AEROPORTO INTERNACIONAL – JATINHO PARTICULAR

Não conseguia acreditar no que havia escutado horas atrás, parecia surreal demais para mim. As vezes ainda tento me beliscar pra tentar ver se minha ficha cai de uma vez por todas. A noite repassei mentalmente a cena na minha cabeça antes de dormir. E como se não fosse suficiente, era só nisso em que pensava.

Flash

“GRÁVIDA? EU? COMO ASSIM? Meu mundo caiu ali. Eu não podia estar... Não, de jeito nenhum isso poderia estar acontecendo comigo. Do jeito que estava eu fiquei, imóvel, dura, estática e perplexa. Meu corpo endureceu que minhas costas travaram.

Como assim estou grávida?

– Grávida? – Disse o Liam espantado em choque bem no momento que Carlos Daniel chega na sala. – Paola está.... está...

Soltei uma gargalhada nervosa e até meio assustadora, olhei na direção do médico esperando que ele dissesse que fosse uma brincadeira e vejo Paulina com o Liam olhando incrédulos pra mim por estar rindo daquele jeito.

– Não, é sério doutor. A verdade. O que eu tenho? – olho pra ele fechar a maleta arrumando suas coisas. Enquanto isso escuto uma risadinha abafada da Paulina. – Não tô achando graça nenhuma dessa situação!

– Mas eu sim. Paola você é a única que não se tocou até agora que todos esses enjoos, e inchaço é por conta de uma gravidez. – Paulina diz.

– Paola está Grávida? – Carlos Daniel pergunta tão em choque quanto eu.

– Você não está acreditando num absurdo desse, não é? – questionei pra ela incrédula. – Não me cuidei a vida inteira para dar um deslize desse na altura do campeonato. – Falo a última frase sussurrando somente pra minha irmã.

Liam veio na minha direção e se sentou ao meu lado me abraçando.

– Amor... Eu... Eu estou surpreso, em choque porque não estava esperando por isso, mas se isso for verdade eu estarei imensamente feliz. – ele segura minhas mãos e beija.

– Mas eu NÃO ESTOU! - Vocifero.

Ok! O Desespero começou a bater de verdade em mim.

– Se não acredita tudo bem, mas acho melhor que a senhora vá fazer o exame de sangue no hospital. Até lá, repouso, alimente-se bem e beba muita agua. Evite estresse. – O médico falava com a voz tão calma que me irritava mais ainda. – Vou indo – Disse pegando sua maleta profissional e apertando a mão do Liam e da Paulina.

– Amor... nós vamos ter um bebê. Um filho juntos. – Liam começou a me beijar sem parar.

– Não, não vamos! Esse velho está louco. – eu disse levantando ainda sentindo um pouco de tontura.

– Paola é melhor para você ir se deitar, vou pedir a Lalinha que leve algo pra comer. E Também é o momento de vocês dois para conversarem bastante. – Paulina beija minha testa e sai da sala, mas antes vejo ela segurar o braço do Carlos Daniel e cochichar algo em seu ouvido antes de desaparecer pela porta.

– Porque está com tanta raiva de ter um bebê? – Ele olha pra mim questionando.

– Você não percebe? Eu vou ficar GORDA, cheia de estrias, a barriga flácida, os seios enormes e caídos. Noites mal dormidas e eu não sei cuidar de bebês. – começo a chorar no ombro dele.

Liam me abraça tão firme e sinto o olhar de Carlos Daniel em minhas costas.

– Eu te amo, querida. Não fica pensando na parte desagradável da gravidez. Atualmente existe inúmeras formas de recuperar o corpo depois de uma gestação. Eu sei cuidar de um bebê e vou ajudar com tudo, você não está sozinha. Dá um pouco de medo no começo, mas logo logo você vai acostumar com a ideia de ter um bebê em casa. – Liam me beija nos lábios de forma doce – Eu quero uma família com você.

– Estou feliz com o Ryan. – retruco. – Já tenho como um filho.

– Eu sei. Mas uma hora você ia querer sentir a sensação de gerar uma vida. Passar pelos momentos de troca de fralda de amamentar.

– Não mesmo – resmungo e Liam começa a rir.

– Teimosa! Você é a pessoa mais difícil que já conheci. Você nunca sentiu essa vontade?

– Uma vez só... Quando senti ciúmes dos filhos do meu ex marido eu estava planejando engravidar. Mas o motivo foi tão fútil... Não gosto de lembrar disso. – sacudo a cabeça pra tirar os pensamentos lembrando que o Carlos Daniel estava bem ali ouvindo. – Preciso de uma bebida e meus cigarros.

– De jeito nenhum. Se está grávida mesmo não poderá fazer nenhum dos dois por um longo tempo. Vou me certificar pra ficar longe de tudo isso. – Liam me olhou bem sério.

Ainda tinha a parte chata de não poder beber para esquecer os problemas e nem fumar para acalmar meus nervos. Voltei a me jogar nos braços do Liam.

– A Paola já acordou, Carlos Daniel? – ouço a voz da Piedade.

– Já! – Carlos Daniel estava com um aspecto sério, enquanto abraçava Liam e descansava a cabeça em seu ombro, eu encaro Carlos Daniel por alguns segundos e recebo um olhar gélido da parte dele.

– Minha filha, o que você tem? – Piedade se aproxima de mim pela primeira vez como se eu não fosse um monstro.

– Ela está grávida vovó – Paulina chega com um copo de água e me entrega. Seguro com a mão tremendo quase derrubando agua em mim mesmo e tomo. – Já disse pra ir se deitar.

– Grávida? Isso é sério? Achei que nunca quisesse um filho. – Piedade fala com espanto.

– Toma com calma amor para você não engasgar. – Liam toma o copo da minha mão e segura pra mim, me fazendo parecer uma inválida.

Vejo Carlos Daniel sair um pouco irritado dali.

– Eu estraguei a festa? – pergunto após parar de beber e tomar um pouco do fôlego. – Porque Carlos Daniel está irritado?

Olho para Paulina que também olha na direção que seu marido agora, saiu. Percebo que ela estava confusa pela reação dele e o olhar baixo. O que significava que logo mais o casal iriam ter sua primeira briga de casados.

– Está tudo bem. Daqui a pouco converso com ele. Liam leva a Paola pelo amor de Deus lá pra cima. Já pedi a uma das empregadas que leve uma bandeja de comida, e faça ela comer. Sei o quanto Paola consegue ser teimosa se tratando de se alimentar.

– Pode deixar – Liam sorri pra ela.

– Vai ser uma ótima experiência em sua vida, Paola. Você vai se descobrir uma nova mulher com essa criança. Sempre são a luz em nossas vidas. - Piedade começa a rir da situação e continua falando. – Parabéns por esse bebê, que nasça saudável.

Apenas sorrio forçado.

– Paulina, o que você quis dizer com: “você é a única que não se tocou até agora que todos esses enjoos, e inchaço é por conta de uma gravidez”? – Pergunto intrigada repassando a frase dela pela cabeça.

– Eu queria te dizer ontem, mas você me cortou. Quando você falou sobre ter se sentido enjoada e vi você sentir tontura. E você tá um pouquinho sobre o peso, maninha. – Ela ri da minha gordura. Me fazendo abrir a boca. – Não precisa ser médica para notar.

– Não estou gorda! – rebato levantando pra ir para o quarto. E subo as escadas pisando duro. – Gorda ficariam as bochechas dela logo mais pelos tapas que eu daria.

AEROPORTO INTERNACIONAL – JATINHO PARTICULAR

A verdade que eu não queria acreditar que eu estivesse nessa situação. Eu sempre evitara o máximo engravidar. Além de ter pavor em destruir meu corpo que era sinônimo de beleza e uma das razões pelo qual os homens se atraiam. Meu outro pavor era ouvir choros, birras, trocas de fraldas e não conseguir dormir. Eu não teria mais liberdade.

Eu nunca nem ajudei nenhum dos filhos do Carlos Daniel em coisa alguma em tarefa de mãe. E me arrependi tanto por tratar as crianças mal também. E agora estava cuidando do filho de uma outra pessoa e que amava como meu. Mas nunca ajudei Ryan a ir ao banheiro ou fazer comida pra ele. Por pra dormir, levar e pegar na escola foi o máximo do que já fiz.

Eu sou a pior mulher que deve ter existido nesse mundo em quesito de caráter. E eu não quero magoar ele, principalmente ele e o filho dele. Só de olhar para o Liam dá pra perceber a felicidade estampada por se tornar pai de novo e por eu ser a mãe. Minha irmã e a Piedade estavam felizes por mim.

Será que estou jogando fora a minha felicidade novamente? Eu tive uma chance com uma família que me acolheu como parte deles e eu só soube pisar neles e agora tenho uma segunda chance. Eu sei que quando sofri meu segundo acidente eu só queria mais uma chance para fazer diferente com Carlos Daniel, mas fui rejeitada porque o estrago havia sido feito. Eu não poderia apagar dele as inúmeras relações que tive fora do casamento. Nem apagar o vício que estava propagando em cima da sua avó, ou de ter sido uma péssima madrasta.

Não poderia voltar no tempo. Mas tenho um presente maravilhoso e que pode ser melhor no futuro. Se eu estiver mesmo grávida só tenho que abraçar com força essa nova vida. Estou recebendo uma nova chance de ser feliz, a chance que pedi meses atrás para não morrer. E talvez as coisas tinham que ter sido assim...

– Paola.... Tá com a cabeça longe. No que está pensando? – Liam me tira dos meus devaneios com beijos em meu pescoço. Viro a cabeça na direção dele sorrindo.

Ele estava com um expressão tão calma, lindo como sempre. Tive muita sorte em encontrar um homem como ele.

– Pensando em como sou sortuda por ter vocês em minha vida. – Beijo de forma doce.

– Vocês JÁ começaram? – Ryan resmunga levantando da cadeira dele vindo na nossa direção.

– Que foi? Tá com ciúmes? – olho provocando meu pequeno. Eu simplesmente amava a forma como ele havia se apegado a mim tão rápido.

– Você só liga pro meu pai. – Ele coloca as duas mãozinhas em cima do meu braço.

– Como esse menino é carente – Liam ri e pega o filho no colo enchendo ele de beijos, mordendo o filho.

– Nãããão. Eu quero o colo da minha mãe – Ryan se estica pra mim que o pego imediatamente acolhendo em meus braços.

– Ai delicia da mamãe – mordo sua bochecha. – Quando chegarmos em casa vamos fazer esse exame – aviso olhando para Liam.

– Acha que pode ser um engano? Você não quer um b.... – Liam olha para o Ryan que está prestando atenção na nossa conversa e volta atrás em falar a palavra.

– Agora eu quero. Mas não confio naquele charlatão de ontem que diz ser médico. Não mesmo. – beijo Ryan ajeitando em meu colo pra ele dormir – Eu andei pensando melhor. E acho que quero sim. Foi como a Piedade falou pra mim. Talvez eu me descubra uma nova mulher mesmo com essa nova situação.

Flash

– Então é verdade queridinha? Está grávida? – Leda pergunta sem acreditar ao mesmo tempo que sua voz soa carregada de provocação.

– Isso mesmo. Esperando um filho do Liam – coloco a mão sobre meu ventre para provocar a Leda. - Você e Douglas já podem parar de torcer contra nosso relacionamento. Não vamos nos separar.

– Mas eu não disse que quero o fim da sua relação...Você está louca Paola. Você se acha demais. – Ela balança a cabeça.

– Eu não me acho, eu sou. Sou algo que você queria ser, mas nunca será. Você sempre desejou o Carlos Daniel, mas ele nunca te quis. Ele me amou tanto que me trocou por alguém idêntica a mim. Liam me ama, você deseja, se rasteja para o lado dele, mas nunca conseguirá nada. Você não consegue nem a sobra na sua tigela de cachorro. – Sorrio superior – Você não é nada.

Olho para o lado e vejo o Douglas chegar logo atrás da Leda.

– Que bom que está aqui. Assim aproveito e já aviso os dois e não tenho que gastar saliva. Fiquem longe de mim e do Liam. Vamos nos casar e ter um filho. E amanhã estarei muito longe daqui. – olho sorrindo para eles para provocar – Acho que ambos fazem um belo par por sinal... Deveriam tentar. – dou as costas e sinto meu braço sendo puxado. Era Douglas.

– Porquê faz isso, Paola? Antes de casar com Carlos Daniel e conhecer esse Liam, eu te amei. Te daria o mundo, joias, mansões...

– Eu não quero o mundo, Douglas. Eu não te amei porque o amor não é comprado com riquezas. E também não sou mais aquela Paola quem você conheceu. Eu era uma adolescente sem maturidade, não sabia nada da vida. Só que agora as coisas mudaram, é diferente. E quando fugi com você para o Havaí eu senti que não poderia contar com você no momento que você me abandonou no hospital. Você deveria ter ficado ao meu lado se me amasse como dizia amar. Agora que estou aqui, não me venha implorando por amor. Você também sempre foi um riquinho mimado, sempre achou que poderia ter o que quisesse com seu dinheiro. Você não conseguiu me comprar e nem Paulina te quis. Está na hora de você seguir com a sua vida. Porque eu já estou seguindo a minha. – puxei meu braço e saí da presença dos dois.

Voltei para o meu quarto, e vejo Ryan dormindo na cama. Me aproximo dele e o beijo. O desespero voltou a tomar conta de mim. Parecia mentira o que estava acontecendo comigo. É claro que eu não conseguiria dar conta de nada disso. Não sou igual Paulina que nasceu pra ser mãe, esposa e dona de casa. Essa vida sempre me entediou.... Quanto tempo eu iria conseguir levar nessa brincadeira?

PAULINA

Estava preocupada com Paola. Ela iria precisar de muita ajuda para passar por esse momento. Conhecendo minha irmã como é... Mas precisava falar com Carlos Daniel pra saber o que estava se passando com ele, andei o procurando pela casa até achar Leda e Douglas conversando com Rodrigo e Patrícia.

– Ficaram sabendo da última? – Lalinha corre na velocidade da luz – Dona Paola está grávida! Grávida! Parece que ela foi mesmo fisgada pelo senhor Scott. Quem diria né?

– Está atrasada com a fofoca Lalinha. – Leda Responde. – Todos já sabem disso.

– É claro que estou senhorita Leda, me colocaram de babá do menino Ryan – Lalinha cruza os braços com bico. – E eu nem sou paga por esse serviço.

–Você reclama de mais Lalinha. – cheguei na rodinha. – Alguém viu o Carlos Daniel?

– Eu vi senhora! Acho que foi para o quarto arrumar a mala para a viagem de vocês. – Lalinha me responde.

– Ai meu Deus... Preciso tirar esse vestido e trocar de roupa, esqueci da viagem por alguns momentos. Vou subir – segurei a calda do vestido e subi rápido, procurei pelo Carlos Daniel e o achei fechando a mala em cima da cama. – Meu amor... As horas voaram que esqueci da nossa viagem, e com esse incidente da Paola... hoje o dia está corrido.

– Tudo bem. – ele veio na minha direção e me deu um beijo. - A mulher maravilha que pode tudo, está perdida sem saber o que fazer andando de um lado para o outro sem rumo... Não é todos os dias que vejo isso. – ele ri se divertindo.

– Vou trocar de roupa e depois jogar o buquê. Mas antes... Posso te perguntar uma coisa? – olhei para ele.

– Você pode me perguntar o que quiser, meu amor. – ele chega perto de mim enchendo de selinhos.

– Você ficou chateado pela gravidez da Paola? – ele ri nervoso e percebo que era um sim. – Você se sente mal por saber que ela teve um filho com outro homem e não com você como sempre quis?

– Paulina... Isso é passado, eu estou com você agora. Não me interessa mais o que a sua irmã faz ou deixa de fazer. – A voz saíra irritada.

– Eu sei que é passado, mas você se sentiu mal por isso? Pode ter afetado você de alguma maneira. Você olhou pra ela diferente lá em baixo. Estava com raiva, como se ela tivesse feito alguma coisa de errado.

– Ela não quis porque não me amava de verdade, mas agora encontrou o amor verdadeiro E fico feliz por ela. Agora sem mais Paulina. Melhor nos aprontarmos. A viagem vai ser longa.

Eu sabia que Carlos Daniel estava mentindo, mas por hora deixaria as coisas como estavam. O orgulho masculino havia sido ferido.

Com muito custo consegui tirar o vestido de noiva e trocar por uma roupa social para viagem, peguei meu buque de flores e pedi que Lalinha chamasse por todas as mulheres que eu iria fazer a brincadeira de jogar o buquê.

Ao descer para a sala encontrei com Leda e a puxei pelo braço de forma delicada.

– O que foi? - Ela me olha estranha.

– Eu queria te perguntar uma coisa desde o começo da festa. Eu não chamei o Douglas para a festa. Foi você que o convidou para provocar a Paola? – Tinha certeza que foi ela.

– Eu achei injusto não chamar ele, logo ele que ajudou a fábrica Bracho. Que por sinal é da minha família pois também sou uma Bracho.

– Você não tinha que tomar essa decisão sozinha. Mas agora que fez mantenha ele longe da Paola, porque vi a cara que ela fez hoje em tê-lo visto. Carlos Daniel também não gosta dele por saber que ele foi amante da Paola. Vamos deixar o passado no passado e seguir adiante. Todos nós estamos tentando construir uma nova vida. – Aconselhei.

– Você roubou o marido da sua irmã. Acho que a única que quer esquecer o passado é você, Paulina. Porque lhe convém.

Segurei para não esbofetear a cara da Leda uma segunda vez e se não fosse por Carlos Daniel ter chegado na hora, talvez não tivesse me segurado tanto.

– Vamos querida. Pedro já está com o carro aí na frente, vamos nos despedir dos convidados.

Concordei para não arrumar confusão com a Leda. Saí de lá nervosa, mas tentei me controlar para não dar gosto para ela.

[...]

Estava na escada de frente para o Jardim perto do carro. Todas as mulheres reunidas para pegar o buquê. Verônica, Leda, Célia, Lalinha, Paola... Fora as outras convidadas da fábrica. A única menos empolgada era a minha irmã. Com certeza na cabeça dela deveria estar falando que tudo aquilo era um monte de bobagem, mas fiz questão que ela participasse. Era a que estava mais perto do caminho certo do casamento.

– ESTÃO PREPARADAS? – Gritei recebendo um enorme couro.

– SIIIIIIM.

– LÁ VAI – me virei de costa e começei a contar - UM. DOIS. TRÊS. – Jogo o buquê por cima da minha cabeça e me viro rápido para ver quem teria a sorte de pegá-lo. Leda e Lalinha brigavam entre si para ver quem ficaria com ele, porém ele voa das mãos delas e cai no colo da Paola. Para a minha felicidade começo a bater palmas.

– O que tão olhando? – Paola com jeito todo sério de ser. Apenas sorrio para a minha irmã que sorri de volta. Liam envolve ela com seu braço lhe dando um beijo. Entro no carro com Carlos Daniel com a certeza que tudo agora estava perfeito.

AEROPORTO INTERNACIONAL – JATINHO PARTICULAR

– Já vamos decolar Senhor Scott. – Vejo o Piloto vir nos avisar e voltar para o assento na cabine de comando.

– Finalmente vamos para casa – Falo sorrindo confortável na minha poltrona macia. – Vou ter o silencio e paz e poder dormir muito.

– Só dormir é? – Liam olha pra mim com a cara divertida – Não era bem isso que quero fazer quando chegar em casa.

– Podemos fazer isso após meu sono. – começo a rir, colocando meus pés no colo dele – Faz massagem?

– Eu vou é mordê-los – Liam pega meu pé e dá algumas mordidas leves – Estou muito feliz por conhecer sua família e por esse presente maravilhoso que você está carregando. Agora só falta nosso casamento para tudo ficar completo.

Vejo ele pegar o arranjo de flores e me entregar. Sorrio e olho ele de volta.

– Só a Paulina para me fazer entrar nesse jogo. Não acredito nessas superstições bobas. Nós íamos casar do mesmo jeito. Pra quê?

– Boba. Eu gosto dessas superstições, isso só veio reforçar. – fecho os olhos quando ele massageia meus pés. – Vai dormir?

– Só estou com os olhos fechados. – explico.

– Ah tá bom. Te conhecendo, vai dormindo daqui até chegarmos em casa. Nessa sua situação, agora eu estarei lidando com um ursinho. Dorminhoco e comilão.

Eu começo a rir de olhos fechados, não demorando muito caindo num sono profundo.