Uma Segunda Chance escrita por Sapphire


Capítulo 1
Capítulo 1 - Fênix


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno teste, se receber comentários eu continuo, se não, eu tiro para uma revisão e refaço o capítulo, estou tentando me acostumar a fazer a Paola.



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O sol começava a surgir no horizonte e os seus primeiros raios já começavam a atravessar as frestas das cortinas vermelhas do quarto. Tudo ali era decorado com o máximo sofisticação. Quem entrasse notaria até mesmo a distância que era um quarto feminino e de uma mulher delicada.

A antiga casa que pertenceu a Douglas Maldonado estava completamente mudada e longe de parecer o que foi um dia, um mausoléu. Como herdou a casa do milionário Paulina se mudou logo após a alta da sua irmã, e fez questão de acompanhar sua recuperação e cuidar de perto.

Desde o segundo acidente de Paola o relacionamento de ambas mudou muito. Como se as gêmeas nunca tivessem se separado desde seu nascimento. Paulina fizera jus a sua promessa de estar ao lado da sua irmã caso se salvasse, para a tristeza profunda de Carlos Daniel que ainda guardava uma ponta de esperança em seu coração de um dia casarem.

Paulina era firme em sua palavra, embora em alguns momentos quando estavam a sós com o moreno, haviam recaídas e Carlos Daniel sabia que com insistência poderia reconquistar o seu coração.

Era um dia agitado na mansão das irmãs Montaner-Martins. Paola estava decidida viajar e para preocupação de Paulina, dessa vez sem ela. Desde o dia da sua recuperação, as irmãs não faziam absolutamente nada longe uma da outra. Paulina cumpriu, ao prometer que quando Paola saísse do hospital viajariam juntas, e foi o que fizeram, até aquela manhã.

Na noite anterior as irmãs conversaram e decidiram que era o momento de cada uma tomar o seu caminho. Paola não era como pássaro de gaiola, era um pássaro livre e gostava de manter sua vida dessa maneira.

Ao contrário de Paulina, que apreciava um ninho para repousar. Paola sabia que ela gostava de ajudar na fábrica e entendia que lá sua irmã era solicitada, e foi por essa razão que decidiu ir a essa viagem dessa vez sem ela.

— Paola, você já terminou de se arrumar? Se não se apressar, vai acabar perdendo o seu voo. – Paulina chamava do quarto para que sua irmã se apressasse o que arrancou uma revirada de olhos da Paola de dentro do banheiro.

Paulina fechou o zíper da mala se virando em direção ao barulho dos saltos altos.

— Se tem uma coisa que não gosto são pessoas me apressando a fazer alguma coisa. – Paola saiu com uma frasqueira em mãos onde guardava suas maquiagens.

— Você tem certeza que não quer que eu vá com você dessa vez? – Paulina mordia o lábio inferior enquanto cruzava os braços.

— Absoluta. Você já tem trabalho demais com a fábrica. E por Deus Paulina, eu não sou uma criança. Eu sei me cuidar muito bem. Não seria a primeira vez que eu viajo sozinha.

Assim que terminara de conversar, uma das empregadas da casa entrou no quarto levando as malas da Paola para o carro. Tomaram o café juntas e se despediram com um abraço no qual Paola quase se arrependera.

Paulina era movida a emoções demais, e quase não a soltara ao dizer tchau.

— Eu ligo para dizer que cheguei.

— Me passa o número do hotel.

— Nunca. – Paola respondeu ao entrar no carro e acenar para ela, enquanto colocava os óculos escuros. Sabia bem que Paulina ligaria de cinco em cinco minutos para ela como se fosse a sua mãe.

Ela não negava a si mesmo que passou a gostar dessa atenção e cuidado, mas jamais admitiria isso na frente da Paulina ou de qualquer outra pessoa. No entanto, esse cuidado em exagero a irritava profundamente em alguns momentos. Paola não era um vaso frágil, sobrevivera a dois acidentes, mas não era por isso que sua vida tinha que acabar ali.

Iria passar umas semanas fora do país, precisamente em Miami, tomar um pouco de sol, ares novos e um pouco de liberdade.

Sim. Ela realmente sentiu saudade de estar longe de tudo e todos. A companhia da sua irmã foi boa para ela, soube que Paulina era a pessoa que podia mais confiar, mas precisava ter sua privacidade e estava sem uma companhia masculina há meses.

— Daqui a pouco viro a tia dos gatos. – Resmungou em voz alta.

— Disse alguma coisa, dona Paola? – Perguntou Juan, o motorista olhando pelo retrovisor.

— Não seja bisbilhoteiro e vai depressa que eu já estou atrasada.

Chegaram ao aeroporto internacional da Cidade do México a tempo de fazer check in e embarcar diretamente para os Estados Unidos. A viagem transcorreu perfeitamente tranquila, tirando apenas uma leve turbulência. Um voo sem escalas.

Assim que chegou ao hotel Paola desfez sua mala, separando em cima da cama um baby-doll para descansar indo diretamente para o banho. Antes de sair iria se refazer da viagem, que como todas as viagens eram cansativas.

No banho pôde relaxar e fazer uma pequena meditação, na qual não tinha desde que saiu do hospital. Fechou os olhos e como um filme cenas passaram por sua cabeça.

“Assinei o divórcio, deixando o caminho livre para Paulina e o Carlos Daniel como havia prometido, abandonei a casa dos Brachos abrindo mão dos direitos sobre os bens na separação. Acho que era o mínimo a se fazer depois de tantos problemas que causei, e eu tinha a minha fortuna pessoal, herança dos meus pais. A verdade é que eu não precisava de dinheiro, fazia aquilo para perturba-los, mas depois do que houve, preferi fazer a última coisa que faria de bom nessa vida por eles. ”

“Assinei aquele pedaço de papel que era a única coisa que nos ligava, e pensei que um dia cheguei a amar o Carlos Daniel, e com o tempo descobri que era uma paixão avassaladora que com o passar esfriara cada vez mais. Claro que se eu pudesse ter a chance de voltar no tempo, faria tudo diferente por ele. Mas as coisas foram assim e não havia nada que pudesse ser mudado. ”

Paola gostava de falar sozinha em voz alta, fazia os pensamentos entrarem em ordem e funcionava como uma terapia.

Ela saiu da banheira se enrolando na toalha voltando para o quarto. Abriu a bolsa tirando sua piteira, cigarro e acendeu. Precisava relaxar e esquecer do passado. Ali em Miami ela poderia descansar, se divertir.... Estava viva novamente e queria viver.

Havia renascido assim como as fênix, ressurgiam das cinzas muito mais forte assim como ela.

Paola deu um trago no cigarro assoprando a fumaça para cima, tomando cuidado para não ir em direção aos alarmes de incêndio. Lembrou que prometera a telefonar a Paulina assim que chegasse.

Andou até o telefone que estava sobre o criado-mudo e discou para o número da fábrica Bracho. Sabia que seria o lugar onde Paulina estaria. Em um único toque, atenderam do outro lado da linha.

— Paola?!

— Oi irmãzinha, querida. – A voz estava carregada de sarcasmo.

Paulina acostumara com aquele jeito da sua irmã e não se importava. Sabia que Paola não fazia de proposito e era seu jeito. Tinham uma relação tão boa, que ignorava totalmente as provocações. Fazia parte do pacote em ter Paola como sua irmã.

— Ai, graças a Deus, eu fiquei esperando por horas sua ligação. Como foi de viagem?

— Não seja exagerada, Paulina. O voo durou um pouco mais que três horas. Eu não sumi assim por tanto tempo. – Ela tragou mais uma vez e assoprando a fumaça para fora.

— Eu fiquei preocupada. Está tudo bem?

— Porque não haveria de estar? Bom, eu liguei como havia prometido. Que eu fiz uma boa viagem e agora preciso descansar. Mais tarde eu vou sair... Ahhh, e não fique esperando meus telefonemas todos os dias, eu ligarei quando achar necessário. Aproveita que está longe de mim também, porque eu vou aproveitar muito.

O rosto de Paulina corou, e Paola soltou uma gargalhada do outro lado da linha. A mudez da sua irmã a entregava e Paola sabia muito bem como ela estava.

— Não seja boba, Paulina. Aproveita. Eu não estou aí. E ele já não é mais um homem casado. Você sabe bem que Carlos Daniel já não me interessa mais, e você gosta dos filhos dele. – Ela levantou da cama na qual estava sentada.

— Eu prometi me tornar uma irmã de caridade se você se salvasse... – Paulina começou com o seu discurso habitual no qual Paola estava esgotada de escutar, fazendo a mesma revirar os olhos.

— Mas não se tornou, porque no fundo você também quer estar com ele, então me faça um favor. Me poupe. — Paola apagou o cigarro no cinzeiro.  – Agora preciso desligar, te ligo em algum determinado momento que não será breve. Tchau irmãzinha.

Paola se livrou da toalha, vestindo seu baby-doll para dormir. Mais tarde sairia para dançar e no dia seguinte iria à praia. Acordaria renovada e disposta a refazer sua vida. Estava aberta a amar novamente, mas agora faria de uma maneira mais madura e responsável.

Sem mentiras, sem traições.


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