Étang escrita por Áiss


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo sem escrever nada me veio essa Merthur. Esse é um casal que sempre vai ter meu carinho e meu amor, eu amo eles juntos, só que é um ship meio dolorido né?Bem, a fanfic não foi betada, tá curtinha e tô postando pelo sentimento mesmo. Desculpem os erros. Não vai ter capa mesmo não. Fazer o quê, a vida tem dessas coisas.Xoxo~



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Ele sorri e você pensa que o sorriso dele é como o sol nascendo em um dia de outono, porque é tão doce e tão sincero. Você não sabe quando seu coração começou a bater descompassado toda vez que ele sorri, ou quando ele simplesmente olha pra você, daquele jeito cúmplice que só você entende, porque só você sabe do que se trata.

É o segredo de vocês, ninguém nunca vai saber, ninguém nunca pode vir a saber. Mas tudo bem, você realmente não se importa, sempre soube que seria assim. Um dia ele vai se casar, ele vai ter filhos e você vai perdê-lo. Tudo bem, mas por enquanto, só por agora, você não quer pensar nisso. Ele está aqui, ele está no seus braços, é você que marca o corpo dele deixando claro o recado: ele vai embora um dia, mas por enquanto ele é seu. É o seu nome que ele sussurra, o seus cabelos que ele bagunça, são seus os sorrisos doces dele. É você que escuta ele dizer baixinho que te ama quando pensa que você está dormindo.

Você se sente seguro nos braços dele, você olha no fundo dos olhos azuis, alguns tons mais claros que o seu, e você sente que pode se afogar neles, cair e se perder naquele imensidão. Morrer ali, se afogar de Arthur. Como Narciso, no lago.

Toda vez que olha pra ele você sente vontade contar, mas não pode, você tem medo. Talvez ele não consiga lidar com sua magia, talvez ele não consiga entender, tudo o que resta é guardar o segredo, é uma parte sua que ele não pode conhecer. Todos tem segredos, então tudo bem.Essa é a desculpa que você usa, mas então vocês estão sozinhos e você sabe que conhece cada célula dele, ele faz questão de se mostrar de todas as perceptivas pra você, as adoráveis e as detestáveis. Ele é tão sincero que as vezes te machuca, você se sente horrível e decide que um dia vai contar. Um dia. Talvez .

Droga, você tem tanto medo.

Então você finalmente decide que vai contar tudo a ele, que vai ser absolutamente tão sincero quando ele, mas Arthur tem uma guerra pra combater e não lhe sobra tempo pra ouvir confissões desesperadas e dar perdões necessários.

Você diz a si mesmo que logo que toda aquela bagunça se arrumar você vai dizer tudo. Por enquanto é seu dever fazer o que sempre fez, cuidar dele, protege-lo com sua magia.

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Só que dessa vez o plano não saiu como o esperado, você não conseguiu protege-lo, você falhou com ele. Você planejava fazer ele vencer a batalha, mas você se distraiu e tirou os olhos do que realmente importava, você tirou os olhos dele . Foi por tão pouco tempo, mas tempo o suficiente para que a maldita espada violasse o corpo dele, então você o perdeu.

Você não o perdeu pra uma esposa e filhos, você não o perdeu para as responsabilidades da coroa que ele carregava. Preferia tanto que tivesse sido, não se importaria, porque no final aquela não seria uma perda completa, mas aquela era.

Você o coloca nos seus braços, ele está sangrando tanta, tanto, que você começa a entrar em desespero. Não sabe o que fazer. Ele segura forte a sua mão, sorri aquele sorriso que sempre foi só seu, seus lábios se abrem,mas ele sente dor demais pra dizer alguma coisa. Ele se esforça e você tenta impedir,mas ele precisa te dizer alguma coisa.

“Eu sei” Ele te segreda, você olha para os olhos azuis dele, a lagoa de Narciso, e entendo do que Arthur está falando. Ele não sente raiva, ele compreende que sempre o protegeu com seu dom. Você o aperta, você tenta tudo o que pode pra curar a ferida, mas aquilo é algo com o qual não pode lidar. E Arthur se perde, se perde em si mesmo e se perde nos seus olhos, tons mais escuros que os dele. Ele é seu Narciso, você é a lagoa dele e como esperado Narciso cai nas profundezas da lagoa.

De lá, ele não retorna.

_________________________________

Narciso, foste caluniado pelos homens,

por teres deixado cair, uma tarde, na água incolor,

a desfeita grinalda vermelha do teu sorriso.

Narciso, eu sei que não sorrias para o teu vulto, dentro

da onda:

sorrias para a onda, apenas, que enlouquecera, e que

sonhava

gerar no ritmo do seu corpo, ermo e indeciso,

a estátua de cristal que, sobre a tarde, a contemplava,

florindo-a para sempre, com o seu efêmero sorriso.

Cecília Meireles


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