Problemas no paraíso. escrita por GioGouvea


Capítulo 7
Capítulo 07.


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas queridas leitoras, aqui vai um capítulo surpresa pra vocês, porque esse final de semana eu realmente estava inspirada e acabei produzindo bastante, então posso dar uma adiantada pra vocês. Espero que gostem! Beijos



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O jogo estava terminando e eu juro que ia vomitar se Dylan fizesse mais um gol e apontasse para a Faith na arquibancada. Era óbvio que ela estava com ele pra me atingir, e Mason não tinha idéia do que poderíamos fazer para abrir os olhos dele. Ela tinha enfeitiçado ele de uma forma que, ele brigaria conosco porém continuaria acreditando nela. E qual foi a minha surpresa quando, alguns minutos antes do apito final, Sebastian fez um gol e apontou pra mim.
– Barbie, ele apontou pra você - Danna gritou pra mim e eu acenti com a cabeça ainda surpresa.
– Garota, você é muito rabuda mesmo! - Charlie disse e todas rimos. Embora elas fossem muito materialistas e fúteis, aquelas meninas eram o mais próximo de amigas que eu tinha, e eu me divertia muito com elas durante os treinos e intervalos.
– Será que o clichê capitão do time e capitã da torcida vai se realizar? - Krista disse enquanto montávamos a pirâmide.
– Cala a boca Krista, senão você vai me deixar cair - disse rindo. Por mais que eu estivesse confusa em relação aos meus sentimentos, eu não ia deixar a oportunidade de provocar Dylan e Mason ao mesmo tempo passar batida.
Quando fiquei em pé no topo da pirâmide, gritei - VAAAAAI SEBASTIAN! - e nem preciso dizer que a torcida foi a loucura encourando com o meu grito, e os jogadores ficaram todos rindo da cara de surpresa que Sebastian fez. Todos menos Dylan e Mason.
Logo que o jogo acabou, como combinado, fomos todos comemorar a vitória na casa de Sebastian, e eu fui de carro com ele. O mais engraçado, é que nem havíamos saído da escola ainda, e as pessoas já estavam indo pra lá. Quer dizer, ele era o dono da casa, e ninguém se importou em esperar ele para ir até lá. Me troquei e nos encontramos no carro dele, já que ele também havia ido tomar um banho no vestiário e tirar o uniforme do time.
– Olha, eu sei que você deve estar acostumada a escutar isso, mas você tá muito linda - ele disse abrindo a porta do carona pra mim e eu sorri sem graça.
– Obrigada, e você também está muito charmoso - elogiei. E era verdade, porque eu não conseguia pensar em quem mais conseguia ficar lindo com calça jeans e moletom; aliás, conseguia imaginar sim. Mason ficava igualmente, senão até mais lindo.
Apaguei esse pensamento da minha mente e tentei manter uma conversa normal com Sebastian, enquanto ele dirigia até um dos bairros mais caros da cidade.
– Fala sério, você mora aqui? - perguntei apontando para as mansões imensas que passavam pela minha janela.
– Devo dizer que você não é a primeira que tem essa reação - ele riu - mas seus pais são médicos, você não é o que se pode chamar de pobre - ele disse sem graça.
– Sim, mas aqui moram os empresários mais bem sucedidos do estado, espera, qual seu sobrenome ? - perguntei enquanto ele estacionava em frente ao local que deveria ser sua casa. Porque aquilo podia ser tudo, menos uma casa para um casal com apenas um filho. Mais parecia a fachada de um parque de diversões particular, como se ele morasse numa las vegas em miniatura.
– Hamptons - ele respondeu e meu queixo caiu.
– Você é filho dos donos da rede de hospitais Hamptons? - disse enquanto ele me conduzia para dentro.
–Sim, e você é filha dos doutores Hayes - ele disse passando a mão pela minha cintura - seja bem vinda Bárbara - ele disse em meu ouvido assim que passamos pelo portal da sala de sua casa, que já estava apinhada de gente com muita bebida e música alta, e nem preciso dizer que todos prenderam a respiração quando entramos.
Revirei os olhos e ele me conduziu até uma espécie de bar, e então começamos à beber e falar de bobagens, como adolescentes normais. Por alguns momentos, esqueci de toda a confusão que minha vida estava, e eu realmente me diverti.
– Vem, quero mostrar pra eles como se dança - Sebastian disse me puxando pela mão até perto do som, e então passou suas mãos pela minha cintura.
– Vamos com calma que eu só me garanto na torcida - balbuciei enquanto nos mexíamos no ritmo da música. Não é porque éramos o capitão do time de futebol e a capitã das líderes de torcida, mas a sala parecia registrar todos os nossos movimentos. Eles se mexiam conforme nós nos mexíamos, eles nos tratavam como realeza. Em parte também porque éramos uma espécie de realeza ali.
Sebastian involuntariamente mostrou todo o poder que sua família possuía, e eu era sua convidada de honra, éramos como uma espécie de Jay-Z e Beyoncé adolescentes.
E claro, como todo "casal" adorado, sempre tem os haters.
– Barbie, vou ali pegar algo para bebermos e já volto - Sebastian disse me dando um beijo na testa e eu acenti, me recostando no corrimão da escada, observando meus colegas de classe ficarem cada vez mais loucos.
De repente, sinto alguém me puxando pelo braço e me levando até algo que parecia uma lavanderia, e pela escuridão e álcool em meu sangue não consegui ver de imediato quem era.
– Dylan!- gritei me soltando - o que você tá fazendo? - perguntei brava.
– Eu estou tentando entender porque você tá pagando de casalzinho com o riquinho aí - ele disse visivelmente alterado.
– Eu? pagando de casalzinho? E quanto à você e a Faith? - disse deboxada.
– Qual a sua implicância com a Faith afinal? - ele disse ficando vermelho - ela não é tão má como você diz - ele cuspiu.
– Pergunte ao Mason então! - disparei e então sai andando às cegas pela multidão.
– O que o Mason tem haver com isso? - ouvi Dylan gritar atrás de mim mas eu já estava longe.
Fui andando pelo meio das pessoas procurando Sebastian, e então esbarrei em alguém. Não conhecia aquele rosto.
– Quem é você? - perguntei meio envergonhada.
– Eu que devia perguntar isso, você tá na minha casa - a garota riu.
– Que? - respondi confusa.
– Meu nome é Stephanie, sou irmã gêmea do Sebastian, não que isso diga algo -ela se apresentou e meu queixo caiu. Eu não tinha ideia de que ele tinha uma irmã.
– Ual. Não sabia que ele tinha uma irmã! Eu sou a Bárbara, me chama de Barbie - disse estendendo a mão e nos cumprimentamos.
– Então você é a famosa Bárbara Hayes - ela disse gargalhando e eu fiquei envergonhada. Isso estava acontecendo com muita frequência, e eu não gostava da sensação de me sentir envergonhada.
– Famosa porque? Não faço nada demais - joguei enquanto andávamos até a sala, onde a maioria das pessoas estavam.
– O Sebastian não para de falar de você. Você é uma espécie de mulher perfeita pra ele - ela disse e então fui abaixando minha guarda. Ela era só uma adolescente normal como todas, com a única diferença que era irmã do cara mais rico do estado.
– Que isso, estou longe de ser perfeita. Sou surpreendentemente normal Stephanie - disse rindo.
– Que isso meu Deus, me chama de Steh - ela disse pegando um maço de cigarro do bolso de trás da calça - servida?
– Isso não faz mal? - perguntei arqueando uma sobrancelha e ri - dá logo vai - completei quando ela revirou os olhos.
– Meu irmão vai matar a gente se ele ver - ela disse rindo e me puxando para a varanda.
– Ele é um rapaz muito bom não é? - disse olhando para a vista.
– Ele é. Principalmente quando está apaixonado - ela disse e riu.
– Que? Por quem? - perguntei surpresa.
– Como se você não soubesse né Hayes - ela disse sarcástica - nunca vi meu irmão tão de quatro por ninguém.
– Ele gosta de mim? - perguntei rindo - não brinca!
– Até parece que eu sou mulher de brincar - Steh respondeu rindo - eu to falando a verdade!Só não conta pra ele que senão ele me mata - ela completou.
– Pode deixar, minha boca é um túmulo - respondi e então ficamos ali conversando por um tempo, até que começou a ficar muito frio e entramos.
Ela insistiu em me mostrar a casa, dizendo que seu irmão era um péssimo anfitrião e que eu não devia ligar muito, já que viria muito ali daqui pra frente - ela me tratava como se eu já fosse da família e eu comecei a me sentir realmente como se fosse. Me mostrou todos os dez quartos, outros dez banheiros, a biblioteca, e acredite, havia gente em todos esses lugares. Acho que não só a escola toda estava ali, como a cidade inteira.
– Procurei você pela casa toda! - Sebastian disse assim que me viu, e então notou a irmã ali - ah, então você já conheceu a srta. rebelde aqui - ele disse abraçando a irmã protetoramente e involuntariamente suspirei.
– Sua irmã é uma graça! Eu adorei ela! - disse sorrindo e ela murmurou um "obrigada" enquanto era esmagada pelo Sebastian.
– Garanto que sim - ele disse rindo e então soltou ela - que tal aproveitarmos o resto da festa? - ele perguntou e então fomos até a sala de mãos dadas, e com Steh ao lado.
Mason, que até agora eu não tinha visto, me olhava com uma cara de puro ódio, enquanto bebia uísque direto da garrafa. Pedi licença e fui até ele, receosa.
– Você tá de carro? - perguntei séria.
– Tá querendo dar uma voltinha? - ele perguntou totalmente bêbado.
– Não Mason. Me dá a chave do seu carro, anda - pedi revistando os bolsos dele e ele riu.
– Vai com calma Barbie, não na frente de todo mundo - balbuciou.
– Cala a boca Mason! Vai, me dá a chave - disse e então ele tirou a chave de seu carro do bolso e me deu - Vamos dar uma volta?
– Não. Eu vou te levar pra casa - disse e então olhei para Sebastian - me espera aqui, não se meche.
Mason acentiu com a cabeça enquanto virava mais alguma substância suspeita no copo, e fui falar com Sebastian.
– Me desculpa, eu tenho que levar o Mason embora. Nossos pais são amigos, nunca vou me perdoar se deixá-lo dirigir assim - disse me despedindo - foi um prazer te conhecer Steh - e então, com a ajuda de Sebastian guinchei Mason até o carro. Por sorte, ele ficou bem quietinho enquanto o carregávamos.
– Tem certeza de que não quer que eu peça pra algum dos funcionários levá-lo? É tarde pra você pegar um carro desse e andar sozinha pelas ruas - ele disse apontando o importado do Mason.
– Não precisa, de verdade Sebastian - disse revirando os olhos e sorrindo fraco - vou deixá-lo em casa, pego meu carro e volto - disse.
– Promete? - ele perguntou colocando uma mecha dos meus cabelos para trás, e eu me afastei involuntariamente. Não estava pronta pra aquele tipo de abordagem, não vinda dele.
– Prometo - respondi me virando de costas, e então dei partida no carro indo em direção à casa de Mason.
Aquele carro era muito diferente do Jeep. Ele passava uma impressão de felino, ele parecia uma leoa. Teria que lembrar de dizer isso ao Mason quando ele acordasse, se é que ele fosse se lembrar de que eu dirigi o carro dele, já que ele estava completamente desmaiado no banco de trás. Qual foi a minha surpresa quando, passando pela ponte, o garoto resolve ressurgir das profundezas da embriaguez e toca meu ombro.
– Não to bem - ele disse com um bafo insuportável.
– Não me diz que você vai vomitar - disse, tirando lentamente a mão dele de cima do meu ombro.
– Se você quiser eu não digo, mas eu acho que é melhor parar o carro - ele disse.
– Não dá pra parar o carro, a gente tá na ponte - disse prestando atenção no trânsito.
– PARA O CARRO - ele ordenou e eu encostei o carro na lateral. A última coisa que eu queria era que ele vomitasse em cima de mim.
Mais do que depressa, ele pulou pra fora do veículo e pôs metade das bebidas alcoolicas que tinha ingerido pra fora. Quando achei que tinha acabado, ele continuou. Aquele garoto ia vomitar o intestino se continuasse daquele ritmo.
– não mereço isso - disse me sentando no capô do carro, enquanto observava aquela cena dos horrores.
– Para de reclamar e me ajuda aqui - ele balbuciou, agachado.
– Ajudar no quê? Como se ajuda alguém que tá vomitando? - perguntei gargalhando.
– Eu juro que vou te matar Bárbara - ele disse, e eu ri ainda mais, tirando uma foto do momento.
Aquela foto seria o assunto do ônibus quando estivessemos indo para o acampamento, eu tinha certeza!
– Mason, já mandou embora todas as suas tripas? - perguntei guardando o celular no bolso da calça.
– Infelizmente já, vamos embora - ele disse cambaleando em direção ao carro.
Dirigi até a casa dele e então parei o carro na calçada. Me despedi dele com dificuldade, já que bêbado Mason consegue ser mais tarado do que sóbrio. Ele queria à qualquer custo me fazer entrar, fato que recusei veementemente. Não precisava de um flashback, não agora quando estava começando a recolocar minha vida nos eixos.
A rua estava mais fria que o normal, já que era de madrugada. Cheguei em casa batendo os dentes e então me lembrei que havia prometido ao Sebastian que voltaria. Peguei meu celular, e o mandei uma mensagem de texto "Adorei sua irmã, de verdade. E gostei também de ter saído com você. Te vejo na escola, Barbie x"
Mal consegui pegar no sono, acordei com a minha mãe abrindo a janela o mais gentilmente que alguém pode fazer tal ato às sete horas da manhã.
– Levanta meu amor - ela disse me dando um beijo na bochecha.
– Mãe, que horas são? meu Deus - disse coçando os olhos e virando de lado.
– Cedo. Anda Barbie, nós vamos até a casa da sua avó hoje. Não vai me dizer que se esqueceu? - ela foi falando enquanto descia as escadas.
Pra falar a verdade, eu tinha mesmo esquecido; hoje era aniversário da minha avó, completaria 70 anos e íamos almoçar lá com o resto da família, que era minha tia Susan e seus filhos, Nathan e Matt, que eram mais ou menos da minha idade.
Fui até o banheiro, passei uma água no rosto tentando acordar, e me troquei, fazendo um rabo de cavalo alto. Desci as escadas e sentei na bancada, ao lado do meu pai que lia seu jornal.
– Bom dia princesa- ele disse e eu o abracei - bom dia papai.
– Então Barbie, não vimos você chegar ontem, como foi o jogo? - minha mãe perguntou.
– Ganhamos - disse tomando um gole do leite - Os meninos estavam realmente bem em campo.
– E a festa pós jogo foi nos Dye? - meu pai perguntou sem nem tirar os olhos do jornal.
– Não, fomos todos à casa do Sebastian - disse remexendo os waffles que minha mãe tinha colocado no meu prato.
– Sebastian? Engraçado, é o mesmo nome do filho do Dr.Jonathan - minha mãe disse enquanto se servia.
– Porque é ele mamãe - disse e meu pai tossiu.
– Espera, então você está dizendo que foi à uma festa na casa dos Hamptons? - ele perguntou. Acenti com a cabeça e minha mãe fez uma cara engraçada.
– E como eles são? digo, informalmente? - ela perguntou.
– Não vi eles mãe, conheci apenas a irmã dele, que por sinal é uma graça. Sabia que eles tem gêmeos? - disse.
– Sabia sim, aliás eles são da sua idade não são? - minha mãe disse.
– São sim, e Sebastian estuda comigo - respondi.
O assunto morreu, então logo já estavamos todos no carro e partindo rumo à uma cidadezinha do interior do estado, que eu nunca lembro o nome. É um pequeno vilarejo litorâneo, um dos poucos que não foi tomado pelos turistas e prédios. Era difícil pensar que minha mãe tinha crescido ali, num lugar tão magicamente preservado. Era difícil imaginar sua adolescência.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam dessa festa? Alguma sugestão, bronca ou reclamação? Sintam-se à vontade para deixar suas reviews! Adoro quando entro aqui e vejo que alguém comentou algo que faço com tanto carinho. Enfim, até o próximo capítulo!!



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