Por outro lado, se uma gravidez não era o motivo de tal felicidade, Angela só poderia pensar em outra: Jane. Ela teve que admitir que sua filha estava fazendo um ótimo trabalho como esposa. Toda aquela atitude que Angela repreendia desaparecia quando Jane estava em torno de Maura. Observá-las lidando com os seus problemas e desentendimentos era realmente algo bonito de se ver; Jane era paciente o suficiente para ouvir, ela nunca tinha dito ou feito algo por impulso e às vezes ela simplesmente cedia. Em suma, eles resolviam seus problemas pessoais como as adultas que eram, mas bem, elas eram tão cooperativa e gentis uma com os outra que elas não poderiam ter tido uma situação terrível de algum tipo. Até onde Angela sabia as duas viviam em um mar de rosas. O único momento em que as coisas ficaram um pouco complicadas foi na semana que aquele incidente aconteceu. Mesmo assim, Jane foi capaz de cuidar de ambas enquanto passavam por aquilo. Mas agora era só passado. Eles estavam bem novamente, e pelo grande sorriso no rosto de Maura, Angela diria que eles estavam muito além do que apenas "bem".

Angela sorriu, ela estava tão orgulhosa de suas filhas.

'Ei, Maura!' Ela acenou com a mão para ser notada.

'Oh, bom dia, Angela.' A loira caminhou até ela, um sorriso no rosto.

'Bom dia, querida, você está linda hoje!'

'Obrigada, Angela.'

'Você está à procura de Jane? Espera, não é hoje seu dia de folga?'

'Sim, é sim. Estou apenas de passagem.'

'Vocês duas não podem ficar mesmo longe do trabalho, não é? Nem mesmo por um dia! 'Angela jogou as mãos para cima, Maura riu.

'Não, eu acho que não.'

'Acho que vocês duas deveriam tirar uma semana de folga, Maura. Por que vocês não fazem uma viagem?'

'Uma viagem poderia me fazer bem, sim.' Ela deu de ombros, pensando na possibilidade.

'Viu só? Fale com Jane! E aqui vai algo importante, Maura', ela inclinou-se e baixou a voz, como se dizendo a loira um segredo, 'não diga à Jane que foi minha idéia. Ela simplesmente vai dizer não!'

'Eu prometo que vou pensar sobre isso.' Ela respondeu no mesmo tom de confidência.

'Bom! Agora faça o que você precisa fazer. Eu preciso voltar antes de Stanley infectar minha comida!'

Maura riu e disse antes de sair, 'Te vejo mais tarde, Angela.'

A loira caminhou em direção ao elevador ansiosa pela perspectiva de se encontrar com Jane. É claro, ela também gostaria de ser atualizada sobre o caso que tinha tirado a morena de sua cama há dois dias atrás, e perdida em seus pensamentos ela se perguntou quanto tempo seria necessário para resolver isso. Normalmente, quando eles tinham esse trabalho para pegar um suspeito elas passavam noites acordadas, não falando de todo o estresse que o caso conduzia. Eles se sentiam pressionados por Cavanaugh, pelos meios de comunicação. Às vezes Maura sentia-se inútil, ainda que ela tivesse feito tudo ao seu alcance. Ela levou as palavras de Angela à sério. Não era a primeira vez que a mulher mais velha tinha sugerido uma viagem. Elas tinham seus bons dias no trabalho, mas tinham os dias de merda - como Jane diria - também, e ultimamente Maura estava pensando em tirar uns dias de folga, apenas ela e Jane para relaxar. Seria bom para elas.

Distraída por pensamentos, ela passou pelo primeiro elevador - o que já estava no piso - e se dirigiu dois o segundo. Percebendo seu erro, ela corrigiu a direção para o outro elevador, mas antes de alcançá-lo ela trombou em algo e parou assustada. Quando ela olhou para baixo seu coração deu um pulo.

'Ah, não!' Ela exclamou já ajoelhando no chão. 'Você está bem? Eu sinto muito, eu não vi você.'

Ela estendeu a mão para a garotinha. Olhos azuis afiados encontraram os dela e os olhares se fixaram por um momento. Maura pensou que a menina iria chorar, afinal ela tinha empurrado-a no chão, apesar de ter sido sem querer, mas, finalmente a menina cedeu e pegou sua mão. Maura ajudou-a a levantar-se.

'Você está bem?' Ela perguntou preocupada, ainda de joelhos.

"Claro. Não foi nada.'

'Que bom'. Maura sorriu e se levantou. A menina não parava de olhar para ela. Ela não sabia por que, ela estava lá, apenas olhando. Talvez um pedido de desculpas não fosse o suficiente? Ela deveria oferecer algo mais. Mas o quê? Não, talvez ela esteja apenas esperando você sair da frente, talvez você esteja no seu caminho.

A menina ainda estava parada, como se a espera de um comando. Maura se decidiu e tentou...

'Bem... Eu sou Maura. Qual o seu nome?'

'Harriet. Prazer em conhecê-la.' Ela não sorriu, não esticou a mão. Maura se perguntou se a menina estava sendo sarcástica. Bem, ela era muito jovem para sarcasmo. Não era?

'Prazer em conhecê-la também, Harriet. Quantos anos você tem?'

'Seis.'

'Oh. Você parece mais jovem. Quero dizer, você tem uma baixa estatura para a sua idade.'

A garota franziu a testa, não entendo a observação de Maura. Ótimo trabalho, Maura. Ela ouviu a voz de Jane dentro de sua cabeça.

'Você está aqui com seus pais?' Maura sentiu que todos ao seu redor estavam se movendo, exceto elas. Sentia-se presa naquele momento. Ela tinha que ir lá para cima, mas os olhos questionadores da menina não a deixavam sair.

'Minha mãe me disse para esperar aqui por ela.'

'Entendo. Bem... Olha só, por que você não me deixa comprar um lanche você? Como um pedido de desculpas.'

A menina negou, porém seus olhos azuis se suavizaram. 'Valeu, mas minha mãe diz que eu não posso aceitar nada de estranhos.'

'Oh.' Maura sentiu-se um pouco decepcionada. 'Ela está totalmente certa. Mas você sabe de uma coisa? Eu trabalho aqui, você pode confiar em mim.'

'Você é uma policial?'

'Não, eu não sou. Eu sou um médica.'

A menina levantou as sobrancelhas, um tanto surpreendida, um tanto duvidosa. 'Sério?'

'Sério.'

'Você cuida de pessoas aqui?'

Maura pensou por um segundo. 'Sim, você pode colocar dessa forma.'

'Eu não sabia que os policiais têm médicos que trabalham com eles.'

'Eles têm.'

'Você é uma boa médica?'

'Eu faço o meu melhor, sempre.'

'Mas você é boa?'

'Sim.'

A menina mordeu o lábio inferior, pensando. 'E o meu lanche?'

Maura deu uma risadinha. 'Vamos comprá-lo.'

Eles seguiram juntas de volta para o café. Maura estudou a menina: além de seus olhos azuis, ela tinha cabelos escuros, cachos suaves caiam abaixo dos ombros e ela andava sem hesitação, como se ela estivesse guiando Maura, e não o contrário. A loira apresentou Harriet para Angela, que pegou suas pequenas mãos na dela e apertou-as alegremente.

'Como posso ajudá-la querida?' Perguntou a mulher mais velha.

Harriet passou alguns minutos decidindo o que escolher, e Maura esperou pacientemente. Depois de uma longa meditação a menina escolheu chocolate quente e um donuts.

'Você não vai comparar nada para você, Maura?' Angela perguntou quando ela entregou o copo e donuts para a menina.

'Café.'

'Um por cento de leite?

'Sim!'

Angela riu. 'Vá se sentar com ela, eu levo para você. '

'Obrigada, Angela.'

Maura escolheu uma mesa e ambas se sentaram, Harriet na frente dela.

'Tem alguém doente hoje?' A menina perguntou antes de beber seu chocolate quente.

'Não, Harriet. Por que você está me perguntando isso? '

'Porque sim. Você disse que cuida das pessoas aqui, então...'

Maura pensou por um momento e balançou a cabeça depois de compreender o raciocínio da menina. 'Entendi. Hoje é o meu dia de folga, então eu não estou trabalhando.'

'Mas você está aqui.'

'Sim.'

'Por quê?'

'Estou aqui para ver a minha... esposa.' Ela hesitou antes de dizer, mas ela lembrou que as crianças não julgam como os adultos o fazem.

A menina não mostrou nenhuma reação, nenhum sinal de estranhamento. 'Ela trabalha aqui?'

'Sim.'

'Você é bonita. Ela é bonita?' A garotinha disparou.

'Ela é.'

'Você é legal. Ela é legal?'

'Sim, ela é.'

'Você é loira. Ela é loira?'

'Não, ela não é. Ela é morena.'

'Ela é médica também?'

'Não, ela não é.'

A menina tinha uma lista para continuar, Maura tinha certeza e ela não tinha problema em responder tudo. Ela tinha seis anos de idade e era totalmente normal crianças daquela idade fazerem um monte de perguntas. Ela imaginou que se a menina queria saber sobre ela, era porque ela estava passando um tempo agradável ali, caso contrário, ela já teria ido embora. A próxima pergunta, no entanto, a sacudiu um pouco.

'Você tem filhos?'

Quem me dera. 'Não.'

A menina tomou um gole de bebida novamente enquanto Angela entregava o café à Maura. Assim que a mulher se foi, ela estreitou os olhos, pensativa, aparentemente procurando por algo mais a perguntar. Se Maura apostasse, ela apostaria que o mesmo olhar cruzava o rosto de Jane quando ela era uma criança especulando algo.

'Um cachorro?' A voz de Harriet a trouxe de volta para o presente.

'Uhum.'

'Eu tive um pássaro uma vez. Ele costumava viver trancado em uma gaiola, isso me deixava triste, então um dia eu soltei ele.'

'Sério?!'

'Sim. Como os pássaros pokemons, todas as aves devem ser livres.'

'Pique-o quê?'

'Pokemon. Você sabe, o desenho.'

'Não, eu não conheço.'

'Fala sério! Muito interessante. Você deveria assistir!'

'Sobre o que é isso?'

'Você sabe, como os nossos animais. Um pônei como exemplo! Eles são todos pôneis, mas em seguida eles desenvolvem para cavalos!'

Maura estava a ponto de dizer que não era assim que o processo de evolução funcionava, mas ela foi interrompida por uma voz familiar.

'Maur?'

Ela olhou para cima encontrando os olhos de Jane. 'Oh, oi Jane!'

'Hey. Eu não sabia que você estava aqui.' Jane beijou sua testa. 'E quem é essa?'

'Esse é minha nova amiga, Harriet.'

'Eu devo me preocupar?' Ela perguntou a sério enquanto arqueava uma sobrancelha para Maura. A loira riu.

'Não.'

'Olá, Harriet.' Ela estendeu a mão e pegou a mãozinha da menina na dela.

'Oi. Você é a mulher de Maura?'

Jane olhou para Maura e depois para ela novamente.

'Eu vejo que vocês tem conversado. Sim...'

'Você é uma policial.' A menina afirmou.

'Eu sou.'

'Você conhece pokemon?' Ela inclinou a cabeça para o lado e estreitou os olhos, curiosa.

A questão deixou Jane confusa. De onde é que aquilo tinha surgido?

'Bem... eu... Sim.' Ela gaguejou e se inclinou na direção da menina, pega pela sagacidade dela.

'Ela conhece.' A menina afirmou naturalmente, olhando para Maura.

'Sim, eu acredito nisso. Jane tem um maior conhecimento sobre cultura pop do que eu.'

Jane se juntou a elas na mesa prevendo a conversa iria durar por um tempo.

'Verdade.' A morena afirmou.

'Qual é o seu favorito?' Harriet perguntou.

'Pikachu...?'

Maura olhou para Jane com olhos questionadores.

'O Quê? Eu tenho irmãos mais novos que eu.' Ela se defendeu.

'Eu duvido que isso foi assim que você aprendeu os nomes. Eu te vi assistindo desenhos na semana passada, Jane.' Maura a repreendeu pela pequena mentira.

'Ouch!' Ela riu e, em seguida, conversou com a menina.

'Qual é o seu favorito?'

'Squirtle.'

'A tartaruga?'

'É!' Ela estava realmente animada. 'Eu amo ele!'

'Jura? Você gosta de tartarugas tanto assim?'

'Sim! Pedi pra minha mãe para me dar uma, ela disse que vai pensar sobre isso desde que eu soltei o meu pássaro.'

'Você o quê?' Jane perguntou surpresa.

'Outra história.' A menina dispensou a questão com um aceno de mão.

'Ok. Harriet, você sabe que tem uma tartaruga de verdade?' Jane fez a melhor cara de suspense que pôde.

'Quem?!' A menina inclinou-se, os olhos arregalados, as mãos pressionadas sobre a mesa.

'Maura tem uma.'

'Você tem?' Ela se virou para Maura agora.

'É um cágado.'

'Não acredito! É grande?'

'Pode apostar. Maior tartaruga que eu já vi.' Jane provocou.

'Cágado.' A menina a corrigiu. Jane olhou para Maura impressionada.

'Jesus, Maura. Parece que você encontrou alguém como você!'

'Viu, Jane? Até mesmo uma criança pode ver as diferenças.'

'Eu posso ver também. Eu apenas gosto de chamá-lo de tartaruga.' Ela se defendeu. Seu celular vibrou e ela rapidamente o pegou. 'É Frost, eu tenho que voltar. Você vem?'

'Sim, eu estava prestes a subir, mas então eu trombei com ela.' Maura disse naturalmente, narrando a experiência de minutos mais cedo.

'Você não quer dizer literalmente não é?' Jane arregalou os olhos.

'Eu quero.'

'Oh Deus, Maura!' A morena desatou a rir.

'Não é engraçado, Jane. Eu pensei que eu a tinha machucado. "

Harriet apenas assistia a conversa. Então Jane inclinou-se e ofereceu a mão para ela novamente.

'Nós temos que ir agora, Harriet. Foi muito bom conhecer você.'

'Valeu. Você é legal, Jane.'

'Obrigada, garotinha.'

'Hey Maura, você acha que eu poderia te visitar um dia? Você sabe, para ver a sua tartaruga. Cágado, seu cágado.'

'Com certeza! A tartaruga de Maura é incrível. Talvez você possa até montá-la!'

'Isso seria ótimo!' Harriet exclamou, os olhos brilharam de empolgação.

'Isso seria muito inadequado.' Maura corrigiu. 'Ainda assim, você pode visitar-nos.'

'Obrigada!'

Maura viu a menina sorrir, realmente sorrir, pela primeira vez. 'De nada.'

'Vejo você por aí, Harriet.'

Maura acenou adeus à menina e se dirigiu ao elevador com Jane. Uma vez lá dentro, uma vez que as portas se fecharam e elas estavam sozinhas novamente, Maura descansou as costas contra o peito de Jane. Os braços da morena passaram em volta de sua cintura, como já haviam feito por várias vezes agora. Jane apoiou o queixo no ombro de Maura, depois de beijar seu pescoço. Havia silêncio em torno delas, e onde havia em silêncio, havia Maura pensando demais em alguma coisa. Jane tinha seu palpite.

'Então ... Você esbarrou naquela menina.'

'Uhum.'

'Ela é muito inteligente. Eu gosto dela.'

'Ela não é?'

Jane poderia dizer que Maura estava sorrindo. 'Sim, assim como você. Ainda mais, eu diria. Ela conhece pokemon.' Ela disse provocando.

Maura olhou para ela e rindo, balançou a cabeça negativamente. 'Eu sou a única pessoa que consegue aturar você, Jane.'

'É por isso que me casei com você e não com Stanley.'

Maura riu, mas depois ficou em silêncio novamente.

'Você está pensando sobre aquilo de novo?' Jane perguntou em voz baixa.

Maura suspirou. Eles não tinham falado sobre isso há meses. Elas estavam sempre muito ocupadas ou muito felizes ou muito cercadas de pessoas para discutir isso. Às vezes Maura pensava que isso era de propósito, que Jane não queria falar sobre o assunto, que de alguma forma a incomodava em algum ponto que a única maneira de se livrar dele era ignorá-lo e colocá-las em todas essas situações como forma de escape. Mas, no fundo do seu coração ela sabia que Jane estava esperando por ela para iniciar a conversa. Ela estava sendo prudente como Maura lhe dera todos os sinais para ser, e agora Maura não podia acusá-la assim. Ela estava consciente de tudo aquilo e ela estava definitivamente preparada para ouvi-la. Mas Maura não tinha certeza se estava preparada para falar.

Suspirando, ela murmurou um distante 'não'.

Maura estava prestes a dizer algo mais, mas em seguida o elevador abriu as portas, iniciando uma nova conversa e finalizando esta.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Alguém tem um palpite do que 'aquilo' que aconteceu é? =B



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