Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 10
Black and White


Notas iniciais do capítulo

Só queria dizer ou pedir pros leitores fantasmas aparecerem. Já somos 39 leitores e 8 pessoas comentam sempre. Vamos lá galera, comentar um simples "gostei" ou dar sua opinião não vai te matar. Espero que vocês comentem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/584121/chapter/10

Acordei toda contente e saltitante. Hoje eu iria juntar Jennifer e Tadeu, ou eu não me chamaria mais Sofia. Depois de tomar banho e trocar de roupa, desci e tomei café da manhã. Vinte minutos depois eu já estava no rumo da casa da Jenni.

–Bom dia! –eu sorri assim que ela saiu.

–É, bom dia. –ela respondeu. Pelo jeito seu humor não estava dos melhores.

–Você não vai acreditar no que o Tadeu disse. –eu comecei a dizer sorrindo.

–Sofi. –ela me interrompeu. –A partir de hoje tudo que estiver relacionado ao seu irmão eu não quero saber.

–Mas Jenni. –eu a olhei. –Você vai adorar saber disso.

–Eu ia adorar. –ela me corrigiu. –Eu não quero mais saber dele e espero que você respeite minha vontade. –ela começou a andar rápido

–Mas Jenni. –eu corri atrás dela.

–Sofi, por favor. –ela me olhou.

Bufei, ia ser mais difícil do que eu pensava. Jennifer quando encuca com algo, já era. Vou ter que trabalhar muito.

–Vou fazer uma festa de aniversário. –ela disse.

–Que? Você disse que não queria festa. –eu a olhei. O aniversário dela seria depois das provas do bimestre. Ela ia fazer 17 anos.

–Mas agora eu quero. –ela respondeu. –As pessoas mudam de ideia, Sofia.

–Tá estressadinha? Não desconte em mim. –eu levantei as mãos. –Onde vai ser essa festa e quem você vai chamar?

–Minha mãe disse que posso usar o salão de festas do buffet. –ela respondeu. Tia Lu, a mãe da Jenni tinha um buffet. –Vou chamar o pessoal do karatê, uns monitores do fundamental e alguns alunos e umas pessoas da escola.

–Legal. –suspirei.

–Vou fazer um evento no face e convidar o povo. –ela disse. –Black and White que tal?

–Vai ficar legal. –eu respondi. O Tadeu iria se declarar pra ela nessa festa! Já pensei em tudo. Sou mesmo demais, tá talvez nem tanto assim, mas vou juntar um casal!

–Markus é um bom DJ né? –ela me perguntou.

–Se lembra de como ele agitou meu aniversário de 15 anos? –eu ri lembrando-me de como ele bancou o DJ já que o verdadeiro DJ furou.

–Lembro. –ela riu. –Então ele cuidará do som. –ela bateu palminhas. –Buffet é com a minha mãe.

–E a diversão é com a gente! –eu ri. Chegamos à escola e o Markus já estava lá, Jenni falou com sobre ser DJ. Enquanto eles conversavam meus olhos procuravam o Pietro. Será que ele ainda não tinha chegado?

–É claro que eu aceito. –ele respondeu. –Já vou até fazer uma playlist pra arrasar.

–Ótimo! –Jenni sorriu. –Tenho que pegar meus livros, vejo vocês no intervalo. –ela saiu dando tchau pra nos dois.

–Sofi. –Markus me chamou.

–Oi? –olhei pra ele.

–Não olha agora, mas o Arthur está te encarando, disfarça. –ele disse e eu virei à cabeça estilo menina do Exorcista, vi que o Arthur estava me encarando. Se o Arthur já chegou... Onde será que o Pietro se meteu?

–Eu falei pra você disfarçar. –Markus me bateu.

–Ai. –coloquei a mão no lugar onde ele havia batido. –Por que será que ele está me encarando?

–Deve ser porque ele te acha linda. –Markus riu.

–Haha vai nessa. –olhei com ironia pra ele.

–Mas é a verdade Sofi. –Markus disse. –Ele te acha mesmo linda.

–Quem te disse isso? –perguntei e o Markus se levantou.

–Olha o sinal tocou. –Markus me puxou.

–Tá tentando mudar de assunto? –perguntei.

–Quem? Eu?

–É você. –eu o olhei.

–Eu não. –ele deu uma risadinha e o sinal tocou. –Tá vendo? O sinal tocou.

Fomos andando até o pavilhão onde ficava o laboratório de biologia. Estava andando tranquilamente com o Markus até alguém pegar na minha cintura e me tirar do chão.

–Ai socorro! –eu gritei olhando pra trás e recebendo o sorriso mais lindo do mundo.

–Oi minha linda! –Pietro me beijou, ouvi o Markus dizer “bléh”. –Bom dia, Markus.

–Dia. –Markus respondeu e continuou andando.

–Vai lá em casa hoje? –Pietro perguntou.

–Fazer o que? –eu perguntei com a sobrancelha arqueada.

–Muitas coisas. –ele disse no meu ouvido.

Ri e o puxei pra sala para não nos atrasarmos.

–Vou sim. –respondi indo me sentar com o Arthur.

–Pensei que ia matar aula pra ficar se agarrando na escola. –Arthur soltou assim que me sentei ao seu lado.

Suspirei e olhei pra ele com a minha melhor cara de raiva/tédio.

–E se eu tivesse ficado... Seria da sua conta? –perguntei.

–Sim, porque você está com o nosso trabalho. –ele me olhou com indiferença, mas tinha outra coisa no olhar dele, uma coisa que eu não consegui identificar.

Eu ia responder, mas a professora me interrompeu pedindo os trabalhos peguei minha pasta e tirei o trabalho de dentro e entreguei pra professora.

As aulas demoraram séculos para passar, passei o intervalo com a Jenni e o Markus já que iria de tarde pra casa do Pietro.

–Semana que vem é a semana de provas e eu estou completamente perdido em física. –Markus disse.

–Eu sei quem pode te ajudar. –Jenni disse.

–Quem? –ele perguntou.

–Arthur. –ela sorriu.

–Qual Arthur? O gêmeo bad boy? –Markus riu. Revirei os olhos, ele fazia aquilo pra me irritar.

–É. –Jenni assentiu. –Ele também é monitor lá na escola e o cara é fera em física.

–Sério?! –eu perguntei.

–Sério! Se você pedir eu tenho certeza que ele vai te ajudar. –ela olhou pro Markus. –Ele é muito legal e simpático.

Engasguei com o suco que eu estava tomando.

–Calma. –Jenni bateu nas minhas costas.

–E-Eu –tossi mais. –Aquilo simpático e legal? –ri um pouco. –Quando for contar outra piada, avisa tá Jenni?

–Não foi piada. –ela me olhou. –Ele é realmente legal.

–Se você diz. –dei os ombros.

Depois do intervalo as aulas passaram bem devagar. Depois que acabou fui pra casa com a Jenni, ela estava empolgada pra sua festinha. Depois que cheguei em casa tomei um banho, almocei, levei a Dora pro ballet e fui pra casa do Pietro.

–Oi minha linda. –ela me beijou assim que abriu a porta.

–Oi. –sorri. –Cadê o povo?

–Arthur foi levar a Mille no ballet e depois ia dar aula para aqueles pobres burros. –ele disse.

–Você tá falando dos alunos do fundamental? –perguntei e ele assentiu. –Eles não são burros e muito menos pobres, essa é uma maneira bem preconceituosa de se referir a eles. –eu o olhei incrédula. Aquilo realmente me pegou de surpresa, foi um comentário bem preconceituoso.

–Só me expressei errado. –ele me abraçou, mas eu me esquivei.

–Se expressou errado? Então quer dizer que você realmente pensa assim? –perguntei.

–Não foi isso que eu quis dizer, meu amor. –ele pegou no meu cabelo.

–Então o que você quis dizer? –perguntei.

–Nada. –ele sorriu amarelo. –Só falei demais, desculpa tá legal?

–Tá, tá. –eu o olhei.

Depois daquilo ficamos vendo filmes na sala, depois de três filmes eu fui embora buscar a Isadora no ballet, eu estava um pouco atrasada e por esse motivo fui correndo.

–Ela já foi. –a moça da portaria me disse assim que cheguei pra buscar a Isadora.

–Foi com quem? –eu perguntei.

–Com um garoto bonito e a aluna Camille. –ela me respondeu.

Espera ai... Arthur levou a minha irmã sem a minha permissão? Ele quer morrer? Quem ele pensa que é pra levar a minha irmã? E a Isadora não sabe que não pode sair com estranhos? Meu Deus! Se a minha mãe descobrir eu tô muito lascada.

–Ah obrigada. –sai correndo. Pra onde ele a levou? Continuei correndo pelo centro, até que os vi na padaria. Mille estava com um pedaço de bolo maior que ela, Arthur com um sorvete e a Isadora com um sonho! UM SONHO! Além de ter sequestrado minha irmã, ele ainda quer mata-la?

–VOCÊ TÁ LOUCO?! –eu peguei o sonho da mão da Isadora antes que ela o mordesse. –Quer matar a minha irmã?

–Bom... Eu não. –ele colocou o sorvete na boca. –Mas quem quer mata-la é você! E ainda do coração... Onde já se viu chegar gritando desse jeito? –ele me olhou.

–É Sofia. –Isadora concordou olhando triste para o sonho. –Além de ter me esquecido no ballet ainda tenta me matar.

–Eu não te esqueci. –eu me defendi.

–Sinto lhe informar, mas você esqueceu sim. –Arthur se meteu. Alguém me segura ou eu vou dar na cara desse menino.

–Eu só me atrasei. –eu os olhei.

–Um atraso de duas horas... Na minha terra isso se chama esquecimento. –ele riu.

–Cala sua boca! Você não sabe de nada. –eu briguei com ele. –E quem mandou você pegar a minha irmã? Isso poderia ser classificado como sequestro!

–Ah me poupe! –ele olhou para o sorvete dele com uma careta estranha e o entregou pra Mille. –Eu só fiz um favor pra você. –ele se aproximou de mim. –Em vez de brigar comigo você devia me agradecer.

–Te agradecer? –eu olhei com deboche pra ele. –Agradecer por ter roubado a minha irmã?

–Eu não roubei sua irmã. –ele foi chegando mais perto o que me fez recuar e me encostar na parede. –Eu ia leva-la pra casa. –seu rosto estava perigosamente perto do meu. Minha respiração ficou descompassada, mas por quê? Eu não estava entendo nada.

–Criançassssssssss. –alguém gritou e o Arthur se afastou de mim. Olhei e vi a dona Clarice no carro.

–Mamãe. –Mille sorriu.

–Vocês ainda estão aqui? –ela perguntou tirando os óculos. –Vem, vou leva-los pra casa.

–Vamos Isadora. –eu peguei na mão dela.

–Posso levar vocês também. –ela sorriu.

–Não precisa. –eu sorri e continuei andando com a Isadora. –Nunca mais saia com ninguém estranho. -briguei com ela.

–O Thur não é um estranho. –ela respondeu. –Ele é meu amigo e irmão da Mille.

–Thur? O Thur é um babaca. –eu respondi.

–Ele me dá sonho. –ela falou. Olhei pra minha mão e joguei o sonho fora.

–Por que fez isso? –ela perguntou com cara de choro.

–Você não pode comer sonhos. –eu respondi.

–Gosto muito mais do Thur do que de você. –ela disse.

–Vai morar com ele então. –dei os ombros.

Ela bufou e fomos pra casa. Minha mãe chegou e a Isadora fez fofoca dizendo que eu a esqueci no ballet e só por causa disso estou de castigo, uma semana sem sair pra lugar nenhum, só pra escola e pra buscar a Isadora no ballet. Malditos! Aquela anã fofoqueira e aquele idiota. Tudo culpa deles.

–Já sei como você vai pedir a Jenni em namoro. –eu disse sorrindo pro Tadeu.

–Como? –ele perguntou.

–Black and White. –eu sorri.

–Que? –ele franziu a testa.

–Aniversário de 17 anos da Jenni semana que vem. –eu disse.

–E?

–Você vai pedir ela em namoro lá! Na frente do povo todo! –eu gritei sorrindo.

–E você acha que vai dar certo?

–Tenho certeza! Vai ser lindo! –eu sorri.

–Se você diz. –ele deu os ombros.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Hoje é sexta-feira e é também é último dia da semana de provas e também é o último dia do meu castigo! Amanhã é a festa da Jenni, ela estava ocupada e eu nem a vi depois que da escola, por esse motivo eu fui comprar minha roupa e o presente da Jenni com o Markus.

–Eu achei esse aqui bem legal. –Markus me mostrou um vestido preto com listras horizontais brancas.

–Uhhhhhhh é bonito! –eu o peguei. –E caro também! –eu apontei pra etiqueta.

–Nunca vi tantos zeros assim desde o último boletim da Madahiena. –ele riu.

–E esse é bonito? –eu apontei para o vestido branco soltinho.

–É. –ele olhou a etiqueta. –Cabe no seu orçamento também.

–Então vou levar esse. –eu o peguei.

Markus iria dormir lá em casa hoje, estávamos fazendo a playlist que ia tocar na festa. Fomos dormir tarde –eu que fui dormir tarde na verdade, fiquei conversando com o Pietro até de madrugada-.

–Sofi eu estou nervoso. –Tadeu disse. Estávamos no carro dele indo pra festa da Jenni.

–Relaxa boy, vai dar tudo certo! –Markus o reconfortou.

–Também acho! Vai dar tudo certo! –eu sorri. –Ainda essa noite Jenni e Tadeu será um casal.

–Como será a junção dos nomes deles? –Markus riu. – Tanni?

–Mas o que? –Tadeu riu. Ele estava bem bonito com aquela gola polo preta e aquele blazer por cima.

–Se chama shipp. –eu ri.

–Saiu uma bosta, viu? –Tadeu riu.

Logo chegamos ao salão do buffet e ele estava lotado, dona Jennifer conhecia muitas pessoas.

–Agora estou mais nervoso ainda. –Tadeu sussurrou no meu ouvido.

–Vai dar tudo certo maninho. –eu o apertei.

Markus já tinha assumido seu posto de DJ e já animava a festa, fui procurar a aniversariante e ela estava dançando agarrada com um careca fortão.

–Mas que bosta é aquela? –Tadeu quase gritou.

–Jenni dançando com um careca fortão. –eu disse.

–Eu estou vendo. –ele revirou os olhos. –Quem é aquele idiota?

–Não sei, mas vou descobrir. –o deixei lá e fui andando até a Jenni que estava absurdamente linda com um vestido preto brilhante. –OIIIIIIIIIIIII. –eu sorri.

–Sofi! –ela largou o careca e me abraçou.

–Feliz aniversário, meu anjo loiro. –eu a abracei forte. –Quem é esse careca fortão ai? –sussurrei e ela riu.

–É o Douglas. –ela o olhou. –É do karatê.

–Ah.

Deixei-a lá e fui procurar o Pietro, rodei a festa inteira e não o achei. Ué! Será que ele tinha vindo?

–Perdida docinho? –olhei e vi o Arthur com uma blusa branca e sua habitual jaqueta de couro.

–Ah você... –o olhei. –Viu o Pietro?

–Não. –ele estava olhando as minhas pernas. Tarado!

–Vou procura-lo. –eu sai. –Obrigada por nada.

–Se precisar, estou aqui meu doce. –ele gritou.

Virei e mostrei o dedo do meio pra ele.

–Adoro uma garota revoltada. –ele mordeu os lábios. –É mais excitante.

Bufei e sai de lá tropeçando nos outros, cadê o Pietro? Será que ele não vem?

–Queria pedir um minuto da festa. –uma voz se espalhou. Era o Tadeu, sorri. –Queria dizer algo pra aniversariante.

Olhei pra Jenni e vi que ela tinha se desgrudado do careca, ela encarava o Tadeu com força.

–Sei que você tá com raiva de mim. –ele suspirou. –Eu vacilei, mas eu queria te pedir perdão, queria te dizer que eu sou completamente apaixonado por você. –os olhos dela se arregalaram. –Desde que você fez quinze anos e deixou de ser uma garotinha, deixou de ser a amiguinha da minha irmã e virou um mulherão. –ele sorriu. –Devia ter dito isso antes, mas tive medo de que você não sentisse o mesmo por mim... E por ser lerdo eu quase te perdi. –ele olhou pra ela e sorriu. –Então, Jennifer Melo você me perdoa? –ele perguntou e um feixe de luz foi jogado na Jenni.

–Sim! –ela gritou.

–E ser minha namorada, você aceita?

O feixe de luz voltou pra Jenni, ela estava com a boca aberta e os olhos brilhando.

–Aceita! –alguém gritou e todo mundo da festa começou a gritar “aceita, aceita.”.

–É CLARO QUE EU ACEITO! –ela gritou sorrindo. Tadeu devolveu o microfone pro Markus e correu até a Jenni e eles se beijaram. Que cena mais nhôm!

Eu estava sorrindo quando alguém tapou meus olhos.

–Advinha quem é. –a voz sussurrou no meu ouvido.

–O namorado mais atrasado do mundo. –eu disse.

–Desculpa minha linda. –ele me beijou. –Eu me atrasei no banho.

–Tudo bem. –dei um selinho demorado nele.

–Vamos dançar?

–Eu não danço. –eu ri.

–Comigo sim. –ele me levou pra dançar. Depois de certo tempo ele murmurou. –Acho que sei por que você não dança.

Eu ri e dei um selinho nele.

–Vou ao banheiro. –ele saiu. Fui procurar algo pra beber.

–Jenni está bem feliz com o presente de aniversário. –alguém disse ao meu lado, olhei e vi o Arthur.

–Eu sei. –olhei e vi a Jenni dançando abraçada com o Tadeu.

–Você é realmente uma grande amiga, docinho. –ele sorriu.

–Do que está falando? –franzi a testa.

–Tadeu me disse que você que abriu os olhos dele. –ele respondeu. –Achei isso bem legal da sua parte.

–Eu faço de tudo pra ver minha melhor amiga e o meu irmão feliz. –eu ri.

–Acho isso muito bonito. –ele disse.

–Obrigada, eu acho. –levantei e fui atrás do Pietro.

Arthur era um garoto bem estranho, ora era grosso, ora era legal. Isso se chama bipolaridade né?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!