Gale & Madge - Just you and I escrita por Miss Weasley


Capítulo 7
O plano de resgate


Notas iniciais do capítulo

Olá, amorecos ❤ então, mil desculpas pela demora para postar, mas fico feliz em dizer que consegui escrever 1.657 palavras! Isso é algo para se comemorar u.u juro de dedinho que não demorarei pra postar o próximo capítulo.
Boa leitura.



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Já se fazia alguns meses desde que Katniss voltou. Eu e ela nos perdoamos após a enorme briga que tivemos sobre Peeta e Madge, mas as coisas continuam estranhas entre nós. Tudo mudou desde então, não estamos mais tão próximos. Ainda saímos pra caçar todo o domingo –ela não precisa caçar, agora que está esbaldando dinheiro, mas implorou para mim pois não conseguiria ficar parada em casa por muito tempo. –, mas não conversamos muito. Sinto falta de nossa amizade, e realmente espero que as coisas voltem ao normal, mesmo isso parecendo improvável.

Em breve ela estará indo para a Turnê da Vitória antes dos próximos Jogos Vorazes, onde o vencedor, ou os vencedores, fariam uma espécie de turnê em todos os Distritos. Todos teriam que fingir ficar animados ao ver as pessoas que provavelmente mataram seus familiares e amigos. Isso para baixar a autoestima de todos os Distritos e para a Capital mostrar como é poderosa e ninguém poderá vencê-los.

Eu sei que todos os Distritos já se juntaram para destruir a Capital e falharam, gerando os Jogos Vorazes como prova de que ninguém conseguirá se revoltar contra a Capital e sair vivo. Antes de tudo, éramos 13 Distritos, mas nos Dias Escuros, o número 13 acabou sendo bombardeado e todos os seus habitantes foram mortos. Mesmo assim, ainda acho que se nos unirmos e lutarmos, a Capital irá cair. Sei que parece besteira, mas é melhor do que aceitar o modo como vivemos.

Hoje era domingo, então eu e Katniss iremos caçar. Combinamos de nos encontrar na floresta. Já estou a caminho da cerca elétrica quando Katniss vem correndo ao meu encontro. Ela parecia preocupada.

–Gale. –ela começa a ofegar, parecia que estava correndo desde a Aldeia dos Vitoriosos. –Madge. Alguma coisa aconteceu com ela. O prefeito quer falar com a gente.

E então a preocupação me atingiu também. O que terá acontecido com Madge de tão sério? Ela teria se machucado? Alguém a machucou? Eu não permitira isso.

Fomos correndo até a casa do Prefeito. Quando entramos, ele estava sentado em uma mesa em sua sala, ao lado de Peeta e mais dois homens de terno preto nos quais eu nunca havia visto.

–Obrigado por chama-lo, Senhorita Everdeen. –o pai de Madge parecia o mais preocupado de todos eles. É claro que como o prefeito do Distrito 12 ele sempre parecia estar desse jeito, mas agora eu sentia que era mais sério do que qualquer assunto do nosso Distrito. –Por que vocês não se sentam, por favor?

Ele indica com sua mão dois acentos vagos.

–Por que estamos aqui, senhor? –pergunto. –Katniss me disse que algo aconteceu com Madge.

–Sim, alguma coisa aconteceu com ela. É por isso que todos vocês estão aqui. Madge foi levada para a Capital. Parece que estão acontecendo alguns movimentos estranhos nos Distritos por causa de termos dois vencedores esse ano. E, para a maioria das pessoas, o tordo é o símbolo de Katniss. Todos estão revoltados por causa disso.

Ele fez uma pausa, olhando calmamente para todos nós, esperando que tivéssemos alguma dúvida. Ninguém falou nada.

–Bem, foi Madge quem deu o tordo para Katniss no dia da Colheita. De algum modo, o Presidente Snow acabou descobrindo isso. E agora, ele a levou e a está torturando e interrogando.

Meu ódio pelo Presidente Snow aumentava cada vez que o Presidente Undersee falava. Eu não acredito como eles eram tão corruptos a ponto de levarem a minha Madge. Agora ela está sendo torturada, tudo por causa de um símbolo que significa uma possível derrota para a Capital.

Não posso suportar isso. Todo o tipo de imagens de Madge sendo torturada veio em minha cabeça, e estava acabando comigo.

–Ainda não entendo por que estamos aqui senhor. –diz Peeta.

–Chamei vocês, senhor Mellark, pois nós iremos para a Capital. Iremos trazer Madge de volta. –explicou.

–Isso é impossível. –retruquei. –Eu faria qualquer coisa para salvá-la, mas ela deve estar cercada de guardas, e provavelmente num lugar difícil de entrar.

–É por isso que tenho meus contatos fora do Distrito 12. Iremos nos encontrar com um amigo meu, que nos guiará para dentro de onde Madge está. Como ela é só mais uma habitante comum, e Snow pensa que eu não seria louco de ir até a Capital busca-la, ela não está num lugar tão protegido. Uma vez lá dentro, será fácil sair.

Ainda não consegui acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo. Quer dizer, não é todo o dia que sua namorada é levada pela Capital para ser torturada e interrogada. A única coisa que tenho certeza nesse momento é que Snow e todos da Capital irão pagar pelo o que fizeram. Nem que eu tenha que morrer para isso. Mas, um dia, eles irão cair. Afinal, as pessoas já estão começando a se rebelar, o que é algo bom.

O Prefeito perguntou se algum de nós gostaria de desistir, mas ninguém discordou com essa missão de resgate.

Fomos levados até um trem bem parecido com o que Katniss embarcou quando foi levada para os Jogos Vorazes, só que um pouco menor. Provavelmente para sermos discretos.

Todos nos sentamos em uma mesa, composta de seis cadeiras vermelhas. Uma moça veio perguntar se gostaríamos de comer alguma coisa. Sinceramente, a última coisa que sentirei até Madge estar em meus braços é fome. O Prefeito pediu um prato com morangos frescos, nos quais ele tem um fascínio. Por isso, sempre que quando eu e Katniss achamos alguns, vamos diretamente entrega-lo.

Repassamos todo o plano enquanto fazíamos a longa jornada até a Capital. Felizmente, Katniss só iria para a Turnê em alguns dias, tempo o suficiente para agirmos sem que ela ou Peeta sejam afetados pelo horário.

Bom, de acordo com o que combinamos, iremos até uma casa na qual um amigo do Prefeito não usava há anos, pois havia comprado para guardar utensílios extras que não coubessem mais em sua atual casa. Como essas pessoas da Capital conseguem ser tão fúteis? Comprar duas casas, e uma delas para guardar tralha que não lhe servirá mais pra nada, mas tem peninha de jogar fora? Isso é simplesmente ridículo. Enquanto as pessoas morrem de fome pelos Distritos, quase não conseguindo sustentar a si mesmos ou suas famílias, as pessoas da Capital compram tudo o que veem pela frente e só se importam em manter a aparência.

Às vezes, sinto pena deles. Os coitados não tem a mínima noção do que é a vida real, e vivem empacados naquele mundinho ridículo deles. Eles não se importam com nada que realmente tenha valor, como amizade ou família. São pessoas doentes que apreciam a morte de inocentes.

Bom, quando chegássemos naquela casa, iremos passar uma noite lá, e depois nos encontraremos com o tal amigo do Prefeito Undersee, então entraremos em um depósito velho no qual Madge está mantida. O depósito, obviamente, está guardado por três guardas, cada trio nas duas entradas para o lugar, portando armas enormes e prontas para matar. O que eles não sabem é que existe uma entrada pelo subterrâneo que levará para dentro do local, e ninguém nunca suspeitará que entramos lá.

Parecia bom demais para ser verdade. Porém, devemos tentar. A vida de Madge estava em risco.

Passei uma boa parte da viagem em meu “quarto” dentro do trem. Não estava com fome, nem a fim de conversar com o Prefeito Undersee e seus dois colegas de terno preto sobre como não devemos nos preocupar, pois tudo irá dar certo.

Eu não queria pensar nisso. Não queria pensar em Madge sendo torturada. Isso é simplesmente surreal para mim. Mas imagens dela cheia de hematomas e chamando pelo meu nome não param de surgir em minha mente. E tudo fica pior e pior. Não quero o consolo do Prefeito nem de ninguém. Não agora.

Umas horas depois, após eu ter caído no sono algumas vezes e sempre acordar com o rosto de Madge em minha mente, Katniss bate em minha porta.

–Eu sei que você não quer conversar sobre isso. –diz ela, entrando antes mesmo que eu dissesse alguma coisa.

–Eu realmente não quero. −me levanto e esfrego meu rosto com minhas mãos.

–Tudo bem. Só vim dizer que Madge não é boba. Ela vai aguentar. Eu sei disso. –ela se senta em minha cama.

–Estou enganado, ou não acabei de dizer que não queria falar sobre isso?

Realmente não era necessário o jeito com o qual eu falei com ela. Mas eu estava cansado e irritado. E, no momento, não estava com humor pra falar sobre nada.

–Certo, eu vou deixar você sozinho então. Só que você precisa saber que não está sozinho.

–Eu sei.

Ela vai embora e me deixa só com meus pensamentos. E então percebo que realmente não precisava passar por tudo isso sozinho. Ficar me desgastando mentalmente não iria ajudar. Madge não iria gostar que eu agisse assim.

Vou até o banheiro e tomo um banho quente. Depois, troco de roupa, que foi estranhamente deixada em minha cama enquanto eu estava no banheiro, mesmo eu não tendo trazido roupa alguma. Decido que é melhor conversar com as pessoas, apesar da dor que eu estou sentindo.

Quando saio do meu quarto provisório já era de noite e Peeta, que estava passando pelo corredor, me disse que já estávamos chegando.

O trem parou no Distrito 1, em uma área meio abandonada, onde poucos poderiam nos ver ou saber o que estava acontecendo. Por medidas de segurança, iríamos caminhando até a Capital, pois se chegarmos lá com o trem ele seria rapidamente interceptado por Pacificadores.

E então, após algumas horas andando, eu vejo como era a fabulosa Capital. Cheia de luzes em todos os lugares, que quase poderiam te cegar, e pessoas coloridas sorridentes por todo o lugar.

Eu disse que tinha pena deles? Agora o que estou sentindo é repugnância por tanta cor, penas, brilho, tatuagens esquisitas e sorrisos verdadeiramente alegres no rosto de todos.

Bem vindo ao inferno, Gale.


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