Agora sim, é amor

Uma única decisão, um único pedido e ela desistiria de tudo para estar ao lado dele. A pergunta que não veio, o amor que não sentiu, o beijo que não lhe calou…

…E nem a felicidade que lhe permitiu ser mais do que mulher, que lhe permitiria ser mais do que a simples loira dona da floricultura.

Mirou-se no espelho de porcelana. Estava simplesmente linda. Uma princesa. Hime. Ele nunca lhe chamara assim, nunca lhe amara assim.

A mascara branca que lhe cobria o rosto alvo, era mais do que maquiagem, era a visão de uma nova mulher. A mulher que faria todo um clã reviver e prosperar.

Prosperar mais uma vez, em mais um século de vida shinobi, no reviver da vila de Konoha. A vila que tanto prezavam.

O kimono vermelho, amarrado com um obi amarelo ofuscante, praticamente esmagava-lhe as costelas.

Calçou as sapatilhas, mesmo quase caindo por conta do kimono pesado e desceu, quando o pai foi buscá-la.

Colocou o melhor de seus sorrisos no rosto, tentando se mostrar animada e a mais feliz das mulheres.

“O caminho para a forca e então lá vem o beijo da morte” – pensou consigo mesma.

Chegou ao local onde estava seu futuro marido e por um momento mirou o noivo. Os padrinhos, Naruto e Sakura, sorriam lhe encorajando a pegar a Mão do noivo e se dirigir ao monge.

Demorou-se mais do que deveria, mas enfim pegou-a e sorriu, extasiada. O simples toque fez-la ter a sensação de uma corrente elétrica passar por seu corpo minúsculo.

Após murmúrios, os ‘sins’ se fizeram presentes.

“Agora vinha a parte difícil” – ambos pensaram a mesma coisa.

Então o noivo, deu-lhe um beijo delicado na mão e como se pedisse permissão, mirou os orbes azuis celestes dela.

Ino acentiu para o moreno e ele lhe puxou para um beijo cálido, calmo e cheio de pedidos de desculpas.

Após o momento, em que ambos, extasiados, não escutavam as palmas, os gritos, e muito menos os parabéns, sentiram coisas indescritíveis.

Correntes e mais correntes lhes pulsavam das veias, fazendo com que o sangue corresse mais rápido. As borboletas invadiam ambos os estômagos, e Ino sentia as pernas fraquejarem ao sentir duas fortes, grandes e calejadas mãos, segurarem-na a cintura.

Pela primeira vez, o mundo pareceu não existir, e ela finalmente entendeu.

A escolha fora mais certa do que pensara, mais do que imaginara. E agora se orgulhava de ter escolhido casar-se com…

Enfim o beijo acabou e ele, encostou as testas, finalmente escutavam os lampejos de felicitações que lhes era oferecido.

O moreno, agarrou-lhe o braço pomposamente e conduziu a loura para a saída da capela.

Uma chuva de arroz os acompanhou e agora, sem saber, ela sorria com os olhos.

Finalmente havia encontrado-o. Aquele que pensara esquecer estava tão nela, como as nuvens no céu e as chamas no inferno.

Como a água nas nuvens que molham as casas e terras. Como a chama que queima aldeias e mata crianças.

Ele estava impregnado nela, e sinceramente, ela não se importava nem um pouco.

De repente, o moreno murmurou:

- Eu te amo. – a sinceridade não só nas palavras, mas em seu olhar.

Ela se sentiu feliz ao poder murmurar:

- Eu sei, Shikamaru. Eu também te amo.

…*…*…*…

Dois anos depois…

- Eu juro! Não to fazendo nada que não deva, Shika. – a loura disse pela milésima vez, tentando convencer o gênio, que era o marido, de que não mudara os pesados vasos com samambaias, de lugar.

- Problemática! Deixa que eu mudo, basta me dizer onde colocar. – u.u

- Ai! – fingiu mais uma vez, tentando dar fim a discussão que já se prolongava mais do que ela gostaria.

- O que foi? – segurou os braços dela, preocupado.

- Haha você devia ver sua cara. – sem conseguir segurar o riso disse.

- Ino. – após um cansado suspiro, continuou – Eu sei que to paranóico, desculpa. Mas me preocupo.

- Eu sei, gênio. Lembra? Te conheço melhor do que muita gente. – se vangloriou.

- Não. Você me conhece melhor do que todos.

- Eu te amo, preguiçoso. – murmurou e completou – Nós te amamos.

- E eu amo a vocês duas. – beijou a esposa ternamente, e com um beijo calminho na barriga grande da esposa despediu-se. – Tchau. Até a noite, problemática.

E saiu pela porta.

- Com certeza eu fiz a escolha certa.

Disse para a menina que gerava, enquanto ia até janela para ver a sombra do marido sair apressadamente, de encontro ao hokage.

...*...*...*...