Sinceridades com Olivia - 2º Temporada! escrita por Tia Julia


Capítulo 3
Você se Lembra? Daqueles Tempos de Felicidade.


Notas iniciais do capítulo

HEEEY Gente ! Capitulo novo! O maior q eu ja fiz! E ia ser ainda maior... mas tive que resumir para n ficar cansativo kkk e.e
Bem, boa leitura!



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– ... Hey,... Cadê você?! - A menina olhava em volta , só vendo árvores que se estendiam para o céu. Não era considerada uma floresta, mas era matagal suficiente para uma criança de oito anos se perder. - .... E-Eu não estou gostando da brincadeira...- A menina dizia insegura, seu olho começava a marejar.

– Ah! Finalmente! Achei que tinha se perdido Olivia! - O menino de cabelos castanhos bagunçados saiu em meio as árvores. - Você está chorando?

– N-Não! - Ela limpou as lágrimas que se formavam. - Só caiu poeira no meu olho! Você me deu um susto, Simon!

O garoto riu.

– Desculpe! Mas você encontrou algum por aí? - O menino perguntou, se aproximando.

– Não, eles são dificeis de encontrar... Principalmente com tantas plantas...

– Não vamos desistir! Vamos caçar! - Ele disse, levantando o braço ao céu.

– Sim!

As duas crianças correram em meio ao matagal, olhando para cada pedra no chão, cada folha caída, cada árvore robusta.

– ACHEI UM!! - Olivia gritou, Simon correu para ver o achado.

– UOU! É A PRIMEIRA VEZ QUE VEJO UM TÃO GRANDE! - o garoto estendeu a mão para o besouro que estava repousado em uma planta esguia. - Quando soube que estava tendo uma migração de Besouros-Hércules para as florestas do Sul eu realmente fiquei ansioso para ver se encontrava algum!

– É o maior besouro que eu já vi na vida! - A menina dizia impressionada.

– Eu li que ele é um dos maiores insetos e o animal mais forte do mundo! Ele pode chegar a 17 centímetros! - O menino pegou o besouro , colocando-o em seu braço. O animal era alguns centímetros maior que sua mão.

– Você realmente gosta desses bichos né? - A menina disse rindo.

– Gosto de aprender coisas novas sempre, é diferente. - O menino sorriu, contagiado.

– Tudo bem pegar ele assim? Ele não pode te morder? - A menina disse um pouco preocupada.

– Não tem problema! Besouros Rinocerontes não mordem ou picam. - O menino acariciou o enorme inseto. - Vamos mostrar para nossas mães!

– Sim!

As crianças correram , feliz como toda criança é.

– Hey! Amanhã, vamos no parque do lado da padaria? - O garoto dizia, quanto caminhavam com o enorme besouro em seu ombro.

– Ah, aquele lugar... - A menina parecia incerta.

– O que foi? - Ele perguntou preocupado.

–... Nada! Vamos, vai ser divertido! - Ela dizia, arrancando um sorriso do moreno. Ela apenas rezava para que não fossem vistos.

–--------------___________________________------------------------

As vezes, nem sempre rezar era a resposta.

As duas crianças estavam sentadas na escada do lado de fora da casa do menino, que olhava para o chão com raiva, e a menina passifica, que tinha o rosto e braços cobertos por curativos. O garoto levantou de repente, gritando.

– POR QUE VOCÊ FEZ AQUILO?? - A menina levantou o rosto para ele.

Os olhos se encarando numa aura tensa.

– ... Não queria que você se machucasse...

– E ENQUANTO A VOCÊ? VOCÊ SABIA SOBRE AQUELES CARAS? - Ele indagou.

– Eu conhecia eles, eles são só uns adolecentes que gostam de fazer bullying com os mais novos...

– ELES ESTAVAM ME AMEAÇANDO, NÃO VOCÊ! VOCÊ NÃO DEVIA TER SE INTROMETIDO NO MEIO, OLIVIA. VOCÊ APANHOU DELES NO MEU LUGAR...

A menina ficou em silêncio. Ela sabia que os adolecentes problemáticos iam muito naquele parque para se divertir com os mais novos, ela já estava acostumada a lidar com esses garotos. Geralmente era seu irmão que estava ao seu lado para protege-la. Ela não queria que o mesmo acontecesse com seu melhor amigo.

O garoto observava o rosto da menina.

– Eu... É por causa da minha condição né? - A menina se assustou com o que ouvia.

– Não... Não é por isso...

– Eu não sou tão fraco quanto você acha... - Ele riu - Quem eu quero enganar, eu não posso nem defender uma menina de caras maus...

– .........Só quero que saiba... - A menina chamou atenção dele - Que não vou me desculpar pelo o que fiz. Não fiz isso por causa da sua condição, fiz isso por que você é meu melhor amigo, não quero que machuquem meus amigos...

Eles se olharam por um tempo, até que o menino suspirou.

– Odeio como você não pensa antes de agir. - Ele deu um breve sorriso - Vamos entrar, minha mãe fez torta de limão.

Ela sorriu para ele, e correram para dentro.

–----------______________1 ano depois_______________------------

Você vai realmente libertar o Salomão? - Olivia dizia, segurando o Besouro-Hércules o qual apelidaram pelo nome do Rei bíblico.

O menino e a menina (que agora tinham 10 e 9 anos respectivamente) estávam na mesma floresta de meses atrás, onde antes encontraram o besouro, agora o libertavam.

– Sim, depois de alguns meses percebi que ele parecia realmente infeliz morando num pote. Foi muita maldade. - Ele sorriu, abrindo as mãos revelando o animal. A garota se aproximou e fez um breve carinho no animal. Não se sabia se realmente o sentia por baixo da dura casca, mas foi mais pela intenção de uma despedida ao pequeno (ou nem tanto) bichinho. -Ok amiguinho, você agora pode voltar para sua natureza!

Ele colocou o inseto numa folha, observaram enquanto o animal andava de volta à sua casa.

– Bem, nosso trabalho está feito, certo? - Olivia disse, sorrindo para o menino ao lado.

– Sim, vamos voltar. Comprei uns jogos novos ontem, vamos estreia-los! - Eles riram e foram andando pela trilha de volta para casa.

– AI! - O menino bate o pé em alguma coisa no chão, perdendo o equilíbrio, caindo e levando a garota do lado junto.

Os dois estavam caindos no chão, sujos de lama e pedaços de folhas.

– Aow... O que você está fazendo, Simon?? - A menina olha brava para o menino em baixo dela.

– Ai...- Ele passa a mão na cabeça numa entativa de amenizar a dor. - Sei lá, eu tropecei em alguma coisa...

A garota olhou para trás procurando o causador do tombo. Vendo algo enterrado no chão, ela se levanta e anda até o objeto. Tinha alguma coisa que parecia ter sido soterrada (pelo tempo ou por alguém). Com as mãos sujas, a menina puxa o objeto para fora da terra.

– O que é isso? - A menina segurava um tipo de mini carrossel, estava sujo, e com partes que antes eram coloridas, agora estavam falhas. Alguns cavalinhos faltavam. - Parece um brinquedo...

– Deixa eu ver. - O garoto pegou o brinquedo, inspecionando-o. Olhando em baixo, ele percebeu que poderia ser aberto. Dentro do brinquedo havia um estranho cilíndro cheio de bolinhas, preso a uma coisa que lembrava à um pente. Essas coisas eram ligadas por uma chave. - Ah! Eu acho que é uma caixinha de música!!

– Uma caixa de música?? - A menina sorria impressionada.

– Sim, mas acho que está quebrada... Não funciona mais...

Olivia olhou para a caixinha, abandonada nesse matagal, perdida. Que tipos de memórias essa caixinha guarda de seus antigos donos?

– Vamos enterra-la. Pode não funcionar mais, mas é triste ver ela jogada assim no meio da floresta.. É solitário... - Simon olhou para ela com leve admiração.

– Uau, você consegue ser realmente feminia e fofa algumas horas...

– C-cala a boca!

Eles andaram, seguindo a trilha segurando a caixinha abandonada.

– Sabe, minha mãe diz que essa floresta é mágica. - O menino disse repentinamente.

– Mágica?

– Sim, ela vivia dizendo para mim que aqui é cheio de tesouros. Mas ela diz que não importa o quanto procure, você nunca encontrará as riquezas desse lugar!

– Mas, como pode ser tão cheia de tesouros e ninguém nunca encontrar nenhum?

– Ela diz que os tesouros guardam uma alma, uma lembrança. Se você for bom, os tesouros vem até você! - Ele dizia, olhando para a caixinha de música.- Romântico, né? Talvez essa caixinha seja um tesouro que nos encontrou!

A menina sorriu.

– Talvez, isso significa que somos bons?

– Não acho que eu seja um garoto bom. Eu roubei brigadeiro antes do parabéns no aniversário da Maria, acho que minha vaga no inferno já está reservada! - O menino disse, soltando uma gargalhada de Olivia.

– Você realmente é um Bad Boy hein! - Eles riram, e continuaram a caminhar. Mais um dia calmo da infância, um daqueles dia que sempre guardamos em nossos corações.

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– Simon, você está tossindo bastante ultimamente... - Olivia disse com um pouco de preocupação.

– É ... O frio está chegando , então sempre fico asism - O menino disse colocando a mão na boca para impedir mais tossidos. - Sabe como fico resfiado facilmente.

– Se estiver se sentindo mal me avise!

As duas crianças estavam caminhando pelo bairro, como a cidade era pequena, não havia muito movimento de carros, assim não havia muito problema em deixar as crianças andarem livremente. O inverno estava chegando e a temperatura diminuia gradualmente, o inicio do entardecer era hora de se por os agasalhos.

– Eu estou bem! - O garoto insistia. - Mas é uma pena , queria tomar sorvete.

– Tomar sorvete com esse frio? Você realmente GOSTA de ficar doente.

Riram brevemente, e continuaram a caminhar. Estavam em direção à casa da menina.

– Sinceramente! Vocês dois! Está fazendo frio e vocês com essas roupinhas leves! - Um garoto de onze anos saiu de dentro da casa, com olhos que se dividiam entre azul e castanho.

– David, você tá parecendo a mamãe. - A menina disse. - Você não é tão mais velho que eu para achar que pode cuidar de mim, HUMPF! - Ela virou a cara pro lado, não querendo nem saber.

– Você as vezes é tão dura com ele, Olivia... - Simon ria em meio a um pouco de tosse.

– De qualquer forma, vocês dois, entrem antes que peguem um resfriado. - David deixou a porta aberta para que eles entrassem.

Eles subiram para os quarto dos irmãos (que dividiam o mesmo aposento). O menino mais velho saiu para pegar algo para comerem. O moreno e a menina ficaram no quarto.

– Ei quer jogar video-game? - A menina ofereceu.

– ... Ok. - O menino demorou um pouco antes de responder. Olivia percebeu mas ignorou.

Passaram uns 5 minutos que estava jogando, a garota já havia vencido duas batalhas.

– Ah... você anda melhorando hein,... haha... - O menino dizia, Olivia percebeu que ele parecia estar ofegando.

– Simon, você está bem? - Ela foi se aproximando dele lentamente.

– Hã? Ah... sim estou, só fiquei um pouco tonto por causa... da tv... - Ele começou a tossir.

– Simon...

O garoto ficou de pé.

– Tudo bem, isso acontece sempre, você sabe... - De repente, ele pôs a mão na boca, tampando-a com os olhos arregalados.

– V-você quer vomitar?? - A garota, sem saber o que fazer, tentava se aproximar mas o menino só se distanciava. O garoto engoliu o que quer que estivesse tentando sair de sua boca. Com o rosto um pouco agonizado ele virou para ela.

– N-não, foi só-- - Antes que pudesse termiar de falar, ele virou para o chão enquanto o líquido era despejado de sua boca. O garoto tinha leves convulsões no processo, mas o que assustou a garota foi a cor do vômito. Era vermelho.

[IMAGEM]

O garoto olhou para a menina enquanto sua respiração falha era misturada com ofegos e engasgos, uma faixa de sangue escorria de sua boca. Ele tentava pronunciar o nome de Olivia. A garota estava congelada com os olhos arregalados em puro choque, que só foi desperto quando o menino caiu inconsciente no chão.

Os gritos desesperados da menina ecoavam pelo lugar. Segurando o corpo desmaiado de seu amigo, enquanto lágrimas saiam de seus olhos e ela clamava por ajuda. Seu irmão apareceu abrindo a porta ao ouvir os gritos da irmã mais nova. Chocado ao ver a cena, ele correu para um telefone , ligando para os pais do menino e também para uma ambulância.

Abraçando o corpo do menino enquanto gritava, sua roupa se sujava de vermelho.

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– Veja, eu estou bem, não precisa mais chorar... - Simon acariciava os cabelos castanhos da menina. O quarto inteiramente branco do hospital estava silêncioso exeto pelos fungos da garota. O céu alaranjado do entardecer iluminava o aposento como uma tela branca sendo preenchida por tinta laranja.

– M-mas você vomitou sangue!! Aquilo me assustou muito!! - Ela tentava parar de chorar, mas para uma criança provavelmente foi uma cena no mínimo chocante.

– Foi só hemorragia pulmonar... Algo saiu errado e meu pulmão encheu de sangue. Mas já resolveram isso, eu estou bem. - Ele sorriu reconfortando-a.

–... Sério? - A menina olhava para os finos tubos que estavam presos em seu braço e em seu nariz.

– Sim.

Uma enfermeira entrou e pediu para que Olivia saisse para Simon descansar. Aos sair da sala com um pouco de esforço da mulher, Olivia viu a mãe do garoto entrando em uma sala com um médico. Como toda criança cuja nunca sofreu as consequências da curiosidade, ela seguiu os adultos discretamente. A mãe de Simon tinha seus longos cabelos castanhos encaracolados presos num , meio coque, meio rabo de cavalo. Ela parecia tensa e falava com o médico gesticulando muito. Olivia se aproximou da porta.

–... Mas Doutor... O senhor disse que era apenas hemorrogia pulmonar! - A mulher falava alto.

– Não queria falar coisas que pudessem assustar as crianças.- O homem disse sério, e isso pareceu assusta-la.

– Mas assim o senhor ME assusta!

– Maria, eu examino Simon à anos com suas visitas mensais. Tanto eu e você sabemos que a imuninadade dele é muito baixa, sua saúde pode constantemente passar de boa para drástica.

–... O que você quer dizer? - Os braços da mãe de Simon tremiam.

– Além da hemorragia, avistamos sinais de Meningite. Não é grave, mas podem se desenrolar para algo mais sério. O que me procupa mesmo Maria, é que acredito que ele possa estar com Tuberculose.

– Turbeculose? Mas, não é algo sério...Já que foi descobrto agora ele pode tratar, né?

– ... Ele está com Turbeculose a mais de dois meses. - A mulher arregalou os olhos. - Por causa de sua baixa imunidade não haviamos notado a doença em si, ela pode ser confundida facilmente com uma febre insistente. A Tuberculose grave e os problemas em seu pumão podem abrir portas para um Câncer... O que quero dizer é que se isso não for tratado logo,... pode causar danos irreversíveis.

''Danos irreversíveis'' Olivia sabia o que isso significava. Ela ficou parada, imóvel, na frente da porta enquanto as informações eram processadas. Ela se afastou da porta, andando pelo corredor branco do hospital, passos lentos que ao mesmo tempo que ecoavam pelo corredor, as palavras que não queria pensar ecoavam em sua mente.

''Simon vai morrer.'' Ela pensava. '' Meu único e melhor amigo vai morrer!''

Ela corria pelo corredor, ao passar pela porta no qual estava seu amigo, ela parou por alguns segundos. Respirou e suspirou para se acalmar.

''Ele está bem, ele vai ficar bem..'' ela dizia enquanto ouvia o garoto do outro lado da porta tendo um ataque de tosse. Ela virou o rosto e correu para fora do Hospital onde seus pais aguardavam.

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O tratamento para Tuberculose não era algo rápido, o tratamento em si demorava meses, mas quando a doença é descoberta muito tarde pode demorar mais ainda. As visitas de Simon ao hospital eram constantes, o menino que já tinha uma saúde muito fraca e vivia de problemas agora já estava enjoado de olhar para o quarto branco no qual se hospedava pela sexta vez no ano. Já havia se passado alguns meses desde o incidente com sangue. Por causa de seus constantes isolamentos, ele havia se apegado bastante à jogos e livros, qualquer coisa que pudesse tirar seu tédio durante as internações. Olivia e David constantemente o visitavam, e isso o deixava muito feliz. Ele havia percebido que a menina ficava preocupada a cada vez que ia ao hospital, sempre que olhava os túbos que ligavam ao seu corpo. Ele odiava ter esse corpo fraco, nunca podia brincar ou proteger as pessoas. Mas ele estava bem, pois tinha a sua melhor amiga do lado.

Até um certo dia.

Olivia entrou no quarto do hospital, ela parecia um pouco tensa ao ver de Simon, o que o deixou desconfiado.

– A-ah, bom dia Simon! Como está se sentindo?

–... Bem, obrigado... - Ele olhou era de cima a baixo. - Tem algo para me falar?

– Urg! - A menina pigarreou em surpresa '' Ele consegue ler minha mente??'' ela pensava. ''Ela é tão facil de se ler..'' era o que Simon pensava, rindo por dentro. A menina olha para ele com olhos marejados. Sem mais demora, ela começou a chorar. Simon se assustou e não sabia o que fazer.

– A-ah, Olivia, o-o que houve?? - Ele perguntava inquieto.

– M-Meus pais! N-N-Nós vamos nos mudar! - Ela chorava, passando a mão pelo rosto.

– O que..? Para aonde? - O garoto perguntava tentando não parecer abalado.

– P-Para outra cidade! Meus pais arranjaram emprego lá! Não poderei mais te ver Simon! - Ela fungava, o rosto lambusado de lágrimas que tentara impedir.

O garoto mordeu o lábio, logo depois sorrindo gentilmente.

– Então é isso... Está tudo bem.

– Hã? Não está! Não seremos mais amigos!

– Ainda seremos amigos, sempre seremos! - ele sorriu para ela. - Você poderá fazer mais amigos lá.

– Eu não QUERO novos amigos, eu quero continuar aqui!

– Você sabe que não podemos fazer nada a respeito...

– Mas... - A menina se calou, sem melhores argumentos. - Não quero me separar de você...

O garoto virou para a janela, o céu estava laranja, cor do entardecer.

– ... Vamos fazer uma promessa.

– Uma promessa?

– Sim, quando você for para lá, mandaremos cartas um para o outro, ok? Sem esquecer! Assim sempre manteremos contato.

– S-sério?- Ela havia parado de chorar. Ela se aproximou da cama na qual o menino descansava. - Quando você melhorar, por que você VAI melhorar, a primeira coisa que você vai fazer é me visitar, ok??! Repita o que eu disse!

–... Quando eu estiver 100%, a primeira coisa que farei é visitar você.

– É uma promessa! - Ela estendeu o dedinho para ele, que o enroscou, usando o próprio.

– É uma promessa. - O menino sorriu.

– Se você quebrar essa promessa tenho permissão para te encher de porrada? - Ela dizia séria, porém fazendo bico.

– Hahaha claro. - Eles riram.

Alguns minutos até que a menina tivesse que voltar para casa, eles aproveitaram cada segundo. Na hora em que ela ia embora, antes de sair pela porta ela virou-se para o menino.

– Simon. - Disse chamando a atenção do mesmo. -... Não morra antes de me ver...Por favor.

–.................. Não irei. - Ele sorriu, um sorriso triste.

Olivia virou e foi embora.

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Já havia se passado seis meses desde que Olivia havia se mudado. Simon passou a viver de video-games, comida, idas ao hospital, remédios e cartas. As cartas inicialmente começaram com coisas um pouco estranhas, pois não sabiam exatamente do que falar. O momento mais feliz do dia de Simon era ver todo dia se havia chego mais. Para Olivia não foi diferente.

Mais tempo se passou. Simon passou a ter problemas de vista, passou a usar óculos. Ele se olhava no espelho e pensava em sua imagem como a de um nerd. Acreditava que essa imagem lhe caia bem. Ele passou anos pedindo para sua mãe para que fosse visitar a amiga, mas ela o proibia devido as doenças não terem curado, e uma viagem só iria piorar. Por esse motivo, ele guardava todas as cartas que a menina lhe enviava, elas eram colocadas dentro de uma caixa e uma das prateleiras do armário. Ele gostava de relê-las no tédio.

Tinha 13 anos quando estava no quarto de casa, arrumando o mesmo. Ele havia acabado de desligar o Nintendo DS após a ultima batalha Pokémon. Não estava com o mínimo saco de arrumar o quarto, mas não há nada que pudesse fazer. Havia pego a vassoura para varrer o chão mas suas mãos travaram antes de encostar na mesma. Seus dedos haviam congelado e travado, não respondia ao seus comandos igualmente as suas pernas, que começaram a tremer e a perder força. O ar começou a ficar dificil de se respirar, ele desabou no chão quando seu coração começou a bater de forma raivosa e descompassada. Ele só lembrou de ver sua mãe correr para dentro do quarto desesperada.

Lá estava ele de novo, ele pensou, naquele quarto branco que tanto lhe dava pesadelos. Havia passado o dia inteiro naquele hospital de novo e dormiria lá. Daqui a pouco iriam dar um quarto com seu nome escrito na porta de tantas vezes que ja veio no lugar. Ele queria escrever uma carta para Olivia, mas sua mãe falou para não se preocupar com coisas bobas num momento desses. Durante a tarde, suou demais, não importava o quanto aumentavam (diminuiam?) o ar condicionado.
Acordou por volta das 3:00 a.m. O suor escorria pela testa e pela nuca, ele arfava violentamente, o ar que te restava parecia pesado. Ele estava sofrendo, sentia dores em várias partes do corpo.

''Hah...Então é só até aqui que eu vou, né?'' - ele pensava com desgosto. Olhou para o papel e a caneta que estavam em cima da mesa. Ele tentou levantar para alcançar o papel , o que resultou numa queda da cama direto para o chão. Com esforço, ele se arrastou até a mesa, lentamente, dolorosamente.

Tocou no papel que visava como objetivo. Com as mãos trêmulas, apenas escreveu uma frase. Escreveu o endereço e o destinatário.

Andando pelos corredores do hospital escuro, se sustentando nas paredes, ele ia até o final do corredor onde havia uma caixa de correio. Suas pernas trêmiam e era doloroso respirar, além disso, ele sentia que algo queria sair para fora de seu estômago. Colocada a carta na caixa, ele despencou sem forças no corredor.
Caido no chão gelado, olhando para o teto enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto. Suas pernas e braços sofriam espasmos dolorosos e sua boca se enchia de saliva. Ele tentou erguer a mão para o alto.

''Desculpe,... Não poderei cumprir a promessa..'' - ele pensava, sem conseguir pronunciar em voz alta as palavras.

Mais lágrimas escorriam de seu rosto.

'' Eu não... EU NÃO QUERO MORRER!'' - Um pequeno gêmido de dor conseguiu ser pronunciado. Ele pensou na mãe, pensou na vida que ainda não teve, nas coisas que queria fazer e não pode, na velha amiga de infância. Enquanto seu corpo era dominado por espasmos, a escuridão veio e sua ultima visão foi de uma ensolarada tarde de domingo.

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– Sério Olivia! Se você demorar muito a comida vai esfriar! - O menino de olhos bicolores gritava do andar de baixo. A garota de agora 13 anos apenas riu e o ignorou propositalmente, fingindo não ouvir por causa dos fones de ouvido. - Eu sei que está me ouvindo, Olivia! - Ele dizia.

A menina riu internamente e cantarolou um pouco para dar força à sua interpretação.

O menino na escada suspirou. Ergueu um envelope branco e o balançou no ar, com uma voz dramática ele dizia:

– Aah, que pena. Ela não vai saber que chegou uma carta do Simon...

– !!! - Em menos de dez segundos a menina já estava no pé da escada. - AONDE? CADÊ?

Ela havistou o papel na mão do irmão.

– Me dá! Me dá! - Olivia pulava para pegar o papel das mãos do irmão, que (por ser mais alto) levantava o braço impedindo-a de cumprir seu desejo. Ele deu a língua para ela, e Olivia revidou dando um chute em sua perna.

– AI! - Ele gritou e ela aproveitou a chance para pegar o papel e subir as escadas correndo, ouvindo seu irmão praguejar.

Fechou a porta do quarto enquanto suspirava. Ela sempre se alegrava ao receber uma carta de Simon, mesmo de anos depois de sua mudança da cidade, ele ainda era o único amigo dela.

Ela sentou na beirada da janela enquanto rasgava o envelope. O papel cor-de-rosa da carta chamou sua atenção, mas não tanto quanto o que estava escrito.
Só havia uma frase escrita nela, a letra estava borrada e trêmula.

''Me desculpe.''

A garota piscou, virou o verso da folha, mas só havia aquela frase escrita.

– Isso... é um engano, certo? O que é isto? Haha... Ele deve estar brincando, achando que pode me preocupar desse jeito... - Ela tentava continuar falando, mas sentia como se uma bola de tênis estivesse entalada em sua gargando, impedindo-a de pronunciar qualquer coisa.

Ela mordeu o lábio, enquanto lágrimas começavam a escorrer lentamete pelo rosto. Ela abraçou a carta, ela entendeu a mensagem, ela soube o significado.
Significava que Simon não poderia cumprir a promessa.

Com a carta amassando em seus braços, ela começou a gritar enquanto um rio de lágrimas pingavam em suas pernas. Ela esperniava e chorava, era só isso que podia fazer.

– IDIOTAA!!- Ela gritou alto enquanto continuava a se despedaçar. - SEU GRANDE IDIOTA MENTIROSO! IDIOTAA!!

O primeiro a subir no quarto foi David, que perguntava o que havia acontecido. Ela lhe mostrou a carta.

O irmão mais velho arregalou os olhos, e abraçou a irmã enquanto ela gritava. Ele a abraçava forte, pedindo para o que quer que os observasse agora, pudessa passar essa dor de sua irmã para ele. Os pais vieram logo depois , sem entender, enquanto viam seus filhos abraçados e a menina aos prantos.

Naquela noite, a menina se trancou no quarto. Ela sabia que aquilo poderia contecer, sempre soube. Mas isso não significa que estava preparada. Ela enviou várias cartas para o menino, mas não houve resposta.

Depois de algumas semanas após aquele dia, a menina passou a não querer tentar fazer amigos. Estava sempre com um jeito indiferente e de quem não liga para nada. Sempre que se aproximavam ela não dava bola.

Ela continuou assim por meses, até que uma estranha garota de cabelos pretos ondulados e óculos cor-de-rosa pediu para dividir o lanche com ela.

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Ao abrir os olhos, um forte clarão branco queimava sua vista.

Se acostumou com a claridade do lugar, estava num quarto branco, ''Um hospital?'' se perguntava. Sentou na cama devagar, sentindo uma forte dor de cabeça. Os cabelos castanhos bagunçados pareciam mais longos do que ele se lembrava.

''Se lembrava?''

''Eu não lembro de nada...''

''Como vim parar aqui?''

O menino se enchia de perguntas. Lentamente, começou a tentar processar as informações em sua mente.

'' Meu nome é Simon... Eu ... Gosto de jogos... '' Estava no meio do processo quando a porta se abriu num estrondo, assustando o menino.

A mulher a sua frente tinha cabelos castanhos cheios e cacheados, havia marcas de choro em sua expressão. Ele a reconheceu como sua mãe.

Ela pulou em cima dele enquanto chorava. Ela agradecia a Deus, aos médicos, a tudo.

– Meu filho! Achei que tinha te perdido!

–.... Eu... estou bem eu acho... O que aconteceu? - Ele perguntava confuso.

– Você sofreu um ataque epilético cardíaco. - O médico dizia enquanto entrava no quarto. - Isso bagunçou muito seu sistema nervoso. Você estava praticamente morto, seu corpo estava. Mas sua mente ainda funcionava. Você praticamente ficou em coma.

– Em coma??!! - O menino se assustou. - Por quanto tempo??

– Quatro meses! Você ficou morto por quatro meses! - A mãe dizia, ainda em lágrimas.

''Quatro... meses...'' - Ele pensava enquanto passava a mão pelos cabelos, sem acreditar. - Eu não lembro de nada... antes disso...

– Como os ataques afetaram bastante seu sistema nervoso e cerebral é normal se sentir confuso. É apenas uma amnesia fraca, você irá se lembrar das coisas quando ve-las ou ao passar com o tempo. Mas algo deve desencadear sua memória.

– Sim... quatro meses... Eu perdi meu aniversário de 14 anos? - Ele perguntava triste.

A mulher, enquanto o abraçava, dizia:

– Vamos para casa.

Simon voltou para casa. De acordo com o médico, sua ''morte'' foi como um ''reiniciar'' para seu corpo. Durante esses meses que ele ficou em coma, o corpo se recontruiu e lutou. Ele havia se curado dos perigos (juto com algumas cirurgias e remédios constantes). Ele poderia ainda ficar mal se se esforçasse demais, mas não corria risco de morte.

Aos poucos ele se lembrava das coisas, quando ficava com a familia, ia para a escola e coisas assim. Era dificil pois ele só se lembrava das coisas se ouvesse um tipo de ''chave'' que liberasse a lembrança, como um objeto ou imagem.

Se passou dois anos e ele sentia que algumas coisas faltavam.

Ele havia se acostumado coma vida agora. Aprendeu a gostar bastante de coisas que não gostava antes, como esportes (que não podia praticar devido à sua condição), havia se apaixonado por livros, ele sempre gostara de jogos também mas agora conhece mais, conheceu mais a música e até aprendeu a tocar guitarra (o básico). Agora ele estava deitado em sua cama numa manhã de sábado. Ele começou a espirrar por causa de toda a poeira acomulada. Não limpava o quarto fazia tempo.

– ...Esse lugar está uma bagunça! Melhor limpa-lo antes que minha mãe veja... - Ele disse, pegando a vassora e começando a varrer tudo.

Ele ajeitou os livros e as prateleiras, limpou seus gibis e os poucos mangás e deu uma espanada em seu PS3 (ele queria comprar o quatro, mas não está com muito dinheiro.). Abriu o armário e começou a limpar os fundos, logo depois, subindo para espanar as prateleiras. De repente, um bando de coisas caiu da última prateleira, o que fez chover poeira para todo lado, e um morrinho de tralha se acumulou em seus pés.

– Ah.. que maravilha. - Ele riu enquanto sentava para pegar as coisas. Ele reparou que dentre as coisas, havia uma caixa de papelão. - Hum? O que é isso?

Ele abriu a caixa e um bando de papéis estavam organizados e enfileirados. Ele retirou um dos papéis e percebeu que era um tipo de carta. Sem saber direito o que era, ele começou a ler uma aleatória.

Os olhos percorriam as palavras escritas à caneta, com um toque infântil. Ao terminar de ler a carta, ele abriu outra, lendo-a em seguida. Depois outra e mais outra.

Sua mente estava confusa, ele se lembrava daquilo, claro que lembrava, ele escrevia quase toda semana para sua melhor amiga.

Ele escrevia para Olivia.

Com um engasgo de surpresa, ele lembrou de tudo relacionado a pequena menina. Como pode se esquecer , ele se perguntava. Ele também lembrava da promessa, da qual quebrara dois anos atrás.

Mais rápido que qualquer animal do mundo, ele correu pela casa, arrumou um bolsa grande e enfiou as coisas que precisava na velociadade da luz. Desceu as escadas procurando por sua mãe.

– MÃE! - Ele gritou, assustando a mulher que estava na sala, lendo uma revista.

– O que foi, filho?

– VOU PASSAR UNS DIAS NA CASA DE DANIEL! - Ele dizia, o nome do menino se lia como ''Deniel''.

– O que? Do que está falando?? - A mulher indagou, confusa.

– VOU PEGAR UM ÔNIBUS E PASSAR UM TEMPO COM DANIEL, NÃO TENHO TEMPO PARA EXPLICAR, EU SOU UM PÉSSIMO CARA!. - Ele disse enquanto corria, usando apenas uma bolsa que serviria de mala. Ele ouvia a mãe gritando , pedindo explicações.

Ele não sabia aonde ela morava agora, mas lembrava a cidade, ela dizia nas cartas.

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Ele não esperava que a encontraria do jeito que a encontrou.

Sendo guiado por desenhos numa pedra qualquer num parque aleatório.

Talvez fosse o destino?

O que importa é que ele pode cumprir a promessa.

De um jeito ou de outro.

Ele sentia as lágrimas de saudades descerem enquanto abraçava o corpo da garota em sua frente.


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Notas finais do capítulo

Aee Espero q tenho gostado ;u; Será que conseguir fazeer seus feelings saltarem sob a pele? kkk Espero que sim >.< Sinceramente, acho q sou malvada demais com Simon, sofreu demais tadinho e_e Enfim, obrigada por lereme até a proxima