Dama-da-noite escrita por Ninna


Capítulo 1
Capítulo 1 - Jenna Fox




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583947/chapter/1

Eu estava dormindo profundamente, quando o meu celular começou a vibrar sem parar, a cidade já estava acordada em plena madrugada, quando a notícia chocou a todos, a família Benson estava morta. Quem são os Benson? A terceira família mais rica da cidade, com várias empresas dentro e fora do país. Quando cheguei na casa, ou melhor na mansão já havia repórteres, policiais e estava cercada por fitas:

– Deixe-a entrar – Falou Paul o chefe do caso.

– O que exatamente aconteceu aqui? – Perguntei.

– Um dos empregados quando chegou achou a família morta, e ligou para nós imediatamente, agora, como estão os corpos deixarei que você veja sozinha – Paul respondeu abrindo a porta.

Ao entrar era possível notar várias flores dama-da-noite espalhada pelo chão na sala de estar, e seu perfume tomando conta da casa, escondendo muito bem os homicídios:

– A primeira vítima é Sonia Benson, que estava na cozinha, parece que ela sentiu sede no meio da noite e resolveu descer – Falou Paul me guiando a cozinha.

No chão da cozinha haviam mais damas-da-noite, até que vi o sangue saindo de trás do balcão, dei a volta e pude ver o corpo de Sonia, no pescoço estava uma forma circular sem pele, como se alguém a tivesse arrancado pedaço. Subi as escadas e entrei no quarto do casal, onde Mark Benson, marido de Sonia estava morto em cima da cama da mesma forma:

– Sem pegadas e sem digitais, existe um terceiro corpo, o filho do casal, no final do corredor – Falou Paul.

Andei o imenso corredor, cheia de fotos do casal, até a porta branca escrita Bob, ao abrir parecia o céu, era todo azul, com um berço centralizado no meio, pelo qual torci para que não houvesse ninguém, infelizmente Bob estava morto exatamente como os pais:

– Quantos anos tem esse bebê? – Perguntei chocada.

– Pouco menos que um ano – Paul falou.

Andei novamente pela casa, prestando atenção em pequenos detalhes, o copo de água de Sonia estava intacto em cima da mesa, havia damas-da-noite em todos os cômodos em que houve o assassinato, menos no de Bob, e apenas duas janelas abertas, a de Bob, e a do quarto do mordomo:

– Aonde está o mordomo? – Perguntei a Paul.

– Desapareceu – Ele falou.

– O assassino é conhecido da família, ou entrou pela janela do mordomo – Falei.

– Por que acha isso? – Paul perguntou curioso.

– Não há sinais de arrombamento, acredito que o intruso não sabia da existência de Bob, por isso não havia damas-da-noite em seu quarto, ele teve que entrar pela janela do mordomo pois fica no primeiro andar, e teve que sair pela de Bob pois não podia arriscar descer novamente – Falei.

– Detetive Jenna, sabe a distância da janela de Bob, até o chão? Um ser humano teria se machucado, ou até quebrado um osso – Falou Paul.

– Então comece a procurar nos hospitais – Falei.

Voltei para casa, duas horas da tarde, abri um armário com meus antigos casos, e algo começou a me preocupar, havia semelhança entre essas mortes e as mortes que resolvi em outra cidade, espero que não seja a mesma pessoa, principalmente o mesmo motivo, pois foi o primeiro caso que perdi e principalmente foi essa pessoa, esse motivo, que me fez fugir daquela cidade.

Era oito da noite, quando recebi uma mensagem de Beth, minha única verdadeira amiga naquele lugar, ela queria sair para beber, então fui fazer companhia para ela, fomos ao bar de sempre:

– Algum caso novo? – Ela perguntou.

– Homicídio da família Benson – Falei.

– Conhecia aquela família, gostavam de ajudar o pessoal daqui – Ela falou bebendo a garrafa.

Quando ela levantou o rosto, notei que o canto de seu olho estava roxo, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa recebi uma ligação:

– Alô? – Falei.

– Jenna, é o Paul preciso de você urgente na residência dos Laurences, passei o endereço por mensagem – Falou.

– Tenho que ir Beth, me liga se algo acontecer – Falei.

Quando entrei na casa encontrei Paul e uma mulher:

– Jenna, essa é Melissa Laurence, é a filha mais velha do casal. Melissa essa é Jenna Fox a detetive encarregada desse caso – Falou Paul.

Melissa não conseguia parar de chorar, nem para olhar para ninguém, ela estava arrasada:

– O que aconteceu aqui? – Perguntei.

– A mesma cena da casa da família Benson, os pais de Melissa estavam mortos, parte do pescoço arrancado, assim como sua irmã mais nova – Respondeu Paul.

– Melissa conseguiu fugir? – Perguntei.

– Ela foi se encontrar escondido com o namorado, quando voltou a família estava assim – Paul respondeu.

– Isso, é...é terrível, Melissa, querida, eu sei como é perder os pais desde cedo, sei que não está sendo fácil, mas você precisa nos ajudar, viu alguém? Alguma pista? – Falei.

– E-eu n-não vi nada, ma-mas tem uma câmera, em várias pa-partes da casa, pode ajudar – Melissa falou.

– Consiga as fitas! – Paul gritou.

Andei pela casa, olhei os corpos, e sem pistas, sem detalhes, única chance eram aquelas fitas, entrei no banheiro do casal, a luz não acendia, estava tudo escuro, quando olhei para o espelho, por um segundo vi apenas dois olhos vermelhos refletindo atrás de mim, acendi a lanterna do meu celular e me virei não havia ninguém:

– Jenna! Desça! Vamos a delegacia – Paul gritou.

– O que houve? – Falei ainda meio assustada.

– Encontraram o mordomo – Falou Paul

Um policial estava interrogando o mordomo enquanto eu e Paul estávamos atrás o vidro:

– O nome dele era Robert Ferraze, ele foi encontrado em estado de choque em sua casa, todo sujo e machucado – Paul falou.

– Robert, você viu quem matou a família Benson? Você precisa falar, caso contrário será declarado culpado – O policial esclareceu.

– Vocês não acreditariam – Robert respondeu paralisado.

– Tenta – O policial pressionou.

– Eu estava no banheiro quando aquilo entrou, ouvi o grito de Sonia, depois o de Mark, então apaguei a luz do banheiro e fiquei olhando de baixo da porta, aquilo passava e voltava, até que ele parou em frente do banheiro, e quebrou a porta com apenas um chute, eu não sei o que era aquilo, mas não era humano, não depois do que ele fez comigo – Robert falou chorando.

– Chefe ? As fitas de segurança estão prontas - Um policial falou entrando na sala.

– Essa história do Robert é ridícula – Paul riu.

– Não, não é, acho que sei o que é isso - Falei suspirando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dama-da-noite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.