-Akira... - Cantarolei seu nome baixo, sentando do seu lado. Estávamos na PSC, mas os outros já haviam ido embora, restando ali somente eu e ele. Ele tirou os olhos do seu mangá e olhou pra mim interrogativo - Sabe que dia é hoje? - Falei arrastado, tentando parecer o mais sexy possível, mas não obtendo nenhuma reação dele.

-Primeiro de fevereiro, porque? - Ele disse, ainda interrogativo. Será possível que ele esqueceu do meu aniversário, logo do meu aniversário?!

-Por nada Suzuki, por nada. - Me levantei e saí dali bufando, ninguém da banda havia lembrado. Aoi estava oculpado demais em secar as coxas do Uruha, como se ninguém visse, Uruha estava ocupado demais em fingir não ver o Aoi secar as suas coxas, o Kai passou o dia no telefone com o Miyavi, outro que também esqueceu. E agora o Reita, como assim, todos eu ainda aceitava, agora ele não, logo ele poxa!

Entrei no meu carro, batendo forte a porta. Qualquer pessoa que prestasse mais atenção sabia do minha paixão por ele, via o jeito que eu babava por ele, menos aquela planta oxigenada estúpida! Já devia estar a quase 300 km por hora, mas eu não me importava, eu não tinha comprado aquela merda de Lamborghini Gallardo* pra ficar passeando mesmo! Já devia ter pego um milhão de multas quando cheguei em casa. Estacionei em frente ao edifício mesmo e desci, indo direto e subindo as escadas. Eu morava no terceiro andar, e até o elevador descer do vigésimo segundo eu já teria perdido minha paciência.

Girei a chave, respirando fundo o ar ao abrir a porta. Pode até parecer estranho, mas só o fato de estar na minha casa, só eu, já me deixava mais calmo. Fazia um tempo que eu havia ido morar sozinho, e pra mim isso está sendo ótimo. Larguei minha bolsa em cima do sofá e fui me deitar, nem trocar de roupa eu troquei, estava cansado, estressado, e triste, então que se dane.

Me joguei naquela cama imensa que eu havia ganho do Kai, "para caber muitas pessoas ali" disse ele, de inocente só o sorriso, mas enfim... Me agarrei no primeiro travesseiro que eu vi e deixei as lágrimas caírem, eu precisava disso, chorar, me fazia bem.

Chorei por um bom tempo, provavelmente por horas, mas eu nem me importava com isso, quando eu senti uma mão tocar o meu ombro, me assustando.

-Hei, não chora... - Seus braços rodearam meu corpo em um abraço apertado, e só então eu percebi quem era.

-Co-como entrou aqui Reita? - Eu disse, após separar o abraço um pouco, o suficiente apenas para ver seu rosto, que surpreendentemente estava molhado de lágrimas também.

-Você esqueceu aberta... - Ele sorriu, secando minhas lágrimas, secando as suas em seguida.

-Porque você está chorando Rei-chan? - Me aproximei dele, secando com o polegar a lágrima que teimava em cair de seus olhos.

-Ruu... Eu te amo Taka... E não, eu não esqueci do seu aniversário, as lágrimas são de felicidade por conhecer você - Ele sorriu, me roubando um selinho em seguida. Devo ter passado uns bons minutos antes do choque passar e eu me jogar em cima dele, em um abraço ainda mais apertado que o anterior.

-Eu também te amo Reita, desde sempre... - Sorri, deixando mais lágrimas rolarem, lhe beijando docemente. E por kami, foi o melhor beijo da minha vida.

-Desculpe por te fazer chorar, eu estava... Tomando coragem pra falar com você nee... - Ele sorriu sem jeito, me abraçando.

-Não se preocupe, eu sempre vou te desculpar, por tudo... - Me afundei no seu peito, fechando os olhos, e apenas sentindo sua respiração.

Esse com certeza foi meu melhor aniversário...