Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 2
Capítulo 2: Não entrarei na Seleção.


Notas iniciais do capítulo

Continuando a história da garota que se recusa a não entrar numa seleção pra conquistar o (lindo) príncipe Légolas.
Alguém em sua sã consciência se recusaria a isso? hahaha
Eu certamente não.
Boa Leitura.



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Acordei um pouco suada e bastante irritada. Comecei a noite sonhando que estava presa dentro de um imenso castelo de vidro, se eu o tentasse quebrar, ele se partiria em milhões de pedacinhos, e certamente me machucaria. Tentava gritar o mais alto que podia, mas minha voz sumiu, e eu fui me sufocando.

Logo após, sonhei que estava preparando-me para a forca, como se tivesse cometido um crime e minha sentença foi a morte. Vi meus pais lá, eles não choravam. Muito pelo contrário, riam de mim como bobos que estão se divertindo com a situação precária de alguém.

De longe o rei Thranduil olhava-me com seu ar de autoridade, sem nem sequer mostrar um pouco de compaixão. Eu sabia que estava pra morrer por ter feito algo ao filho dele, mas o quê exatamente, o sonho não me permitiu descobrir.

Quando abri os olhos a primeira coisa que vi foi a maldita carta de Seleção. Eu havia preenchido tudo o que nela pedia, mas não estava mais certa se mandaria. Era óbvio que aqueles sonhos significavam alguma coisa, e eu não gostaria de descobrir o que era. Queimaria a carta assim que pudesse e diria aos meus pais que a entreguei. Assim, não precisaria dizer à eles o porque de estar totalmente contra a minha tentativa de entrar nessa competição ridícula.

Afinal, eu não precisava disso. Era inteligente o bastante pra saber que eu não tinha nenhuma chance sequer com um príncipe Elfo, por mais gentil e bonito que ele fosse. Na verdade, nem seu nome eu conseguia lembrar mais. Não era muito comum, e lembro-me como se fosse algo a ver com milhas... ou coisa parecida.

Fechei os olhos mais um pouco, a noite foi bastante perturbada pra mim, e não consegui descansar nada com sonhos tão agitados.

Não sonhei mais nada, pro meu alívio. Sabia que o certo era mesmo queimar essa carta o quanto antes, então quando acordei a primeira coisa que decidi fazer era ir até a cozinha procurar uma brasa acesa, e um lugar seguro pra não ter o perigo de incendiar meu quarto.

Mas a carta não estava mais lá.

Procurei em todo meu quarto, em cada canto do chão, em meus travesseiros e lençóis, e nada. Minha carta havia sumido, e eu tinha certeza absoluta que ainda não havia queimado.

– Mamãe. – chamei, temendo que ela já houvesse entrego.

– Senhorita, sua mãe não está. – Uma senhora que cuida da casa disse. – Ela foi até a borda da Floresta, disse que não iria demorar.

– Até a borda da floresta pra quê? – perguntei. Certamente ela já havia pego minha carta e entregaria a algum elfo.

– Não sei, senhorita. Só me disse que iria pra lá. – a senhora respondeu.

– Tudo bem. Obrigada.

Saí de casa em busca de onde minha mãe poderia ter ido. Ela poderia estar em qualquer parte da borda da floresta, e certamente já estava lá. Mas eu não poderia permitir que aquela carta fosse entregue.

Um tremor subiu pelo meu corpo. E estava mesmo com medo, e não sabia dizer exatamente o porquê, mas era como se assim que aquela carta fosse entregue, eu estaria presa nesse concurso, mesmo sabendo que ainda não havia sido escolhida.

– Bom dia senhorita Belle. – Runel, um amigo de muitos anos cumprimentou-me.

– Bom dia Runel. Por acaso viu minha mãe? Quer dizer, hoje cedo? – perguntei apreensiva.

– Não, senhorita. Tem algo de errado?

– Sim. – respondi sentando-me ao lado dele, que estava separando milho em cestos, provavelmente para meu pai. – Eu recebi uma carta do Senhor Thranduil, eu fui pré-selecionada pra participar da seleção que ele está fazendo pro seu filho... Milhas escolher uma esposa.

– Milhas? – Runel riu. – não seria Légolas? O príncipe elfo?

– Esse. Então eu até preenchi a carta, mas decidi que não iria entregá-la. Eu não quero tentar conquistar um homem que não conheço, ainda mais um príncipe elfo. – desabafei.

Runel e eu sempre fomos muito amigos. Crescemos praticamente juntos, ele sempre ao lado do pai Rubel, que era o braço direito de meu pai. Runel trabalhava agora para a minha família, o que o fez se afastar um pouco de mim. Disse, certa vez, que era questão de respeito com a filha de seu Senhor. Eu achei particularmente ridículo, mas não pude fazer muita coisa.

Quando entramos na adolescência, minha mãe fez questão de que eu não andasse mais com um menino, mas na época eu não me importei. Porque eu não poderia ter um amigo? Qual era a diferença entre homens e mulheres quando se trata de amizade?

Mas eu nunca pude expressar minhas opiniões sobre nada, e era considerada desrespeitosa. Com tantos “não pode fazer isso, não pode fazer aquilo”, eu acabei aceitando sempre todas as situações de bom grado.

Mas me sujeitar àquela situação já era demais.

– Eu acho que ele vai gostar de você. – Runel disse-me.

– Você por acaso é cego? Eu tenho cara de ser uma elfa? – zombei dele, e de mim mesma.

– Quem disse que elfos se apaixonam exclusivamente por elfas? Não, eles se apaixonam por humanos também. Ouvi dizer que uma até se apaixonou por um anão.

– Isso é ridículo, Runel. Homens e Elfos não combinam. – discordei totalmente.

– Ora, ora. Não estou te reconhecendo Belle. Sempre foi tão mente aberta, tão a favor de que todos deveriam viver em paz, juntos e sem medo de ser feliz. Por que acha que homens e elfos não podem se apaixonar?

– Não são homens e elfos, entende? Seria mais eu e Léguas... – disse.

– É Légolas. – Runel riu. – E o que tem você e ele?

– Não tem. Eu não o conheço, e sinceramente, não foi esse o futuro que eu queria pra mim. Quer dizer, minha maior vontade é pegar um cavalo, algumas coisas que mais necessito e viajar pela Terra Média. Talvez com alguém... mas não quero virar uma princesa, entende?

– Claro. – Runel encarava-me, sorrindo. – vejo que ainda tem os mesmo sonhos de quando era menina.

– Eu ainda quero ser livre. – disse, recordando-me dos meus sonhos de garota. – Quero ter a vida que sonhei, longe das desaprovações de minha mãe e das expectativas de meu pai.

– Eu entendo.

Respirei um pouco o ar fresco da manhã. Sentia meu coração bater acelerado por estar tão preocupada com a minha atual situação.

– Talvez você não seja selecionada. – Runel tentou me acalmar. – Soube que Sigrid, filha de Bard, também recebeu uma dessas cartas.

– Sigrid? Bom, ela é bem bonita, não é? Espero que a escolham. – disse, já me sentindo aliviada. Sigrid era bem mais velha, porém era bonita e Bard era o Senhor de Valle. – Ela é bem melhor do que eu.

– Se me permite dizer, eu discordo plenamente. – Runel confessou-me, e senti meu rosto esquentar.

Mamãe apareceu, vindo da direção sul da Floresta, com um enorme sorriso no rosto.

– Você pegou minha carta!? – perguntei meio que a acusando.

– Sim. E já está em ótimas mãos, minha querida.

– Mas o por quê? A senhora não podia, esse deveria ser minha decisão! – disse irritada. Como ela podia fazer isso comigo?

– A única decisão que a senhorita vai poder tomar, minha querida, é qual vestido usar pra quando for conhecer o príncipe. Pois te garanto plenamente, você entrará nessa seleção!


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Notas finais do capítulo

Belle ainda não aprendeu o nome do príncipe.
Confesso que quando vi O Senhor dos Anéis em Português, entendia Léguas também hsahushuahushashu
Ah, hoje é aniversário do (lindo, maravilhoso, estupendo, explendido, gostoso, mozão) Orlando Bloom. Parabéns ao cara que mostrou que perfeição no mundo existe.
Beijos e até o próximo capítulo.
Relembrando: sou movida a comentários, ok? se gostou da história, por favor comente. ♥