Um dia Difícil escrita por BiaRehm


Capítulo 6
Capítulo 6




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Era hora do almoço e estava morrendo de fome, não tinha tomado o desjejum, pois dormira até muito tarde, a comida tinha um cheiro maravilhoso que fazia a fome de Brenda aumentar, Caçarola tinha preparado um ensopado de peixe que Brenda adorava, achava incrível a capacidade dele de poder misturar tudo o que encontrava, como frutas secas, folhas de menta e salsa em apenas um ensopado e mesmo assim ficar delicioso como aquele estava. Brenda comia com vontade e reparou que Newt, sentado ao seu lado, também tinha apreciado a refeição porque se deliciava a cada garfada. Não tinha terminado de comer quando Minho apareceu e sentou-se à frente deles.

– Bom saber que alguém consegue comer o que Caçarola prepara. Como se sente hoje Newt? – disse Minho sorrindo para o velho amigo- Pronto para atacar criancinhas inocentes?

Brenda nunca gostou das provocações de Minho e odiava quando elas eram direcionadas a Newt, que como sempre as ignorava como fez por mais uma vez. Minho então olhou para Brenda assumindo uma postura séria e disse:

– Preciso de você na reunião hoje, vamos discutir algumas coisas importantes e quero que esteja presente. – Minho se levantou e já ia se retirar quando olhou para Newt novamente e com um sorriso completou – Bom ver você, cara de mértila.

***

Brenda observava tudo ao seu redor, as cadeiras mal lixadas que dependendo do jeito que se mexesse, rasgariam o tecido de sua calça, as paredes de madeira do interior da sala de reunião que não era nada mais que o quarto de Minho que ficava dentro da Sede, as velas que concediam certa claridade ao ambiente no começo da noite e observava principalmente as pessoas. Minho estava lá assim como Jorge, mas o que Brenda estranhava e que a fazia prestar ainda mais atenção era que as outras pessoas ali presentes faziam parte do velho time de corredores dos antigos grupos A e B.

Aris assim como Sonya e Harriet foram corredores quando estavam no Labirinto e sentado ao lado de Brenda estava Thomas. Brenda não compreendia porque nenhum dos encarregados estava presente, Minho tinha dito que aquilo seria uma reunião, mas certamente se tratava de algo diferente. As palavras de Minho expulsaram os pensamentos de Brenda.

– Chamei cada um de vocês aqui especialmente para discutirmos sobre algo que tem preocupado tanto Jorge quanto eu mesmo – Brenda percebeu que Minho estava impaciente e até mesmo um pouco tenso – Estamos morando aqui há aproximadamente um ano e até agora não exploramos esse lugar como deveríamos, não sabemos onde estamos, que perigos nos cercam e nem mesmo sabemos se há mais pessoas além de nós aqui. Apenas confiamos no Cruel e nos acomodamos com a falsa sensação de segurança. – Todos na sala fitavam Minho e prestavam atenção a cada palavra – Não confio no Cruel, assim como todos vocês também não devem confiar, andei conversando com Jorge e ele concorda comigo, passou do tempo de explorarmos este lugar a fundo, e Jorge tem um plano.

Jorge entendendo a deixa se levantou e tirou alguns papeis de sua pasta de couro muito surrada e começou a falar:

– O oceano nos cerca por todo leste e aparentemente por sul também - Jorge falava enquanto entregava uma folha para cada um ali presente – o oeste, até onde sabemos, é formado por grandes campos – Jorge entregou a folha para Brenda que a estudou rapidamente, se tratava de um esboço muito rústico de um mapa e que continha coordenadas para o norte – o que me preocupa – Jorge sentou-se e passou os olhos por todo o grupo segurando o olhar em cada um por alguns segundos – e preocupa Minho também, é o norte, formado aparentemente por uma floresta interminável, um lugar onde nunca adentramos e que não temos a menor noção do que vive por lá. Precisamos saber onde o norte termina, ou pelo menos saber até onde esta floresta leva e é por isso que vocês estão aqui.

A sala subitamente virou um caos, cada um tecia uma opinião sobre o que aquelas palavras significavam e Brenda ouviu Harriet dizendo algo como “não sejam paranoicos”, Aris ria e falava “não existe nada para lá da floresta que não seja mais floresta”. Brenda percebeu que Thomas era o único além dela, que não se pronunciava, apenas observava aquelas pessoas discutindo e gritando umas com as outras. Minho pôs-se em pé e gritou, a sala então assustada com a atitude dele assumiu um silencio quase sepulcral, permitindo que Minho pudesse dizer algo.

– Acham que vou manda-los para a floresta? – Minho estava nervoso e suas palavras saiam como veneno – Acham que eu sou uma cabeça de mértila que não sabe o que está fazendo e que age por impulso assim como aqueles mértilas do Cruel?

Jorge tocou os braços de Minho que sentou novamente e respirou para se acalmar. Sua expressão estava cansada agora e suas palavras eram firmes, mas não duras.

– Eu pretendo sair em uma expedição longa rumo ao norte, preciso saber se existe algo lá, preciso ter certeza de que quando apoiar minha cabeça no travesseiro todos estarão seguros e que nunca seremos surpreendidos por algo novo preparado pelo Cruel – Minho olhou então para o grupo, e com um sorriso triste disse – Não obrigo nenhum de vocês a me acompanhar, mas peço que entendam meu pedido. Assim como eu, todos vocês foram corredores – Minho olhou para Brenda e corrigiu – Bom, nem todos, mas você ,Brenda, está aqui porque provou ser mais do que forte e capaz por ter sobrevivido tão facilmente no deserto junto com Jorge. E, além disso, estão aqui porque confio em vocês, confiaria minha vida a vocês... Então vou perguntar apenas uma vez... Quem vai me acompanhar nessa?

Thomas foi o primeiro a se levantar e juntar-se a Minho, Brenda percebeu que todos agora se levantavam e aceitavam participar daquela nova aventura, com um sorriso Brenda se levantou caminhou até Minho e disse:

– Sei lá, mas acho que iria até o inferno com vocês. – e com aquelas palavras Minho a abraçou e a agradeceu.


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