Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 34
Capítulo 34: O Reencontro - parte I


Notas iniciais do capítulo

Gente, por favor escolham um nome (sério, me ajudem): Luke (que eu costumo usar em quase todas as histórias que eu faço husauushahushuahus), Adam (nome da fera, de A Bela e a Fera) ou Digory (Cedrico Digory do Harry Potter, Digory Kirke do crônicas de Nárnia)
Daqui a alguns capítulos eu revelo o porque.
O capítulo tá grande até.
Não esqueçam de comentar com o nome.
Boa Leitura.



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– Põe a capa na cabeça. – Aragorn ordenou-me assim que chegamos perto dos portões de entrada para o reino da floresta.

Obedeci a sua ordem a fim de esconder um pouco o rosto. Por mais que eu fosse convidada para a festa, não queria que Légolas soubesse que estava ali até poder me encontrar com ele a sós.

– Sou Aragorn, amigo do príncipe. Vim para seu noivado. – Ouvi Aragorn dizer para um dos guardas.

– Como posso saber se está falando a verdade? – o guarda desconfiou.

Aragorn tirou a carta de seu velho amigo e entregou para o guarda, que não pude ver quem era por causa da capa tampando parte do meu rosto.

– E essa senhorita?

– É minha mulher.

Alguns segundos de silêncio.

O cavalo recomeçou a andar para dentro do reino. Sentia as mãos suadas, e o nervosismo beirava à loucura. Queria acabar logo com aquilo, pedir perdão à Légolas e poder continuar a viver em paz.

Nada no castelo revelava quem seria a preferida do príncipe, mas sabia que se Hangar ainda estivesse na disputa, provavelmente Légolas a escolheria.

E tamanho foi o aperto em meu peito ao perceber que colaborei e muito para essa decisão.

– Qual é seu plano? – Aragorn perguntou-me quando adentrávamos para o castelo, deixando o cavalo nas mãos de um dos guardas.

– Eu realmente não sei. – respondi. – Acho que preciso ver Légolas sozinha, entende? Não sei como farei isso num dia agitado como esse.

Aragorn pensou um pouco enquanto tentava esconder-me em um canto.

– Tentarei atraí-lo para um dos quartos e pedirei que espere. Mas preciso encontrá-lo primeiro, e como disse, é um dia muito agitado. Você precisa esconder-se. – ele concluiu, e parecia que era um bom plano.

Avistei uma elfa de cabelos ruivos ao longe e tive esperança que fosse Tauriel. Porém, percebi que usava trajes das criadas do castelo, bem parecidos com os que usaram na festa de ano novo.

– Espero que seja Anglórien. – disse, desejando estar certa.

Andei em direção da elfa que falava calmamente com Swín. Aragorn observava-me atento para quem passasse por ali.

Quando Swín afastou-se, cheguei perto da criada com grande receio.

– Ang? – disse baixinho, porém o suficiente para a criada despertar para o chamado.

– Senhorita Belle? – a criada pareceu assustada, e ao mesmo tempo com um ar de esperança na voz.

Baixei a capa que escondia parte do meu rosto, e pude sentir mais uma vez braços envoltos do meu corpo, apertando-me num abraço caloroso.

– Que bom que veio! Senti tanta sua falta. – Ela dizia em meio ao abraço. – Todas juraram que você nunca mais pisaria no palácio outra vez.

– Bom saber que todas já sabem do meu envolvimento com o príncipe. – respondi sentindo-me envergonhada.

– Não conhecemos bem a história. Porém, todas sabiam que a senhorita é orgulhosa demais.

– Talvez nem tanto. – Disse. – Ouça, Ang preciso que me esconda por uns tempos, até Aragorn conseguir com que eu fale com o príncipe. Preciso pedir perdão à ele, mas não quero que vejam que estou aqui.

– Aragorn? – A elfa parecia confusa.

Chamei Aragorn e apresentei-o para a elfa, que ficara escarlate com o leve beijo que ele dera em uma de suas mãos.

– Pode esconder essa senhorita por algum tempo? Preciso localizar Légolas primeiro, e convencê-lo a ir até algum lugar reservado.

– Claro. – Ang concordou, ainda corando. – Levarei a senhorita pro seu antigo quarto. Todas as garotas que voltaram, tem o seu quarto à disposição.

– Mas não quero que me vejam! Quero que ninguém saiba que estou aqui, ou o mínimo de gente possível. E, não quero, de modo algum, que tal assunto caia nos ouvidos de Thranduil. – pedi.

– Então é melhor irmos logo. – A elfa disse, puxando-me pelo braço. – Ainda é cedo, mas as garotas já devem estar chegando para o baile. Este que acontecerá no início da noite.

– Aragorn, por favor, o quarto é na ala leste, sete quartos à esquerda. Não demore. – Pedi, e segui Ang tentando alcançar seus longos passos.

O quarto estava exatamente do jeito que deixei, apenas os lençóis e cortinas trocados. O ar quente que vinha de fora deixava o clima tão aconchegante e agradável, que cada parte do meu corpo arrepiou-se ao senti-lo outra vez.

O cheiro, aquele de folhas silvestres, acompanhava com a sensação de sentir o perfume de Légolas junto. Aquele era, sem dúvida alguma, o melhor cheiro do mundo.

– Vou trazer-lhe algo para comer. Olhe só, está tão magra! Parece que seu espírito ficou para trás quando você se foi. – A elfa disse, analisando minha face que estava sempre pálida.

– E eu concordo com isso. – Respondi, tentando sorrir um pouco.

– Parece tão triste. O que houve?

Sentia uma dor todas as vezes que eu lembrava sobre tudo o que passei.

– Não conte, chamarei Vell. Ela ficou inconsolável quando a senhorita partiu, dizia que você e o príncipe era o casal mais lindo de toda a Terra Média, e que um amor como o de vocês não deveria acabar daquela forma. E eu concordo com ela.

Ang piscou e deu meia volta para sair do quarto, trancou a porta e certificou-se que ela estava bem presa.

Suspirei. Contar a mesma história, repetidas vezes, era muito doloroso, e eu me sentia completamente cansada.

Tirei meus sapatos e deitei na macia cama que um dia já fora minha. Senti o conforto tomar conta de meu corpo, enquanto meus olhos fechavam-se em meio ao cansaço.

E em menos de um minuto, adormeci.

Ouvi vozes. Quando abri os olhos, Vell olhava-me com lágrimas.

– Eu ainda não morri. – Disse, tentando afastar aquele clima de felicidade e tristeza que se misturava no rosto de uma das pessoas que mais se importaram comigo na vida.

Abracei Vell fortemente. Ang observava com um sorriso no rosto.

– Achei que nunca mais a veria. – Ela disse, afastando-se um pouco para me olhar de frente. – Por que foi embora?

Olhei para fora a fim de respirar um pouco de ar.

– Quanto tempo eu dormi? – perguntei, ignorando a pergunta da elfa por um segundo.

– Quase duas horas. – Ang respondeu-me. – Já passou da hora do almoço, mas trouxemos comida para a senhorita.

Ang abriu uma bandeja contendo vários tipos de pratos, todos bem fartos e contendo várias sementes.

– É para a senhorita recuperar a cor. – Vell disse sobre as sementes.

– Ótimo. – Respondi, agradecida por tê-las ali. – Enquanto como, contarei à vocês o verdadeiro porque de ter deixado o palácio, e tudo o que passei durante esse tempo.

Tomei um longo gole de água e comecei. A cada palavra dita, minhas criadas mudavam seu semblante.

Divertiram-se quando contei sobre o beijo com o rei. Porém, quando contei o verdadeiro porque, ambas sentiram pena.

No fim, estavam sem fôlego já. Mas quando disse que amava Légolas e precisava pedir perdão, ambas se animaram muito.

– Mas Légolas não está no palácio. – Vell disse. – Está escoltando as garotas que eram da seleção, e que vem para o baile da escolha.

– Deve ser por isso que aquele belo senhor ainda não voltou. – Ang disse, corando mais uma vez.

– Sinto muito ter de dizer isso, mas Aragorn é completamente apaixonado por uma elfa chamada Arwen. – confessei, um pouco triste por tirar as esperanças de Ang.

– A princesa de Rivendell?

– Acho que sim. Bom, sei que o pai é nobre.

Ang exibiu um olhar triste.

– Não sabia que gostava de homens! – Disse, rindo.

– De belos homens, sim. Suas cicatrizes contam histórias e suas canções são profundas e falam de amor. – Anglórien disse, vendo a reprovação da elfa mais nova em sua face.

– Ela é louca para se casar com um humano, mas nunca conseguiu chamar a atenção de nenhum deles. – Vell disse.

Então algo me despertou à lembrança. O baile de ano novo, Runel dançava com alguém.

– Não foi você quem dançou com Runel? – Perguntei a ela. – Aquele moço de cabelos pretos e olhos verdes, que era meu convidado, e que contei sobre na história?.

– Ah, sim. – Ela respondeu, dando um rodopio em volta de si e sentando na cama. – Dançamos a noite inteira. Foi como um sonho. Mas, agora que você contou sua história, sei que ele gosta da senhorita.

Sorri. Nunca percebi que Ang era tão sonhadora.

– Acho que as portas do coração dele estão completamente abertas para algo novo. – Disse, piscando para a elfa.

– Não ponha esperanças na cabeça dela! – Vell disse, rindo também.

– Talvez, se Belle se casar com Légolas... ela possa o convidar para o casamento! – Ang disse entusiasmada.

– Eu não tenho nem certeza de que Légolas me perdoará! Não conte com casamento mais. – respondi.

– Mas é claro que ele vai perdoá-la! – Ang parecia convencida disso. – E vocês vão se casar...

– ... E nós vamos vesti-la para pedir o perdão mais bonito. – Vell concluiu.

– Não ponham esperanças em minha cabeça! Sei que não posso esperar muito dele mais. Sei que seu coração deve estar despedaçado por minha culpa!

– Mas a senhorita irá pedir perdão, não é? – Ang fitou-me com ar de severidade.

– Vou. Vim para isso.

– Ótimo. Alguma preferência de cor?

–... Branco. – Respondi, sorrindo. – Quero um belo vestido branco.

~***~

– Ficou perfeito! – Vell disse, após me vestir com o belíssimo vestido que ela e Ang fizeram de última hora.

– Légolas ainda não chegou? – Perguntei. Sentia-me cada vez mais nervosa ao perceber que a tarde caía, e a noite anunciava sua chegada. O baile seria em menos de duas horas, e nada do príncipe aparecer no palácio.

– Sinto em dizer que não. – Ang respondeu. – Pedir ao senhor Aragorn que nos comunicasse imediatamente se soubesse de sua chegada.

Suspirei. Precisa de um tempo com Légolas, mas parecia a coisa mais impossível de se ter no momento.

Vell tornava os cachos de meus cabelos brilhantes outra vez. Elas insistiram para que eu passasse pelo ritual de beleza, nem que fosse pela última vez. E, mesmo com a dor da depilação, fiquei feliz em poder me despedir das coisas da seleção.

Alguém bateu à porta. Aragorn apareceu um pouco ofegante.

– Légolas chegou, porém não consegui falar com ele à sós. Sinto muito, mas ele se enfiou num quarto com Thranduil para uma conversa. – Ele disse com o olhar triste. – Mas prometo tentar arrastá-lo para um local antes mesmo do baile. Só espero que ele queira me seguir, e ouvir tudo o que tem a dizer.

– Não poderia desmaiá-lo? Assim ficaria mais fácil. – Vell disse. O ar sério de sua voz fez-me assustar. – Estou brincando.

– Faça o que achar melhor. – Respondi, segurando as mãos de Aragorn em agradecimento. – E se não der, eu ainda prometo que lhe pedirei perdão. Nem que grite para o mundo inteiro.

Aragorn apertou minhas e afirmou com a cabeça, e saiu de nossas presenças.

– Seria capaz de fazer algo do tipo? – Vell perguntou-me.

– Espere e verá.

~*O*~

A música começou. Aragorn ainda não aparecera. Minhas mãos suavam ainda mais, e sentia o quarto já sufocar-me. Precisava ver Légolas antes de tudo, mas como?

Sentia meu coração acelerar. A perspectiva de que ele escolhesse outra garota antes mesmo de conseguir pedir perdão era inaceitável.

Minhas criadas permaneciam quietas observando-me andar de um lado para outro, já sem paciência.

– Então Hangar, Amber e Sigrid estão entre as três finalistas? – perguntei mais uma vez, sentindo uma pontada no coração cada vez que visualizava em minha mente os rostos delas.

Vell e Ang apenas afirmaram com a cabeça.

Parei diante o espelho para ver como estava. Recuperei a cor de minha face, e algo que as elfas passaram conferia-me uma cor ainda mais bonita. Meus cabelos estavam soltos em partes, e em outros, preso.

Via pela primeira vez uma princesa.

Ouvi uma trombeta. Meu coração acelerou ainda mais.

– A festa está começando. – Vell disse, com o olhar triste.

– Sim... e eu preciso fazer algo. – Respondi, abrindo a porta e surpreendendo-me com a presença de Aragorn mais uma vez, porém arrumado para o baile.

– Sinto muito. – Ele disse. – Légolas está sendo praticamente escoltado hoje.

Inspirei um pouco de ar, a fim de que meu coração se acalmasse um pouco e desse uma trégua ao nervosismo.

– Tudo bem. Mas eu não vou ficar aqui parada!

Respondi, saindo da presença de Aragorn e minhas criadas o mais rápido possível.

Desci as escadas. O palácio era grande, e não me preocupei em saber onde a festa se passava. Então, decidi seguir o som da música que estava tocando, algo como harpas, que tocavam conhecidas canções.

Os olhares me acompanharam por todo o percurso. Aonde ia, várias criadas olhavam e cochichavam, e alguns guardas abriam os olhos ainda mais.

Avistei o salão em questão. Dessa vez coberto e cheio de luzes no teto. Havia muito mais pessoas do que no baile de ano novo, todas bem vestidas, que sorriam e cantavam. Algumas já dançavam, rodopiando o salão por completo.

Na frente – bem na frente, muito longe de onde estava – Légolas estava prestes a começar. Ao seu lado Hangar, Amber e Sigrid sorriam voluntariamente.

Já o príncipe parecia estar cansado. Seus olhos um pouco inchados, revelava um ar triste, muito diferente do que a ocasião deveria lhe proporcionar.

Suas roupas eram de um branco misturado com prata e cinza, e uma coroa em sua cabeça conferia-lhe um ar de majestade ainda maior.

Concentrava-se no pergaminho em suas mãos. Estas que por vezes limpava em suas roupas. Estava nervoso.

Porém lindo. Légolas tinha o dom de ser maravilhoso em qualquer circunstância.

Percebi que estava parada no mesmo lugar desde que o avistei, então decidi tomar marcha até à frente, custe o que custasse.

Vi Thranduil dizer algo em seu ouvido. Segundos depois a música parou.

Todos observaram-no.

Seu olhar desviou-se para o teto, então ele tomou fôlego.

Ao olhar para a multidão, tentei me esconder de sua visão no meio de algumas pessoas. Então ele começou a falar.

– Agradeço à todos aqui presentes... E bem vindos ao baile do fim da seleção. E de meu noivado.

Aquelas palavras despertaram-me como nunca, e passei a andar o mais rápido possível até a frente.

– Gostaria de dizer algumas palavras antes de dizer quem será a minha escolhida... – Ele continuava, e ao seu lado Hangar parecia ainda mais confiante do que as outras.

– Porém, eu decidi que não farei isso. Quero apenas deixar claro que é de minha livre e espontânea vontade...

Cheguei á frente, empurrando todos os que estavam em meu caminho. Dentro mim, algo gritava forte, mas eu não tinha coragem sequer de dizer.

– ...Que escolho para ser minha noiva, e futura princesa da Floresta das Trevas...

Légolas parou. Seus olhos azuis, tremeluzentes à luz, pareciam encher-se de lágrimas ao encontrarem-se com os meus.

Por favor, não. – disse tão baixo, que parecia inaudível até mesmo para um elfo.

Hangar avistou-me, alertando as outras garotas. Mas apenas ela parecia enfurecida.

Légolas continuava calado.

Então soube que ele poderia me entender.

Me perdoa.

Ele segurava-se para as lágrimas não descerem.

Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Link do vestido da Belle: http://www.fashionbubbles.com/files/2011/08/vest-bco-longo-10-300x450.jpg
Chorei? Chorei!
Imaginei assim desde o primeiro momento? Sim!
E não se esqueçam de comentar qual o nome que vocês escolhem, ok?
Beijos meu anjos ♥♥♥