Home Is Wherever I'm With You escrita por Vitor Matheus


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, como prometido lá no Twitter! Uma one-shot baseada na pergunta "O que seria de Glee agora se Cory Monteith ainda vivesse?" e respondida dignamente. Pelo menos eu acho...
Temos cenas de City of Angels, Opening Night e do episódio final planejado originalmente segundo Ryan Murphy. Espero que vocês gostem, escrevi com muito carinho e pensando no amor que temos em comum por Glee. Boa leitura!



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I.

Rachel estava, acima de tudo, segura e nervosa ao mesmo tempo. Afinal de contas, não era todo dia que uma baixinha estressada 24 horas por dia e 7 dias por semana estreava na Broadway uma reencenação do clássico “Funny Girl”, um sucesso de anos atrás na pele da adorada Barbra Streisand. Porém, o dia até ali havia sido exaustivo. Sue Sylvester fizera o enorme favor de vir a New York apenas para ver a jovem travar na hora de sua primeira fala; o eterno Mr. Schue chegou a vir junto para parabenizá-la, mas precisou voltar a Lima para o nascimento do pequeno Daniel Schuester; Tina, que também veio para a metrópole, até tentou encorajar a Little Rach com um falso bilhete da Streisand famosa... mas escreveu “BarbAra” em vez de “Barbra”, e isso a irritou ainda mais.

Poucos minutos antes de entrar em cena, resolveu espiar a plateia por uma fresta na cortina. Sue estava lá, pronta para lançar seus olhares ferozes sobre ela. Santana, Artie, Mercedes, Sam, Kurt, Blaine e Tina também estavam em uma das primeiras fileiras. Mais atrás, ela conseguiu ver sua mãe, Shelby, seus dois pais, Hiram e LeRoy, além de Quinn e Noah Puckerman, que aparentemente tinham acabado de chegar. Até a pequena Beth estava lá, ao lado da mãe biológica de Rachel, mas olhando para trás apenas para 'curiar' os rostos dos verdadeiros pais. Todos sorrindo, ansiosos para ver a pequena estrela brilhar no palco. Mas além de Will, uma outra pessoa não estava presente.

Finn Christopher Hudson.

Foi aí que a Berry ficou mais desesperada do que antes. Finn fora todo seu apoio por mais de três anos, e mesmo após o rompimento ao som de “The Scientist”, continuaram na base da amizade por um tempo. A comunicação entre os dois só foi reduzida depois que ele afincou nos estudos da Lima University, e ela se ocupava ainda mais com NYADA e os ensaios para Funny Girl. Chegaram a se ver no dia em que os New Directions de 2013 competiram as Nacionais em L.A., mas nada muito próximo; afinal, eles não podiam dar bandeira de reaproximação com tudo o que estava acontecendo. (Uma dica: eles ficaram em segundo lugar, perderam para um grupo mixuruca que tinha o apoio – e o suborno – dos jurados.) Finn não podia se ausentar de sua grande estreia, ou ela demoraria mais um século para acontecer.

Retornou ao camarim para ajustar os últimos retoques, mas não sem antes levar um susto de quem já estava lá dentro e entrou sem avisar.

Caramba, Finn!

Desculpe o atraso... sabe como é, eu vim com Quinn e Puck, e eles pareciam duas noivas na hora de se arrumarem.

Mas precisava entrar aqui sem avisar? — A baixinha se sentou em sua cadeira, de frente para o espelho. — Já estava nervosa, não te vi na plateia.

Desculpe. Não era minha intenção te assustar, Little Rach.

Você não cansa de me chamar com esse apelido, não é?

Não. E nunca vou cansar. — Finn se aproximou de onde ela estava, pondo suas mãos sobre os ombros dela e movimentando seus dedos em uma coisa que parecia massagem relaxante para Rachel. — Está nervosa, eu perceberia até de Marte.

É tão óbvio assim?

Gritou comigo. É uma prova muito clara de que está nervosa. — O maior ironizou, fazendo-a rir discretamente. Ela ainda não podia se dar como vencida pelas ironias do “amigo”.

Se você não estivesse aqui, estaria pior.

Mas eu estou, e deixe-me dizer uma coisa: nem mil Santanas da vida podem substituir o apoio de um Finkenstein só. — Finn sabia que ela apenas precisava de um encorajamento. — Você é a melhor atriz que eu conheço. Tenho certeza de que você vai conseguir pisar naquele palco, pronunciar sua primeira fala e então começar a cantar “Don't Rain on My Parade” do jeito que você sempre cantou.

Você estará lá para me ver?

Claro que estarei, minha pequena estrela brilhante. Não lembra de quando eu te prometi isso pela primeira vez? Então, estou aqui para isso. Estou aqui para você. Por você. Com você. — Rach se permitiu sorrir. — Não importa a Sue Sylvester lá na plateia, não importa os “haters” da vida. Nenhum empecilho importa quando você sabe que pode brilhar no lugar onde você se sente em casa.

Mas, Finny... casa é qualquer lugar onde eu esteja contigo.

Então vamos imaginar que aquele palco da Broadway é a nossa casa. Eu estou ali, só que um pouco mais longe do que de costume. Você quer que eu olhe para sua interpretação. Quer admirar os meus olhares maravilhosos enquanto eu mesmo te admiro.

Para de se vangloriar.

Não estou me vangloriando. São apenas suas palavras: eu tenho um olhar maravilhoso. Disse isso da última vez que nos vimos. — Ambos riram. — Sendo assim, você vai lá e mostra tudo o que você tem dentro de si. É tudo ou nada. Promete que fará isso?

Olhando nos olhos do primeiro amor de sua vida, Rachel finalmente teve certeza de que conseguiria interpretar Fanny Brice tão bem como a conterrânea Streisand fez no passado. Se Finn estaria mesmo ali por ela, para ela e com ela, então nada era impossível. Rachel já podia se sentir em casa, contanto que ele estivesse ali.

Segurou as mãos do Hudson, elevou seu sorriso e disse:

Prometo.

Dito e feito: Rachel Barbra Berry brilhou na estreia de Funny Girl. E Finn não tirou os olhos da morena por um minuto sequer – e isso custou as próprias calças, porque ele não quis ir ao banheiro no meio do show que ela estava dando no palco.

II.

Nos meses que se passaram, Finn Hudson continuou prosseguindo nos estudos da universidade. Ser professor era realmente a sua vocação, depois de tantos anos procurando algo para fazer no futuro. No terceiro ano de curso, uma proposta foi apresentada aos alunos: deviam aplicar suas experiências obtidas até ali em alguma função educacional de Ohio, seja na própria faculdade como auxiliares, em algum projeto social que envolva a educação em si ou até mesmo em escolas de ensino médio, lecionando alguma matéria extra.

Finn viu nesse estágio a oportunidade de reavivar o Clube Glee, e junto com ele o grupo New Directions, e ao mesmo tempo obter mais uma coisa boa para seu histórico de faculdade. A primeira coisa que fez ao receber uma espécie de relatório em branco para preencher foi ligar para Will Schuester – outrora demitido do McKinley High – e marcar uma reunião com ele na casa do antigo professor. Explicou toda a situação e suas reais intenções com aquela ideia.

Trazer os New Directions de volta? — Will indagou, quando o ex-aluno jogou a notícia.

Venho pensando nisso há um bom tempo, Mr. Schue. Andei pelo colégio uns dias atrás e vi uma completa destruição se formando. Eles apenas estudam, fazem esportes. Estudam, fazem esportes. Não há projeto algum de arte por lá. Não seria bom trazer um pouco de vida a eles por meio da música?

Sim, claro que seria! — O mais velho logo se animou, fazendo seu filho, o pequeno Daniel, sorrir também. — Mas você sabe que teríamos de enfrentar uma Sue Sylvester furiosa por lá.

Eu não disse que seria fácil, certo? Então vamos enfrentar a fúria de Sue!

Calma, garoto. Não tenho mais o mesmo pique de antes.

Ah, claro. — Finn olhou para o pequeno Schuester. — Esqueci de que sou o “tio Finn” dessa criança.

III.

Finn e Will precisaram juntar 500 dólares para reabrir o Clube Glee, mas foi o dinheiro mais bem gasto da nova parceria. Ryder, Jake, Marley e Kitty voltaram à ativa; e se uniram a alguns novatos nesta nova jornada: Spencer, um gay que se orgulha disso; Roderick, um nerd que esconde uma enorme voz por trás dos quilos a mais; Mason e Madison, dois gêmeos e líderes de torcida; e Jane, uma ex-candidata a Warbler que fora rejeitada por ser uma garota no meio de uma sociedade de homens. Tudo bem que ainda faltavam mais três vozes para serem candidatos dignos às Seletivas, mas isso já era um recomeço e tanto!

Talvez por impulso ou por saudade de ouvir seu timbre de voz, Finn resolveu telefonar para Rachel num desses dias de empolgação. Ryder e Kitty anunciaram que estavam namorando e uniram o útil ao agradável cantando “Somebody to You”, The Vamps, alegrando o clima daquela famosa sala do coral.

Alô? — O Hudson falou.

Oi, Finny! — Ouvir Rachel era como sentir boas energias pelo corpo.

Hey, Little Rach. Sinto sua falta.

Eu também sinto a sua falta. — Silêncio. Por sete ou oito segundos. — Mas por que está me ligando?

Queria te atualizar sobre as coisas boas que estão acontecendo aqui. Sabe, tudo está indo tão bem que até ’tô com medo de que algo saia errado no próximo minuto...

Deixe de neura, Finn. Confie e tudo dará certo.

Para ser sincero... eu queria que você estivesse aqui. Sabe, você já tem um Tony Awards nas mãos e uma ótima carreira na Broadway para quem começou há poucos meses... não tem como dar uma passada aqui em Lima?

Eu também quero muito ir aí, você sabe disso. Mas há uma enorme distância entre nós.

Uma distância que pode ser quebrada com uma simples viagem...

Credo, até parece que estamos revivendo aquela cena do trem depois da formatura!

Finn riu. De um jeito que todos detectavam que o motivo da risada era Rachel Berry.

Você não cansa de me fazer rir, não é mesmo?

Ué, mas não é você quem faz isso comigo? — Dava para imaginar uma Rachel com o rosto corado.

É, você tem razão. — Riram juntos. — Então, quando você pode vir aqui? Nem que seja apenas para me ver?

Ah, então você se acha o único motivo pelo qual eu realmente voltaria a Lima? Que patético, Finn Christopher Hudson.

Não sou o único motivo... você poderia dizer algumas coisas para os alunos do Clube Glee. Ou ao menos aprender os nomes deles.

Se está falando isso porque eu errei o nome do Rick naquela época...

É Ryder.

Rachel se sentiu obrigada a admitir que o ex-namorado (ou nem tanto) estava certo. Acabara de cometer um erro jurando que não faria mais isso.

Tudo bem. Posso ir aí agora mesmo?

C-como assim, Rach?

Venha para o corredor do colégio.

Finn obedeceu à garota. Saiu da sala do coral e foi em direção ao corredor principal do McKinley. Não havia ninguém por ali, a não ser uma figura bastante conhecida pelo seu tamanho relativamente baixo.

Rachel? O que faz aqui?

Finn... estou em casa.

IV.

Hey, pessoas! — Rachel cumprimentou em voz alta os nove componentes atuais do Clube Glee, pela primeira vez desde a época em que entraram por aquela sala. — Vocês não devem estar muito acostumados com as minhas palavras sendo ditas aqui, mas acho que está na hora de conhecê-los melhor. Afinal, estão sob os cuidados dos dois melhores professores que eu já conheci, então... — Todos ali riram instantaneamente.

Finn pediu-a para falar com os membros por alguns segundos antes de ambos iniciarem um dueto surpresa. Bom, era surpresa porque ela não sabia qual canção seria entoada. Depois de finalmente decorar todos os nove nomes, Finn puxou um violão que estava ali perto e deu um sinal para Jake, que começou a assobiar no ritmo de alguma canção. O maior tocou algumas notas que foram o bastante para Rachel descobrir o que cantaria com seu amado Hudson.

Alabama, Arkansas, eu amo minha mãe e meu pai, mas não do jeito que te amo.” Rachel cantou os primeiros versos, já com um largo sorriso no rosto.

Oh meu Deus, você é a menina dos meus olhos. Garota, nunca amei alguém como você.” Finn cantou logo depois, trazendo nostalgia não só à sala como para a baixinha.

Cara, oh cara, você é o meu melhor amigo. Eu grito para o nada, não há nada de que eu necessite. Quente e pesado, docinho, doce de chocolate... Jesus, não há nada que me dê mais prazer do que você.” Finn e Rachel cantaram juntos, sem tirar o sorriso do rosto e as lembranças de um amor deixado de lado na mente.

Ah, casa. Deixe-me ir para casa, pois casa é qualquer lugar em que eu esteja com você. Oh, casa... deixe-me ir para casa, pois é qualquer lugar em que eu esteja com você.” Todos os presentes ali entoaram juntos, numa sincronia linda de se ver.

Ao fim da canção, os alunos e o Mr. Schuester abraçavam-se com a finalização de mais uma performance perfeita, mas os ex-pombinhos se entreolharam e se aproximaram discretamente.

Então, Rachel... se sente em casa? — Finn perguntou, mas já sabendo a resposta que viria.

Claro que me sinto assim, Finny. Porque casa é qualquer lugar em que eu esteja com você.


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Notas finais do capítulo

Choraram? Gritaram? Sorriram? Mostrem-me suas emoções por meio de comentários. Espero que vocês realmente tenham gostado dessa one, ela vai ficar guardada na minha memória pro resto da vida - ou até eu criar um improvável Mal de Alzheimer, mas OK... hahahaha
Dividi em partes para organizar a mente e para ajudar vocês. Essa divisão foi entendida? Confere? E assistam à última temporada de Glee, ela começou bem e pode terminar do mesmo jeito! ;)