"...Os gêmeos finalmente voltaram. Bem, não que eles saibam disso, mas eles vão reencontrar muitas pessoas até então esquecidas. Mas será que isso é tão bom assim?..."

Escutavam as pessoas cochichar coisas como “Quem são essas coisas?’’ e “O que esses delinquentes sujos fazem aqui?” enquanto adentravam a escola.

–Essas pessoas não têm vida para cuidar, não? Não param de nos encarar. –Indaga a garota para o irmão.

–Eu acho que não é muito normal alguém chegar em uma escola rica como essa com roupas de delinquentes. –Diz e vira o corredor junto com a irmã.

–Cale a boca, estamos usando a mesma roupa. –Ela encara a porta de uma sala a sua frente.

–É essa a sala que a diretora falou, vamos. –Disse abrindo caminho para que a garota passasse.

Assim que entram são recebidos por uma garota morena de olhos azuis. Em seu crachá pairava o que acreditavam ser o seu nome, Melody. Ela se vira para eles e encara Dakota surpresa.

–D-Dakota? P-porque está aqui? –Indaga nervosa.

–Conhece essa garota, irmão? –Indaga para o irmão com um tom de desconfiança.

–Longa história. O nome dela é Melody. –Diz e se aproxima da garota. –A quanto tempo, linda. –Ele sorri e ela ruboriza. –Essa é a minha irmã gêm –É interrompido pela irmã que passa a sua frente.

–Sou a irmã dele, Lucia Akuma. –Diz com confiança. –Só estamos aqui por que a diretora quer que um tal de Nathaniel mostre nosso dormitório e entregue nossos horários... onde está esse garoto? –Pergunta, direta e fria.

–D-desculpa Lucia, Nathaniel e-está ocupado a-agora, e-então eu lhe m-mostrarei seus d-dormitórios. –Diz se afastando de leve.

–Rhum, você serve. –Lucia puxa a garota para fora da sala sendo seguida pelo irmão que só o que fazia era sorrir.

–A-Akuma. –A garota chama por atenção parando Lucia que a encara.

–O que foi? –Indaga impaciente.

–O-os dormitórios femininos são para a esquerda e os masculinos para a direita. –Dizia nervosa.

–Tch. –Ela encara o irmão que sorri e põem a mão sobre o ombro de Melody.

–Melody, eu acho que Lucia não vai aceitar estarmos em dormitórios separados... –Ele a encara de maneira gentil. –Poderia dar um jeito nisso?

–E-eu não sei se posso... –Ela diz ruborizando.

–Ah, você já está enchendo meu saco garota! –Ela diz e afasta a garota do irmão logo segurando na gola de sua blusa. –De um jeito nisso, ou eu dou um jeito em você! –Ameaça nervosa.

–Lucia, se acalme. –Diz calmo enquanto afasta as duas. –Ela vai conseguir, e se não conseguir eu consigo. –Fala confiante. –Linda, você pode me dar a chave do meu dormitório? Depois resolvemos o resto. –Diz e solta uma piscadela para Melody.

–S-sim. –Ela entrega a chave e uma folha com os horários e outras informações e sai andando apressadamente.

–Tch, odeio o seu jeito de resolver as coisas. –Diz e começa a andar a procura do número do dormitório que estava escrito na folha.

–Desculpe senhorita ‘vamos resolver tudo na base da porrada.’ –Diz irônico. –É esse. –Aponta para a porta com a placa em cima que continha os números 67. Ele abre a porta com a chave que acabara de receber e entra no lugar. Ela faz o mesmo.

–Esse quarto até que é grandinho. –Fala olhando para todos os lados do local.

O quarto era simples, duas camas de solteiro, duas cômodas ao lado das camas, dois roupeiros, uma janela e um banheiro. Tudo em cores claras. (Creme, marrom claro, branco, etc)

–Vai reclamar? Esse quarto e do tamanho da nossa antiga casa. –Ele sorri e começa a inspecionar os roupeiros e as cômodas.

–Tch, morávamos em um apartamento. Não diga bobagens. –Diz e literalmente se joga na cama perto da janela logo já pegando a folha que Melody entregou a seu irmão. –As aulas começam em 20 minutos e é Educação Física. Qual o tipo de escola que começa a semana com Educação Física? –Resmunga e se levanta.

–O tipo de escola que vamos estudar pelos próximos dois anos, então se acostume. –Ele abre um dos armários. –Coloque o uniforme. –Tira do armário um conjunto masculino e joga nos braços de Lucia. Ele se vira para procurar outro conjunto. –Você quer se trocar no banheiro primeiro ou –Ele se vira para ela que já havia tirado o casaco e a blusa e agora começava a desabotoar a calça jeans. –Ah, eu vou. –Ele vai até o banheiro se trocar.

Ela coloca a camiseta masculina e logo percebendo que está ficava muito grande, tira uma corrente prata (Que serve para usar na cintura.) de sua mochila e a coloca, assim afinando sua cintura. Volta a colocar uma calça jeans, só que está muito mais escura do que a outra. Deixa dois botões da camiseta abertos. Se senta na cama a espera de seu irmão que logo já sai do banheiro arrumado.

–Pronta? –Ela faz que sim com a cabeça e se levanta. –Vamos. –Ele abre a porta deixando-a passar primeiro e a tranca.

–Qual será que é a nossa sala? –Indaga colocando as mãos no bolso da calça e andando devagar.

–Sala 4-b. No segundo andar, a penúltima sala do terceiro corredor. –Diz e se direciona para o local.

–Como sabe? Duvido que esteja escrito isso no papel. –Indaga desconfiada.

–Melody acabou de me enviar uma mensagem dizendo isso. –Ele sorri e mostra seu celular com a mensagem da garota. –Parece que a aula já começou, se apresse. –Diz e começa a andar mais rápido, logo já subindo as escadas.

Quando ela conseguiu o celular dele?

–Dake! Espera. –Chama-o alto correndo até ele. No último degrau tropeça e cai para trás logo sendo segurada por alguém. Se solta assim que percebe que é um garoto. O encara séria.

–Agradecer não vai te matar. –Resmunga o ruivo.

–Rhum, estou com pressa, caso não tenha percebido as aulas já começaram. –Diz e começa a andar sendo seguida pelo ruivo.

–Eu não ligo se vou chegar cedo ou atrasado. Tanto faz.

Ela também não ligava, mas queria chegar junto com o irmão. Ela sorri, para na frente da porta de qual parecia ser sua sala e o encara.

–Por que está me seguindo, ruivo? –Indaga e cruza os braços.

–Minha sala também é essa, loira. –Responde com um tom de ironia.

–Que azar. –Sorri e se vira para abrir a porta.

–Só falta descobrirmos se o azar é seu –Aponta para ela. –Ou meu. –Abre a porta e passa a sua frente entrando antes da mesma.

–Tch, boboca. –Diz em um sussurro e entra logo tendo os olhares sobre si.

–E você? Também é uma aluna nova? –Indaga o professor que parecia estar sem paciência. –Poderia se apresentar?

Ela o ignora e se senta ao lado de seu irmão.

–Seja bem vinda Lucia. –O professor começa a explicar o que parece ser um conceito de algum tipo de esporte.

–As carteiras são em duplas, legal não?–Ela se vira para o irmão que sorri.

–Sim, sim, e se você levantar a parte de cima da mesa, aqui tem todo o material necessário para dois alunos. É bem diferente da nossa antiga escola. –Diz e pega um caderno para começar a fazer anotações sobre o que o professor falava.

–É, diferente... –Ela também pega um caderno e começa a desenhar sobre ele.

Assim que soa o sinal ela se vira para o irmão com seu desenho em mãos.

–O que acha irmão? –Indaga.

–Hum? –Indaga confuso enquanto aponta seu lápis.

–Estava perguntando sobre como vamos arranjar um trabalho, seu idiota. –Diz e guarda o caderno.

–Ah sim, você disse que queria ir dar uma olhada naquele café de hoje cedo, não é?

–Vai comigo? –Indaga e encara o professor que acabara de entrar na sala.

–Desculpa irmã, eu já tenho um trabalho em mente. –Ele sorri e se vira para encarar o professor também.

–A-alunos, como os outros professores estão em reunião eu irei ficar com vocês até o final da aula. –Ele fala enquanto se senta a sua carteira e começa a escrever em um notebook que pairava sobre a mesa desde o começo da aula. Palavras começavam a se digitalizar no quadro, o que gera uma dúvida na cabeça de Lucia.

–Dake. –Chama a atenção do garoto que se vira para ela. –O que está sendo escrito no quadro é o que o professor está digitando no notebook, não é?

–Sim. Os quadros dessa escola são uma tecnologia até que avançada. Você pode tanto escrever com uma caneta especial quanto digitar no computador. Ah, e também ouvi falar que pode ser por comando de voz, mas não tenho certeza se é verdade. Parece ser divertido.... –Explica e volta a prestar atenção.

Dakota pesquisou bastante sobre esse lugar, e parece que tem contatos aqui mas ninguém me conhece ou sabe que eu sou. Melhor assim, fica mais fácil de conseguir algo.

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–Ah, que aula entediante! –Diz e se deita em sua cama.

–Como pode dizer uma coisa dessas sendo que passou todas elas escrevendo besteiras? –Indaga o garoto e começa a se trocar. As aulas tinham acabado e eles tinham a tarde livre.

–Cala a boca... –Diz e escuta sua barriga roncar. –Irmão...

–O que?

–Estou com fome. Não comi nada na hora do lanche por sua causa!

–Eu precisava terminar aquele trabalho e quem quis me esperar foi você. –Se defende.

–Que seja! Vou arranjar comida. –Diz e caminha até a porta quando é parada por seu irmão que a pega no colo e a joga na cama. –O que está fazendo, idiota?! –Indaga nervosa.

–Você vai se trocar e eu vou arranjar algo na cantina. –Dito isso ele sai pela porta a deixando sem poder responder.

–Idiota. –Ela começa a se trocar.

Até parece que eu vou ficar parada esperando que ele me traga comida... não sou nenhum tipo de cachorro.

Andando pelo corredor vê um garoto saindo de um dos dormitórios. Tinha cabelos castanhos e usava um óculos que tapava metade de seu rosto. O garoto parecia ser mais baixo que ela. Lucia então teve uma ideia. Algo que já tinha feito antes. Ela se aproximou dele e viu algo que chamou sua atenção, havia uma mala ao seu lado. Ela não parou para pensar o porquê. Não iria parar, então chamou a atenção do garoto.

–Ei garoto! –Quando ele se virou para ver quem era, ela o empurrou contra a parede e o beijou... sim, beijou.

–O-o que...? –Ele estava completamente ruborizado. Ela se soltou, sorriu e saiu andando.

Só Isso? Tch. É bom que dê para comprar um desinfetante bocal, que gosto de chocolate, argh.

Contando o dinheiro que havia pegado do garoto caminha a procura da cantina.

–Então você é dessas que faz qualquer coisa por dinheiro, loira? –Escuta alguém atrás dela perguntar. Ela se vira e o encara.

–E você é desses que se mete nos assuntos que não lhe dizem respeito, ruivo? –Indaga sorrindo.

–Não, mas eu tenho uma explicação. Eu estava com fome e sai para fazer uma boquinha, quando me deparo com uma garota beijando o nanico do 59, eu continuo meu caminho e adivinha? Encontro aquela doida contando dinheiro... acho que eu devo suspeitar, não é? –Sorri maldoso.

–Eu também tenho uma explicação. –Diz confiante enquanto guarda o dinheiro.

–Ah é? Diga então. –Ele cruza os braços e a encara.

–Eu estava com fome... estou com fome. Ele tinha dinheiro e, além do mais aquilo foi só um beijo. Não é grande coisa. –Diz se vira e volta a caminhar para seu objetivo.

–Só um beijo? Não é grande coisa? É isso que você pensa?–Ele a para tocando seu ombro.

–Exatamente... agora eu preciso comer alguma coisa. Até logo. –Ela sorri e volta a caminhar.

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Ela já havia comido e voltado para o dormitório. Seu irmão chegou antes dela e lhe deu uma bronca por ter saído sem avisar, eles discutiram. Dakota saiu do dormitório irritado e Lucia se deitou no mesmo estado de seu irmão.

Já havia amanhecido, Dakota já estava com seu uniforme e pronto para sair, então foi acordar a garota.

–Lucia, Lucia acorde. Vai se atrasar. –Ele dava tapas de leve em seu braço.

–Sai! –Gritou a garota enquanto se cobria até a cabeça. –Já vou.

–Melody disse que o representante quer conversar com você sobre o fato de ficar aqui... –Ela faz que sim com a cabeça. - Ela me levou para conhecer toda a escola ontem a noite. Ela também entregou seu uniforme e pediu para que você entrasse em contado com o representante o mais rápido o possível...

–Entendi, entendi! –Pegou seu uniforme e começou a se trocar.

–Fala sério! –Ele tapou os olhos. –Você sabe que apesar de sermos irmãos eu ainda sou um garoto, não sabe? –Perguntou se referindo ao fato de ela ficar nua em sua frente sem nem hesitar.

–Hum? E o que que tem? Eu sempre fiz isso... Você nunca viu uma garota pelada, não? –Indagou colocando a camisa.

–Já, claro que já... mas é meio estranho ver minha irmã se trocar! –Ele diz sem abrir os olhos.

Até pouco tempo eu fazia isso sempre.... Puberdade?

–Quem foi? Quando foi? E onde foi? –Colocou a saia e os tênis.

–Do que está falando? –Indagou abrindo os olhos.

–Você disse que havia visto outra garota pelada, não disse? Então. Quero saber quem, quando e onde. –Diz séria enquanto tenta colocar a gravata.

–Tsc, eu não preciso contar isso para minha irmã, preciso? –Ele caminha até ela e amarra a gravata do jeito correto.

–Tch, virgem. –Diz e veste o casaco.

–Vamos nos atrasar, de novo. –Diz impaciente enquanto abre a porta.

–Então, ficou muito idiota? –Indaga colocando as mãos nos bolsos.

–Linda... -Ele parece surpreso. –Você não usa saia desde pequena... era tão fofinha... –Diz e aperta uma das bochechas da garota. –Prefiro assim! –Fala, direto.

–Além de virgem é pervertido... como eu te aguento? –Ela caminha em direção a sala de aula sorrindo.