The Girl With White Eyes escrita por HelenaSantos1510, Alexia_B_


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá o//

Faz muito tempo que não escrevo Oneshots HinataxSasuke. Espero que vocês gostem desta fic tanto quanto eu gostei de escrevê-la.

Misturei os personagens de Naruto com o gênero universo alternativo. Também me dei ao luxo de inventar algumas outras coisas.

O que esta em itálico são pensamentos do Sasuke.

Boa leitura a todos :)



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Estava frio. Tão frio como em qualquer outro dia daquele inverno. Um homem trajado com um grosso casaco e com uma mochila sob os ombros, caminhava pela rua de Nova York, àquela hora carregada de neve. As pessoas passavam por si, muitas vezes o atrapalhando por estarem com pressa ou por simplesmente não prestarem atenção em seus passos. Isto o irritava. Tinha uma altura considerável para um homem, e não era nenhum anão para que pudesse ser pisoteado pelos outros. Outras coisas o irritavam, como doces e pessoas idiotas. Seu melhor amigo, Uzumaki Naruto, o taxava de "Velho", "Quadrado" e "Estraga-prazeres" pelas suas atitudes conservadoras. Era algo que não conseguia evitar. Fora educado desta forma, assim como seu irmão fora.

Agradeceu aos céus por ver que não estava muito longe do Pub. Levantou o cachecol que estava enrolado no pescoço, contando os passos que faltavam até o Pub. 20. 10. 5. 0. Ao abrir a porta, escutou o tintinar familiar do sino acima da porta. O Pub estava com poucos clientes naquela tarde. Seus olhos percorreram o recinto, contando no máximo seis pessoas. Escolheu a mesa ao fundo do Pub, que tinha o encosto grudado a parede, no formato retangular. Após sentar-se, abriu a mochila que estava jogada ao seu lado. Tirou de lá seu notebook. Não era um modelo novo - e não era muito antigo -, mas ele não via necessidade, contanto que o programa do Word funcionasse corretamente. Esperou alguns segundos até que a tela mostrasse a área de trabalho. Conectou o mouse na lateral do notebook, buscando pelo arquivo The Greatest Gift docx. Desceu as páginas do Word. Parou no Capítulo 33.

Antes de iniciar o trabalho, chamou pela garçonete. Esta veio até a sua mesa, com um avental branco, com babado nas bordas. Caminhava como um gato até a sua mesa, tirando de dentro do avental um bloco de papel e uma caneta. Não estava aprovando aquele olhar malicioso da garçonete sobre si, por isso não demorou em escolher o seu pedido. Um Capuccino cairia bem. Aliás, para ele, Capuccino era bem vindo a qualquer hora do dia ou da noite. Tinha de admitir, era viciado em café. Mas quem não tinha vícios. O dele não causava mal à ninguém, ao contrário de tantos outros. Agradeceu mentalmente quando a garçonete se afastou, levando o seu pedido consigo. Deveria já estar acostumado com esse efeito que causava nas mulheres. Com seu irmão, Uchiha Itachi, era a mesma coisa.

Releu o Capítulo 33. Reiterou-se dos últimos acontecimentos e saltou uma página. No centro da página em branco, escreveu "Capítulo 34". Sabia que precisava de ideias para o último - e derradeiro - capítulo de sua obra. Ainda se recordava do dia em que o editor-chefe, Michael Keller, ligou para seu celular. Michael interessou-se pela estória de seu livro. Queria publicá-lo. Esta era a chance pela qual esperava. Seu livro seria publicado por uma das maiores livrarias de Nova York. Seu livro teria a visibilidade e credibilidade pela qual sempre sonhou. Ainda era um jovem escritor, mas tanto ele quanto Michael sabiam que tinha potencial para ir longe. Conquistar Nova York seria apenas o começo. Desejava muito mais. Seu próximo objetivo era o mundo. Todos reconheceriam e adorariam Uchiha Sasuke.

Inclusive seu pai, Uchiha Fugaku.

O patriarca da família Uchiha era contra o sonho do filho de ser um escritor. Para si, era uma profissão que não gerava lucros, e se geravam, demoravam anos até isso acontecer. Seu filho carregava o nome Uchiha, mas naquele ramo, isto não serviria de nada. Ajudaria se o filho mais novo decidisse seguir uma outra carreira. Empresário. Advogado. Economista. Uma ocupação de prestígio e importância. Contudo, Sasuke não o ouviu e insistiu naquele sonho - idiota - de torna-se escritor. Como não poderia controlar a vida do filho, lavou as mãos. Se Sasuke preferia passar por dificuldades e humilhações, que assim fosse. Sua mãe, Uchiha Mikoto, pensava diferente do marido. E Sasuke era grato pelo apoio que a mãe lhe dava. E um dia, iria recompensa-la. Prometeu a si mesmo que encontraria uma forma de fazer isto. O som de seu telefone tocando lhe tirou a concentração.

- Alô. - Disse ao atender.

- Boa tarde, Sasuke. - Reconheceu a voz de Michael. - Estou ligando para saber como está o nosso grande sucesso.

Meu grande sucesso, você quer dizer.

- A poucos passos de ser finalizado. - Respondeu Sasuke. Gostaria de desligar. Não gostava de tanta pressão sobre si. - Não se preocupe, Mike. Entregarei até a próxima semana.

A conversa durou mais alguns segundos, até que Sasuke despediu-se de Michael. Escrever nunca fora um problema para si, mas ele não era nenhuma máquina. Apenas Michael não compreendia isto. A garçonete vinha ao seu encontro, com a sua xícara de Capuccino e sorriso de canto nos lábios.

- Desculpe a demora. - A garçonete colocou a xícara de Cappucino sob a mesa, abaixando o tronco até que seus seios estivessem visíveis. Abaixo da xícara, havia um guardanapo. - Aproveite o Capuccino.

Com uma piscadinha, afastou-se da mesa. Sasuke pegou o guardanapo. Ali estava escrito o nome da garçonete - que descobriu se chamar Leona - e o seu número de telefone. Esperou que Leona não tivesse mais seus olhos em si, rasgando o guardanapo em pedacinhos. Não que rejeitasse as mulheres, mas tipos como Leona não o atraiam. Ele sabia que as mulheres dos dias de hoje tinham iniciativa para se aproximar do cara que estivessem a fim, mas havia outras formas de se fazer isso. Tomando um longo gole de seu Capuccino, Sasuke voltou a ficar sua atenção no "Capítulo 34" de seu livro. Cruzou as mãos, apoiando-as no queixo. Nenhuma ideia surgia em sua mente.

Este bloqueio estava se tornando recorrente. O motivo para isto poderia ser a conclusão de seu livro. Nos capítulos anteriores, a sua escrita não encontrava barreiras. Era totalmente fluida. Precisava de ideias para ontem. Mike lhe deu como prazo final a próxima semana. E não queria - e nem poderia - perder esta chance. Não saberia quando uma oportunidade dessas bateria em sua porta novamente. Talvez uma boa música ajude. Abriu um dos bolsos frontais da mochila, retirando de lá seus fones de ouvido. O conecto no notebook, escolheu o Media Player e escolheu uma música. Logo os primeiros acordes de guitarra ressoaram em seus ouvidos. Era fã de rock dos anos 70, 80 e 90. Em sua opinião, encontrar boas bandas de rock na atualidade estava tão escasso quanto a água em algumas regiões do planeta. Ficou com os dedos sob o teclado. À medida que a melodia e a voz do vocalista o faziam relaxar e afastar deste "mundo", chegou a digitar algumas frases.

Mas havia um pequeno problema.

Ainda não havia harmonia entre as suas frases e as imagens que passavam em sua mente. Resmungou diversas vezes. E ao mesmo tempo que o mau humor tomava conta de si, perderá a conta de quantas vezes escrevera e apagara o mesmo parágrafo. Já se passou uma hora e meia e ainda não tenho nada! Desanimado, abaixou a tela do notebook e tirou os fones de ouvido. Fechou os olhos, jogando a cabeça para trás. Não poderia se entregar tão facilmente. A sua vida mudaria - e para melhor - após a publicação de seu livro. Bebeu mais um gole do seu Cappuccino. Colocou as mãos sobre a nuca e observou mais vez o Pub, na tentativa de se distrair. Nesse momento, ouviu o tintilar do sino da porta de entrada. Sem que desse conta, seus olhos foram até aquela direção.

A garota retirava as luvas, guardando-as no bolso do casaco. Na cabeça, tinha uma boina com uma pequena bolinha no meio. Apressada - com certeza para tomar algo e aquecer o corpo - a garota sentou em uma das mesas, perto de si. O cabelo era negro-azulado e Sasuke jogou ser grande, pelo ângulo que tinha de sua mesa. Outra garçonete veio atender a garota, que parecia pedir uma sugestão. Com um sorriso, a garota agradeceu a garçonete, que fora cuidar de seu pedido. A bolsa que carregava era mediana. Tirou de lá um de seus clássicos favoritos "Sonhos de uma noite de verão" de Shakespeare. Com certeza, é uma romântica de carteirinha. Ainda se derretia com a estória de Romeu e Julieta apesar das várias vezes que lera. Nunca se cansava daquela estória de amor que mesmo sendo tão trágico, não perdia o seu encanto e beleza. Já assistiu cinco vezes Orgulho e Preconceito e Para Sempre Cinderela. Sonhava em ter um amor como era descrito em livros.

Ria de si mesma por ser tão boba, mas sonhar ainda era de graça. Assim como Sasuke, reparou que haviam poucas pessoas no Pub. Não que estivesse reclamando, pelo contrário. Adorava ler com todo aquele silêncio. E por mais que não imaginasse, Sasuke também veio procurar por silêncio. Seus vizinhos tocavam suas músicas de hip hop de tal forma que poderia se escutar até em outro País. As crianças brincavam em casa e gritavam, suas vozes se misturavam a música. Isso foi o suficiente para tirar Sasuke de seu apartamento no Brooklyn. Não era um palacete, mas Sasuke se orgulhava dele. Tinha seu modesto três quartos e isto estava cabendo no seu orçamento. Como ser escritor ainda não havia gerado muitos frutos, trabalhava em dois empregos para se sustentar. Queria ser independente do pai e mostrar a ele que conseguira vencer na vida com o seu sonho "estupido".

Sasuke observou a garota tire o livro com todo cuidado da bolsa e colocá-lo sobre a mesa. Ela utilizou de tanta delicadeza que Sasuke ficou perplexo. Era apenas um livro, caso algo acontecesse, poderia comprar outro. Usando um marcador, abriu na página que havia parado. Sua excitação pela leitura era demonstrada pela forma como mordia o lábio e o quanto seus olhos brilhavam. Eu deveria estar escrevendo. Aquele não era o momento para estudar como a garota desconhecida se portava. Levantou a tela do notebook, o desbloqueou e voltou a se concentrar. Ou pelo menos tentou. Seus olhos insistiam em voltar para a garota, que já estava com um expresso do seu lado. E analisando-a novamente foi quando reparou. Seus olhos. Eram brancos. Como a neve que não parava de cair do lado de fora e não pararia de cair até o dia seguinte. Aquilo o intrigou. Olhos dessa cor eram raros. E com aquele cabelo longo, negro-azulado, Sasuke montou em sua cabeça a imagem de um anjo.

O que estou fazendo? Estou enlouquecendo? Deveria parar de olhá-la, antes que a garota viesse tirar satisfações. Afinal, nem se conheciam, então poderia perguntar o que tanto olhava. E novamente se deparou com seu "problema". Capítulo 34. Ainda não havia uma linha escrita. Passou a mão pelo cabelo, nervoso. Pensou em desligar o notebook e voltar no dia seguinte. Mas a garota não poderia estar ali no dia seguinte. E assim a perderia de vista. Por mais que ela se destacasse na multidão, havia milhões de pessoas morando em Nova York. Além do que, precisava trabalhar. Não tinha o dia para brincar de detetive. Começou a se preparar para ir embora, mas não conseguia se levantar, muito menos desligar o notebook. Queria estar ali, com aquela estranha e a observar. Nisso, teve a ideia que poderia salvar seu dia. A usaria como sua inspiração. Parecia loucura, mas não custava tentar. Já estava ali e durante todo aquele tempo não produzira nada que estivesse bom o suficiente.

Imaginou-se no lugar do protagonista, Leo Parker. Após anos, Léo Parker reencontrou com a mulher que amava. Conheceram-se ainda não Ensino Médio e até o final deste, Leo não teve coragem de declarar seu amor a Suzanna Wright. Suas vidas tomaram rumos diferentes. Leo formou-se em Advocacia por Harvard, permanecendo em Cambrigde, local onde montou sua primeira sociedade com amigos. Suzanna Wright, por outro lado, formou-se em Moda pela Universidade Middleton, também nos Estados Unidos. O destino de ambos se cruzam a partir do determinado momento que Suzanna Wright descobre ter uma doença grave no coração. Devido à doença, precisaria de um transplante. Contudo, Suzanna e sua família não conseguiam que o Hospital fosse obrigado a fazer o transplante. Assim, Suzanna recebe recomendações sobre um advogado, que apesar de muito novo, era um prodígio e poderia ajudá-la. E Leo a ajudou. Fez o possível e o impossível para não perder Suzanna. Não daquela vez. Ele a deixou fugir no Ensino Médio, época em que conviviam todos os dias. Não eram melhores amigos, mas Leo era a pessoa que Suzanna encontrava carinho e uma palavra de conforto.

No capítulo derradeiro de seu livro, Suzanna já estava em seu quarto de hospital. O transplante havia sido um sucesso - é um alívio para Leo que andava aflito pela sala de espera do Hospital -. Leo estava pronto para se declarar a Suzanna. Apesar de tantos anos sem ver Suzanna, devido a todas as travessuras e caminhos da vida, Leo não a esquecera. E Sasuke não se esqueceria daquela garota, que cruzava e descruzava as pernas enquanto lia. Que penteava o cabelo com os dedos e os enrolava ou fazia pequenas tranças. Nem mesmo dos lábios dela que se contraiam em uma risada abafada, mas tão gostosa de ver. Ou faziam um biquinho quando algo na leitura a desagrava. E havia algo a mais. Seus olhos brancos. Julgava ser puros. E amorosos. Sasuke nunca se sentirá desta forma por nenhuma mulher. É aquela não havia trocado nenhuma palavra consigo. Apenas chegara ali, tímida. Escolhera sua bebida e lia seu livro.

A inspiração preencheu sua alma e logo se viu digitando freneticamente. Já deveria ter-se passado horas. Seus dedos doíam e seu pescoço estava duro, mas aquela garota lhe dava motivos para estar ali. Ao digitar a última palavra, a garota se levantou. Guardou o livro tão cuidadosamente quanto havia tirado. Sasuke assistia a todos seus movimentos, controlando-se para pedir a ela que ficasse. Não queria que a garota se assustasse com algum ato imprevisível. Colocou a bolsa, que era cruzada. Tirou o cabelo que estava preso na alça, dando a Sasuke a confirmação de que seu cabelo era mesmo grande. E por uma fraca de segundos, seus olhares se cruzaram. Sasuke não esperava por isso. A garota sorriu e se despediu com um aceno.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela paciência :)



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