I Will Remember escrita por Uma FicWriter


Capítulo 1
Always




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/582630/chapter/1

Ela colocou a toalha quadriculada na grama, sentou-se e eu fiz o mesmo.

Instantes depois pude sentir sua cabeça em meu ombro. A sensação de tê-la ao meu lado naquele momento, naquele fim de tarde era inexplicável! Eu estava a cada dia mais apaixonado por Felicity Smoak.

*****

Acordar nunca tinha sido tão difícil como agora. O quarto ainda tinha o perfume dela. As paredes possuíam a cor que ela escolhera e isto só tonava tudo mais doloroso, mais pesado. Era como se aquele apartamento estivesse todo sob minhas costas. O peso da culpa, a dor da perda nunca foram fardos tão difíceis de carregar.

Depois de sair da cama, lá pelas nove, fiz todo o processo matinal de higiene e alimentação. Eu estava agindo feito um robô, sempre no automático. A única diferença entre eu e uma máquina são os sentimentos. Eu sofria com a falta dela... seu sorriso, seus olhos, sua voz, eu pensava neles a cada batida do meu coração.

***

Adentrei o prédio comercial; não era muito grande afinal. Tirei um cartão do bolso e li os dizeres: Dra. Anna Fitsgerold – Psiquiatra; mais abaixo o endereço e o andar do edifício, que era o que eu procurava. Segui rumo ao elevador e pressionei o botão seguindo para o andar antes indicado no cartão de visitas.

Eu era orgulhoso. Sempre fui. Era algo mais forte que eu, vinha da genética, da convivência nada fácil com meus pais, - o que não era pra menos, eu era um moleque inconsequente, até certo tempo -; enfim, eu não gostava da ajuda alheia, a não ser que fosse extremamente necessário. De qualquer forma, o que me levara ali não foi uma confusão mental, onde me encontrei e decidi por eu mesmo procurar ajuda profissional, não, muito longe disso. Dei um sorriso fraco. Se ela estivesse aqui estaria, com certeza rindo das minhas palavras embaraçadas em minha própria cabeça.

Depois do fatídico dia em que a perdi, o que não fazia mais de dois meses, eu me isolei do mundo exterior. Eu queria ficar em casa, a todo tempo agarrado a alguma coisa que tivesse seu cheiro, agarrado às fotos que tinham seu rosto estampado, queria ficar mais próximo na medida do possível. Por um momento, no calor do desespero, no clímax da angústia e agonia eu pensei em tirar minha própria vida e eu tentei e quase consegui. Lembro-me de ter acordado em uma cama de hospital horas depois, a primeira pessoa que falou comigo fora Thea. Aos prantos, me fazendo jurar, pela memória de Felicity que eu nunca mais tentaria algo desse tipo, dizia também que não aguentaria mais um baque desses. Eu somente assenti naquele dia e passei o resto do tempo naquele lugar encarando o céu, que de uma hora pra outra tinha ido do tom azul calmo e pacífico para um cinzento monótono e triste, refletindo meu estado de espírito.

Despertei de meus devaneios e lembranças quando ouvi um tímido som provindo do elevador, alertando que meu andar havia chegado.

Eu tinha as mãos suadas, a cabeça latejando, de maneira alguma eu queria ir àquela consulta, conversar com uma desconhecida sobre meus tormentos... mas, devia isto a John. Maldito seja o juramento que lhe fiz.

Encarei a porta fronte ao elevador, nela gravados em letras douradas o nome da psiquiatra, número de registro no banco de dados dos formados em medicina, enfim, aquilo não vinha ao caso. Bati a porta e esperei por um simples “entre”, porém um garoto abriu a porta e sorriu simpático.

- Bom dia. – cumprimentou-me

- Tenho hora marcada com a Dra. Fitsgerold. – disse apenas.

Ele franziu o cenho, talvez desaprovando a falta de resposta ao seu cumprimento.

- Ahh, me lembro... Mr. Queen, certo? – ele indagou abrindo mais a porta e me dando passagem.

Assenti a fim de responder a questão e adentrei a sala. O garoto fechou a porta e virou-se pra mim.

- Fique a vontade Mr.Queen. Avisarei à Anna que o senhor já chegou.

Dito isso, entrou em outra porta que ali havia.

Minutos depois estava de volta, com seu mesmo sorriso simpático de antes.

- Pode me acompanhar? – indagou dirigindo-se para a porta que antes entrara, o segui apenas.

- Bom dia Mr. Queen. – pude ouvir a mulher dizer assim que adentrei sua sala.

Sem mais delongas o jovem nos deixou a sós.

Não respondi o cumprimento novamente. Não queria ser mal educado, mas para mim os dias não estavam sendo bons há mais ou menos dois meses, sendo assim, não via motivo pra lhe responder, ou a qualquer outro.

- Tudo bem... eu estive no curso de primeiros socorros com seu amigo Diggle, ele me disse há uma semana que o Sr precisava de ajuda profissional pra lidar com os problemas que rondam sua vida pessoal Mr.Queen, me corrija se estiver errada, sua esposa faleceu há quase dois meses, não é mesmo? – ela inquiriu saindo da mesa onde antes se encontrava indo na minha direção, próximo a porta.

- Sim. – disse simplesmente.

- Venha, sente-se aqui. – ela indicou um divã de couro, próximo à janela do local. Segui até o móvel e sentei-me. – não vou dizer que entendo sua dor, nem lhe forçar a nada, muito menos lhe dopar com tarjas pretas que lhe podia receitar. Provavelmente não está aqui por que quer, mas já que veio, não desperdice seu dinheiro e nem seu tempo Mr.Queen... – ela deixou a frase morrer.

- Diggle.. – fiquei perplexo comigo mesmo por ter falado naturalmente. – ele tem se preocupado muito e devo ressaltar, sem necessidade.

- Não foi isso que ele me disse.

- Não sei o que ele lhe falou, mas eu posso lhe assegurar que eu... – fui cortado.

- Mr. Queen... ele me contou a forma como as coisas aconteceram nesses últimos meses, contou-me também da sua tentativa de suicídio, de seu afastamento dos ciclos sociais... – ela me encarou com pesar. – não o estou julgando, muito longe disso, estou aqui pra lhe auxiliar, com certeza essa fase, esses primeiros meses não são fáceis, na verdade, nunca é fácil, mas carregar tudo sozinho só irá fazer sentir-se mais fraco e dominado pela tristeza.

Eu suspirei alto e deitei no divã. Olhei pro teto por alguns minutos. Acho que de certa forma ela não estava errada, embora fosse maçante eu deveria tentar.

- Felicity... ela morreu por minha causa... eu... – eu senti meus olhos arderem. - não consigo colocar em palavras o quão isso é difícil. Desde que ela se foi eu não durmo, não me alimento... não posso... estou destruído... – deixei a frase morrer.

- Então, me conte sobre ela. Como era? Como era sua voz, conte-me tudo o que você lembra dela. – ela pegou uma caderneta e um lápis. – de praxe, mas nem anote nada, talvez, fique a vontade, tome seu tempo Mr.Queen.

*****

12 de Outubro de 2013

O loiro apoiou a pesada mala em sua cama. Olhou intensamente para a bagagem e a jogou no chão, cuidaria daquilo depois.

- Oliver! - exclamou um jovem de aproximadamente 25 anos. – é bom tê-lo de volta cara! – ele abraçou o loiro.

- Hey Tommy! – o loiro retribuiu o gesto, batendo nas costas do amigo. – é bom estar de volta. – ele disse e depois se soltou do abraço.

- O que pretende fazer hoje à noite? – o moreno perguntou enquanto via o amigo jogar-se na cama.

- Dormir! Preciso sanar todas as noites mal dormidas no exército.

- Ahhh - mas não MESMO! Oliver! É sua primeira noite livre daquele inferno e você quer dormir! Pois é, eles devem fazer mesmo uma lavagem cerebral no exército!

- Tommy, se eu ficasse acordado o que você teria pra mim?

O moreno e mais novo sorriu vitorioso.

- Man! Eu abri uma boate! E deixei pra inaugurar hoje, me agradeça indo até lá hoje à noite! – ele disse somente e saiu do quarto.

Como combinado com o amigo Oliver Queen em todo seu esplendor másculo e galante estava na Verdant arrancando suspiros e mais suspiros das garotas que ali estavam.

O primogênito dos Queen encarava bem todas elas, ele as analisava, procurava algum ponto que lhe agradasse, desde os olhos ao busto, das pernas ás cinturas, nada escapava de seus olhos.

Tommy o chamou para as escadas que davam acesso à area VIP

- Senhoras e Senhores! – ele falava enquanto a música diminuía. – nessa noite de inauguração quero aplausos para o homem do momento: Oliver Queen! – ele gritou e depois todos fizeram o mesmo, junto com aplausos e algumas taças erguidas.

Logo o anuncio foi feito e a música voltou a reinar mais alta e com pessoas mais animadas do que antes.

Ambos os amigos subiram apara a area VIP com luzes os perseguindo, holofotes e tudo o mais. Oliver era mesmo muito famoso, principalmente nas noitadas. Mesmo tendo passado três anos servindo ao exército americano em bases no Paquistão e Iraque, Ollie era lembrado por suas festas memoráveis, noitadas que duravam dias, ressacas destruidoras e muitos escândalos envolvendo os mesmo assuntos. De longe ele era um prato cheio para as revistas de fofoca.

- Hey, hey cavalheiros! – Sara Lance chegou perto dos garotos já um pouco alterada.

- Boa noite cunhadinha querida! – Tommy disse abraçando a cunhada. – onde está sua irmã?

- E eu que sei? Deve estar enfurnada naquele escritório! Desde que papai adoeceu parece que é sempre assim.

- E você está aqui bebendo enquanto seu pai está no hospital! – foi a vez de Oliver se pronunciar.

- Ele faria o mesmo Ollie! – ela riu e abraçou o loiro. – senti sua falta garotão! – ela riu e o soltou. – você tem que tirar um dia na sua concorrida agenda pra me contar o que o que você aprontou nas bases! – ela riu. – oh... – ela pegou o celular. – oi? O quê? Fel! Fale mais alto! Estou aqui em cima! Tá me espera ai! – ela começou a caminhar até as escadas.

- Aonde vai? – Tommy quis saber.

- Buscar uma amiga! – ela gritou.

Não demorou muito e as duas estavam subindo as escadas.

- Gente, apresento pra vocês minha melhor amiga, e freio de mão particular: Fel! – Lance a abraçou pela cintura.

- Hey loira! Seja bem-vinda! Amigas da Sara são minhas amigas também! A noite é uma criança aproveite! – Tommy disse a ela enquanto a abraçava. – sinto muito, mas tenho que ver como anda o movimento lá embaixo. – dito isso saiu para o andar abaixo.

- Okay Sara, já vi como está linda a boate, posso ir... – a loira deixou a frase morrer. – cadê ela?

- Acostume-se! – o loiro disse. – estamos falando da Sara afinal de contas. – o homem sorriu à garota. E naquele momento ele só pensava em como os olhos dela poderiam ser tão azuis. – me chamo Oliver Queen.

- Sei quem você é! – ela disse depressa. – quer dizer, não que isso seja ruim, não que eu fique pesquisando sobre você no Google! Eu não faço isso! – ela disse sem graça. – Felicity.

- Hã? – ele arqueou uma sobrancelha em sinal de indagação.

- Meu nome! Felicity. Felicity Smoak. – ela sorriu simpática.

- É um prazer! – Oliver disse pegando sua mão e depositando um casto beijo ali. A loira sorriu mais uma vez apreciando o ato dele.

Naquele momento, nenhum dos dois poderia imaginar como aquele encontro poderia mudar suas vidas.

***

And I will love you

Baby

Always – Bon Jovi (Always)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem galera esse é o primeiro capítulo! Não será uma história muito longa, então espero que tenham se deliciado com esse aqui!
Algumas coisas devem ser explicadas agora! Vou tentar colocar em cada começo de capítulo um espécie de lembrança dos dois, como se fosse uma cena mesmo, flash back, enfim só pra vocês terem o que curtir e não ficar muito pesado. Não pretendo fazer voltas ao tempo real onde Ollie está com a doutora Anna, vou correr o passado inteiro e no final... bem, o final vocês terão que aguardar!
Thats it! Qualquer dúvida, questionamento, sugestão, críticas façam em seu review ou mande uma MP!
Grata, Uma FicWriter.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Will Remember" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.