Pov´s Angie

O que se esperar de seu aniversário de 18 anos? Para muitos jovens é o início da vida adulta, ou o fato de já podertirar a carteira de motorista. Mas nunca, em hipótese nenhuma poderia se imaginar o que o destino me havia preparado, me peguei várias vezes perguntando se aquilo ela algum tipo de brincadeira, de mal gosto para constar. Mas não. A verdade estava na minha frente, uma verdade inimaginável a algumas horas, uma verdade que não cabia em meu presente. Se em algum momento eu imaginasse o que me aguardava ao abrir aquelas cartas, não as abriria nunca.

12 de fevereiro de 2005

Querida filha, não sabe a imensa felidade que eu e seu pai estamos em saber que já completou seus 18 anos. Se lembra quando dizia que quando chegasse esse dia você iria ter um marido, uma casa e um cachorrinho branco peludo? Seu maior sonho era formar uma família, e espero que esse sonho não tenha morrido, você merece encontrar algúm que a ame e que você ame, que te faça feliz e seja feliz ao seu lado. Você é uma garota incrível, sempre foi, e tenho certeza que isso não mudou. Desejo que onde você esteja, que continue a iluminar todos a sua volta com seu amor, seu carísma e a pessoa maravilhosa que você é.

Mas existe uma verdade que não penssei ser capaz de te contar em algúm momento de mimha vida, mas você merece saber da verdade. A única coisa que peço é que não me odeie por ter escondido isso de você.

Quando casei com seu pai, nove meses depois para ser mais precisa, descobri que não poderia ter filhos, você já deve imaginar a situação em que fiquei, meu sonho, como o seu, sempre foi constituir uma família, uma família bem diferente da minha, mas meu sonho parecia naufragrar a cada dia que passava. Para minha surpresa, um ano depois, descobri estar grávida, Victor, seu irmão era minha feicidade e a de seu pai. Me formei na faculdade de medicina e me tornei a médica que você tanto admirava. Todos os dias passava pelos berçarios e olhava a carinha de cada nova criança, uma linda que a outra, e a vontade de ser mãe novamente me consumiu, sentir aquele pequeno ser dentro de mim não tinha preço. Mas o destino não ficou a meu favor, dessa vez não teria volta, eu não poderia engravidar, não novamente. Dessa vez não poderia ficar me lamentando pelos cantos, tinha Victor que dependia de mim para seu bem-star, seu irmão era a criatura mais doce que eu conhecia. Conforme foi crescendo via as crianças com seus irmãos e viva me pedindo uma irmã, cada vez que o assunto era mencionado não podia deixar de sentir o aperto em meu peito. Em uma certa manhã houve uma emergência no hospital, uma mulher grávida sofrera um acidente, era jovem, apenas vinte anos, mas sua vida corria risco. Conseguimos que a criança e a mãe saissem vivos da situação, mas, ao que pareceu, a mulher não queria a filha. Fui até o berçário converssar com a enfermera chefe que cuidava da criança. Mas, no momento em que coloquei os olhos na menininha soube que ela seria minha, se a mãe não queria aquele pequeno anjo, eu não exitaria em aceitar esse presente. A garotinha me observavo com curiosidade, era a mais mais quieta de todo o lugar, olinhos verdes como esmeralda, cebelos loiros e a pele era branca, muito branca.

Acho que nesse ponto você já deve ter percebido o que aconteceu a seguir. Anjinha, minha filha, não sabe como sou grata e serei todos os dias de minha vida em ter esse presente em minha vida, minha felicidade é cada vez maior cada vez que te olho, que vejo a menininha do berçario, a menina que estava destinada a ser minha. Sempre vou te amar, aconteça o que acontecer, sempre será meu anjinho de olhos esmeralda.

A única coisa que peço é que não nos odeie, não odeie seu irmão. Você pode não ser minha filha biológicamente, mas é minha filha no meu coração e sempre será, não importa a distância em que estivermos.

Eu te desejo toda a felicidade do mundo porque você merece.

Com muito amor

De sua eterna mãe…

Acho que nem preciso dizer que aquilo me destruiu por dentro, eu havia vivido uma mentira minha vida toda. Era a mesma caligrafia, eu não poderia me enganar que aquilo não havia sido escrito por ela. Ainda havia outra carta, mas a coragem, agora inexistente dentro de mim, não me deixou ao menos chegar perto. Eu tinha uma família, não biológica, mas tinha, e minha família biológia não me queria. Um misto de raiva e dor se fazia presente dentro de mim, não tinha escapatória, meu mundo havia sido destruido uma vez mais. As lagrimas corriam livremente por meus rosto, a dor presente em cada centímetro de meu corpo. Me deitei na cama novamente e afundei o rosto no travesseiro. Algúm tempo depois, não sei se minutos ou horas, ouvi a porta sendo aberta.

– Angie – a voz de German se fez presente.

Não me virei, não o encarei, não me movi. A dor me impedia de realizar qualquer coisa. Ouvi seus passos se aproximarem da cama e sua mão pousar delicademente em minha cintura, me virando delicadamente. Sua expressão mudou drásticamente ao ver meus olhos inchados e vermelhos.

– o que houve? – já era de se esperar essa reação. Ele havia saido para pegar algo na faculdade, eu estava perfeitamente bem, quando volta me encontra naquela situação. Era estranho até para mim, como a vida dava voltas era impressioante.

Não disse nada a ele, apenas estendi a mão e alcancei a carta que estava do lado da minha cama. German pegou a carta de minha mão e a observou, alguns minutos depois me olhou, não sabia reconhecer o que estava presente em seu olhar, pena? Compreenção? Não tinha a ínima ideia. Ele apenas me envolveu em seus braços e sussurou em meu ouvido:

– Tudo ficará bem.

– Como sabe? – Perguntei.

– Porque eu vou estar ao seu lado.