O Panóptico escrita por Kiri Huo Ziv


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Veja as notas finais para explicações sobre a Asami.



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Asami se ergueu do banco em que estava se sentada e saiu do recinto, procurando refúgio da atmosfera opressora que se instalara ali. Ela precisava de espaço para respirar ou ficaria louca; não podia mais suportar a ideia de que, apenas algumas horas antes, fora enterrado o corpo do último Avatar criado no mundo que separava o Mundo Espiritual e o Mundo Físico.

Tudo o que Asami mais desejava naquele momento era ter tido coragem de enunciar as palavras que queimavam sua garganta há algum tempo, desde que ela e Korra finalmente começaram a passar o tempo juntas, apenas as duas, e a engenheira descobrira que gostava da presença da Avatar. Mas o medo da reação de sua amiga impedira Asami, e agora não haveria outra oportunidade.

A engenheira olhou para o céu noturno limpo e estrelado asobre a Tribo da Água do Sul, perguntando-se o que faria a partir daquele momento. Ela sentia como se estivesse sozinha contra o restante do mundo agora, que perdera o seu pai após a traição dele e Korra se fora.

Lágrimas percorreram sua face pela primeira vez desde que vira a vida se esvair dos olhos de Korra, enquanto Zaheer gargalhava atrás dela.

Asami ouviu passos se aproximando e, após cuidadosamente enxugar o rosto com a manga de seu agasalho, ela se voltou para encarar Mako e Bolin, os irmãos idênticos em suas expressões sérias e sombrias.

Eles se colocaram um de cada lado dela, e a engenheira sentiu que eles haviam saído da casa dos pais de Korra para descobrir como ela estava. Eles não eram covardes como ela, que só queria fugir daquilo.

Asami esperou que Bolin fizesse algum comentário bobo a respeito da ocasião que a fizesse sorrir involuntariamente, mas as palavras pareciam escapar mesmo ao dobrador de terra. A engenheira refletiu que nunca vira o alegre e otimista Bolin perdendo tão completamente as palavras. Não, aquilo não estava sendo fácil para nenhum deles.

Mako segurou a mão de Asami com força e, pela primeira vez desde o último término dos dois, a engenheira não sentiu vontade de afastá-lo. Aquilo não era um gesto romântico, mas um gesto de conforto para ambos.

"Asami, você não precisa guardar o que sente," disse o dobrador de fogo, por fim, sem se voltar para a mulher ao seu lado. "Eu e Bolin percebemos quando as coisas mudaram entre vocês duas, Korra provavelmente percebeu o mesmo."

"É verdade, e posso dizer Korra nunca esteve tão feliz e animada a respeito do futuro quanto nas últimas semanas," disse Bolin, e ele soava espantosamente melancólico.

Asami voltou-se novamente para o céu; com lágrimas nos olhos e a face corada, ela ainda se sentia incapaz de olhar nos olhos de Mako ou de Bolin. Então, eles sabiam. A engenheira se perguntava se Korra teria percebido também, mas achava difícil, pois a Avatar nunca fora o tipo de pessoa que prestava atenção àqueles detalhes.

"Isso faz parte do passado," disse Asami, por fim. "Korra está morta, e tudo isso já não é mais importante. Precisamos pensar no futuro."

Mako não pareceu convencido, mas Bolin começou a listar rapidamente as coisas que estava pensando em fazer a partir de agora, como quem quisesse se convencer de que a vida seguiria adiante, de que tudo ficaria bem.

"A Lótus Branca vai começar a procurar o novo Avatar. Talvez nós devêssemos ajudá-los, tentar fazer com que aconteceu com Korra não aconteça com o novo Avatar," disse Mako, por fim interrompendo seu irmão.

"É uma boa ideia, mano," disse Bolin. "O que acha, Asami?"

Asami não sabia ao certo o que dizer que não magoaria os dois irmãos. Em sua opinião, proteger o Avatar era uma tarefa inútil. Afinal, Korra fora protegida durante toda a sua vida porque Zaheer tentara sequestrá-la na infância e, ainda assim, ele retornara posteriormente e a matara.

Era dever do Avatar ajudar a restaurar a harmonia e o equilíbrio no mundo, e nada que ninguém fizesse poderia protegê-lo para sempre.

"Tem razão," disse Asami, por fim, torcendo para que a mentira soasse convincente. Não, ela não se juntaria a Bolin e Mako naquela aventura, mas desejava que eles encontrassem uma nova motivação, um novo caminho.

Os dois irmãos deixaram escapar um suspiro em quase uníssono, o alívio estampando em seus rostos. Mako se voltou para Asami com um sorriso, mas a mulher não o encarou de volta.

"Vamos voltar para dentro? Aqui fora está congelando," disse Mako, gentilmente.

"Vocês podem entrar," disse Asami, soltando a mão de Mako. "Eu vou ficar aqui fora mais um pouco. Preciso de um tempo sozinha para pensar."

Bolin abriu a boca para perguntar no que Asami queria pensar, mas Mako o interrompeu com o olhar. O dobrador de fogo entendia os sentimentos da engenheira; afinal, ele também amava Korra. Mako e Bolin, por fim, deixaram Asami sozinha, caminhando lentamente de volta à casa dos pais de Korra.

Asami não podia se juntar à Lótus Branca, pois ela não seria capaz de conhecer novamente o Avatar, aprender novamente a amá-lo, apenas para perdê-lo novamente. Porque o Avatar não pertencia à ninguém, ele era uma entidade que se cedia ao mundo em favor da manutenção do equilíbrio. Ela não podia fazer perdê-lo de novo.

Ao longe, Asami observou o portal para o Mundo Espiritual diante de si. Estava longe, mas ainda assim era visível.

A engenheira se lembrou de quando Korra lhe contara que se encontrara com o antigo general Iroh, tio-avô da atual Senhora do Fogo.

Em alguns casos, os espíritos partiam para um período de repouso no Mundo Espiritual antes de reencarnarem, talvez Korra estivesse ali. Talvez, dessa vez, o Avatar não tivesse nascido imediatamente após a morte do anterior.

Talvez. Talvez. Asami se perguntou se não poderia conversar uma última vez com Korra e pelo menos revelar-lhe seus sentimentos. Era uma esperança vã, mas ela precisava tentar.

~~//~~

Quando finalmente entrou no Mundo Espiritual, Asami não sabia por onde começar ao certo. Ela olhou ao redor, deparando-se com a imensidão do lugar, completamente vazio de pessoas ou espíritos, e quase desistiu da esperança de encontrar-se com Korra ali.

Ela se voltou novamente para o portal, pensando se seria capaz de viver sabendo que Korra talvez nunca tivesse sabido dos seus sentimentos. Não, ela precisava encontrar a Avatar uma última vez, Korra precisava saber. Ela não entendia muito bem o motivo pelo qual aquilo era tão importante, mas sentia que era.

Ela estava sendo irracional e, no íntimo, sabia que o conhecimento de Korra não era uma necessidade básica de sobrevivência. Achava, entretanto, que era um momento adequado para se ser irracional. Afinal, a mulher que ela amava estava morta; o seu pai, a única que ela tinha, a havia traído.

A engenheira encarou a bússola que sempre carregava consigo, tentando se decidir por onde começaria a procurar. Não havia uma resposta mais provável do que a outra e, após alguns segundos, ela optou por seguir sempre a norte e se desviar sempre para a direção oeste, caso fosse necessário.

Caminhou por um tempo sem se encontrar com ninguém, perguntando-se onde estariam os espíritos. Por vezes, ela parava e gritava o nome de Korra duas ou três vezes; depois, aguardava por alguns segundos, os ouvidos atentos aos sons, e por fim continuava a caminhar. A atitude era imprudente e perigosa, Asami sabia, mas não se importava.

Após um tempo de caminhada que a engenheira não se importou em contar, ela finalmente começou a ver espíritos aparecendo. Eles sempre desapareciam quando Asami tentava se aproximar, mesmo que ela tentasse convencê-los que não apresentava uma ameaça. Bom, pelo menos, agora ela sabia que não estava sozinha naquele vasto mundo.

Por fim, alcançou a orla de uma floresta. Parou por um momento, perguntando-se se deveria entrar ali e correr o risco de se perder. Até aquele momento, ela tinha absoluta certeza de que seria capaz de retornar ao portal caso precisasse, mas florestas eram traiçoeiras e ela não estava certa se saberia se guiar para fora de uma.

"Você não devia entrar aí, é a floresta onde habita o espírito Koh," disse uma voz masculina vinda de algum lugar à direita de Asami.

Quando a engenheira se voltou para encarar o dono da voz, encontrou o rosto familiar de um homem idoso a encarando com um sorriso calmo, embora visivelmente preocupado. Ela tentou se lembrar de onde conhecia aquele homem, mas a memória lhe escapava.

"Oh, desculpe-me por minhas maneiras," disse o homem, percebendo que ela não o reconhecera. "Eu me chamo Iroh, muito prazer em conhecê-la."

Então, Asami se recordou da foto que uma vez vira em um livro sobre a Guerra de Cem Anos. Iroh, o general que acompanhara Zuko durante seu exílio e o ensinara a ser o grande dobrador de fogo e ótimo líder que ele se tornaria. Asami fez uma pequena reverência.

"Muito prazer, eu sou…"

"Asami Sato, é claro," disse Iroh, o sorriso ainda mais largo em seu rosto. "Por que não me acompanha? Eu tenho chá, e talvez você possa me entreter com uma partida de Pai Sho."

"Sinto muito. Em outras circunstâncias, eu teria muito prazer em me juntar a você, mas eu preciso me apressar," disse Asami, torcendo para que Iroh não tomasse aquilo como uma grande ofensa.

"Você não vai encontrá-la aqui, Asami," disse o velho, seu sorriso se tornando repentinamente muito triste. "Ela já reencarnou, como espera-se que aconteça com todos os Avatares."

Asami engoliu seco, tentando impedir, em vão, que as lágrimas caíssem de seus olhos novamente. Então, Korra de fato se fora para sempre, sua última esperança de alcançá-la fora em vão.

"Venha, vamos terminar essa conversa sobre uma xícara de chá," disse Iroh, sua mão pousando suavemente no ombro de Asami. "As coisas sempre parecem menos dolorosas quando se tem chá e uma companhia agradável para compartilhá-lo, você sabe."

Asami não via como uma xícara de chá aplacaria toda a dor que ela sentia após a perda de Korra, mas acompanhou Iroh sem protestar. Afinal, o que mais podia fazer? Voltar ao Mundo Físico não era uma prioridade naquele momento, não quando ela sentia que não havia nada ali para ela.

Após algum tempo de caminhada, eles chegaram a uma pequena casa, de onde uma raposa saiu para saudá-los na entrada. Iroh cumprimentou a raposa alegremente e entrou na casa, começando quase imediatamente a preparar o chá enquanto Asami se sentava diante da mesa na cozinha e o observava.

Quando o homem mais velho lhe serviu o chá, ela esperou que ele se sentasse e enchesse a própria xícara antes de erguer a sua e levá-la lentamente aos seus lábios.

"Eu entendo que você esteja em luto pela morte de Korra, mas existem coisas importantes no Mundo Físico para você fazer," disse Iroh quando ambos baixaram as xícaras.

A parte mais racional dentro de Asami sabia disso. Ela tinha amigos que a amavam, e tinha os negócios que tinha herdado de seu pai; ainda assim, ela não conseguia evitar sentir-se vazia por dentro, como se nada mais lhe restasse naquele mundo. Talvez ela pudesse ficar ali, jogando Pai Sho e tomando chá com Iroh; ela se sentia mais próxima de Korra no Mundo Espiritual.

"Korra significava muito para mim," disse a engenheira, após um momento em silêncio. Ela não estava chorando, mas sua voz emanava tristeza.

"Minha cara, não tem como estar no Mundo Espiritual e não sentir a sua dor, a sua raiva e, é claro, o seu amor pela antiga Avatar. Por que você acha que nenhum espírito ousou se aproximar? Essa combinação de sentimentos é a mais poderosa e a mais perigosa."

Asami pensou por um momento. A princípio, achou que Iroh estava exagerando; evidentemente ela estava sentindo todas aquelas emoções naquele momento, mas, antes, quando havia uma chance de rever Korra, ela havia deixado aquilo enterrado dentro de si em vias de ter forças para seguir adiante. Será que espíritos eram tão perceptivos?

"Foi assim que você soube quem eu era?"

"Quando Korra me encontrou pela última vez, você a tocou em um momento enquanto ela meditava, não? Eu pude sentir o seu amor por Korra por meio dela," disse o general e, novamente, ele levou sua xícara aos seus lábios. "E não é difícil identificar uma pessoa por meio de suas emoções."

Asami assentiu, lembrando-se de como segurara as mãos de Korra com carinho enquanto a via meditando uma última vez. Ela era musculosa e quase nunca se portava da maneira como as pessoas achavam que mulheres deveriam se portar, mas, de alguma maneira, sua beleza e suas feições se tornavam muito delicadas e femininas enquanto ela meditava, e Asami achara fascinante observá-la.

Aquilo não explicava como Iroh sabia o nome dela, mas ela não se importou em perguntar. Não era importante, afinal; não quando sentia como se houvesse uma enorme ferida em seu peito, que não cessava de doer e sangrar.

"Haverá um novo Avatar, e você deveria procurá-lo e protegê-lo nos anos que virão," disse Iroh, com uma seriedade tranquila. "Nem todos os Avatares são capazes de encontrar seus espíritos afins, mas os espíritos afins nunca conseguem se afastar de seu dever para com o Avatar."

"Espíritos afins?" Perguntou Asami, com curiosidade e temor, sua xícara de chá completamente esquecida diante dela.

"Isso mesmo, mais comumente chamados de almas gêmeas, os espíritos afins são espíritos intrinsecamente conectados ao espírito de Raava e do Avatar. Você só pode ser um deles, porque fui capaz de alcançá-la através de Korra."

"Existe mais de um?"

"Sim. Eu mesmo conheci dois outros," disse Iroh, sorrindo.

"Katara, imagino."

"Isso mesmo, Katara. E o meu sobrinho, Zuko."

Asami precisou de um momento para absorver aquilo. Ela entendia no que dizia respeito à Katara, que fora esposa de Aang e uma espécie de segunda mãe para Korra, alguém por quem Asami sentira uma empatia instantânea. O antigo Senhor do Fogo Zuko, por outro lado…

"Zuko e Aang foram os melhores amigos, eles construíram muito juntos. Não foram amantes, é claro, mas foram grandes amigos e colaboradores," disse Iroh, com um sorriso. "E Zuko e Katara se dedicaram a manter Korra à salvo enquanto ela crescia, embora, como Senhor do Fogo, meu sobrinho não pudesse vê-la o tempo todo."

Asami assentiu, ela conhecia perfeitamente bem a história de como a Lótus Vermelha tentara sequestrar Korra quando ela ainda era criança, e os responsáveis pela educação da Avatar decidiram que seria mais adequado se ela treinasse apenas no Polo Sul.

Aquilo, entretanto, trazia memórias dolorosas de como Zaheer fugira da prisão anos depois e se certificara de matar Korra.

"Você está dizendo que eu tenho o dever de proteger o novo Avatar?"

"Eu não diria que você tem o dever, mas você certamente se sentirá compelida a ajudá-lo quando o encontrar," disse Iroh, pensativo. "É parte de sua essência."

Asami não desejava se envolver mais naquela luta, ela desejava viver de maneira pacífica na Cidade República, reconstruindo os negócios de seu pai e criando novas invenções, de modo a facilitar cada vez mais a vida das pessoas. Ela não desejava mais dor, e ter o seu destino entrelaçado ao do Avatar necessariamente lhe traria dor.

"Lutar contra o seu destino não o impedirá de acontecer," falou Iroh.

"Eu sei," respondeu Asami, com um suspiro. "Eu apenas queria que, a partir de agora, pudesse viver uma vida pacífica, não ter que me preocupar com o destino do mundo."

"Ter a sua vida interligada à do Avatar não é fácil," falou Iroh, abrindo um sorriso compreensivo e calmo. "Vai lhe trazer sofrimento e dor; certamente, você passará muito tempo preocupada com a segurança dele. Mas também lhe trará amor, e, se isso não é um bom motivo para continuar lutando, eu não sei qual é."

Amor. Aquela palavra, que Asami nunca tivera coragem de enunciar abertamente, embora assombrasse seus pensamentos há algum tempo. Amor. A palavra ressoava em sua cabeça, trazendo um sentimento caloroso e bem-vindo pela primeira vez desde a morte de Korra.

Talvez, se ela conseguisse se recordar do que estava sentindo naquele momento, a dor da perda de Korra não a preencheria completamente. Talvez, encontrar o novo Avatar pudesse preenchê-la naturalmente com aquilo.

Ela por fim decidiu que precisava encontrá-lo, o que já não seria fácil. Então, ela deveria escondê-lo, impedir que as pessoas o usem para o bem do mundo, impedir que ele termine como Korra, em uma batalha que não podia ganhar.

Por fim, Asami assentiu e se levantou, agradecendo pelo chá. Ela tinha uma missão a cumprir, e precisava urgentemente decidir como a cumpriria.


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Notas finais do capítulo

Algumas notas sobre essa fic.

Primeira coisa: sim, ela é completamente centrada sentimentos da Asami pela Korra, então ela é uma fic Korrasami em essência. Na prática, não haverá interação entre as duas (sorry).

Segunda coisa: sim, eu sei que a Asami está suavemente descaracterizada, mas minha ideia aqui não é retratar a Asami como nós conhecemos. Eu quis retratar a Asami logo depois de perder a Korra, foi daí que veio a ideia da fic.
A descaracterização da Asami vai se acentuar um bocado ao longo da fic, porque a morte da Korra vai afetá-la profundamente. É a ideia de que o amor verdadeiro não é facilmente esquecido.
Mas ela vai se manter inteligente, perspicaz e bastante criativa.

Terceira coisa: eu sei que o título do texto parece meio off, mas vocês vão entender mais para frente porque optei por ele.

Quarta (e última) coisa: o ciclo do Avatar não foi interrompido porque Korra não estava no Estado Avatar quando morreu, ela saiu antes disso.

Eu espero que vocês gostem da fic. A sequência deve demorar um pouco, porque tenho outras fics a atualizar. Mas...

Eu honestamente espero que vocês gostem. Não deixem de comentar, sim?



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