Despedida de solteira escrita por AmndAndrade


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEEE, EU VOLTEI! ahahhahahaQuero antes de qualquer coisa agradecer pelo carinho que vocês tiveram comigo em "O virgem de 19 anos". Espero que gostem!



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Abro os olhos sentindo um desconforto que não sentia desde os meus tempos de faculdade. Meu estômago revira e eu preciso piscar várias vezes para tentar entender o que está acontecendo.

Onde eu estou?

A primeira coisa que entra no meu campo de visão quando me sento e abaixo a cabeça é um tecido preto e luminoso. Meu... vestido? Minha boca se abre quando eu vejo a bagunça do lugar e várias amigas minhas espalhadas pelo chão, dormindo. Finalmente me lembro.

– Despedida de solteira! Despedida de solteira! Despedida de solteira! – Luli gritou no meu ouvido quando eu terminava de guardar alguns papéis em uma pasta.

Um sorriso se abriu involuntariamente no meu rosto quando eu vi o diamante refletir as luzes do ocaso. Caio era – e eu tinha a impressão de que sempre seria – a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida, e eu nunca tive tanta certeza de alguma coisa como tive do “eu aceito” de anos atrás.

– Não vou poder pagar pelo meu casamento se você não me deixar guardar as provas dos meus alunos – respondi, erguendo as sobrancelhas.

Ela suspirou pesadamente, cruzando os braços e apoiando o bumbum na escrivaninha em que eu estava trabalhando. Aquele costumava ser o lugar do meu apartamento em que eu tinha paz e sossego.

Aparentemente, isso havia mudado.

– Eu estou pouco me fodendo para isso. Não vim de São Paulo para ver você corrigindo prova, eu quero dançar!

Soltei uma gargalhada.

– Não é minha culpa se você escolheu se encafifar com a peste do Eduardo. Já estou terminando – falei, fechando minha bolsa.

Luli ergueu as sobrancelhas, sorrindo ironicamente.

– Não chama de peste quem foi o catalisador da sua relação com o Caio!

Estreitei os olhos para ela, levantando-me.

– Quer dizer, o amigo filho da mãe que obrigou meu futuro marido a transar com três meninas diferentes em uma semana?

Foi a vez dela de gargalhar.

– Vá se trocar. Espero na sala.

Entrei no banheiro da suíte e fiz todo o trabalho sujo – cabelo e maquiagem, para ser mais específica – ali mesmo para não acordar meu futuro marido. Ainda eram seis da tarde e eu compreendi o cansaço dele.

Afinal, dezenove anos é muito tempo para compensar...

– Você vai assim? – Ouvi uma voz sonolenta perguntar enquanto eu colocava os brincos, já no quarto.

Olhei para meu vestido preto luminoso, para meus olhos esfumados e para meus cabelos distribuídos em ondas.

– Estou doida pra te deixar tirar tudinho – respondi, me ajoelhando e engatinhando na cama em sua direção. Caio ficava absolutamente maravilhoso sem camisa, ocupando a cama inteira com seu jeito espaçoso.

Seus olhos azuis se acenderam.

– E qual é a programação?

– Segredo. – Pisquei. – Na verdade, eu não sei bem ainda. Quando os meninos chegam?

– Em duas horas – respondeu, referindo-se à sua própria despedida. Suas mãos me puxaram para baixo, colando nossos abdomens. – Vou sentir sua falta.

– E qual a programação de vocês?

Meu futuro marido piscou.

– O que acontece na despedida de solteiro, fica na despedida de solteiro.

Ergui uma sobrancelha.

– E essa regra também serve para mim?

Ele pareceu ofendido.

– É óbvio que não. – Depois fez uma expressão de quem pensa melhor. – A não ser que eu possa ser um dos go go boys. Sempre quis ver a sua prima mais de perto...

Dei um tapa desajeitado em seu braço.

– E me certificaria da sua segurança.

Ergui a mão direita, indicando o anel de noivado.

– Eu estou segura.

Ele riu.

– Não enquanto eu estiver por perto – respondeu com a voz rouca.

Beijei-o e saí do quarto antes que resolvêssemos ficar ali a noite inteira.

Lembrar disso tudo faz minha cabeça doer ainda mais. Reconheço que estou em um quarto de hotel, mas não faço ideia de como fui parar ali. Luli está na cama – que, por acaso, está sem lençóis e sem travesseiros. Alice está deitada com a cabeça sobre a barriga de Fernanda. Abro o frigobar.

Vazio.

Resolvo entrar no banheiro e bebo água direto da torneira, pensando nas várias vezes em que havia feito isso quando morava em Viçosa. Minha vida em Vitória era absolutamente diferente.

Um vulto branco me chama a atenção e me aproximo do box do chuveiro. Puxo os lençóis do amontoado e encontro Lívia, dormindo como uma criança, recolhida em posição fetal. Sigo os lençóis que estranhamente pendem desde a báscula e olho para fora.

Estamos no segundo ou terceiro andar do prédio, com a orla à direita. Impressionada, olho para o trabalho feito com os lençóis do hotel, amarrados um ao outro como uma teresa em direção ao gramado. Meu olhar se desvia para um outdoor chamativo do outro lado da rua.

Uma mulher sorridente beija um homem, que segura entre eles uma caixa de veludo vermelha. Sorrio ao pensar em como o momento em que Caio me pediu em casamento foi parecido.

Baixo o olhar, sentindo a dor de cabeça ser substituída pela felicidade de estar me casando.

E é então que a dor de cabeça volta com ainda mais intensidade, o sangue fugindo do meu rosto enquanto eu encaro meu anelar vazio. Não, não, não, não, não. É como se eu pudesse vomitar a qualquer segundo.

Meu anel de noivado sumiu.


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Notas finais do capítulo

HAUAHUAH já começa dando merda, como sempre! E aí? O que acharam?! Vejo vocês nos reviews!



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