Amnesia escrita por carter
Notas iniciais do capítulo
OOOOOOOI! Essa não é a minha primeira fic percabeth, mas façamos de conta que seja. /risos. Espero que gostem, boa leitura!Comentem ♥
P.J
Acelerei o carro conforme as curvas iam desaparecendo. O sol batia em meu rosto e o vento bagunçava meus cabelos conforme a velocidade. Ajeitei os óculos escuros em meu rosto e vagamente masquei o chiclete, observando a garota ao meu lado.
Annabeth me olhou com um sorriso divertido nos lábios rosados, ora olhando para mim, ora olhando para a janela, disfrutando da sensação gostosa que é ter o contato do vento direto em seu rosto.
– AI MEU DEUS, EU AMO ESSA MÚSICA! – a loira gritou, aumentando o volume. Me permiti soltar uma gargalhada consideravelmente alta e negar com a cabeça. – Percy, você realmente deu uma tacada de gênio ao comprar esse carro. Já faz nove meses e eu ainda não me acostumei com isso! Me sinto como... Como uma criança num parque de diversões!
Sorri. Annabeth ás vezes consegue ser tão infantil que nem parece a mesma Annabeth que cursa faculdade de arquitetura.
– Quando chegarmos á casa da sua avó eu vou colar uma fita crepe na sua boca... – murmurei ainda rindo e Annebeth me olhou indignada.
– Ei! Isso não é justo, sabia? Eu deveria te processar. Da última vez que nós viajamos você não parou de falar de capivaras.
– Na verdade foi de castores, mas dessa vez eu irei deixar passar... – Annabeth bateu em meu peito voltando a se encostar no banco do carro e eu ri, negando com a cabeça. – Você ficou brava?
A loira me olhou com um bico lindo e bufou, ainda emburrada.
– Eu te odeio... – sussurrou. Eu apenas ri, pegando sua mão direita com a minha mão livre. Alisei seus dedos finos e depositei um beijo casto na sua palma. A loira riu. – Você e suas manias...
Dei de ombros.
– Por que não dorme? Acordamos cedo hoje.
– Eu queria ficar conversando com você, mas dormir um pouco não seria nada mal...
– Então durma.
A loira apenas sorriu e apertou contra si o travesseiro que segurava. Como estávamos chegando e era uma zona de risco, desacelerei a velocidade. Com a loira ao meu lado, todo o cuidado é pouco.
Sempre fui protetor em relação á Annabeth. Nos conhecemos quando tínhamos seis anos, quando brincávamos com sua prima, Thalia Grace, e nossa amizade dura até hoje. Bom, amizade apenas da parte dela, pois aos treze anos eu já nutria sentimentos fortes por Annabeth.
Dirigi por mais uma hora e logo chegamos á uma cidade pequena, no interior. Ao que aparenta nada mudou desde a nossa última visita. Algumas crianças corriam pelo calçado em direção á um homem que vendia algodão doce e algumas mulheres conversavam entre si. O clima estava agradável.
Quando dobrei a esquina Annabeth se virou resmungando palavras meio impossíveis de se entender. Coçou os olhos e olhou para mim: – O que...?
– Não falei nada, mas foi até bom você ter acordado. Não lembro em qual rua entrar...
A loira bocejou e assentiu, apontando para uma placa. Em menos de alguns minutos estávamos na frente de uma casa pequena. Desci do carro e pude sentir todos os músculos do meu corpo estalarem. Annabeth riu, se aproximando de mim.
– Parece que alguém está enferrujado, coroa.
– Primeiro, eu só sou um ano mais velho que você. Segundo, se eu não estivesse cansado demais, eu te ofenderia de alguma forma...
Annabeth riu e assentiu, murmurando um “sei”.
– Você leva as malas?
– Não estava no contrato da nossa amizade “Ser escravo de Annebeth Chase”! – resmunguei e a loira revirou os olhos.
– Por favor...
– Ok. Vai entrando que eu já estou indo.
A loira sorriu e depositou um beijo casto em minhas bochechas. Saiu saltitando e eu novamente ri do seu jeito infantil.
Peguei todas as malas com cuidado para não cair e entrei dentro da casa, dando de cara com Annabeth e sua avó. A mais velha se levantou e me deu um abraço.
– Senti saudades de você, Percy! – riu, me encanrando. – Minha nossa, como você está bonito, rapaz! Mais bonito do que da última vez que nos vimos...
– Vovó... – Annabeth repreendeu com o olhar e eu ri internamente.
– Obrigada, vovó.
A mais velha sorriu terna e se sentou.
– Percy, eu vou dormir um pouco, ok? Leva as malas pro quarto pra mim? – Annabeth pediu, dando um beijo na minha bochecha e sumindo de vista.
Suspirei cansado e sentei no encosto do sofá. Vovó Gracie me examinou e sorriu: – Como vai a vida, Percy?
– Melhorando aos poucos vovó. Annabeth está se saindo bem em seu estágio e eu ainda estou trabalhando com o meu pai no escritório.
A mais velha se levantou e foi até a cozinha, voltando logo em seguida com dois copos. Entregou-me um e voltou a se sentar.
– Você ainda nada?
– Sim, mas é apenas um hobbie. – cocei a nuca. – Eu preciso deste emprego. Ganho bem e nem é tão ruim assim...
Vovó Grace assentiu e bebericou seu café, sem deixar de me encarar.
– Você devia ir descansar, Percy. Também deve estar cansado.
Apenas fiz que “sim” com a cabeça e peguei as malas. Subi as escadas e entrei no quarto, encontrando Annabeth olhando algumas fotos que estavam espalhadas pela cama.
– Pensei que fosse dormir...
A loira me encarou, meio surpresa por não ter me visto entrar: – Sim, é só que isso é tão... Nostálgico.
Sentei-me ao seu lado e á abracei. Ficamos em silêncio por um tempo, mas logo foi cortado por uma Annabeth que me encarou com uma empolgação explicita no olhar: – Vamos passear?
– Agora?
– Sim...
– Você não estava cansada?
– Isso mesmo, estava! – sorriu sapeca antes de sumir pela porta. Suspirei. Annabeth era um poço de surpresas...
Resolvi tomar um banho antes de ir para o tal passeio. Depois de tomar a ducha, vesti apenas uma camiseta branca e uma bermuda. Nós pés, all stars. Aproveitei que apesar de estar fazendo sol estava ventando e vesti um casaco xadrez. Pus um boné e peguei a chave do carro e o meu celular.
Quando desci para a sala, encontrei Annabeth já arrumada. A mesma vestia uma regata branca e um cardigã por cima. Uma calça skinny e nos pés seu fiel all stars vermelho. A loira sorriu pra mim e olhou para a avó: – Vovó, vamos dar um passeio, ok? A senhora nos indica um lugar?
A mais velha parou para pensar um pouco e logo respondeu que havia um parque de diversões aqui perto. Annabeth ficou feliz da vida, a mesma amava parques. Depois de tantas ída em uns, aprendi que Annabeth Chase dentro de um parque não é uma boa opção.
Como o lugar era perto da casa da avó de Annabeth, não fomos de carro. Logo avistamos uma pequena fila e entramos no parque. Annabeth correu até um carrinho de algodão-doce e pediu um. Comprei um para ela e um para mim, e assim que paguei a mesma me puxou até um banco que ficava de frente para o lago.
– Você trouxe a sua câmera? – perguntei.
– Não... Mas não preciso. As vezes não é preciso fotografias para se eternizar momentos.
– Entendi... – peguei sua mão e repeti o mesmo gesto de mais cedo. A loira deitou sua cabeça em meu ombro. – Você guarda na sua memória.
– Por exemplo... Eu nunca irei esquecer de como você é chato! – a loira riu da sua própria piada e eu revirei os olhos. Annabeth é uma completa bobalhona.
– Chato? – indaguei olhando para ela. A mesma concordou com a cabeça, dando um sorriso sapeca. Levantei do banco e pus as mãos na cintura. – Corre que agora você vai ver o chato!
A loira não pensou duas vezes antes de correr. E assim passou aquela tarde, entre brincadeiras e risadas, como sempre.
Annabeth era o meu amor. Aos seis eu a conheci, aos sete eu a descobri, aos oito eu a desvendei, aos nove ela se tornou minha melhor amiga, aos dez nós nos tornamos carne e unha, aos onze eu fiquei feliz por ter alguém que me entendesse, aos doze eu já sabia o que eu queria, aos treze eu colei no meu caderno favorito uma foto sua, aos quatorze eu pedi desculpas a mim mesmo por sentir o que não devia, aos quinze ela já sabia desenhar com a maior técnica do mundo, aos dezesseis eu não entendi o por que de ter sido deixado de lado, aos dezessete ela percebeu o quão nossa amizade é importante, aos dezoito nós estávamos quase fugindo, aos dezenove nós precisamos mais do que nunca um do outro, aos vinte eu tentei, aos vinte e um eu tentei novamente, aos vinte e dois nós estávamos felizes por ter a companhia um do outro e aos vinte e três... Aos vinte e três as coisas irão mudar.
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