Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 37
Capítulo 37: O casamento - parte II


Notas iniciais do capítulo

A segunda parte do casamento para vocês, minhas crianças :D
Ah, o nome Adam ganhou depois de três capítulos de votação. Revelarei o personagem no próximo capítulo.
Capítulo dedicado à leitora Alih T, que recomendou a história - Obrigada pela linda recomendação Flor :D
Boa Leitura.



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Légolas tomou-me pelas mãos quando cheguei ao altar. Este feito de madeira e muitas flores, combinava especialmente com o verde e o prata escolhidos por nós. Papai postou-se ao lado de mamãe, esta que estava à direita do rei. Seus olhos brilharam ao me entregar para o príncipe, e tamanha foi a minha felicidade de ter todos presentes naquele momento.

Tudo parecia muito mágico.

Todos os elfos e homens, anões e o mago exibiam um sorriso de satisfação. O salão inteiro observava-nos atentos aos detalhes daquela cerimônia magnífica.

Gandalf, o mago, aproximou-se. Olhou para Légolas com grande admiração, e depois para Thranduil que num gesto positivo da cabeça, autorizou que começasse.

Colocando-nos um de frente para o outro e de mãos dadas, Gandalf começou a falar:

– Sábios são aqueles que, acima de tudo, escolhem o amor. Independente de raça, cor, ou gênero. O mundo seria muito mais feliz se, ao invés de nos preocuparmos em juntar riquezas e proclamarmos guerra, jurássemos amar uns aos outros, sobretudo. Se nos respeitássemos, nos uníssemos e não nos julgássemos, a paz seria disseminada pela terra.

E voltando-se para nós, Gandalf sorriu.

“A Partir de hoje o mundo não será apenas uma promessa, Será um sonho composto de dois existir. Um sonho lindo.

A partir de agora seus sentimentos serão vividos juntos. Serão as duas metades encontradas: Encontrando-se numa só chama. Serão motivos de alegrias e de conquistas, contempladas por dois corações. Esse sonho recém plantado dará frutos. Frutos do verdadeiro amor. Como todo sonho, muitas vezes, acontecem desencontros. Mas a força desse amor fará com que as duas metades permaneçam juntas, descobrindo o significado da palavra felicidade.

No casamento, as pequenas coisas são as grandes coisas. É jamais ser muito velho para dar-se as mãos. É lembrar de dizer "te amo", pelo menos uma vez ao dia. É nunca ir dormir zangado. É ter valores e objetivos comuns. É estar unidos ao enfrentar o mundo. É formar um círculo de amor que una toda a família. É proferir elogios e ter capacidade para perdoar e esquecer. É proporcionar uma atmosfera onde cada qual possa crescer na busca recíproca do bem e do belo. É não só casar-se com a pessoa certa, mas ser o companheiro perfeito. E para ser o companheiro perfeito é preciso ter bom humor e otimismo. Ser natural e saber agir com tato. É saber escutar com atenção, sem interromper a cada instante. É mostrar admiração e confiança, interessando-se pelos problemas e atividades do outro. Perguntar o que o atormenta, o que o deixa feliz, por que está aborrecido. É ser discreto, sabendo o momento de deixar o companheiro a sós para que coloque em ordem seus pensamentos. É distribuir carinho e compreensão, combinando amor e poesia, sem esquecer galanteios e cortesia. É ter sabedoria para repetir os momentos do namoro. Aqueles momentos mágicos em que a orquestra do mundo parecia tocar somente para os dois. É ser o apoio diante dos demais. É ter cuidado no linguajar, é ser firme, leal. É ter atenção além do trivial e conseguir descobrir quando um se tiver esmerado na apresentação para o outro. É saber dar atenção para a família do outro pois, ao se unir o casal, as duas famílias formam uma unidade. É cultivar o desejo constante de superação. É responder dignamente e de forma justa por todos os atos. É ser grato por tudo o que um significa na vida do outro. O amor real, por manter as suas raízes no equilíbrio, vai se firmando dia a dia, através da convivência estreita. O amor, nascido de uma vivência progressiva e madura, não tende a acabar, mas amplia-se, uma vez que os envolvidos passam a conhecer vícios e virtudes, manias e costumes de um e de outro. O equilíbrio do amor promove a prática da justiça e da bondade, da cooperação e do senso de dever, da afetividade e advertência amadurecida.”

À medida que Gandalf falava, lágrimas brotavam de meus olhos. Sentia as mãos de Légolas nervosas sobre as minhas, que suavam e tremiam também. Seu olhar não desviou-se do meu um segundo sequer, e a cada momento e palavra de Gandalf, um suspiro soltava.

Seus lábios se moviam numa tentativa de dizer-me, de sussurrar, o quanto ele me amava, e o quanto estava feliz por aquilo. Nós dois seríamos um a partir desse dia, e como estava feliz por aquilo.

Sentia que nada no mundo mais importava, e que mesmo que as dificuldades aparecessem, e que o tempo me levasse dele para a morte, eu estava fazendo a coisa certa. Viver cem anos ao lado de Légolas seria o melhor jeito de aproveitar a vida, mesmo que ela fosse trancada num castelo.

De repente, lembrei-me dos sonhos que tive antes de entregar a carta de seleção. A forca estava em meu pescoço, e meus pais sorriam. Thranduil estava presente, mas não esboçava reação. E não tinha Légolas.

No entanto, as mãos de Légolas me diziam que, por mais que eu estivesse me prendendo para sempre nele, ele também estava em mim por me jurar amor eterno. Légolas era a representação daquele sonho, porém, da maneira mais incrível e feliz que eu pudesse imaginar.

Se fosse para ser dele, eu me entregaria por completo. Talvez se eu não estivesse tão desesperada para não participar da seleção, tudo daria errado.

Gandalf continuava com suas palavras, interrompendo um pouco para observar-nos dizer coisas com o olhar.

Não conhecia aquele mago, mas ele me parecia tão sábio e tão cheio de sensibilidade e compreensão, que me senti honrada de tê-lo para selar com nosso compromisso.

– Légolas. – Gandalf chamou atenção.

– Era de sua mãe. - Thranduil entregou ao filho uma nova caixa.

Dessa vez, a caixa era de ouro contendo vários tipos de pedras que formavam várias flores. Brilhava muito, e parecia ser uma jóia de muitíssimo valor. Porém, quando Légolas a abriu, pode revelar do que se tratava. Uma nova coroa, esta muito mais majestosa do que a outra, revelava uma belíssima jóia de ouro e diamantes. Feito para uma rainha, para ser usado em ocasiões muito especiais, provavelmente.

Apesar de eu ainda não ser a rainha – e ainda achava que isso não ia acontecer – Légolas retirou a jóia da caixa, deixando a mostra para todos os convidados.

– Antes de tudo, quero lhe dizer, minha Luz, que está indo para o caminho completamente contrário do que um dia sonhou em ter. Que não sou nada do que você imaginava, e nada em mim teria despertado se não fosse por isso. As pessoas complicam o amor, isso é fato. Não é fácil senti-lo, e quando se sente, a maior vontade que temos é de não sentir, ou apenas afogá-lo dentro daquele ser que nos despertou tal coisa. Você dizia que era simples até senti-lo de verdade, e agora vê. Não há amor sem um pouco de dor. Não há sentimento onde não há preocupação, constrangimento ou percepção de tristeza perante o erro. Talvez, se colocarmos um pouco de loucura, então tudo fica ainda mais interessante.

Percebi que poderia te amar a partir do momento em que me disse “vossa alteza não tem jeito com mulheres”. É, eu não tenho mesmo. Mas percebi, em certo ponto, que você era exatamente igual à mim. Talvez um pouco mais... maluca.

Sua beleza, talvez, tenha me despertado no primeiro momento. Seus olhos, no momento seguinte, e sua sinceridade por todos os outros. Estar com você todos esses dias era mais do que o suficiente para me deixar feliz. E quando você se foi, era como se algo em mim faltava.

Peço-lhe que nunca mais faça isso. Pois, meu coração está com você.”

Légolas estendeu a coroa a mim, e chegando mais perto, pude ver seus olhos brilharem em meio ao sorriso molhado pelas lágrimas que desciam sobre meu rosto.

– Seja a minha princesa. – ele pediu.

Ajoelhei-me perante ele aceitando sua coroa. E Légolas colocou-a devagar, ajudando-me a levantar logo em seguida.

– Até que a morte nos separe? – Perguntei a ele.

– Não. Até os últimos dias de vida em toda a terra. – Ele disse.

Légolas encostou seus lábios nos meus logo após. Todos aplaudiram, e logo após, Gandalf retomou a palavra.

– Que possam unir-se, e virarem um só, a partir desta data.

~***~

Todos celebravam o casamento numa grande festa para todo o reino. Elfos e homens dançavam, e até mesmo os tímidos anões de Erebor, que se sentiam um pouco receosos e amedrontados pelas histórias de seu passado.

Thranduil e mamãe dançavam. Papai dançava comigo pela primeira vez na vida, mas sabia que sentia algo não passar-lhe a garganta todas as vezes que via Melrise com o rei.

– O coração dela sempre estará com ele. – Ele disse-me um pouco triste. – Sei que, quando decidem se apaixonar, os homens, assim como os elfos, entregam seu coração e amam a mesma pessoa para sempre.

– Está me dizendo que mamãe ainda ama Thranduil? – perguntei, um pouco assustada com a declaração de meu pai.

– E ela sempre o amará. E é por isso que eu abençôo sua união com Légolas. Sei que você sofreria pelo resto de sua vida se escolhesse outra pessoa, quando seu coração está aqui, com ele.

Abracei meu pai forte, entendendo a sua tristeza.

– Um dia lhe conto a minha versão da história. – Ele voltou seu rosto para o meu. – Minha princesa da Floresta.

Forcei um sorriso. Não que estivesse feliz, porém meu coração apertou-se ainda mais por saber que aquele triângulo amoroso ainda sofria. Mas pude agradecer, intimamente e egoísta, o fato de não ser filha de Thranduil e poder me casar com Légolas.

Reverenciei ao meu pai, e fui tomada pelos braços do rei.

– Em poucas ocasiões danço, então aproveite. – Ele disse no seu modo mais grosseiro.

– Claro, aproveitarei cada segundo ao seu lado. – Ironizei.

Légolas dançava com Tauriel neste momento, fazendo-me observar o quanto ele progrediu.

– Precisa mesmo dançar com outras, ou as pessoas acharão que só tem o prazer de dançar com Melrise. – Provoquei.

– Foi ela quem me ensinou a dançar. – O rei respondeu-me segundos depois.

Assustei-me com sua declaração.

– Há mais de vinte e seis anos atrás. – Ele concluiu, não tirando os olhos dela.

– Então nossas histórias não são tão diferentes assim, não é?

Thranduil sorriu, mas não um sorriso qualquer. Parecia malicioso, muito mais do que ele havia esboçado antes.

– Não tem idéia de como nossa história é diferente da sua e de Légolas. – Ele respondeu, rodopiando pelo salão. – Um dia, quem sabe, possa lhe contar os detalhes que sua mãe não lhe contou.

E dando sua reverência, saiu de minha presença.

Pelo que entendi, muitas versões de uma mesma história me seriam contadas.

Senti algo me cutucar. Ao me virar, me deparei com um dos anões.

– Olá. – disse ao senhor anão, que não reconheci, pois ainda nunca havia visto muitos deles, apesar de morarem perto da cidade.

– Poderia me conceder essa dança, senhora Greenleaf? – O anão ruivo perguntou.

Sem jeito, segurei suas mãos. Eu não sou muito alta, e ele era quase do meu tamanho. Pra falar a verdade, era como se dançasse com meu irmão de doze anos, então não foi problema.

– Como se chama, meu senhor? – perguntei interessada.

– Gimli, minha senhora. Sou filho de Glóin, um dos anões que partiu para Erebor para reconquistar o reino, e primo do atual rei, Dáin. A seu dispor.

– O prazer é todo meu, meu senhor.

– Gostaria de lhe agradecer em nome dos anões pelo convite de seu casamento. Sabemos que os elfos não gostam muito de nossa presença, e por isso poucos vieram. Fora que Tauriel teve grande influência sobre isso. Porém, fico feliz de ver tal cerimônia, nunca havia presenciado nada mais belo em toda a minha vida. As palavras de seu marido, por um momento, me fizeram acreditar que há algo de bom dentro dele.

O anão dizia por vezes em tom de brincadeira, e por vezes sério. Ele parecia ser muito gentil e curioso, fora que, mesmo com a diferença de altura, sabia conduzir com perfeição todos os movimentos da dança.

– És tão bela quanto a luz do luar, minha senhora. Não me admira seu nome. – Ele disse, beijando minha mão direita logo após.

– Olá? – Légolas chamou a atenção. Em seu rosto uma expressão severa de que não estava gostando da cena.

– Alteza. – O anão reverenciou Légolas por um instante, soltando minhas mãos e voltando-se para mim. – Sei que, apesar das raças, você soube tirar o melhor dele. – E piscou. – Continue fazendo isso.

O anão sorriu e saiu em seguida, ao passo que Légolas segurara minha cintura para dançarmos.

– Quem é esse? – ele perguntou-me ainda com expressão severa.

– Gimli, filho de Glóin da companhia de Thorin e primo do rei Dáin.

Légolas encarou-me.

– Não vá se apaixonar por ele. – E riu. – Venha, algo nos espera.

Légolas puxou para sairmos do salão. Perto dos portões, um cavalo nos esperava com algumas coisas.

– Vamos viajar? – Perguntei.

– Vamos. Mas não para longe, é apenas a algumas horas daqui. Um lugar onde ninguém poderá nos encontrar, e onde ficaremos sozinhos por alguns dias. – Ele respondeu. – E não se preocupe, já deixei uma carta explicando.

Légolas tomou-me em seus braços e me ajudou a subir no cavalo, ajeitando-se atrás de mim logo após.

Senti seus lábios encostarem-se em meu pescoço me provocando um arrepio em todo o meu corpo.

Vamos começar a nossa vida como um só. – ele disse num sussurro.


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Notas finais do capítulo

Coroa da Luzziel: http://www.herteljewelers.com/gallery/the-most-extraordinary-royal-tiaras-pictures/The-Most-Extraordinary-Royal-Tiaras2.jpg
As frases de Gandalf foram feitas, partes por mim, e em partes de um site --> mensagenscomamor.com
As de Légolas foi eu mesma.
Sobre a noite de Núpcias, vocês querem que eu escreva? Tipo, com todos os detalhes?
O próximo capítulo está pronto, então migrem para o link http://fanfiction.com.br/historia/605912/A_Entrega_Total_-_Principe_Legolas/
É uma espécie de OVA, espero que gostem.
Beijos e até mais.