O Pedido de Reneesme escrita por camila belle


Capítulo 1
Oque desejar




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Eu fechei os olhos por segundos. Por um milésimo de segundos, aliás. Tentando memorizar tudo aquilo. O fraco calor da vela próximo ao meu rosto, o som de risos, e o das palmas que a minha princesinha batia, toda animada e corada, no colo do único e verdadeiro amor da minha existência, que conservava a outra mão livre em minha cintura.

 

– Faça um pedido! – Alice exclamou, á alguns passos a direita de onde eu estava, sua doce e linda voz despertando-me de meus devaneios.

 

Concentrei-me no que Alice dissera, minha mente vasculhando rapidamente, á procura de algo que eu realmente desejasse. Mas nada veio a minha mente. Simplesmente nada. Eu tinha tudo o que queria.

 

Ainda de olhos fechados, eu podia sentir o calor de todos ao redor de mim. Primeiro o de Edward e de Reneesme, e então, logo atrás de Alice e Jasper. Charlie um pouco atrás, ao lado de Alice. Atrás deles Rose e Emmett, Esme, Carlisle, Seth… Jacob. Só faltava Reneé pra ficar completo, mas ela ligara pela manhã, se desculpando e me desejando toda a felicidade do
mundo.

 

Acontece que eu já tinha. Eu simplesmente já tinha tudo que eu queria e até mais. A maioria das pessoas que eu amava estavam ali, e eu não podia estar melhor. O maior amor de toda a minha existência me amava também, minha filha
era linda, inteligente e saudável, e eu tinha toda a eternidade para curti-la. Eu não podia estar melhor. Tudo era perfeito. Tirando claro, o fato de que esse era o segundo aniversário que eu comemorava só esse ano. Alice teimava em promover festas em todas as minhas duas datas de aniversários. A minha humana, e a vampiresca. Eu tentava relutar contra mas era
impossível contra Alice, ela sempre apelava para a sua chantagem cruel de "Você não me ama?", que me deixava sem saídas. E bem, Reneesme parecia herdar seu espírito festeiro, e sempre se animava, tanto ou como Alice. Mas tirando isso, não havia mais nada que me incomodasse. E eu tinha tudo. E essa foi a maior razão pela qual peguei Reneesme dos braços de Edward. Ela já tinha – aparentemente, claro – uns bons três anos. E vestia um adorável vestido vermelho todo florido, que Alice comprara somente e especialmente para aquela ocasião. Inclinei-a sobre o meu enorme bolo de aniversário vampiresco
e sussurrei em seu ouvido:

 

– Faça um pedido, Reneesme.

 

Reneesme piscou duas vezes pra mim, então ampliou seu sorriso e assoprou as velas com gosto, batendo palmas alegre, sorrindo com seus dentinhos afiados á mostra.

 

Ela estava tão deslumbrantemente linda que eu passei uns bons minutos admirando-a, esquecendo de perguntar-lhe o que ela pedira.

 

Mas não demoraria muito para mim descobrir o que era.

 

Numa determinada hora da noite, quando estávamos todos juntos na enorme sala da mansão dos Cullens rindo das brincadeiras de Emmett com Reneesme – E com as bobas discussões entre ele e um paranóico Jake –, senti a mão fria e conhecida de Edward na minha, num convite cálido pra acompanhá-lo.

 

Eu o segui pra fora da mansão, feliz por ter um tempinho só nosso, nem que fosse por curtos segundos. Na verdade, tempo não era algo que me preocupava agora, nós tínhamos tempo de sobra. Todo o tempo do mundo para estarmos juntos, pra sempre.

 

Mas tudo parecia mais especial e significativo quando estávamos sozinhos, apenas caminhando, pelas ruas, perto de Forks, que foi cenário de tantas grandes emoções e doces recordações do tempo em que eu era humana. E era como se eu voltasse a me sentir uma simples de normal adolescente que era
comandada cegamente por minhas emoções.

 

Claro que tudo ficava mais surreal com o belo homem ao meu lado, sorrindo tão amavelmente pra mim, segurando minha mão como se nunca mais quisesse soltá-la, beijando meus cabelos como se fosse a melhor coisa do mundo. Edward me levou até um lugar não muito longe, mas sem dúvida, que eu nunca estivera em Forks. Era uma parte mágica, como aquelas em que a gente sempre imagina ter nos livros de conto de fadas. Era uma clareira escondida, ao lado de um lago com águas cristalinas e sombras em baixo das robustas árvores que eram formadas por folhagens brilhantes. E para tornar o cenário mais incrível, vaga-lumes vagavam silenciosamente por todos os cantos. Dezenas deles, como se estivéssemos nos refugiados dentro de um planetário, ou melhor, como se estivéssemos flutuando livremente no espaço, entre as estrelas.

 

– Uau. – Eu ofeguei, sem saber certamente o que falar.

 

Edward sorriu de lado, passando as mãos pelo meu cabelo acariciando-o, na verdade tentando – e conseguindo – me derreter completamente.

 

– Achei que gostaria daqui, e esperei uma boa ocasião pra te mostrar. – Ele contou, olhando rapidamente em volta, mas logo voltou à atenção em mim. E sorriu, meu sorriso favorito.

 

Eu me colei no peito dele,suspirando encantada,enquanto ele me enlaçava com carinho.

 

Ficamos assim por minutos. Ele com os queixos nos meus
cabelos, beijando-os, até que lentamente começamos a nos movimentar, Edward me puxando junto com ele, num ritmo calmo. Edward solfejando minha canção de ninar docemente.

 

– O que exatamente estamos fazendo? – Eu perguntei, lentamente, num sussurro, quase não disfarçando meu sorriso nervoso.

 

– Dançando? – Ele arriscou, rindo baixinho, lembrando da minha opinião sobre danças. Não que eu não tenha conseguido um novo corpo capaz de dançar graciosamente, como uma bailarina, mas eu ainda não havia mudado minha opinião
sobre danças. E não mudaria.

 

– Oh claro, muito obrigada! – Eu disse, sarcasticamente.

 

Edward gargalhou baixinho.

 

Ficamos assim, movimentando-nos calmamente por mais alguns minutos até que Edward quebrou o silêncio:

 

– No que está pensando?

 

Eu que estava murmurando mentalmente como Edward era irritantemente capaz de me forçar a fazer coisas que normalmente eu me recusaria a fazer, levei um susto com a súbita pergunta.

 

– Com sinceridade? – Eu perguntei, calmamente, olhando para seus olhos dourados e tão adorados.

 

– Naturalmente. – Ele respondeu, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

 

Eu suspirei encantada novamente.Um ato muito comum quando estou perto de Edward.

 

– Só estava pensando… Como é injusto o modo como você sempre consegue o que quer de mim sem grandes esforços. – Comentei, com uma ponta de ironia na voz. Edward gargalhou novamente, e então cheirou meus cabelos cuidadosamente.

 

– Achei que fosse o contrário. – Ele retorquiu travessamente no meu ouvido, me arrepiando de um jeito que só ele fazia. – Você não faz idéia como tem poder sobre mim.

 

Eu ri. Totalmente irônica.

 

Edward, percebendo meu tom, me encarou sério, com seus belos olhos dourados queimando nos meus, me dizendo coisas que seriam até inexprimíveis em palavras, impossíveis de ser entendida por muitos. Mas eu entendia, pois me sentia do mesmo jeito. E de repente eu percebi que se pudesse corar, estaria roxa aquela altura.

 

– Edward. – Eu comecei, com tom repreensivo, mas sem esconder meu tom amável no fundo. – Você está fazendo aquilo de novo. Está me deslumbrando.

 

Ele sorriu, se rendendo á minha teimosia.

 

– Bom, você SEMPRE me deixa completamente deslumbrado, mas isso não vem ao caso, não é? – Ele comentou, num tom divertido.

 

– Não, não. Prossiga. – Eu encorajei-o, no mesmo tom divertido. – Eu gosto disso. – Adicionei, rindo da cara irônica que ele fez.

 

– Okay, vou ter que lhe confessar. – Ele continuou, no mesmo tom. Eu encarei-o curiosa. – Eu confesso que estive tão profundamente deslumbrado por você que me esqueci completamente do maior propósito em trazê-la aqui.

 

– Oh, isso é realmente… perturbador! – Eu gracejei, acariciando seu rosto.

 

– Sem dúvidas. – Ele concordou, tocando a minha mão que repousava sobre sua bochecha e arrastando-a até seus lábios, beijando-os gentilmente. E então eu me sentia incrivelmente quente. – Mas garanto que tenho um belo jeito de consertar meu erro. – Ele disse, pausando, e então me virando de costas pra ele.

 

– Assim, não se mova. – Ele sussurrou no meu ouvido, seu hálito que antes fora gélido e que agora era morno pra mim, fazendo cócegas no meu ouvido.

 

Acredite. Eu não movi nenhum músculo.

 

E então, eu senti algo roçar no meu colo e ser preso cuidadosamente no meu pescoço. Curiosa,abaixei os olhos pro pingente em formato de coração e percebi que era daqueles
prateados,que se abriam. Abri-o cuidadosamente, medindo minha força para não quebrá-lo, e então congelei ao ouvir a doce melodia de ninar que Edward fizera pra mim.

 

A mesma que ele solfejava minutos atrás, quando dançávamos.

 

A mesma que ele cantou pra mim,por várias noites adentro enquanto eu dormia em seus braços.

 

E de repente eu sentia que estaria chorando se pudesse.

 

E nada melhorou quando Edward beijou minha nuca delicadamente, me abraçando por trás, encaixando seu rosto na curva do meu pescoço, cheirando-o cuidadosamente, esperando minha reação tardia.

 

– Bella? – Ele chamou, hesitante, se distanciando um pouco pra ver a expressão do meu rosto. E então ele gargalhou baixinho ao ver minha expressão quase chorona e me trouxe pra perto dele novamente,me apertando contra seu peito macio. E então foi a minha vez de me afastar. E antes que ele pudesse ter alguma reação eu fiquei na ponta dos pés e puxei sua nuca pra baixo, forçando seus lábios ao encontro do meu, beijando-o com doçura, mordiscando seus lábios levemente. Ele correspondeu prontamente.

 

E então o mundo em volta girou e se apagou, e de um jeito magnífico só nós dois ficamos ali em meio às carícias e aos doces suspiros. E quando dei por mim estávamos inclinados na relva, Edward inclinado sobre mim, beijando-me ardorosamente, sem hesitar, sem parar.

 

Eu podia sentir os vaga-lumes em volta, voando, iluminando, tornando o cenário mais fantástico. Lentamente, como pra complementar o momento, eles começaram a "cantar" produzindo um som gutural, fascinante.

 

– Hummm – Eu protestei, quando seus doces lábios se separaram do meu.Meu mundo girava, e era a melhor sensação do mundo. Eu nem me atrevi a abrir os olhos, aproveitando o gosto, a sensação ao último.

 

– Bella, você está fazendo de novo. – Ele sussurrou, sua respiração pesada, contra o meu rosto.

 

– O que? – Eu perguntei, curiosa, abrindo meus olhos lentamente e encontrando os dourados dele que se afastara levemente para me encarar.

 

Ele sorriu de lado, e ainda sussurrando com voz rouca disse:

 

– Me deslumbrando.

 

– Oh, me desculpe! – Eu ri deliciada. – Mas até onde eu saiba eu te deslumbrava sempre, não é? – Adicionei, marota.

 

– Sempre. – Edward reforçou, me olhando sedutoramente de um jeito que me fez arrepiar. – Mas PRINCIPALMENTE nessas horas.

 

– Isso é bom. – Comentei, calmamente, sem poder deixar de sorrir, satisfeita.

 

– Não. Na verdade é muito perigoso. – Ele comentou, dando o meu sorriso favorito. – Me faz perder todo o meu autocontrole… – Explicou, mordiscando meu pescoço cuidadosamente. – Me fazendo esquecer que estávamos á poucos quilômetros de casa, e que tudo é perfeitamente audível por todo o restante da nossa família.

 

Eu ri sombriamente, sentindo minhas bochechas arderem, ao perceber que por segundos eu considerara a idéia digamos que… Interessante.

 

– Bom, isso seria embaraçoso. – Observei, tentando ficar séria.

 

– Muito. – Edward concordou, concentrado em passar seus lábios por cada centímetro do meu pescoço.

 

Cada vez mais interessante.

 

– Que tal irmos pra nossa casa, amor? – Indaguei acariciando seus cabelos e bagunçando-os levemente.

 

– Hmmmmm. Ótima idéia. – Ele sorriu travesso, me dando um breve selinho e rapidamente ficando em pé, e estendendo sua mão para me levantar.

 

Eu aceitei sua mão e então ele me pegou no colo e me passou facilmente para as suas costas.

 

– Como os velhos tempos. – Ele piscou, com o meu sorriso favorito que não me deixou pestanejar.

 

Quando vi já estávamos correndo pra casa dentre as árvores. Eu podia ver cada folha, de cada árvore que passava como vulto por nós. Decidi fechar os olhos, para apenas sentir o vento bater levemente contra meu rosto. Era tão
reconfortante.

 

– Amor? – Eu chamei, sussurrando em seu ouvido.

 

– Hun? – Ele respondeu sem virar pra mim, mas se arrepiou em resposta. Eu ri.

 

– A propósito. Obrigada. Eu amei o presente. – Agradeci, de todo o coração.

 

– Sempre foi e sempre será seu. – Ele disse, e eu pude ouvi-lo sorrir. – Na verdade até achei por instantes que você não aceitaria.

 

Eu me calei. Memórias de quando soube que o pingente em formato de coração que ele me dera era diamante bruto, surgindo em minha cabeça.

 

– Não sei porque tem tantos problemas com jóias. – Ele bufou, impaciente.

 

Eu ri. Feliz demais pra formular alguma boa resposta. Toquei o coração prateado e me abracei mais forte a ele.

 

– Amor? – Chamei novamente, me lembrando de súbito sobre uma pergunta que eu havia esquecido de perguntar e que agora martelava em minha cabeça.

 

– Bella? Ele respondeu, dessa vez me olhando, e me transferindo para os seus braços. Havíamos enfim chegado em casa.

 

– Me diga, o que Reneesme pediu quando assoprou as velas?

 

Ele riu divertido.

 

– Não era proibido contar? – Ele perguntou, maroto.

 

– Tecnicamente é proibido ela contar. – Eu observei, no mesmo tom. – Você não.

 

– Bem observado.

 

– Obrigada. – Eu disse, esperando a resposta.

Edward percebeu minha curiosidade e gargalhou, com mais uma de suas piadas íntimas.

 

E antes que eu pudesse protestar, ele me capturou num daqueles beijos de tirar o fôlego, me fazendo sentir tonturas.

 

– Mais tarde te conto. – Ele sussurrou, roucamente no meu ouvido. Eu encarei-o e ele sorria maroto pra mim, seus olhos agora negros faiscando. Eu estremeci, e não era por nenhum tipo imaginável de medo. Era por um motivo mil vezes melhor. Porque eu podia adivinhar que meus olhos estavam do mesmo jeito. – Mas agora, quem sabe eu não te dê uma dica?

 

Ele sorriu ao perceber meu tremor e continuou seu caminho, me levando até a doce privacidade do nosso quarto.


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Notas finais do capítulo

É isso aí!Primeiro cap. Originalmente eu tinha começado a postar no fanfiction mas tive muito problemas por lá,como palavras comidas,complicações no site e tal --´ E eu infelizmente não sou uma perita em computadores e não tenho muita paciência pra ficar tentando achar a solução..Enfim,muitos erros acabavam me desanimand e por um longo tempo fiquei sem postar por lá desanimada,vou tentar iniciar aqui novamente,muitos leitores por lá me davam muuita força e nem sei como agradecê-los! >.< Valeu mesmo!
Já aviso que tenho adiantado seis caps betados,e vou atualizando conforme a resposta que vou tendo dos leitores okay?;]
É isso aí!
kisses!



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