Omedetou escrita por Fabi-Aiyu


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar.
POV do Bou, primeira pessoa, formato de carta.



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Eu gosto de escrever cartinhas, sobre tudo quando elas se direcionam única e exclusivamente a você. Eu gosto bastante de escrevê-las, sair pra comprar papel de carta bonitinho pra escrever poeminhas bobos de amor pra combinar com tudo aquilo que eu sinto...

Gostaria muito de saber o que acha disso... Nunca falei com você a respeito... Mas é importante pra eu saber se você gosta ou não, nee...

Sinto a sua falta. Parece que toda a vez que você sai pra turnê ou pra viajar, até mesmo pra trabalhar, um pedaço bem grande de mim vai embora junto e só volta quando você está aqui... É estranho, mas parece que sem você, nem meu sangue flui direito, afinal, meu coração está pulsando junto ao seu de forma insistente demais pra conseguir pulsar aqui por mim também.

Acho que todo mundo me vê com um pequeno menino loiro de cabelos compridos que desejava, talvez, ser uma menina. E não é bem assim. Não depois de conhecer você.

Mas vou te contar o que aconteceu exatamente no dia primeiro de fevereiro do ano de 2010.

Eu estava caminhando pelas ruas de Akihabara, você bem sabe como toda aquela movimentação de pessoas indo e vindo me deixam feliz, gosto de vê-las com suas sacolinhas, toquinhas e roupas coloridas, neutras, sérias, executivas, brincalhonas...

A diferença era que, dessa vez, todos que caminhavam por lá certamente estavam a passeio e eu tinha uma missão muito importante e especial: encontrar o presente perfeito pro marido perfeito e pra data perfeita.

Meus passos eram realmente lentos, confesso. Sabe que nunca gostei de andar muito rápido, apenas se for pra correr e alcançar seus braços macios e quentinhos que tanto me fazem bem. A coisa é que as vitrines me soavam insossas. Nada parecia alcançar meu olhar e minha vontade de comprar, de pedir o mais bonito dos embrulhos para te dar de coração. Já passou por um momento desses?

É estranho...

Pois bem, depois de tanto me cansar na busca por algo nas primeiras quadras, resolvi sentar pra tomar um sorvete e descansar um pouco. Enquanto comia a minha casquinha de chocolate com flocos crocantes, eu olhei em volta e pensei em algumas pessoas que poderiam me ajudar.

E foi assim que fiz a primeira ligação da tarde, conversando com Touya.

- Ah, pro koi é mais fácil de comprar presente... E se você não quer uma coisa muito chamativa nem nada... É difícil, hein?! Isso que eu convivi com ele bastante tempo por causa do meu irmão.

Eu suspirei e logo desliguei. Lógico, Touya não ia me ajudar muito, mesmo que as ideias dele sobre coisas inovadoras para se dar de presente a alguém que se ama tenham sido muito boas e interessantes, a meu ver.

Joguei fora o guardanapo e suspirei pesado, ainda sentado naquele banco. A loja a minha frente era uma loja de marca, famosa e tudo o mais, mas ainda assim eu achava que não me valia a pena o esforço por olhá-la e achar que coisas caras iriam ser o suficiente para presentear alguém e transmitir todos os meus sentimentos.

Ainda assim, insisti e liguei para Ruka, constatando através do que ele disse que eu realmente não tinha outra escolha a não ser caminhar mais pelas ruas.

E, de fato, eu não tinha nada a perder com uma caminhada pela rua – exceto alguns quilinhos que eu possa ter vindo a adquirir, mas isso não é problema algum pra mim, nee... -, nem tempo eu ia perder caminhando até lá.

De volta a minha caminhada, eu me perguntava se devia ligar para mais alguém, mas antes que pudesse ligar, Rame exclamava e me pedia, do outro lado da linha, uma presilha bonitinha para o cabelo com enfeite de flor para combinar com seu mais novo vestido.

Eu até poderia lhe perguntar algo a respeito do dito presente, mas acho que ele ia ficar constrangido demais pra me dizer qualquer coisa ou, até mesmo, aceitar a presilhinha de bom grado como um presente amigável.

Bom, a verdade é que eu passei por milhares de lojas no decorrer daquela tarde longa demais. Quer dizer... Não é tão divertido caminhar sozinho por lá, mas eu tinha escolhido ir sozinho para comprar o presente que eu queria.

Logo, eu entrei numa lojinha de CDs. Disponíveis numa enorme parede estavam meus álbuns, seus álbuns... Tudo relativo a nós, nossos amigos e conhecidos. Coisas relacionadas a música, independente do que eram, estavam espalhadas pelas paredes.

Eu sorri e resolvi comprar um dos que eu ainda não tinha, mesmo que soubesse que eu poderia pedir pra você que você traria da gravadora e me daria até mesmo assinado todo doce, com sua letra amável.

Mas eu comprei porque acho legal, gosto de comprar CDs seus tanto quanto eu gosto de comprar papel de carta para escrever pra você.

Mas voltando ao que realmente interessa a nós, já chega oito horas da noite. Ao longe, o sol já estava escondido detrás da imensidão vasta de prédio, não haviam mais tantas pessoas circulando pelas ruas...

E eu me via sozinho.

Sentado no banco a espera do metro.

De mãos vazias, tendo apenas minha mochila, dinheiro, óculos de sol e o CD que eu escolhi comprar naquela loja. Mas sem o presente.

A verdade é que cheguei em casa e você ainda não estava. Quer dizer, aproveitei para escrever essa carta explicativa do porque não comprei um presente em comemoração aos três anos de namoro que temos e comemoramos no dia dois de fevereiro.

Porém, comecei a pensar bem e vou te dizer por quê.

Estar ao seu lado é um presente único e especial. Posso te oferecer todo o meu tempo, todos os meus dias, meus meses. Todo o meu ano. Posso te oferecer como presente toda a minha vida a seu lado, ou toda a eternidade, se ela existir e estiver à frente de nós.

Acordar com você é uma coisa que não tem preço. Produtos importados, coisas de lojas caras, badulaques, roupas... Tudo é descartável. Mas uma vez que estamos juntos, sabemos bem o que significa estarmos unidos, uma vez que posso ter essa honra de acordar entre seus braços e beijar seu nariz de forma fofa, como dizem, acredito que seja um presente.

Ter você como marido é o melhor e maior presente que eu poderia ganhar em toda a minha vida. Já desejei, na minha vida, e pedi fervorosamente a Kami-sama que me mandasse um anjo pra cuidar de mim e me ajudar nos momentos que eu não soubesse o que fazer... E para a minha maior surpresa, ele me mandou mais do que apenas um anjo. Ele me mandou aquilo que se tronou e se torna a cada dia a razão dos meus sorrisos, o motivo das minhas vontades, o personagem dos meus sonhos... E aquele que me motiva a acreditar em tudo que acredito hoje.

Algumas pessoas agradecem pelo amor que tem, outras se vangloriam dele. Eu não sou nenhum dos dois tipos de pessoa. Eu sou aquele que sorri por ter alguém pra amar, que agradece por não ter tido nenhuma briga séria e que se vangloria de ser amado igualmente.

E aí está o maior motivo por não ter me matado para achar um presente.

Meu amor é o maior, mais raro e mais precioso bem que eu posso lhe oferecer como presente por você fazer parte essencialmente dos três anos mais fantásticos que eu já vivi em toda a minha vida.

Não sei agradecer de forma diferente, e acho que não posso te dar ago melhor, porque esse é um presente que não se compra com pedaços de papel coloridos cheios de números ou moedinhas feitas com metal caro...

Meu amor é o que tenho de melhor em mim.

E é ele que eu te ofereço.

Bem, acho bem possível que quando chegar aqui do show já seja bem tarde e só teremos tempo de comemorar amanhã... Mas não tem problema, porque você vai saber que estou feliz por chegar aos três anos de namoro quando ler essa cartinha...

Se estiver com fome, tem alguma coisinha na geladeira. Farei mochis pro café da manhã, acompanhado do seu chá favorito e passaremos o dia juntos, comemorando.

 

Eu te amo nee...

Meu kitsune...

 

“Parecia com a tranqüilidade de dias azuis que não enfraquecem.

Assim, como eu mesmo, eu viverei para sempre com você.

Eu estarei com você até o fim da eternidade que você quiser...”


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Notas finais do capítulo

M´sica do final: Waterfall - alice nine.



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