Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 7
Encontro, primeiro beijo e noite com os friends


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584121/chapter/7

Sexta-feira passou como uma nevoa, Pietro e eu entregamos nossa redação e tiramos nota máxima. Depois da escola Markus correu pra casa da avó dele porque ela precisava de ajuda pra arrumar as cortinas, fui com a Jenni pra aula de karatê dela e depois que terminou ela foi comigo buscar a Isadora no ballet. Jenni iria dormir aqui para me ajudar com as roupas e a minha aparência. O Tadeu parece que adivinhava quando a Jenni vinha aqui, porque o cretino sempre chegava tarde ou não vinha pra casa. E hoje não era diferente, ele ligou pra mamãe e disse pra ela não o esperar para o jantar.

–Você não pode sorrir de tudo que ele disser. –Jenni disse comendo o brigadeiro. Estávamos sentadas na minha cama comendo brigadeiro de panela.

–Por que não? –perguntei.

–Ele vai ficar pensando que você é fácil. –ela disse. –Você tem que o deixar pensar que você é impossível de conquistar.

–Mas por que eu faria isso? –eu perguntei colocando uma colher cheia de brigadeiro na boca.

–Pra não parecer fácil. –ela sorriu. –E faça-o pensar que a sua vida é mais interessante do que realmente é.

–Tá. –engoli o brigadeiro. –Onde aprendeu essas técnicas? –perguntei.

–Minha mãe me ensinou. –ela sorriu.

–Tia Lu é uma graça. –eu sorri. –E ela não te ensinou técnicas pra fazer meu maninho te notar?

–Não. –Jenni deu um sorriso triste. –Ela não tem técnicas pra amores não correspondidos.

–Ai Jujuba. –eu a abracei.

–Argh! Ninguém me chama assim tem muitos anos. –ela riu. Tadeu que deu esse apelido pra ela, ele disse que ela lembrava uma jujuba.

–Eu sei, por que será que ele te deu esse apelido? –eu perguntei.

–Ele disse que eu lembrava uma jujuba quando ficava com raiva ou com vergonha. –ela riu. –Ele sempre vai me enxergar como uma criancinha, Sofi.

–Não se depender de mim. –eu sorri.

Dormimos logo depois de comer o brigadeiro, no outro dia a Isadora acordou a casa inteira cedo (cedo lê-se meio dia), mamãe tinha ligado pra mãe da Mille e pegado o endereço dela, ela saiu pra levar a Dora pra lá. Acordei e vi que a Jenni ainda estava dormindo toda enrolada nas cobertas. Peguei meu celular e sai do quarto, vi que tinha um Whatsapp de alguém.

“Ainda bem que o sábado chegou! Estou muito ansioso pro nosso encontro. Sei que nem falei onde seria eu sou meio lerdo haha. Podemos nos encontrar na praça do shopping El Dorado? Vou estar te esperando lá às três da tarde. Beijos, Pietro.”

Ele é tão fofinho! Fofinho de verdade! Fofinho pra chuchu! Tipo fofíssimo!

–Que sorriso de coringa é esse? Desse jeito vai rasgar as bochechas. –Tadeu perguntou. Ele estava sem camisa e só com uma samba canção.

–Nada que seja da sua conta, palhaço. –olhei feio pra ele. –Que horas você chegou ontem? –perguntei.

–Ui, virou a mamãe agora é? –ele bagunçou mais o meu cabelo. –Cheguei duas da manhã. –ele se espreguiçou. –Quer saber mais alguma coisa?

–Onde e com quem você estava? –perguntei.

–Eu não te devo satisfação nenhuma pirralha. –ele me olhou feio. Gente, o Tadeu estava com humor de cão hoje, só espero que ele não solte puns matinais.

–Desculpa se eu me preocupo com você. –eu dei os ombros fazendo cara de triste. Era tudo drama.

–Foi mal. –ele coçou a nuca. –Eu cheguei tarde porque estava na casa do Mauro fazendo trabalho, esse semestre está puxado demais. –ele suspirou. –E no final nem ficou bom o trabalho.

–Bem...

–Sofi? –Jenni saiu do quarto e deu de cara com o Tadeu sem camisa e de samba canção. E eu devo acrescentar que o pijama da Jeniffer é curtíssimo, que revela muito das pernas dela.

–Oi Jujuba. –ele a saudou. Olhei pra ela e vi que ela estava completamente vermelha.

–Para de ser antiquado. –eu ri. –Ninguém chama mais ela assim.

–Você se incomoda, Jenni? –ele perguntou. Não sei se ela estava percebendo, mas ele estava a comendo com os olhos.

–N-Não. –ela corou mais ainda.

–Então você vai voltar a ser a minha jujuba. –ele sorriu.

–Sua jujuba? –eu perguntei.

–Eu disse nossa jujuba. –ele ficou sem graça tentando concertar.

–Aham, sei. –eu ri. –Vamos tomar café?

Jenni parou de encarar o peito desnudo do Tadeu e me olhou estranho, acho que ela nem tinha ouvido que eu tinha dito.

–Vamos Jenni. –eu a puxei escada abaixo.

–Meu Senhor! Isso que é um alegre despertar. –ela suspirou.

–Deu sorte que ele não soltou um pum na sua cara. –eu ri.

–Eco. –ela me bateu. –Que horas você vai sair com o Pietro?

–Três horas. –eu sorri. –Ele me mandou uma mensagem e vai estar me esperando na praça do El Dorado.

–Que horas são agora? –ela perguntou. Olhei no celular e era 12h50min. -12h50min. –respondi.

–Vamos comer e depois você toma banho. –ela foi até o armário. –Vou fazer cachos no seu cabelo.

Eu gostava do meu cabelo, ele era liso e preto e media até um pouco depois dos ombros. Comemos algo e logo depois o Tadeu desceu (vestido) e foi ver televisão.

–O que você acha que eu uso. –eu levantei um vestido azul escuro e uma calça preta e uma blusa vermelha.

–O vestido. –ela apontou. –Cadê sua boina? –ela perguntou.

–A vermelha ou a creme? –eu perguntei.

–Vermelha. –ela disse e eu fui pega-la. –Aqui. –joguei pra ela.

–Agora pega os coturnos pretos. –voltei e os peguei. –Pronto!

Ia ficar legal. Tomei banho umas uma e meia a Jenni cacheou o meu cabelo, duas e meia eu já estava pronta.

–Você está linda. –ela me girou. –Fiz um bom trabalho. –ela sorriu.

–Preciso pegar o metrô, daqui pro El Dorado são vinte minutos. –eu respondi.

–Vou com você. –ela disse. –Você ainda vai dormir lá em casa hoje né? O Markus vai.

–Vou sim. –eu respondi. Descemos e o Tadeu estava dormindo no sofá.

–Ele é tão lindo. –ela suspirou.

–Me poupe dessa paixonite. –eu ri. Coloquei um recadinho na geladeira dizendo que ia sair e fui embora. Jenni foi comigo até o metrô.

–Boa sorte! –ela me abraçou.

–Obrigada, estou nervosa. –eu sorri.

–Você tá linda! Vai dar tudo certo. –ela sorriu. –Te espero lá em casa mais tarde viu?

–Okay. –eu sorri e o metrô passou.

Cheguei ao El Dorado três e cinco e corri pra praça. De longe o avistei, ele estava usando uma blusa xadrez azul e jeans pretos tudo estava combinando com o seus cabelos loiros. Ele me viu e veio correndo em minha direção.

–Você veio! –ele me abraçou. Ele é tão cheiroso!

–Você me convidou. –eu respondi. –Por que eu não viria?

–Não sei bobagem minha. –ele riu. –Vamos?

–Pra onde vamos? –eu perguntei o seguindo.

–Lá no outro piso está tendo uma exposição sobre fotografia. –ele disse. –Pensei que poderíamos ir lá e depois a gente podia ir comer algo.

Nada cinema? Ele não era nada clichê.

–Gostei, vamos. –sorri.

Subimos ao outro piso e ficamos vendo a exposição, Pietro conversava bastante e eu gostava muito disso.

–Você mora aqui desde quando? –ele me perguntou. Estávamos sentados no banquinho.

–Desde que eu nasci. –eu respondi.

–Hm e a sua família como é?

–Comum. –eu ri. –Tenho dois irmãos, Tadeu tem 20 anos e a Isadora tem nove, uma mãe e o meu padrasto.

–Padrasto? O que aconteceu com o seu pai? –ele perguntou, franzi a testa. –Se for um assunto delicado não precisa me contar. –ele sorriu lindamente.

–Não, tudo bem. –eu respondi. –Minha mãe engravidou do Tadeu e se casou com ele, depois que ela engravidou de mim ele surtou e a largou. –suspirei. –Minha mãe teve que trabalhar muito pra conseguir nos criar e foi ai que conheceu o Brand. –eu sorri. –Ele nos aceitou e nos amou como filhos, eles se casaram e tiveram a Isadora.

–Só digo uma coisa. –ele me olhou intensamente. –Quem saiu perdendo foi o trouxa do seu pai. Não sabe que perdeu a convivência maravilhosa com a filha dele.

Eu senti um calor nas minhas bochechas. Acho que estou corada.

–Não quis te deixar envergonhada. –ele disse olhando pra baixo e tocando minhas mãos.

–Não deixou. –eu sorri.

–Você é muito linda Sofia. –ele me olhou.

AI MEU JESUS CRISTINHO! ME AJUDA, NÃO ME DEIXA DERRETER, POR FAVOR!

–Você é o primeiro garoto que me diz isso. –eu ri. Os garotos já haviam me cantado, mas eu nunca tinha dado bola.

–Sério? –ele me olhou surpreso. –Bem, eu estou gostando de você. Você tem algo que me encanta.

Eu sorri. Agora é oficial! Sofia Mendes derreteu.

Ele se aproximou delicadamente de mim, sua respiração se misturou com a minha e meu coração parecia querer saltar do peito. Eu não acredito que vou ter o meu primeiro beijo agora.

–Se você não quiser que eu te beije. –ele me olhou. –Essa é a hora de dizer.

Ele tá louco? É claro que eu quero que ele me beije. Eu não respondi e continuei encarando ele.

–Vou entender isso como um sinal de que nada me impede. –ele se aproximou mais e eu fechei meus olhos. Seus lábios encostaram-se aos meus e parecia uma pluma. Ele colocou uma das mãos na minha bochecha e a outra na minha cintura. Seus lábios ainda continuavam nos meus. Ele se afastou e eu fiquei com medo de ter feito algo errado.

–Fiz algo errado? –perguntei.

–Não. –ele sorriu e acariciou a minha bochecha. –É só que eu tinha que ter certeza de que não era um sonho.

Ele é muito fofo! Queria guarda-lo num potinho e levar pra minha casa. Depois daquele beijo ele ficou segurando a minha mão e fez questão de me levar pra casa.

–Espero que tenhamos mais encontros, Sofia. –ele sorriu assim que estávamos na minha porta.

–Pode me chamar de Sofi. –eu disse. –Eu também espero que tenhamos muitos encontros.

–Então vamos ter. –ele sorriu. –Tchau. –ele disse, mas ainda estava segurando a minha mão.

–Tchau. –eu não soltei a mão dele.

Ele se aproximou e meu deu selinho.

–Tchau, Sofi. –ele foi embora.

Eu estava nas nuvens, entrei em casa sorrindo e dei de cara com o Tadeu.

–Quem era o meliante? –ele perguntou com a cara feia.

–Você estava me espionando? –eu perguntei incrédula.

–Claro que estava. –ele respondeu. –Você é minha irmã mais nova e meu dever é te proteger.

–Muito engraçado. –eu ri.

–Quem é ele, Sofia? –ele me perguntou novamente.

–É o Pietro. –eu respondi subindo as escadas com ele atrás.

–Ele é seu namorado? –ele perguntou.

–Não ainda. –sorri entrando no meu quarto.

–Saiba que eu estou de olho viu? –ele disse.

–Me poupe. –eu respondi. –Saia do meu quarto, preciso me trocar.

Ele saiu e eu troquei de roupa, arrumei uma mochila e desci as escadas. Mamãe e o Brand estavam na cozinha comendo pão de queijo.

–Mamãe vou dormir na Jenni. –eu disse.

–Tá. –ela assentiu. –Volte antes da seis no domingo. Temos compromisso à noite.

–Com? –perguntei.

–A mãe da Mille nos chamou pra jantar na casa dela. –ela sorriu. –O destino é muito louco, você sabia que o Brand vai fazer a campanha publicitaria da empresa do marido dela? Vamos lá para um jantar de negócios.

–E eu preciso ir? –perguntei.

–Sim, a família toda. –ela sorriu.

–Tá. –bufei. –Tchau Brand.

–Tchau minha linda. –ele riu.

–Tchau manhê. –eu disse e ela acenou pra mim.

Fui andando pra casa da Jenni e no caminho encontrei o Markus e fomos juntos. Chegamos lá e ela praticamente nos arrastou pro seu quarto.

–Conta tudo! –ela gritou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!