This is from Matilda escrita por bunny


Capítulo 3
Capítulo 2 - Meu Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Hey, eu estou atrasada, muito atrasada, mas estou aqui.
A Ultraviolence fez um trailer super lindo para a fanfic há um tempo atrás e eu esqueci de colocá-lo aqui, mas enfim, aqui está: http://www.youtube.com/watch?v=ZNKENyCFCgY.

Esse capítulo é um pouco parado, mas há revelações... na verdade, eu queria reescrever essa história toda pois escrevi há um tempo e algumas coisas parecem meio bobinhas, mas todo mundo precisa de algumas histórias bobinhas na vida, pra variar das fanfics cheias de romance e angústia que lemos todos os dias, certo? Espero que gostem!



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"I can't show you where your children are buried, 'cause they're not, they're not buried anymore"

Ela riu. Parecia um ratinho quando ria, pois apertava os olhos e escondia as mãos no rosto. Nico até achou o jeito como ela ria engraçado, mas estavam em um assunto sério. A revelação tinha saído de sua boca antes mesmo que ele pudesse pensar, sendo que tinha passado certo tempo pensado em como contaria à ela, chegando a conclusão de que ele devia tomar cuidado com o que falava.

Matilda percebeu que ele não ria.

– Você está falando sério? - Perguntou, arregalando os olhos e levantando uma sobrancelha.

Okay. Em primeiro lugar, com certeza havia algo errado com aquela garota. Nico não podia acreditar que ela realmente tinha acreditado logo de primeira. Era muito fácil convencê-la das coisas, pensou. Mas não, ela não tinha acreditado ainda, e Nico continuava com sua expressão séria. Ou seja, sua expressão usual. Ele assentiu.

– Nico - Ela aproximou-se mais dele, como se quisesse achar alguma coisa errada no rosto do rapaz. Parecia preocupada - Você está bêbado?

– O que? Não! - Nico balançou a cabeça, espantado.

Ela realmente acha que ele tinha os levado até o México por viagem nas sombras, no meio da droga do desfile do dia dos mortos bêbado?

– Pensei que acreditasse em mim - Ele reclamou. - É sério, você não percebeu ainda que a gente veio parar no meio do México? Tipo, viajando nas sombras... e que eu sou filho da droga do deus grego da vida após a morte?

A garota parecia um computador travado. Nico podia jurar que ela estava tendo um conflito com ela mesma dentro de sua mente. Porque é claro, ela tinha visto tudo aquilo. Ela tinha acreditado em todas as suas histórias, e ele provara todas elas. Mas aquilo era simplesmente loucura demais.

– Pensa - Pediu. - Explica tudo. Porque ninguém pode te ver.

– Porque niguém pode me ouvir - Matilda considerou, evitando olhar para Nico e olhando para suas próprias mãos como se não conseguisse senti-las.

– Porque suas roupas estão assim.

– E porque eu não sinto meu coração batendo.

Ela estava com a mão sobre o lado esquerdo do peito, desesperada para sentir algo e decepcionando-se quando percebeu que não tinha nada além do vazio.

O silêncio é um som assustador.

– Por que eu não sinto a droga do meu coração batendo? - Matilda levantou, falando alto, não que alguém fosse ouvi-la. - Por que eu não... não.

Com certeza não tinha mais nenhum argumento. Não podia mais rebater contra as ideias insanas do garoto estranho, pois agora o garoto estranho tinha total razão. E ela acreditava nele. Estava prestes a surtar, colocando a mão na cabeça e agarrando os fios escuros como uma louca.

Então parece que decidiu se acalmar, pois fechou os olhos, respirou fundo quatro vezes e sentou-se de novo, sua atenção fixa em um ponto na rua. Não estava olhando para nada, na verdade.

– O que... o que eu faço? - Perguntou, rangendo os dentes.

Só então levantando seus olhos para encontrar os de Nico, que a olhava com uma expressão mista de confusão e cansaço no rosto.

Certo. Ela deveria ter sido pega e guiada até o mundo inferior por Tanatos. Ugh, aquele cara tinha que ser demitido, nem estava mais fazendo seu trabalho direito. Mas, por outro lado, se Tanatos não pegou sua alma... Não. Tanatos era um deus. Nunca falhara antes. Deuses nunca esquecem ninguém, muito menos aquele deus. Se ele não tinha levado a alma de Matilda até o mundo inferior, então tinha alguma coisa muito errada.

Deuses nunca falham. Quero dizer, em coisas normais da vida, como criar filhos e se tornarem seres decentes, sim, eles falham. Mas não em seus deveres.

– Quantos anos você tem? - Perguntou.

– Eu fiz 16 mês passado.

– Onde você mora?

Matilda recuou, cruzando os braços.

– Não vou te dar meu endereço. Eu nem te conheço direito.

– Você está morta.

– Justo - Ela respondeu, dando de ombros. - Rua E.L Thompson, 142. Nós vamos voltar para lá?

– Temos que sair do México e ir para algum lugar, não temos?

x

A casa era enorme, azul e tinha uma cerca branca em volta dela. Também tinha um jardim na frente, mas parecia meio descuidado e vazio, provavelmente por causa do clima frio. Nico logo percebeu que Matilda vinha da típica família Americana, daquelas que aparecem nos seriados dos anos 90. Ela pulou a cerca - Porque tinha descobrido recentemente que não podia passar por dentro de sólidos - Se aproximou da varanda e voltou trazendo algo nas mãos.

– Olhe isso - Pediu, entregando uma folha de papel suja e amassada nas mãos dele.

Era um anúncio de "Você viu essa pessoa?". No começo da folha havia grandes letras vermelhas que formavam seu nome, "Matilda Greyfeather". Dizendo exatamente o dia que ela havia sumido (4 dias), a última vez que tinham visto (Voltando da casa de uma amiga, aproximadamente às 21:00 horas) e um telefone para contato.

Nico pensou bem e concluiu que não era uma boa ideia ligar para aquele telefone e dizer que estava bem ali, com a filha morta deles, conversando sobre mitologia grega.

Então ele olhou para a foto grande no meio da folha. Era uma fotografia nova, mas queria imitar uma foto antiga. Matilda estava sentada em uma cadeira de balanço, com um vestido fechado até o pescoço cheio de babados, um chapéu com um laço maior que sua própria cabeça e o sorriso mais forçado que Nico já vira.

Ele não era muito de rir, mas seus lábios se curvaram automaticamente ao ver aquela foto, e ele riu pelo nariz, o que Matilda respondeu com uma cara feia.

– É uma tradição na minha família - Ela resmungou, arrancando o papel das mãos dele, amassando-o e jogando no jardim morto. - E meus pais me forçaram. Enfim, eles estão me procurando. Sabe o que isso significa?

Nico olhou para os dois lados, como se estivesse tentando encontrar o sentido naquilo.

– Que você está perdida? - Arriscou, sem muito interesse.

– Não - Ela respondeu, sorrindo de maneira satisfeita. - Eu não morri, quero dizer, não foi tão simples assim. Sou um caso de homicídio!

– Então, você é um caso de homicídio... e está, hum, feliz por isso? - Nico arriscou novamente, mas era especialmente difícil adivinhar o que passava pela cabeça de Matilda.

Sinceramente? Para alguém que acabara de descobrir que era provável que tinha sido brutalmente assassinada, ela estava bem animada com a ideia. Como se aquilo deixasse sua vida mais emocionante. E então a grande aventura começaria.

Nico começou a pensar. Porque Tanatos não tinha a levado? Porque ele não conseguira levá-la até o mundo inferior? Quero dizer, Nico passava a maior parte de seu tempo no mundo inferior. Ele nunca errava o caminho para lá, ele nunca se desconcentrava. Mas agora ele tinha ido parar em outro lugar. Foi como se a viagem tivesse sido desviada.

"Como se a viagem tivesse sido desviada...".

E se ela não pudesse entrar no mundo inferior?

Mortais não podem entrar no mundo inferior. Bom, não os mortais vivos - nem mesmo se estivessem sendo levados por um filho de Hades.

Nico arregalou os olhos e agarrou os ombros da menina, que se assustou, arregalando os olhos igualmente. Se eles estivessem em um desenho animado, uma lâmpada teria aparecido e acendido em cima de sua cabeça, fazendo um barulhinho engraçado.

Ela a olhou, esperando para que ele dissesse alguma coisa. Ele só engoliu em seco e pegou de novo o papel das mãos da garota, olhando para as palavras vermelhas que agora brilhavam em sua mente.

– Você não está morta - Ele disse, voltando a olhar para ela. - Pelo menos não ainda.


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Notas finais do capítulo

Frase do ínicio: Eu não posso dizer onde suas crianças estão enterradas porque elas não estão, elas não estão mais enterradas" da música "All the Dead Kids" da banda Andrew Jackson Jihad.

Eu sei que esse capítulo foi meio curto e sem graça, mas enfim. Qualquer sugestão, crítica ou elogio, estou sempre aberta a opiniões! Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo



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