Feitos de metal e sangue. escrita por Cido


Capítulo 6
Aris.


Notas iniciais do capítulo

Voltei galeri.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/583318/chapter/6

ão sei ao certo por quanto tempo corremos. Mas concordamos que nosso novo esconderijo seria a pequena caverna que encontramos. A caverna é gelada e escura, porém fica a poucos quilômetros do nosso destino. Provavelmente um dia de caminhada. Agora somos oito. Já fomos doze, um terço de nós foi levado.

– Não podemos deixa-los – digo.

– Aris, não tem como entrar no Delta K. – Paige diz com seu sarcasmo irritante. – Se nós oito chegarmos ao destino é muito melhor do que se nenhum chegar.

– Olhe – Digo. – Não precisa ir, mas eu vou.

É difícil ver qualquer rosto no meio do escuro, mas posso sentir o olhar de Paige me picotando em mil pedaços. Pego a mochila que eu trouxe, me certifico de que há uma lanterna, um pacote com barras de cereal e uma garrafa de água.

– Você não pode ir – diz Paige com raiva.

– Quem disse, sua vadia?

Sempre, em todos os dias da minha curta vida eu odiei Paige. Se ela tivesse sido sequestrada eu nem ligaria, mas Jena e Pich estão lá, eles foram as primeiras pessoas com quem eu conversei depois da saída do Delta K, acho que eles são meus únicos amigos.

– Quem você acha que é para falar assim comigo? – Jena aperta meu braço.

– Eu sou Aris, caralho! – Grito. – E você quem é? Que porra é você Paige? Não me lembro de Tente ter te colocado no comando! Você é só mais uma de nós.

Uso o cotovelo livre para acertar o nariz da garota que grita de raiva e dor. Deixo a chuva de palavrões de Paige.

Um dia eu aprendi que não importa o qual é o seu inimigo quando se tem um ou mais aliados. E há modo melhor de conseguir um aliado do que salvando sua vida? Bem acho que não.

– Aris! – eu conheceria a voz de Helena em qualquer lugar do mundo – nós vamos com você.

Helena e Zenno corriam para me alcançar. Não compreendo o que Zenno está fazendo já que ele não parece ter amigos além de Max e Oz. Helena está indo por Fox, as duas viraram melhores amigas, o que eu acho estranho e idiota.

– O que está fazendo aqui? – Pergunto a Zenno.

– Finn está lá – ele diz ofegante.

Não entendo. Vi Zenno e Finn conversando um par de vezes depois que Finn perdeu o olho, mas nada além de recomendações de remédios e coisas assim. Por que ele estava tão preocupado com o garoto? Zenno era um ótimo aprendiz de médico, tenho que admitir, quando éramos pequenos ele quebrava a perna de outras crianças apenas para ter que ajudar na enfermaria depois.

***

O sol queima de leve minha pele. Segundo Helena que se auto intitulou Caçadora, estamos a poucos quilômetros da base do Delta K e chegaremos perto de anoitecer se andarmos rápido.

– Temos que ir para o leste – diz ela mostrando no mapa de papel gasto. – Temos que passar por aquelas montanhas e acho que um ponto alto é importante para termos uma boa visão.

– Por que não entramos por onde saímos? – Pergunto.

– Porque vai dar na sala de Tenente – ela revira os olhos. – Um dia Fox me disse que se você quer enganar os seus inimigos temos que começar pelos amigos. Não sei se devemos confiar em Tenente, os braços dela me dão arrepios.

– Ela ajudou o governo e agora ajuda os rebeldes, não sei se podemos confiar – Zenno diz enquanto enche a boca com o conteúdo de um dos pacotes de comida.

– Tem razão.

– Sempre tenho.

***

O sol acaba de se por quando alcançamos o melhor ponto estratégico livre segundo Helena. Há apenas alguns guardas, oito no total, porém estão todos muito próximos e será impossível matar um sem o outro perceber.

– Cada um escolhe um, então atiramos todos ao mesmo tempo já pensando nos três próximos, eles não vão ter tempo para perceber o que aconteceu. – Zenno diz carregando o seu rifle silenciado. – Helena você acaba com os outros dois?

– Claro. – A garota sacou a submetralhadora com confiança.

Coloco uma flecha no arco.

Contamos até três e acertamos com precisão. Como o previsto os outros guardas não tiveram muito tempo para perceber o que havia acontecido, apenas acertaram o chão com força. Helena acaba com os outros dois em alguns segundos.

Descemos o resto da colina o mais rápido possível cuidando para não tropeçar e matar alguém acidentalmente.

Me adianto verificando os corpos. Faço a coisa mais grotesca que já fiz em toda minha vida. Amputo a mão de um dos guardas com a faca de caça que estava dentro da minha mochila. Zenno vai além e tira o olho do mesmo soldado.

– Vai que tem leitor de retina?- Ele sorri.

A primeira porta tinha apenas o leitor de digitais. Seguimos pelo longo corredor tomando cuidado com as câmeras e tentando evitar os corredores com guardas.

– Onde acha que eles estão? – Sussurra Helena.

– Salas de interrogatório?

– Centro de treinamento ou terapia – Zenno me corta. – Conhecendo a Delta K como eu conheço eles já implantaram novos chips, até mesmo em Jena e Pich. Sabem que eles não vão falar em sã consciência. Quando o chip é ativado parte da memória é perdida, o Delta K quer que eles achem que ainda são recrutas, depois vão modificar suas mentes na terapia.

– Como você sabe disso?- pergunto perplexo.

– Não fomos os primeiros a fugir – ele responde sombrio.

– Vou procurar na terapia, Aris vá até o centro de treinamento e Zenno tente conseguir algo que nos ajude – Helena dita às regras como se fosse um líder da segunda guerra mundial. – Não importa o que aconteça não dedurem ninguém, muito menos os cinco.

– Ok.

Sigo pelos corredores sorrateiramente até encontrar o primeiro recruta. Um garoto um pouco maior que eu, mas suas roupas vão servir. Sigo até estar perto o suficiente para acertar a parte de trás da cabeça do garoto que cai feito uma boneca de panos da sala de brinquedos.

Arrasto o garoto para um dos quartos, tiro as minhas roupas e visto as dele. Sigo confiante pelos corredores como já havia feito milhares de vezes. Procuro pegar o caminho mais longo para o centro, o caminho que todos estão ocupados de mais para pegar.

As portas de vidro se abrem assim que paro minha caminhada. Não é difícil localizar uma pequena garota de cabelos vermelhos treinando com um garoto sem o olho. Zenno disse que a memória deles estava afetada, então tento parecer um recruta comum.

– Olá – digo sério.

– O que você quer? – Finn perguntou grosseiro.

– Acho que você devia me agradecer – digo.

– Por?

A única coisa que eu tenho que fazer é cortar o fio do chip antes dele ter total controle.

N


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Feitos de metal e sangue." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.