Guerra dos mares escrita por KhatySeraph


Capítulo 6
Mundo aquático.


Notas iniciais do capítulo

olha um capitulo novinho saindo :3
espero que gostem



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Era maravilhoso dentro daquela imensidão de água. Eu via Bruce nadar rapidamente fazendo movimentos graciosos. Ele sorriu, vendo que eu não saía do lugar, e nem con-seguia! Era tudo maravilhoso, queria ver mais daquilo.

A cauda azul de Bruce passou atrás de mim, fazendo me virar e ficar tão próximo de-le. Meus olhos o analisaram fazendo-o sorrir, pervertido.

Arregalei os olhos, me virando com dificuldade na água. Não estava olhando para seu corpo, ou melhor, para seu peito cheio de músculos.

Olhei por cima dos ombros, vendo-o ir até umas pedras onde um peixe que se camu-flava ali, levantando-se para achar outro lugar de descanso. Bruce pegou umas algas verdes com algo azul no estilo de glitter.

— Vamos? – perguntou puxando minha mão.

Eu não sabia onde ele estava me levando, apenas via peixes e alguns objetos como redes. Olhei para Bruce que rosnou vendo as redes.

— Pescadores. – Respondeu ele antes de perguntar. – Vamos.

Continuei sendo puxada por ele ainda mais porque nós descíamos mais e mais, aque-la pressão iria me matar e não fazia nem cócegas nele!

Paramos num precipício. Arregalei os olhos vendo o que tinha naquele enorme bura-co no fundo do mar.

Uma cidade!

Sim, uma cidade. Mas não era qualquer cidade na água com casas e um castelo de pedra. Ele era protegido por um vidro gigante, onde lá dentro dava para ver pessoas caminhando. Sem cauda!

Bruce riu de minha expressão.

Tinha estrada, lojas, calçadão e um submarino parado perto de uma entrada daquele vidro.

— Como esse vidro aguenta? – perguntei apontando para a cidade.

Bruce gargalhou, era estranho, nem sequer saia o oxigênio de sua boca, mas é claro! Ele era metade peixe, seu corpo estava mudado. Olhei para seu pescoço vendo que esta-va mudado, não era apenas seus olhos e orelhas como vi na primeira vez. Ele me olhou, sorrindo.

Eles na água ficavam diferentes – estranhos – na verdade.

Seguimos rumo àquela cidade. Queria saber como entraríamos ali. Se qualquer con-tato com a água, todos ali virariam sereias ou tritões. Dois guardas de plantão nos avis-taram e abriram passagem. Bruce ainda me puxava. Ele, é claro, nadava mais rápido eu já que nunca tinha feito um mergulho desses.

Paramos à frente de uma porta eletrônica de ferro. Bruce esperou-a abrir e adentra-mos, mas não paramos. As portas se fecharam nos deixando numa cápsula cheia de água. Olhei para baixo, vendo que tinha dutos que se abriram sugando a água. Diferente de mim, Bruce ficou sentado no chão, odiava essas coisas.

As portas a nossa frente se abriram revelando um homem na casa dos 40. Ele jogou uma toalha em Bruce, e quanto olhei para trás, ele já estava de pé, mas suas pernas ain-da mostravam um pouco de escamas.

— Eu vou sobreviver. – Brincou ele, sorrindo para mim.

Revirei os olhos. Ele passou por mim com um sorriso divertido nos lábios. Semicer-rei os olhos, vendo-o nu. Cerrei, furiosa, os dentes com ele e me virei.

— Não quero ver sua paisagem! Use essa toalha para se tapar! – Rugi com ele.

Bruce riu atrás de mim e quando vi, ele estava me abraçando por trás. Eu sentia cada parte de seu corpo, e sim. Até aquilo.

— Você é uma mulher encantadora, Katyana.

E você um pervertido! Quis falar para ele.

Bruce sorriu, tentando perdoá-lo, mas balançava a cabeça. Ele ia ver! Pegou minha mão depois de enrolar a toalha na cintura.

— Vamos. Não mostrei a melhor parte.

Deixa eu adivinhar seu quarto?

— Você é má comigo, sabia? Sou um pobre tritão querendo você.

— Um pobre tritão comprometido. Não vou me envolver com você! – Retruquei.

Bruce parou rapidamente quase me fazendo bater em suas costas. Olhei para ele, vendo que ele não tinha mais seu sorriso nos lábios. Estava sério. Muito sério.

Ele se virou totalmente para fitar meus olhos enquanto abria a boca para falar alguma coisa, mas não sabia por onde começar. É claro. O que ele ia dizer? Oh, não sabia. Ou, desculpa se não contei.

Apesar de que conheci sua futura esposa, um dia depois de conhecê-lo, não esperaria muito da segunda frase.

— Eu não tenho escolha. – Sussurrou ele fazendo-me sair de meus pensamentos. – Meu pai decidiu isso porque é a tradição... – Ele continuava a sussurrar.

Que tradição era essa que obrigava uma pessoa a casar contra sua vontade? Isso era monstruoso. Bruce me puxou para irmos a outro lugar, mas ele continuava sério.

O túnel de paredes de metal acabou, revelando um vidro, permitindo-me ver os pei-xes nadando do outro lado e a outra parte da cidade.

— Está vendo que aqui tem mais sereias que tritões?

Pisquei vendo se encontrava alguém. Era verdade. Até para os trabalhos pesados que descarregavam de um submarino eram mulheres, nada de homens!

Voltei a olhar para Bruce.

— A tradição diz que nesse clã só pode ficar as sereias e governadas por um tritão. – Ele apontou para o outro lado, mas era claro que não dava para ver por que estávamos numa cratera. – Naquela direção fica o outro clã, onde ficam mais os tritões e é gover-nado por uma rainha sereia.

— Mas o que isso tem a ver com você? Aqui é das mulheres, e você é homem.

— Por que já tem um rei, então todos os tritões devem ir para lá quando nascem. São tirados de suas mães aqui e levados para lá.

Arregalei os olhos. Como tinham coragem para fazer isso? Tirar um bebê dos braços da mãe para dar para qualquer outro bem longe! Isso era monstruoso.

Bruce suspirou ao meu lado continuando a explicar.

— Meu pai ainda está vivo, mesmo um pouco debilitado, está vivo. Ou seja, terei que me casar e partir para lá. Quando meu pai morrer, teremos que vir para cá e antes disso ter uma filha para deixar lá.

Não acreditava nisso, não era possível saber o que eles faziam. Isso não era tradição! Isso era crueldade!

Olhei para Bruce vendo que ele tinha o olhar tristonho.

— Ou seja, não é só você que não tem livre arbítrio, todos estão submissos a essa “tradição” idiota.

Bruce nada falou apenas fechou os olhos. Suspirei não entendendo o porquê daquilo. Porque tantas regras e tradições idiotas.

Ele olhou para mim, voltando a sorrir; queria me mostrar um local, mas não sabia qual. O segui parando à frente de outra porta automática cinza.

— Está pronta? – questionou, animado.

Dei de ombros. Acho que sim, não é?

As portas se abriram, revelando o local. Bruce sorriu, olhando para mim. Cerrei os punhos querendo bater nele.

— Quer me mostrar o seu quarto?

Bruce caiu na gargalhada. Bom. Quem não iria querer ficar a quatro paredes com ele? Mas... Mas eu não sabia o porquê não queria ficar num lugar assim com ele. Num lugar onde tinha uma cama de casal com lençóis brancos e fofos, um quarto decorado e que... Não existiam paredes!

Era só o vidro. Como isso era possível? Como ele conseguia dormir sabendo que al-guém podia estar observando-o? O olhei, apavorada com tudo isso, mas ele parecia des-preocupado.

— Sim, meu lindo quarto.

Ele caminhou até a cama e sentou enquanto olhava para mim. Olhei em volta, vendo um frigobar, uma estante cheia livros e mais livros no criado mudo. Do outro lado do quarto tinha seu roupeiro, umas prateleiras com algumas miniaturas do Pokémon e dois ursos grandes do mesmo anime no chão.

— Quero saber como esse vidro não quebra tendo prateleiras nele. E você tem frigo-bar? Vocês tem energia, como? – Falava atropelando as palavras.

Bruce apenas riu de mim.

— Esse vidro não é como os dos humanos. Se fosse, já teriam estourados pela pressão da água. É feita por nós e dizem que fazem com a água do mar e demora 1 ano para ficar pronto.

— Isso é novo para mim.

— Por isso aguenta as estantes de madeira. Temos oxigênio aqui, energia marítima e solar.

Pisquei enquanto ouvia tudo aquilo.

Aquela cidade era perfeita, claro tirando essas tradições.

— Vejo que trouxe visitas.


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Notas finais do capítulo

gostaram de saber um pouco do mundo do bruce? E quem é que surge no final?
comentários? :3